Garçom do dia
Cada vez tenho mais dificuldades em fazer comentários aos
jogos. A equipe mantém a sua elevada resiliência, que lhe valeu o gol nos
acréscimos (não foi sorte, foi persistência), mas continua errando muito, e
hoje jogou diferente do habitual, mas com as mesmas incapacidades já sentidas e
reconhecidas pelos mais lúcidos.
Ao contrário do habitual tivemos mais posse de bola,
procuramos a vitória com perseguição insistente ao resultado, chutamos mais.
Tive a sensação que a maior posse de bola deveu-se à estratégia de correria da
equipe baiana. Após o gol de empate o adversário desatou numa correria
disparatada em direção à nossa baliza, e foi preciso acalmar os ânimos para não
irmos atrás desse tipo de jogo que nos é adverso, tal como acontecia antes de
Jair ser o treinador. E tomávamos gol assim, naquilo que os narradores chamam
de… ‘jogo eletrizante’. Eu diria ‘eletrocutante’…
Falta de criação, passes maus, finalização defeituosa,
gols perdidos por Pimpão e Roger – permitam-me expressar que continuo sem
gostar do estilo de Roger, que é muito lento, por isso perde gols quase feitos
e não dá sequência a jogadas. Em contrapartida, tivemos um Pimpão em bom nível
com dois bons cruzamentos para os dois gols da equipe – e algumas incursões
rasgando a defesa adversária. Todavia, vale a pena analisar os três gols: foram
todos de cabeça e todos por falha de posicionamento correto da marcação.
No primeiro gol Roger está sozinho, no gol de empate a
jogada é tirada a papel químico, no terceiro gol Bruno Silva sobe absolutamente
sozinho, apesar de dois adversários estarem ao seu lado. Quer dizer, três gols
mais por demérito do que por mérito. Eu dividiria assim: 20% de mérito de quem fez
os cruzamentos, 20% de mérito de quem fez os gols; 60% de demérito dos
responsáveis pelas marcações.
Aliás, sou levado a crer que a maioria dos gols do
campeonato brasileiro ocorre mais por demérito do que por mérito. O futebol praticado é, regra geral, de mediano a mau.
Em todo o caso, pareceu-me que Jair escolheu bem o
sistema tático e a dinâmica para este jogo. Na verdade, o Botafogo não joga no
esquema ‘eletrizante’, mas no esquema de ‘banho-maria’ ao adversário e, subitamente,
faz um ataque rápido pelas laterais e marca os gols necessários. Neste jogo,
face às características do adversário, teve que avançar para a posse de bola
para amolecer o Bahia. Jogou mais para a eficiência do que para a eficácia, ao
contrário do habitual onde a eficácia é o alvo sobre a eficiência. A
persistência permitiu a vitória num jogo de adversário mal estruturado e, na
generalidade, inferior à nossa equipe.
O 6º lugar provisório, em meio à disputa da semifinal da
Copa do Brasil e à permanência na disputa pela Libertadores, configura um ano
bem diferente do passado recente. O avanço foi substancial nos últimos 365 dias
e lamento apenas que o investimento na equipe seja tão fraco e, sobretudo, tão
obviamente errado em certas contratações no mínimo estranhas.
Por mim, já tinha entregue o departamento de futebol a
Manoel Renha, que, caso o atual presidente não concorra a novo mandato, espero
que seja o novo presidente.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Bahia
» Gols: Roger, aos 12' e Bruno Silva, aos 90’+1 (Botafogo); Renê
Jr., aos 15' (Bahia)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Local: Estádio Fonte Nova, em Salvador (BA)
» Data: 27.08.2017
» Público: 22.999 presentes; 22.585 pagantes
» Renda: R$ 571.444,00
» Árbitro: Héber Roberto Lopes (PR)
» Disciplina: cartão amarelo – Tiago e Edson (Bahia)
» Botafogo: Gatito Fernández, Arnaldo, Carli (Marcelo), Igor Rabello e Victor Luís (Gilson); Rodrigo Lindoso,
Bruno Silva, João Paulo e Marcos Vinícius (Guilherme); Rodrigo Pimpão e
Roger. Técnico: Jair Ventura.
» Bahia: Jean, Eduardo, Tiago (Rodrigo
Becão), Lucas Fonseca e Juninho Capixaba; Edson e Renê Júnior;
Régis (Maikon Leite), Zé Rafael (Vinícius) e Mendoza; Rodrigão. Técnico: Preto
Casagrande.
6 comentários:
Prezado Rui Moura
Deixando a copa do Brasil pra lá, digo que o Botafogo continua na sua incrível jornada de surpreender os que apostam contra.
Sem ter um futebol vistoso, mas sim de muita luta e com uma defesa difícil de ser vazada, esta vitória sobre o esforçado time do Bahia, foi sim muito importante. Tem de ser conemorafa
Renha prefere ficar na base aonde não rola tanta vaidade
Prezado Rui Moura
Deixando a copa do Brasil pra lá, digo que o Botafogo continua na sua incrível jornada de surpreender os que apostam contra.
Sem ter um futebol vistoso, mas sim de muita luta e com uma defesa difícil de ser vazada, esta vitória sobre o esforçado time do Bahia, foi sim muito importante. Tem de ser comemorada! Reagir nos momentos críticos é prova de caráter. E este time do Botafogo mostra que honra a camisa.
Grande abraço
Humberto
Sem dúvida, Humberto. E custa-me um pouco ler críticas do tipo "apesar do técnico", "ganhamos com sorte", etc. O mesmo tipo de crítica de quando a equipe era treinada por R. Gomes, V. Mancini, J. Santana, etc. e apresentava resultados miseráveis.
Os que acham sempre tudo errado e os que acham sempre tudo certo, não são úteis para acrescentar críticas construtivas e evolutivas.
Abraços Gloriosos.
Abraços Gloriosos.
Mas o Renha tem que se definir, Marco. Por causa do seu recuo tivemos o Maurício Assumpção por 6 anos. E agora?... Precisamos de um presidente, sucessor do CEP que seja honesto, competente, lúcido e estratega. O Renha é o melhor colocado para presidente, em minha opinião. E capaz de afastar certas 'teias de aranha' que há muito envolvem General Severiano.
Abraços Gloriosos.
O time honra a camisa, sim. Neste século foi o time que mais honrou a nossa camisa, em minha opinião. E alguns jogadores em outros times também o fizeram, tais como o Loco Abreu, o Seedorf e mais alguns.
Abraços Gloriosos.
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