Paulo
Roberto de Freitas, o ‘Bebeto de Freitas’, faleceu subitamente de paragem cardíaca. Grande
botafoguense, pertenceu à equipe undecacampeã de voleibol do Glorioso, conduziu
a Seleção Brasileira e foi Presidente do nosso Clube.
Eis alguns
artigos publicados no Mundo Botafogo sobre Bebeto de Freitas:
https://mundobotafogo.blogspot.pt/2015/10/bebeto-de-freitas-no-hall-da-fama.html?q=bebeto+de+freitas
A 7 de junho
de 2011 o Mundo Botafogo publicou o excelente artigo de José de Oliveira Ramos,
sob o título ‘Bebeto de Freitas – DNA Botafoguense’
por José de Oliveira Ramos
Jornal Pequeno, 05. 06.2011
Houve
um tempo, mais precisamente nas décadas de 70 e 80 que o Voleibol nacional além
de trilhar um glorioso caminho de conquistas dentro de quadra, assumiu uma
liderança renovadora na tática e no conceito moderno da modalidade. Comandado
dentro de quadra por Bebeto de Freitas, ex-jogador, torcedor e dirigente do
Botafogo de Futebol e Regatas, o Voleibol alcançou com muita competência a
medalha de prata nos Jogos Olímpicos.
A
partir dali o Voleibol assumiu nova importância e passou a formar, também, os
principais dirigentes das diversas modalidades disputadas no Brasil, com maior
ênfase para o futebol. Por anos, Carlos Brunoro foi dirigente do Palmeiras,
administrando a parceria com a Parmalat. Mais tarde Bebeto de Freitas,
consagrado no Voleibol, assumiria como dirigente do futebol do Atlético/MG,
vindo, posteriormente, a presidir o Glorioso Botafogo de Futebol e Regatas,
sendo o principal responsável pela parceria de cessão do Estádio João Havelange
(Engenhão) ao clube que passou a dirigir.
Bebeto
de Freitas tem DNA botafoguense. De parentesco aproximado com um dos maiores
ídolos do alvinegro carioca em todos os tempos, Heleno de Freitas, Bebeto, como
o parente já falecido, também tem o “pavio curto”. Aparentado também com um dos
maiores alvinegros de todos os tempos, João Saldanha, Bebeto aprendeu com o
“João Sem Medo” a dar a própria vida pelo Glorioso.
Paulo
Roberto de Freitas nasceu no Rio de Janeiro, a 16 de janeiro de 1950, e hoje é
conhecido como Bebeto de Freitas. Foi um jogador e treinador de Voleibol.
Como
gestor desportivo, foi presidente do Botafogo de Futebol e Regatas entre 2003 e
2008 e, posteriormente, diretor-executivo do Atlético Mineiro. Umas das
figuras-chave na transformação e identidade tática e técnica que o Voleibol
brasileiro adquiriu a partir do início dos anos 80, quando passou a dirigir a
seleção masculina.
Voleibol
- Bebeto de Freitas foi um dos mais importantes jogadores de Vôlei do Botafogo,
tendo conquistado onze campeonatos consecutivos (de 1965 até 1975), além de ter
defendido a seleção brasileira nos Jogos Olímpicos de 1976 em Montreal.
Treinador
- Bebeto é um dos mais respeitados treinadores de Vôlei do mundo, tendo
dirigido o time da consagrada "geração de prata" do Vôlei masculino
brasileiro nos Jogos Olímpicos de 1984 em Los Angeles e também nos Jogos
Olímpicos de 1988 em Seul. Após passagem de grande sucesso pelo Voleibol
italiano dirigindo o Maxicono Parma (1990-1995), onde arrebatou cinco
importantes títulos, Bebeto foi convidado a treinar a seleção italiana, de 1997
a 1998, sendo campeão da Liga Mundial de Voleibol em 1997, em Moscou e campeão
mundial em 1998, na final com a Iugoslávia em Tóquio, Japão (Itália 3 sets a
0).
Gestor:
Início no Atlético Mineiro - Bebeto de Freitas teve duas passagens como manager
do Clube Atlético Mineiro em 1999 e 2001. Trabalhou durante a gestão do então
presidente Nélio Brant em parceria com o presidente do Conselho Deliberativo e
diretor de futebol Alexandre Kalil.
Durante
estas duas passagens, o clube obteve resultados expressivos. Foi campeão
mineiro e vice-campeão brasileiro em 1999 e chegou ao quarto lugar no
Brasileiro de 2001. No entanto, deixou o clube para ir trabalhar no Botafogo.
Botafogo
- A fase no Atlético o fez despertar o interesse de dirigir o Botafogo, seu
clube de coração. No início de 2002, chegou a assumir um cargo como diretor do
clube carioca, mas em poucos meses pediu afastamento pois, por ser funcionário,
não poderia se candidatar ao cargo de presidente, ao final daquele ano, e,
também, por discordar da gestão do então presidente Mauro Ney Palmeiro.
Eleito
para um mandato não-remunerado inicial de três anos, entre 2003 e 2005, Bebeto
de Freitas iniciou um processo de reestruturação do clube. Sua direção teve
como marco importante, que foi a volta do time de futebol à primeira divisão do
Campeonato Brasileiro. Reeleito até 2008, conquistou os títulos de futebol
profissional da Taça Guanabara e do Campeonato Carioca de 2006 e da Taça Rio,
de 2007 e 2008. Além disso, venceu também títulos em diversas categorias
amadoras, tais como Pólo Aquático, Basquete, Vôlei e Natação.
Bebeto
de Freitas foi um dos homens de frente na luta da aprovação da Timemania, que
poderia solucionar parte das dívidas do clube. Além disso, em sua gestão, o
clube - a partir da empresa criada por ele, a Cia. Botafogo - conquistou a
concessão do Estádio Olímpico João Havelange, em 2007.
Após
a final da Taça Guanabara de 2008, revoltado com a arbitragem, chegou a pedir
licenciamento do cargo de presidente, dizendo que "não aguentava mais as
coisas que acontecem no futebol". No entanto, como sua renúncia foi
somente verbal, dias depois, Bebeto voltou atrás em sua decisão e permaneceu à
frente do clube até dezembro daquele ano, quando seu mandato se encerrava, sem
possibilidades de reeleição.
Volta
ao Atlético - Em 2009, a convite de Alexandre Kalil, que desta vez assumira o
cargo de presidente do Galo, Bebeto de Freitas assumiu o cargo de
diretor-executivo remunerado do clube.
Bebeto
de Freitas já não trabalha mais no futebol, como dirigente remunerado do
Atlético/MG. Aceitou convite para voltar ao Vôlei como técnico do Halkbank
Ankara, da Turquia.
Bebeto
tem nome consagrado na história do Voleibol mundial, pois colocou o Vôlei
brasileiro entre os melhores do mundo, quando foi treinador da Seleção medalha
de prata nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984, nos Estados Unidos. O
técnico também levou a Itália ao título mundial em 1998.
(Fonte:
Wikipédia)
Um
saque no futuro
O
Botafogo é a eterna paixão de Bebeto de Freitas. As saudades apertaram quando o
técnico de vôlei deixou o País em 1997, para dirigir a seleção italiana. De
Parma, onde morava, ligava para os parentes, no Rio, com um só desejo: ouvir a
narração dos jogos de seu time de coração pelo rádio. O preço do romance era
medido pela conta telefônica: R$ 1,7 mil, em média, a cada mês. Esse amor, no
entanto, tem força para transformar-se num grande negócio. Desde março, o
destino do clube de General Severiano pode estar em suas mãos. Em parceria com
a economista Elena Landau, ex-diretora de desestatização do BNDES, ele abraçou
a missão de negociar um novo contrato de patrocinador para o time alvinegro,
através da empresa de marketing esportivo EBP (Elena Bebeto Partners).
A
dupla, que busca dinheiro para o Botafogo e pretende instalar um novo modelo de
gestão administrativa, se conheceu em 1998. Na época, o primeiro escalão do
tucanato reuniu-se para elaborar propostas da área esportiva para o segundo
mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso. Bebeto foi convidado para o
encontro. Afinal de contas, havia levado o vôlei brasileiro à medalha
de prata nas Olimpíadas de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1984, e
conquistado a Liga Mundial, em 1997, e o título mundial, em 1998, no comando da
seleção italiana. Suas idéias seduziram Elena Landau. Em fevereiro deste ano,
eles formalizaram a EBP.
Antes
da concretização da empresa, Paulo Roberto de Freitas, 50 anos, casado com
Solange, pai de três filhos, teve uma experiência vitoriosa. No ano passado, ao
trocar o vôlei pelo futebol, ocupou o cargo de diretor executivo do Atlético
Mineiro, de Belo Horizonte. Primeiro, colocou os salários em dia. Depois, foi o
personagem principal de uma parceria com a Octagon, empresa de marketing
esportivo. Em 15 anos, o Galo vai receber R$ 400 milhões. Resultado: a equipe
mineira ficou com o vice-campeonato brasileiro.
A
primeira experiência empresarial de Bebeto foi em 1977, quando rumou com a
família para a Califórnia, nos Estados Unidos. Em Santa Barbara, assumiu as
funções de treinador e manager da equipe de vôlei do Spikers. Ficou na costa
oeste americana até 1980. Aproveitou a oportunidade para fazer vários cursos na
área. “Isso me deu uma visão de planejamento que foi fundamental em minha
carreira”, admite. A facilidade com que incorporou o aprendizado do marketing
esportivo, porém, não o deixou à vontade com sua nova ferramenta de trabalho: o
computador. “Não me considero um empresário, sou do esporte”, insiste em dizer.
Bebeto
de Freitas deu seus primeiros passos no esporte como jogador de basquete.
Chegou, inclusive, a vestir a camisa do Botafogo, mas uma tragédia mudou seu
destino. Seu único irmão, João Carlos, que despontava jogando vôlei nas areias
de Copacabana, morreu de leucemia quando tinha 17 anos. Bebeto tinha apenas 9
anos. “Esse episódio me marcou muito. Passei a jogar vôlei como nunca”, relembra.
Depois de defender o Botafogo por 19 anos, brigou com os dirigentes e foi para
o Flamengo. “Como toda a minha família é botafoguense fanática, ninguém foi
assistir aos meus jogos”, conforma-se.
Essa
não foi a única vez em que se viu sozinho. Quando era treinador da seleção
italiana de vôlei, enfrentou a torcida brasileira. Foi em 1998, nas semifinais
do Campeonato Mundial do Japão. Na partida que valia classificação para a
final, Bebeto saiu da quadra vitorioso. Apesar do resultado, ele não vibrou. “Quando
o jogo acabou, minha cara era de choro”, lembra. “Foi o momento mais difícil da
minha carreira, afinal era botafoguense, carioca e brasileiro”, diz, resumindo
sua paixão.
(Vivianne
Cohen – Editora Três)
4 comentários:
Prezado Rui Moura,
O que falar sobre um dos maiores ídolos da história do Botafogo em todos os tempos?
Muito obrigado Bebeto de Freitas!
Verdadeiro botafoguense!
Grande abraço
Humberto
Estou pasmo com essa notícia. Como estou bem adoentado tenho entrado pouco nos blogs e hoje, eis que me deparo com essa notícia. Muito triste. Que Deus console os familiares.
Bebeto para mim foi uns dos 5 melhores presidentes do Botafogo. tendo uma missão dificílima, que foi reerguer um clube falido na segundona. Conseguiu grandes progressos e, tivessem seus membros como objetivo maior a volta da grandeza do Botafogo e não suas vaidades pessoais provavelmente hoje o Botafogo seria um dos maiores clubes do país. Mas infelizmente como certa vez o grande presidente Azeredo falou: "o Botafogo unido já é difícil de comandar, imagina desunido". E infelizmente as vaidades pessoais minaram objetivos maiores. Grande perda para o esporte nacional e para o nosso querido Botafogo. Abs e SB!
Ídolo e dirigente. Partindo muito precocemente.
Grande abraço, Humberto.
Assino novamente em baixo, Sergio. Fiquei absolutamente pasmo!
E em vez de terem apoiado o Bebeto, a turma troglodita comandada por Montenegro boicotou-o durante 6 anos, primeiro subtilmente, depois frontalmente. Azeredo sempre certeiro.
As suas melhoras rápidas, meu amigo!
Abraços gloriosos.
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