por OLAVO BILAC
Poeta botafoguense nascido para o Club de Regatas
Botafogo
Como era verde este
caminho!
Que calmo o céu! que
verde o mar!
E, entre festões, de
ninho em ninho,
A Primavera a
gorjear!...
Inda me exalta, como
um vinho,
Esta fatal
recordação!
Secou a flor, ficou o
espinho...
Como me pesa a
solidão!
Órfão de amor e de
carinho,
Órfão da luz do teu
olhar,
- Verde também,
verde-marinho,
Que eu nunca mais hei
de olvidar!
Sob a camisa, alva de
linho,
Te palpitava o
coração...
Ai! coração! peno e
definho,
Longe de ti, na
solidão!
Oh! tu, mais branca
do que o arminho,
Mais pálida do que o
luar!
- Da sepultura me
avizinho,
Sempre que volto a
este lugar...
E digo a cada
passarinho:
"Não cantes
mais! que essa canção
Vem me lembrar que
estou sozinho,
No exílio desta
solidão!"
No teu jardim, que
desalinho!
Que falta faz a tua
mão!
Como inda é verde
este caminho...
Mas como o afeia a
solidão!
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