segunda-feira, 12 de março de 2018

Olavo Bilac (10): Vanitas


por OLAVO BILAC
Poeta botafoguense nascido para o Club de Regatas Botafogo

Cego, em febre a cabeça, a mão nervosa e fria, 
Trabalha. A alma lhe sai da pena, alucinada, 
E enche-lhe, a palpitar, a estrofe iluminada 
De gritos de triunfo e gritos de agonia. 

Prende a idéia fugaz; doma a rima bravia, 
Trabalha... E a obra, por fim, resplandece acabada: 
"Mundo, que as minhas mãos arrancaram do nada! 
Filha do meu trabalho! ergue-te à luz do dia! 

Cheia da minha febre e da minha alma cheia, 
Arranquei-te da vida ao ádito profundo, 
Arranquei-te do amor à mina ampla e secreta! 

Posso agora morrer, porque vives!" E o Poeta 
Pensa que vai cair, exausto, ao pé de um mundo, 
E cai – vaidade humana! – ao pé de um grão de areia...

NOTA: Final da série de poemas de Olavo Bilac, fervoroso adepto do Club de Regatas Botafogo que reinou nas águas cariocas desde 1894. Segue-se a série de dez poemas de Vinícius de Moraes, que se tornou adepto não menos fervoroso do Botafogo Football Club.

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