quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Botafogo 3x0 Cuiabá (MT)

O Botafogo ganhou com clareza e passou à fase seguinte da Copa do Brasil, mas o resultado não espelha o que realmente se passou na partida.

O Cuiabá foi corajoso e começou a tomar conta das operações, enquanto o Botafogo andou completamente perdido até à metade do 1º tempo. Foi a um passe milimétrico de Valencia que Erik mais uma vez empurrou para o fundo das redes ao fechar do 1º tempo, mostrando-se como uma mais valia importante no ataque.

Esperava-se que entrando no 2º tempo em vantagem o Botafogo dominasse as operações. Não foi assim. O Cuiabá, não tendo nada a perder em virtude da desvantagem, tomou a ofensiva e o Botafogo teve muitas dificuldades até que Rodrigo Pimpão, tabelando com Kieza, ampliou o marcador para 2x0.

E uns minutos depois foi o próprio Pimpão que sofreu pênalti e Erik bisou, alargando o placar para um confortável 3x0. Antes disso o próprio Cuiabá poderia ter empatado, mas falhou na qualidade técnica e impôs-se a mais valia do Botafogo, apesar de uma partida que não foi bem disputada.

Em todo o caso, e se bem que tendo um técnico muitas vezes equivocado e incapaz de definir um padrão de jogo definitivo, o Botafogo alcança duas vitórias na Copa Sul-Americana, duas vitórias na Copa do Brasil e uma vitória e um empate no Campeonato Carioca. Um feito notável para quem iniciou o ano muito desastrosamente.

Temos cerca de seis titulares capazes e cinco mais fracos, que podem subir de rendimento jogando ao lado dos melhores, o que significa que poderemos ter um ano interessante. Temo pelo técnico, que considero ter falta de visão estratégica e não acertar um padrão de jogo capaz para podermos ser mais competitivos nas provas que disputamos.

Aguardemos o que se vai passar e vamos usufruindo do prazer de uma invencibilidade de seis jogos com 5 vitórias, 1 empate, 13 gols a favor e apenas 1 contra.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x0 Cuiabá (MT)
» Gols: Erik, aos 45', Rodrigo Pimpão, aos 73' e Erik, aos 81'
» Competição: Copa do Brasil
» Data: 27.02.2019
» Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 7.218 pagantes
» Renda: R$136.633,00
» Árbitro: André Luiz de Freitas Castro (GO); Assistentes: Cristhian Passos Sorence e Edson Antonio de Sousa (ambos de GO)
» Disciplina: cartão amarelo – Marcinho, Gabriel, Jean e Rodrigo Pimpão (Botafogo) e Danrlei, Escobar e Eduardo Ramos (Cuiabá); cartão vermelho – Douglas Mendes (Cuiabá)
» Botafogo: Gatito Fernández; Marcinho, Marcelo Benevenuto, Gabriel e Jonathan; Gustavo Bochecha (Jean), Alex Santana (Cícero) e Leo Valencia; Erik, Rodrigo Pimpão e Kieza (Luiz Fernando). Técnico: Zé Ricardo.
» Cuiabá-MT: Victor Souza; Weriton, Danrlei (Douglas Mendes), Edson Borges e Danilo; Escobar, Alê, Agustín Gutierrez e Eduardo Ramos; Júnior Todinho e Caio Dantas (João Henrique). Técnico: Itamar Schülle.

Botafogo líder absoluto da Superliga de Voleibol

O Botafogo conquistou uma grande vitória no jogo de invictos da penúltima rodada da 1ª fase da Superliga B de Voleibol, batendo de virada o APAN Blumenau por 3x1.

No primeiro parcial o Botafogo foi batido por um claro 25-20 e afigurava-se uma partida complicada de ganhar, todavia a equipe percebeu como o APAN jogava e deu a volta ao resultado de modo inapelável.

O Blumenau possui um jogo muito padronizado, muito marcado e pouco veloz e o Botafogo tirou partido disso e de uma qualidade técnica superior. O segundo parcial teve muita lua mas o Botafogo venceu por um claro 25-21. No terceiro parcial o Blumenau voltou a ser dominado no seu jogo padrão, o Botafogo era muito mais veloz, mostrava uma garra e uma vontade enorme de ganhar e encurralou o adversário, que acabou vencido 25-19 com o Botafogo quase sempre à frente com seis ou sete pontos de vantagem.

Adivinhava-se o desfecho do quarto parcial: o Botafogo controlou as ações, e não obstante o esforço do Blumenau, a nossa equipe esteve à frente do marcador desde o início até ao fim, usufruindo sempre entre dois e quatro pontos de vantagem. Acabou fechando a partida com grande segurança em 25-21.

A próxima rodada encerra a 1ª fase e é suposto que o Botafogo termine na liderança absoluta alcançada contra o Blumenau. Seguir-se-ão as fases de quartas-de-final, semifinais e final.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x1 APAN Blumenau
» Parciais: 20-25; 25-21; 25-19; 25-21
» Data: 2019.02.27
» Local: Ginásio Oscar Zelaya, no Rio de Janeiro (RJ)

Série: Esculturas de Areia (01)

Série: Coisas & Loisas (285)

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Botafogo vence regata Guaíba de 7 mil metros

Guarnição do Botafogo venceu a regata em 1964 no barco Jurubatuba


Do leitor e ex-remador Vitor Russo, recebemos uma mensagem que resgata essa importante competição de remo que acontecia numa época em que a cidade, ao que tudo indica, estava mais voltada para o privilégio de ser banhada pelo Guaíba. Diz ele:

É sempre bom recordar, e seus comentários nos levam a um passado com muitas lembranças! Fui remador do Grêmio Náutico União por 16 anos, mais ou menos, entre 1964 e 1981. Gostaria de registrar que, na década de 1960, existia uma tradicional prova de remo no Guaíba. A competição era muito esperada e tinha uma grande repercussão nacional, pois o percurso da prova era de 7 mil metros — até onde sei, a única no mundo com essa distância.

Esse evento era sempre cercado de grande expectativa pela população e pelos clubes e dava início ao calendário de provas de remo em Porto Alegre. O patrocínio era do Banco Industrial e Comercial do Sul S.A. (Sulbanco). Dois meses antes da prova, o banco já começava a divulgação com uma ampla exposição dos troféus dos vencedores dos anos anteriores, que culminava com um jantar de confraternização entre os atletas dos clubes de remo da Capital.

A regata Sulbanco era a prova principal do remo gaúcho

Além disso, havia a participação de um clube de fora do Estado (uma guarnição carioca era a preferência) que vinha como convidado. O Botafogo de Futebol e Regatas, equipe do Rio de Janeiro convidada em 1964, abrilhantou especialmente a regata, ganhando a prova com larga vantagem. Eles cumpriram o trajeto em 25 minutos e 56 segundos, mesmo depois de viajarem em um ônibus por quase 30 horas. O timoneiro foi Manoel Marin e o barco (emprestado pelo Vasco da Gama de Porto Alegre) se chamava Jurubatuba. Foi realmente empolgante!

A competição era acompanhada por muitos torcedores postados na margem ao longo de todo o percurso de sete quilômetros, pelos cais Navegantes e Mauá. A largada foi entre a Ilha do Oliveira e o Canal do Humaitá, passava por baixo da ponte, com a chegada no portão central do cais do Porto, no centro da cidade, assistida por uma empolgada multidão.

O barco em questão era um clássico para oito remadores, com sincronia absoluta. Muito lindo.

Foi uma pena terem acabado com esse evento, que se realizou entre 1959 (para celebrar a inauguração da ponte do Guaíba) e 1972. O banco já nem existe. Os dirigentes, na época, não tiveram uma visão futurista e, assim, deixaram de dar continuidade com outro patrocinador, perdendo a oportunidade de torná-lo um evento internacional, em razão do percurso longo”.

Série: Amor com razão & emoção (24)

Botafogo de São João do Cariri campeão serrabranquense

O Botafogo de Poço de Pedras de São João do Cariri, município de Serra Branca, no estado da Paraíba, conquistou a 1ª Copa do Sítio Salão de Futebol, ao vencer o Botafogo do Sítio Curral de Baixo de Cabaceiras na decisão por pênaltis.

A decisão iniciou-se no dia 3 de fevereiro de 2019, mas a partida foi interrompida e adiada em virtude das fortes chuvas que caíram na comunidade. No momento da interrupção o Botafogo de São João do Cariri vencia o Botafogo de Cabaceiras por 1x0.

No reatamento da decisão, ocorrida a 10 de fevereiro de 2019, o Botafogo de Cabaceiras logrou marcar um gol e empatar a partida. Na decisão por pênaltis, a equipe de São João do Cariri sagrou-se campeã.

O pódio da classificação geral ficou assim ordenado: 1º Botafogo de Poço de Pedras de São João do Cariri; 2º Botafogo do Sítio Curral de Baixo de Cabaceiras; 3º Olaria de Serra Branca.

Pesquisa de Rui Moura (editor do blogue Mundo Botafogo).

Torcida do Sporting Clube de Portugal

terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Garrincha: o Rimbaud do futebol

Desenho de Paulo Mendes Campos

por ELVIA BEZERRA* e JULIA MENEZES
18 de janeiro de 2013

Botafoguense de sete costados, o cronista e poeta Paulo Mendes Campos, se vivo fosse, não deixaria passar em branco a data que assinala os 30 anos da morte de Garrincha: 20 de janeiro deste 2013. Autor de pelo menos três crônicas memoráveis sobre Manuel Francisco dos Santos, nome de batismo do menino que, de tanto gostar de caçar passarinho, ganhou o apelido hoje célebre, Paulo não só se referiu a Garrincha em muitos outros textos, como ainda se aventurou a fazer um desenho do ponta-direita do Botafogo.

O desenho integra o arquivo do escritor mineiro, sob a guarda do Instituto Moreira Salles desde 2011. Entre as muitas pastas em que organizou, por temas, seus papéis, Paulo destinou duas a assuntos de futebol, e nelas colecionou recortes de jornal, boa quantidade deles sobre o mítico camisa 7 do Botafogo.

“Garrincha é como Rimbaud: gênio em estado nascente”, escreveu ele na crônica “Mané Garrincha”. Seu entusiasmo era tamanho que em 1953, bem antes de as pernas tortas de Garrincha ganharem o mundo, publicou artigo na Revista da Semana instando o técnico a convocar o jogador com fama de “doidinho” para disputar a Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Zezé Moreira, no comando da seleção brasileira, fez ouvidos moucos e acabou voltando pra casa depois de engolir a derrota no jogo contra a Hungria.

Mas Paulo Mendes Campos não desanimava na campanha, e na crônica “Botafogo dos Botafogos” escrevia:

Eu vos conjuro, botafoguenses de todo o Brasil, a comparecer ao Maracanã; para o que der e vier; aquele é o Garrincha, ei-lo que vem como um cabrito montês, saltando os obstáculos; eis que entra na área adversária, causando um pânico formidável.

Teve de esperar mais quatro anos para ver, na copa seguinte, em 1958, Garrincha ostentar o número 11 nas costas e trazer, da Suécia, o primeiro título de campeão mundial. Mas não tinha sido fácil para o jogador ser integrado ao time de Feola – justifica Paulo na crônica “Garrincha”:

Em 1958, vai no selecionado, mas como reserva de Joel, jogador da particular confiança técnica de Feola. Apesar de ter feito misérias no jogo amistoso contra o Fiorentina, apesar de estar na cara o milagre de seu futebol, Mané ficou na cerca até o momento em que três pessoas mudaram seu destino. E o nosso Didi, Nilton e Belini conseguiram convencer os dirigentes que o Brasil não venceria a Rússia sem Garrincha. O resto todo mundo sabe.

Imagine-se com que arrebatamento Paulo Mendes Campos quis fazer uma biografia de Garrincha logo depois da conquista da taça. Aproximou-se do jogador, entrevistou-o. O agora ídolo nacional marcava almoços, desmarcava, e o futuro biógrafo, frustrado por não conseguir acompanhar o ritmo do “maior driblador da história do futebol”, dizia ele, recuou: “Eu não tinha saúde para marcá-lo”. Deixou a tarefa para Ruy Castro, que anos depois escreveria Estrela solitária.

É preciso passar a palavra de vez a Paulo Mendes Campos, autor desta magnífica e sucinta análise psicológica de Mané na mesma crônica aqui mencionada. O texto, aliás, foi publicado dentro de uma reportagem maior na revista Diners, em 1968. com o título “Garrincha na cerca: o que é que nós temos com isso”. O texto original, mais curto, do qual se reproduz o parágrafo a seguir, seria incluído no livro O gol é necessário:

Era a própria candura. Todo mundo, em todas as profissões e fora das profissões, sonha com a candura como um bem supremo. Mas somente Mané Garrincha e uns poucos ungidos nasceram e cresceram com essa proeza, com essa espontaneidade inalterável. Nunca houve homem famoso menos mascarado, menos cônscio de sua importância. Algumas pessoas, à custa de autodomínio, conseguem isso. Mas a Garrincha não custava nada. Ele era desimportante sem saber que o era. E era também perfeitamente espontâneo – e isso é ainda mais raro de se achar – ao receber alegremente a glória e o carinho do povo. Cândido mas não ingênuo. Pelo contrário, Mané é, antes de tudo, um astuto. Dentro e fora do campo. A qualidade ardilosa de sua inteligência – tão comum, aliás, em nosso homem do interior – pode ser imediatamente notada em um detalhe: Mané fala errado, à maneira do homem da roça, de propósito, por astúcia, porque se tentasse falar corretamente cometeria erros involuntários.

* Elvia Bezerra é coordenadora de literatura do IMS e Julia Menezes é arquivista na Reserva Técnica Literária.

Fonte: https://blogdoims.com.br/garrincha-o-rimbaud-do-futebol-por-elvia-bezerra-e-julia-menezes/

Pompéia, o goleiro voador - a arte no gol



Imagem: Arquivo Público do estado de São Paulo. Memória Pública - Jornal Última Hora.

POMPÉIA (América FC), campeão carioca de 1960, o goleiro que o editor do Mundo Botafogo mais apreciou na sua infância a seguir ao inultrapassável Manga, bicampeão carioca de 1961-1962. O ‘goleiro voador’ ou o ‘goleiro das pontes’ era arte pura à frente das redes e da baliza, dando plasticidade artística à defesa tantas vezes menorizada pelos adeptos centrados nos passes dos armadores e nos gols dos atacantes.

Voz de André Rizek: Botafogo, a grande vitória do futebol brasileiro

«Gente, o Botafogo ganhou com autoridade de um dos líderes do Campeonato Argentino, foi a grande vitória do futebol brasileiro neste ano. (…) Essas mensagens [enviadas para o programa televisivo de Rizek] mostram muito do sentimento do botafoguense, que acha que o time dele é tratado com menos carinho do que os demais. E eu acho que isso acontece muitas vezes mesmo. Pelo momento atual do Botafogo, de uma vida mais modesta do que aquela que ele já teve, de conquistas. Mas o clube continua com o tamanho lá em cima, sendo o gigante que é.» - André Rizek, jornalista desportivo.

Série: Coisas & Loisas (284)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Just Fontaine no Botafogo…

O francês Just Fontaine é o maior artilheiro de uma Copa do Mundo ao assinalar 13 gols na fase final em 1958, no primeiro Mundial ganho pelo Brasil.

Entrevistado por SporTV, reiterou o que já se sabia há anos no que respeita a ter despertado o interesse do Botafogo:

Ainda me sinto um garoto. Tudo vai muito bem. E lembro de tudo como se fosse ontem. Em 1959, um ano depois de eu ter vivido meu auge na Copa da Suécia, o Botafogo ligou para o presidente do Reims porque queria contratar-me.  A transferência, infelizmente, não aconteceu porque Kopa (um dos grandes craques da equipe) já havia saído alguns anos antes para Real Madrid. E o presidente não queria que outro atacante da equipe saísse. Tanto que eu tinha um contrato de três anos, assinado. Nesse período de “indecisão”, já em 1960, quebrei minha perna (dupla fratura na perna direita) e não pude seguir com a minha carreira depois. Eu gostaria muito de ter jogado no Brasil porque adoro o futebol brasileiro.

Breve biografia de Fontaine:

Just Fontaine nasceu em Marrocos, na cidade de Marraquexe, então colônia francesa, no dia 18 de agosto de 1933 (possui atualmente 85 anos de idade), sendo um atacante veloz, dono de dribles curtos, chutes certeiros e, embora não fosse muito alto (1,74m), tinha um ótimo cabeceio.

Fontaine foi um dos mais importantes futebolistas franceses e a Federação Francesa de Futebol elegeu-o, em 2005, como o maior futebolista francês dos últimos 50 anos (1955-2005). O maior artilheiro de uma Copa do Mundo explica assim o seu ‘segredo’:

– “O segredo? Com a bola nos pés eu só tinha olhos para o gol.”

Questionado em 2009, ainda no limiar da retumbante ‘Era CR7 / Messi’, sobre o melhor ‘onze’ de todos os tempos, Just Fontaine fez a sua escolha organizando a equipe no clássico 3-4-3 (WM):

Yashin;
Nilton Santos, Maldini e Beckenbauer;
Bobby Moore, Bossic, Platini e Cruyff;
Pelé, Di Stéfano e Garrincha.

Discreto e com absoluto domínio da razão, Just Fontaine não se incluía nos ‘deuses do futebol’. Dizia que vinha a seguir… provavelmente no lote de Kócsis, Puskás, Didi, Eusébio, Bobby Charlton, Van Basten, George Best, Maradona, Zidane, Ronaldo e outros.

Pesquisa de Ruy Moura (editor do blogue Mundo Botafogo) sugerida pelo amigo José Carlos Milito.

Tatuagens (84)

Mídia e Carnaval: a construção do mito Isabel Valença, a Chica da Silva do GRES Acadêmicos do Salgueiro

por GUILHERME JOSÉ MOTTA FARIA
Doutorado em História
Revista Mosaico – Ano 4 – Edição 2014 – Excertos das páginas 78 e 86

A força das mulheres do Salgueiro

Os papeis desempenhados pelas mulheres, tanto nos desfiles, quanto no cotidiano do ciclo anual carnavalesco do GRES Salgueiro sempre foram relevantes. Por sua atuação, as mulheres salgueirenses despertaram o interesse da imprensa e a resposta calorosa do público. Isabel Valença, As Irmãs Marinho, Paula, Narcisa e Mercedes Batista foram figuras destacadas na história da agremiação e era grande a expectativa de suas performances quando a escola despontava na avenida.

Entre elas, uma conquistou um espaço maior na memória dos antigos integrantes e, sobretudo, na imprensa, não por sua presença exuberante nos desfiles, mas também por representar um símbolo de quebra de barreiras e preconceitos sociais. Dessa forma, Isabel Valença, aclamada no carnaval carioca como a eterna “Chica da Silva” se perpetuou no seleto grupo de agentes sociais que transcenderam o espaço do noticiário anual sendo içada ao posto de ícone do carnaval carioca.

Mas, quem foi Isabel Valença? Qual a sua história e trajetória? Porque ela se tornou um dos símbolos maiores da escola de samba GRES Salgueiro e o posto eternizado de destaque de carnaval? Por que a lembrança de sua presença é ainda evocada pelos  antigos sambistas da escola? O jornalista Julio César de Barros, narrou assim a trajetória de  Isabel Valença:

20 anos morria Isabel Valença. Um mito entre os destaques carnavalescos e campeã em desfile de fantasia do Teatro Municipal, no Rio, ela ficou marcada como a mais perfeita Chica da Silva que pisou o asfalto durante o Carnaval. Isso em 1963, num tempo em que não se recrutavam destaques entre os famosos da TV. Tempo em que os destaques saiam no chão, desfilando entre passistas e alas de evolução e não sobre carros alegóricos. A mulata era bonita, tinha personalidade e era a mulher do homem forte do Salgueiro, Osmar Valença. (http://veja.abril.com.br)

O jornalista carioca Claudio Vieira foi citado por Barros para apresentar como foi impactante o desfile do Salgueiro e a performance de Isabel Valença como a personagem título do enredo, Chica da Silva.

“O Salgueiro investira 40 milhões e 200 mil cruzeiros naquele desfile. a fantasia de Chica da Silva, usada por Isabel Valença, custara 1 milhão e 300 mil. A peruca, criação de Paulo Carias, media um metro e dez de altura, ornada de pérolas. A roupa tinha uma cauda de sete metros de comprimento e anáguas com armação de aço, quando o normal seria arame.  Chica seria representada pela atriz Zélia Hoffman, famosa vencedora de concursos de fantasias do Teatro Municipal. [...]. (Ibid, id.)

A análise de Barros corroborou com o consenso criado em torno de Isabel Valença e seguiu narrando episódios onde esse efeito tornou-se geral, expandindo das classes sociais de onde Isabel fazia parte até as esferas de nobreza dos países europeus.  Julio exaltou a trajetória de Isabel Valença, que inevitavelmente estabelece paralelos com a história da sua personagem Chica da  Silva.

Assim, a sambista e a personagem se fundiram numa só lenda carnavalesca. Ao ponto de Isabel ser convidada para, vestida de Chica da Silva, participar da recepção a Lord Moutbatten, o bisneto da Rainha Vitória, que visitava o país. (Ibid.id)

Nota: o editor do Mundo Botafogo é adepto do Acadêmicos do Salgueiro desde que Isabel Valença desempenhou o papel de Chica da Silva.

Série: Coisas & Loisas (283)

domingo, 24 de fevereiro de 2019

Botafogo 1x1 Vasco da Gama vs otuneveneB 1x1 Benevenuto

Imagem: Marcelo Gonçalves/Photo Premium/Lancepress!

O que me intriga há pelo menos duas décadas é a profunda irregularidade de desempenho futebolístico dos clubes brasileiros: sublimes no 1º tempo, inexistentes no 2º tempo; sublimes num jogo, inexistentes no jogo seguinte; sublimes na conquista de bi (Cruzeiro) ou de tricampeonato brasileiro (São Paulo), sumidos nos anos seguintes.

Para não fazer exceção à regra, assim é o nosso clube: uma Taça Guanabara infeliz, até nos jogos em casa, seguida de um desempenho notável na Copa Sul-americana; um 1º tempo inexistente na estreia da Taça Rio e um 2º tempo suficiente para termos vencido se a definição em frente à baliza adversária tivesse sido apurada.

Em suma, o Botafogo não entrou em campo no 1º tempo e o Vasco poderia ter resolvido o jogo pelo menos com um 2x0. Não o fez, deixou para o 2º tempo e, aí, sumiu o Vasco e reapareceu o Botafogo, com muitas chances de gol em jogadas razoavelmente bem arquitetadas.

Benevenuto foi a figura do jogo: de bandeja, deixou Pikachu completamente livre para inaugurar o marcador no 1º tempo e, com um cabeceio certeiro numa bola sobrevoando a área vascaína em velocidade, empatou a partida: otuneveneB 1x1 Benevenuto.

Tendo em atenção que se afigura termos assegurda a manutenção na 1ª divisão do campeonato carioca, considerando os desempenhos atuais – após um início absurdo e abusivo por parte da comissão técnica e dos jogadores –, aceita-se o empate partindo-se do princípio de que os jogos contra outras equipes mais fracas são para vencer.

Tendo ainda em atenção que o campeonato carioca é pouco atrativo, considero que a aposta deve centrar-se na Copa do Brasil e que, por isso, não vou condenar Zé Ricardo por ter poupado alguns jogadores contra o Cuiabá – convém não facilitarmos como nos anos anteriores.

E se acaso formos à final da Taça Rio, ainda melhor.

Se mantivermos Gatito, Alex Santana, Erik, Jonathan, João Paulo e Gabriel, nos livrarmos de Gilson, Marcinho e Kieza, se aceitarmos os demais e fizermos duas contratações cirúrgicas, podemos ter um ano mais tranquilo do que em 2018.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x1 Vasco da Gama
» Gols: Marcelo Benevenuto, aos 53’ (Botafogo); Yago Pikachu, aos 6' (Vasco da Gama)
» Competição: Campeonato Carioca
» Data: 23.02.2019
» Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 9.002 pagantes
» Renda: R$ 288.838,00
» Árbitro: Grazianni Maciel Rocha (RJ); Assistentes: Jackson L. M. dos Santos (RJ) e Wagner Almeida Santos (RJ)
» Disciplina: cartão amarelo – Marcelo Benevenuto e Erik (Botafogo) e Maxi López (Vasco da Gama)
» Botafogo: Gatito, Marcinho, Marcelo Benevenuto, Gabriel e Gilson; Jean (Gustavo Bochecha), Alan Santos (Gustavo Ferrareis), Rickson (Wenderson) e Leonardo Valencia; Erik e Luiz Fernando. Técnico: Zé Ricardo.
» Vasco da Gama: Fernando Miguel, Cáceres, Werley, Leandro Castan e Danilo Barcelos; Raul (Andrey), Lucas Mineiro e Bruno César; Yago Pikachu, Rossi (Lucas Santos) e Maxi López (Ribamar). Técnico: Alberto Valentim.

Paulo Azeredo: excelência de gestão, expansão do clube e regresso de Didi

por REVISTA DO ESPORTE | 1960 (respeitando a ortografia da época) « Em seu escritório da Rua do Carmo, o presidente Paulo Azeredo foi lo...