sexta-feira, 31 de julho de 2020

Tsunami no Botafogo de Futebol e Regatas: nasce a Associação BotAFOGADA de Futebol e Calinadas; ou… a triste crônica de um botafoguense apaixonado

por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo

E aí está confirmado o fim do basquete, e do centenário ‘clube multidesportivo’. Finalmente ganharam os defensores do ‘clube monodesportivo’ Botafogo de Futebol e Regatas, se é que ganharão alguma coisa…

Há três dias, na crônica O ‘estado da nação’ botafoguense, delineou-se o caminho que se afigura terrível para as glórias desportivas do Botafogo: o remo hexacampeão da Estrela Solitária levou uma trombada da diretoria há um ano e meio, que destruiu a hegemonia do melhor remo do Brasil; o voleibol campeão da Superliga B foi suprimido; a natação completamente afundada; o futsal e o futebol de 7 abandonados; o polo aquático tetracampeão sul-americano na Colômbia exclusivamente financiado por amigos e familiares dos atletas; e finalmente o basquetebol campeão sul-americano extinto no ano em que disputaria a Liga dos Campeões Sul-americanos.

Seremos ainda menos do que foi o Botafogo Football Club, que gradualmente se tornou um clube multidesportivo entre 1904 e 1942 ao dedicar-se ao atletismo, basquetebol, ciclismo, esgrima, xadrez…

Tal como eu silenciosamente temia desde que no último ano e meio uns quantos dirigentes decidiram deixar cair o remo, liquidar o voleibol e ansiavam por extinguir o basquetebol. E… o que sobra?!?!?!?!.... Futebol… futebol… futebol… a monocórdica modalidade do futebol… que caiu ao seu mais baixo nível de sempre com a pior diretoria de sempre – a diretoria que me faz enraivecer ao rubro e temer pelos meus sentimentos desportivos.

E a situação atual de pandemia não é desculpa: a aniquilação das modalidades começou muito antes, o ‘buraco’ financeiro nunca foi resolvido, mas agravado, e de repente o Botafogo está à beira da insolvência agarrado a um único plano – o Botafogo S/A – que, se falhar, leva ao fecho de portas – porque a reduzida inteligência e a nula visão dos seus mandantes são fatores bloqueadores da elaboração de qualquer plano B.

Só falta mesmo, depois de um claro abandono dos funcionários à sua sorte, demitirem-nos.

É a visão pequenininha de soluções – sempre perniciosas – pela redução da diversidade e na senda dos defensores do futebol como única modalidade desportiva que hoje faz reinado no ex-Botafogo de Futebol e Regatas, a maior paixão pública da minha vida.

Diz-se que eu também fui ‘escolhido’ como todos os botafoguenses foram, mas agora sinto-me profundamente ferido e escorraçado do meu Botafogo multidesportivo – paz à sua alma.

PS: Notícia de hoje: “Atletas das categorias de base do vôlei do Botafogo e seus pais começaram a promover, nesta quarta-feira, uma vaquinha para arrecadar fundos e comprar desde material esportivo, passagens para os atletas e até mesmo álcool em gel. […] Em 2019, os times das categorias de base do Botafogo conquistaram seis títulos.” A notícia que envergonha está publicada em https://conexaocapixaba.com.br

Série: diversões esquisitas (08)

Sara Souza

Série: antigas profissões (115)

Recolha de palha para animais
__ FIM DE SÉRIE __

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Os meus Botafogo’s de todos os tempos

por PEDRO VARANDA
Colaborador do Mundo Botafogo

O MEU BOTAFOGO DE TODOS OS TEMPOS

01. Manga – 442 jogos e 396 gols sofridos (1959 a 1968).
04. Marinho Chagas – 183 jogos e 40 gols (1972 a 1977).
02. Mauro Galvão – 115 jogos e 1 gol (1988 a 1990).
03. Leônidas – 246 jogos e 1 gol (1966 a 1971).
06. Nílton Santos – 721 jogos e 11 gols (1948 a 1964).
05. Gérson Canhotinha de Ouro – 247 jogos e 96 gols (1963 a 1969).
08. Didi – 314 jogos e 116 gols (1956 a 1959, 1960 a 1962 e 1964 a 1965).
07. Garrincha* – 611 jogos e 243 gols (1953 a 1965).
09. Amarildo – 232 jogos e 134 gols (1958 a 1963).
10. Jairzinho – 412 jogos e 188 gols (1962 a 1974 e 1981).
11. Quarentinha – 438 jogos e 298 gols (1954 a 1956, 1957 a 1964).
Técnico: Mário Jorge Lobo Zagallo, 370 jogos.

* Falta confirmar se jogou em 11-03-1956, nas estréia de Didi.

O MEU BOTAFOGO DO SÉCULO 21

01. Jefferson – 456 jogos e 514 gols sofridos (2003 a 2005 e 2009 a 2018).
02. Bolívar – 95 jogos e 8 gols (2013 a 2014).
05. Scheidt – 106 jogos e 2 gols (2004 a 2006).
03. Dória – 92 jogos e 5 gols (2012 a 2014).
04. Túlio – 236 jogos e 21 gols (2003 a 2005 e 2007 a 2008).
08. Marcelo Mattos – 178 jogos e 2 gols (2010 a 2015).
10. Seedorf – 81 jogos e 24 gols (2012 a 2013).
11. Lodeiro – 85 jogos e 17 gols (2012 a 2014).
17. Herrera – 142 jogos e 51 gols (2010 a 2012).
13. Loco Abreu – 107 jogos e 63 gols (2010 a 2012).
09. Dodô – 124 jogos e 90 gols (2001 a 2002 e 2006 a 2007).
Técnico: Joel Santana.

ALGUMAS OUTRAS EQUIPES DO BOTAFOGO DE TODOS OS TEMPOS

01. Wagner – 410 jogos e 507 gols sofridos (1993 a 2002).
04. Josimar – 305 jogos e 13 gols (1982 a 1989) [depois 14. Paulistinha – 318 jogos e 6 gols (1958 a 1969)].
02. Wilson Gottardo – 354 jogos e 13 gols (1987 a 1990 e 1994 a 1996).
03. Gonçalves – 194 jogos e 11 gols (1989 a 1990 e 1995 a 1998).
06. Rildo – 298 jogos e 3 gols (1961 a 1966 e 1972).
05. Carlos Roberto – 440 jogos e 15 gols (1967 a 1976).
08. Paulo Cézar Caju – 263 jogos e 81 gols (1967 a 1971 e 1977 a 1978).
07. Maurício – 110 jogos e 23 gols (1986 a 1989) [depois 17. Rogério – 197 jogos e 30 gols (1966 a 1971 e 1974 a 1976)].
09. Paulinho Valentim – 206 jogos e 135 gols (1956 a 1960) [depois 19. Paulinho Criciúma – 117 jogos e 38 gols (1988 a 1990)].
10. Túlio Maravilha – 223 jogos e 159 gols (1994 a 1996, 1998 e 2000).
11. Roberto Miranda – 350 jogos e 155 gols (1962 a 1973).
Técnico: João Saldanha, 160 jogos.

01. Victor – 80 jogos e 113 gols sofridos (1931 a 1935 e 1940) [depois 12. Osvaldo Baliza – 258 jogos e 400 gols sofridos (1944 a 1952)].
02. Benedicto – 136 jogos e 30 gols (1928 a 1932).
03. Nariz – 166 jogos e nenhum gol (1934 a 1941).
04. Zezé Procópio – 107 jogos e 1 gol (1938 a 1942).
05. Martim – 227 jogos e 20 gols (1929 a 1932 e 1934 a 1940) [depois 15. Geninho – 425 jogos e 115 gols (1940 a 1954)].
06. Canalli – 269 jogos e 9 gols (1929 a 1940).
07. Paraguaio – 142 jogos e 45 gols (1948 a 1953) [depois 17. Álvaro – 217 partidas e 64 gols (1929 a 1932 e 1934 a 1940)].
08. Heleno de Freitas – 235 jogos e 209 gols (1939 a 1948).
09. Carvalho Leite – 303 jogos e 262 gols (1929 a 1942).
10. Nilo Murtinho – 201 jogos e 190 gols (1919 a 1921, 1923, 1927 a 1937).
11. Patesko – 243 jogos e 102 gols (1934 a 1943).
Técnico: Carlito Rocha, 120 jogos [Computado apenas de 1935 a 1939].

01. Álvaro Werneck – 56 jogos e 77 gols sofridos (1904 a 1909 e 1911 a 1914).
02. Raul Rodrigues – 30 jogos e 3 gols (1906 a 1909).
03. Octávio Werneck – 45 jogos e nenhum gol (1904 a 1909).
04. Rolando de Lamare – 122 jogos e 15 gols (1905 a 1917).
05. Lulú Rocha – 83 jogos e 17 gols (1906 a 1916).
06. Edgard Pullen – 54 jogos e nenhum gol (1905, 1908*, 1909-1910, 1912-1913 e 1916-1917).
07. Emmanuel Sodré – 58 jogos e 13gols (1906 a 1912).
08. Flávio Ramos – 52 jogos e 58 gols (1904 a 1911 e 1913).
09. Abelardo de Lamare – 44 jogos e 66 gols (1908 a 1915 e 1919).
10. Mimi Sodré – 75 jogos e 49 gols (1908 a 1916 e 1922).
11. Lauro Sodré – 57 jogos e 5 gols (1909 a 1915).

* Atuou emprestado pelo Paysandu CC em um jogo.

Série: Coisas & Loisas (432)

Torcedora Gloriosa

Série: antigas profissões (114)

Vinho e vinagre ao domicílio

quarta-feira, 29 de julho de 2020

A encruzilhada botafoguense

por LETÍCIA MARCOLAN & MARCUS VINICIUS COSTA LAGE
Graduanda em História pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais | Doutor em História pela Universidade Federal de Minas Gerais | Ambos participam do Núcleo de Estudos sobre Futebol, Linguagem e Artes da UFMG e do Grupo de Estudos e Pesquisa Memória FC

Recentemente o PVC, renomado comentarista de futebol da SporTV, usou uma pesquisa da Ibope Repucom, e a fala do diretor da empresa, para sustentar a tese de que o Glorioso alvinegro carioca está diante de uma encruzilhada. Se ele voltar a ganhar, sua torcida “rejuvenesce” e ele se agiganta. Caso contrário, ele põe tudo a perder e se apequena, tornando-se, quem sabe, um América do Rio.

A base argumentativa de PVC e de seus interlocutores era a seguinte: “dentre os 12 grandes” do Brasil, o Fogão é o clube com o maior número de torcedores mistos. Aqueles que torcem pra mais de um time. De acordo com eles, a cada dez botafoguenses, quatro também torcem pra outro time. Aliás, é mais do que isso: de cada dez torcedores alvinegros, dois são Flamengo e um ou outro é Vasco.

De fato, esses números não são nem um pouco alvissareiros para as pretensões botafoguenses. Quem tem mais simpatizantes que rivais, ou um grande número de simpatizantes entre aqueles que deveriam ser rivais, corre o risco de ver seu séquito minguar ao sabor dos resultados. Para o torcedor misto, se seu time não lhe satisfaz, ele vai logo correndo pro amante. Se ele ganha eventualmente, ele vira, quando muito, o queridinho do povo. Um clube simpático, bem quisto por todos, inofensivo, que não faz mal a ninguém.

E como, nos últimos anos, a vida do Glorioso alvinegro vem sendo mais marcada por duras perdas, dentro e fora de campo, paulatinamente ele tem se tornado o segundo time de coração de muitos torcedores. Só pra relembrar, desde os anos 1970 ele viveu vinte longos anos sem grandes conquistas, perdeu sua sede social e seu estádio por conta de dívidas fiscais, foi rebaixado duas vezes para a segundona do Brasileiro nas duas últimas décadas (2002 e 2014) e se habituou a jogar a Série A pra não cair. Os títulos de expressão, bastante efêmeros, como o da Copa Conmebol de 1993 e o Brasileiro de 1995.

Não por coincidência, o Botafogo chega a essa nova década do século XXI em uma posição meio indefinida, que, em alguns aspectos, muito se aproxima do caso athleticano que trabalhamos em nosso último texto. Muitos simpatizantes, crises político-administrativas recorrentes e, no último ranking de pontuação acumulada do Brasileirão construído pelo Uol, ocupou a 12ª posição; ou seja,  ele ficou no “limite” dos “12 grandes” (o Athletico, por exemplo, ficou no décimo lugar).

Mas será que esses argumentos fazem mesmo sentido? Será que essa leitura não seria  apenas um pretexto para que alguns defendam a inclusão de novos clubes, como o Athletico, no rol dos grandes? Ou não seria este um discurso sustentado por grupos políticos do Botafogo interessados em modificar seu modelo de gestão? Afinal de contas, o diretor da Ibope Repucom, botafoguense esperançoso na volta dos títulos, acredita que o “início da transformação” do clube passa pelo “nascimento” do “Botafogo S/A”. Será que o “velho” Botafogo não cabe mais no “futebol moderno”, dos clubes-empresas?

Se o Botafogo corre ou não o risco de se apequenar – se é que isso é possível – só o tempo dirá. De todo modo, acreditamos que ele está longe de ser um clube pequeno. De acordo com as últimas pesquisas Datafolha e Lance!, ele faz parte dos 20 clubes mais populares do país. No plano nacional, ele está ao lado de Bahia, Fluminense, Sport, Santa Cruz, Fortaleza, Vitória e Ceará, com cerca de 1% de torcedores no país. Enquanto no Rio ele fica em quarto lugar com quase 13%.

Marcas que estão longe de serem inexpressivas e que, provavelmente, se explicam pelo seu passado glorioso. A ponto da Fifa reconhecê-lo, no início dos anos 2000, como um dos maiores daquele século. E não é pra menos.

Até hoje o Botafogo é o clube que mais cedeu jogadores para a Seleção. Depois de conquistar o tetracampeonato carioca nos anos 1932, 1933, 1934 e 1935, seu time serviu de base para as seleções brasileiras nas copas da década de 1930. Em 1934 foram nove e em 1938 cinco. Mas seria mesmo no fim da década de 1950 que o clube revelou sua principal jóia: Mané Garrincha, que ao lado dos companheiros de clube, Nilton Santos, Didi e Zagallo ajudaram a Seleção Brasileira a conquistar sua primeira Copa do Mundo em 1958. Na Copa de 1962 o “gênio das pernas tortas” comandou a Seleção rumo ao bicampeonato mundial. Com ele, mais quatro jogadores do Botafogo: Nílton Santos, Didi, Zagallo e Amarildo. Também no início da década 1960, o Botafogo de Mané foi bicampeão carioca (1961 e 1962) e conquistou dois torneios Rio-São Paulo (1962 e 1964). Não seria, portanto, um exagero dizermos que o Botafogo será, eternamente, o time que revelou Garrincha e seu venerado “futebol-arte” para o mundo.

Mesmo com o fim precoce de sua carreira, o Glorioso continuou revelando craques que conquistaram novamente um bicampeonato carioca em 1967 e 1968, além da Taça Brasil de 1968. Mais uma vez o clube da estrela solitária torna-se base da Seleção Brasileira, campeã do mundo em 1970 com os craques botafoguenses Jairzinho, o “Furacão da Copa”, Paulo Cézar Caju e Roberto Miranda.

Talvez seja esse passado que, ainda hoje, permita ao Botafogo viver alguns momentos espetaculares, mesmo que efêmeros, como a campanha que lhe garantiu o quarto lugar no Brasileirão de 2013, as participações na Libertadores de 2014 e 2017 e a contratação de estrelas do quilate de Seedorf, Honda e Kalou. E que lhe possibilitaram administrador o moderno e grandioso estádio olímpico de Engenho de Dentro, que, carinhosamente, foi rebatizado com o nome de um dos maiores ídolos de sua história.

Trocando miúdos, o Botafogo é, sem dúvida, um dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro. Sua história é vitoriosa, especialmente no século passado, e sua torcida ainda deve ser considerada como uma das maiores do país. Talvez seu principal desafio, para ver de vez afastada as especulações em relação à sua grandeza, seja voltar a conquistar títulos. […]

Série: diversões esquisitas (07)

Torcedora Gloriosa

Série: antigas profissões (113)

Trabalhadores de pisa da uva

terça-feira, 28 de julho de 2020

1926: Taça Marechal Cantuária

por PEDRO VARANDA
Colaborador do Mundo Botafogo

O Botafogo conquistou a Taça Marechal Cantuária em jogo amistoso contra o SC Internacional. Eis a ficha técnica do jogo:

BOTAFOGO 6x1 SC INTERNACIONAL
» Gols: ?
» Competição: Amistoso
» Data: 22.07.1926
» Local: Raiz da Serra, em Petrópolis
» Botafogo: Ribas; Allemão e Otacílio; Lolô, Aragão e Surica; Maciel, Alkindar, Ariza, Neco e Claudionor.
» Internacional: ?

Fonte: O Futebol no Botafogo, Alceu Mendes de Oliveira Castro.

Série: Coisas & Loisas (431)

Torcedora Gloriosa

Série: antigas profissões (112)

Trabalhadores de lagar

segunda-feira, 27 de julho de 2020

O ‘estado da nação’ botafoguense

por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo

O Futebol está como está. Ou melhor, não sabemos exatamente como está. Como vai ser. Se vai realmente ser. Destruído nos últimos dez anos (2009-2019) por incompetência de uns, oportunismo de outros e sabe-se lá que mais, continuamos na expectativa do que virá a ser.

Quanto às modalidades ditas ‘olímpicas’ ou ‘amadoras’, o desastre é completo, o relapso da diretoria é absolutamente inqualificável, as omissões dos órgãos sociais são catastróficas na condução do Clube.

Confesso-me muito desgastado com tudo isso, mas ainda ganhei alento para umas breves linhas, para que fique registrado no futuro que há torcedores do Botafogo que consideram inadmissível, irresponsável e antidesportivo a condenação feita às nossas Gloriosas modalidades que tantas alegrias nos deram.

Remo
Após seis títulos de campeão nacional e seis títulos de campeão estadual entre 2010 e 2018, eis que a diretoria tira o tapete ao remo provocando uma debandada de remadores para o Flamengo, que assim regressou aos títulos e se sagrou campeão brasileiro e carioca em 2019. Diretoria muda e queda sobre a situação.

Voleibol
Após sermos campeões da segunda divisão e acedermos à primeira divisão com uma boa e promissora equipe, eis que a diretoria encerrou subitamente o projeto voleibol e abandonou os atletas à sua sorte. Diretoria muda e queda.

Polo Aquático
Os tricampeões sul-americanos, que sobrevivem dos esforços fantásticos da direção do departamento, eis que tiveram que obter financiamento da família e amigos para se deslocarem à Colômbia e se sagrarem tetracampeões sul-americanos de polo aquático, enquanto a diretoria se manteve – e assim continua – muda e queda.

Natação
Há uma década no topo do ranking nacional, as sucessivas diretorias degradaram a natação que, atualmente, não conquista sequer uma medalha de ouro individual a nível nacional. Diretoria muda e queda.

Basquetebol
O basquetebol ganhou o campeonato carioca, foi campeão da Liga de Ouro, fez duas boas colocações no NBB e sagrou-se campeão da Liga Sul-americana, e eis que vê agora Gláucio Cruz e Alexandre Brito, os únicos dirigentes que acreditaram realmente basquete, demitirem-se após enorme desgaste com a diretoria, cumprindo até ao fim os seus compromissos e tendo tudo encaminhado para que o basquete se reforce para o Campeonato Sul-americano de Basquete – para o qual nos classificamos – sem que haja entendimento para uma solução na próxima temporada. Renascemos no cenário nacional, mas o futuro é incerto. E a diretoria muda e queda.

Seria a decisão mais incoerente acabar com o projeto. Começamos do zero, ganhamos Cariocão, Liga Ouro, passamos muito bem por duas edições do NBB, fomos campeões da Liga Sul-americana e estamos na champions. Vamos aguardar.” – Léo Figueiró, técnico do Botafogo.

Até ao final do ano o Flamengo vai receber uma transferência bancária de mais de R$ 5,8 milhões para bancar profissionais de comissões técnicas de suas equipes ‘olímpicas’. O dinheiro, originário da Lei Agnelo/Piva, também estava disponível para outros clubes, entre os quais o Botafogo, que nem sequer concorreu porque não tinha a documentação necessária.

O Grande Clube Social que foi o Botafogo desde 1894, 1904 e 1942, parece fadado a desaparecer gradualmente, guardando melancolicamente nas suas galerias os inúmeros troféus de campeão mundial de futebol de 7, campeão sul-americano de atletismo, basquetebol, futebol de 7, polo aquático e voleibol, campeão brasileiro de atletismo, basquetebol, futebol de areia, futsal, futvôlei, natação, polo aquático e voleibol. Entre outras modalidades menos preferidas pelos adeptos do desporto.

Além do futebol, é inadmissível que o Clube Social perca a sua capacidade competitiva habitual nas principais modalidades onde brilhou intensamente, sobretudo basquetebol, natação, polo aquático, remo e voleibol.

É o mínimo que se pode exigir a um clube que se vangloria de ser o mais antigo clube multiesportivo do Brasil.

Se o caminho não mudar, sobrará apenas o futebol, se sobrar…

PS: Deve-se realçar que pelo menos o Remo, o Basquete e o Vôlei tinham receitas próprias, quer privadas quer através de subsídios oficiais. 

Série: diversões esquisitas (06)

Jovem Guerreiro


Série: antigas profissões (111)

Trabalhadoras na vindima

domingo, 26 de julho de 2020

Botafogo 0x1 Fluminense - amistoso da solidariedade

por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo

Tratava-se de um Amistoso, uma espécie de treinos das duas equipes para darem minutos às pernas dos atletas e ao seu entrosamento como equipe.

Nessas circunstâncias, o encontro terá sido benéfico e a movimentação teve diversos momentos animados, embora com defeitos técnicos evidentes. O Botafogo foi melhor que o Fluminense, criou as melhores oportunidades, mas, como diz o povo, “jogou como nunca e perdeu como sempre”.

Gols perdidos por frouxidão clara dos avançados. Por exemplo, o toque de Guilherme Santos para a meta foi tão lento que acabou por o Fluminense evitar o gol quase certo em cima da linha, ou o absurdo de um pênalti que não foi defendido pelo goleiro, não bateu na trave, antes tinha a direção da lua… E na sequência o Fluminense marcou com oportunidade um belo gol e… ganhou o desafio!

Porque raio Autuori não definiu que pênaltis devem ser cobrados pelo experiente Honda e ponto final?... Porque razão Honda não cobra faltas perto da área se fez tantos gols na Europa em cobrança de faltas jogando em grandes equipes?...  Barrandeguy e Cícero cobrando faltas antes de Honda?!... Porque razão Honda joga recuado se certamente seria mais eficaz próximo da área?...

E quanto a modelo de jogo, tudo continua por clarificar. Contra a Cabofriense, sem Autuori, foram seis gols, contra Portuguesa e Fluminense, com Autuori, foram zero gols em três jogos. Autuori não acrescenta, não tem capacidade de dar ‘chicotadas’ táticas durante o jogo, substitui mal e tardiamente, além de escalar mal e ‘amarrar’ excessivamente alguns jogadores.

Continuo convicto que Autuori pode ser um bom dirigente no departamento de futebol, embora a sua típica arrogância não seja facilitadora de negociações e consensos, mas como técnico – que nunca foi de topo, aliás, apesar de alguma sorte na carreira – parece-me bastante ultrapassado.

Se há reforço necessário no Botafogo é o de um técnico atualizado, ambicioso e ousado. Os dois melhores da época passada com esses predicados eram estrangeiros e levaram as suas equipes ao 1º e 2º lugares. No futebol de hoje o técnico é metade da performance da equipe, e quem não entender isso não percebeu o que mudou desde o fim do dito futebol-arte – inaugurado por Garrincha e alguns dos seus companheiros mas praticamente enterrado desde o início deste século com um rigoroso modelo estrutural de profissionalismo prevendo e articulando todas as variáveis conducentes ao objetivo.

E, finalmente, ter em atenção que antes da equipe de futebol, antes da comissão técnica, antes do corpo de médicos, terapeutas, nutricionistas e outros, existe um departamento de futebol e uma diretoria, cujo acerto ou desacerto é a pedra de toque para o sucesso ou insucesso em campo.

PS: Creio que Paulo Autuori ainda se encontra desmotivado e zangado com a cena do futebol carioca face à pandemia, mas nem o Botafogo nem os seus torcedores têm disso culpa. A ser verdade, Autuori tem que fazer uma séria introspeção sobre o assunto e tomar uma decisão rapidamente.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x1 Fluminense
» Gols: Michel Araújo, aos 73’
» Competição: Amistoso
» Data: 25.07.2020
» Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Renda / Público: portões fechados
» Árbitro: João Ennio Sobral (RJ); Assistentes: Daniel de Oliveira Alves Pereira (RJ) e Marcus Vinicius Machado Araújo Brandão (RJ)
» Disciplina: cartão amarelo – Bruno Nazário (Botafogo); Nenê, Nino, Digão, Odair Hellmann (Fluminense)
BOTAFOGO: Gatito Fernández (Diego Cavalieri); Barrandeguy, Marcelo Benevenuto, Kanu e Guilherme Santos; Caio Alexandre (Luiz Otávio), Danilo Barcellos (Lecaros), Honda e Bruno Nazário; Luiz Fernando (Cícero) e Pedro Raul (Babi). Técnico: Paulo Autuori.
FLUMINENSE: Muriel; Lucas Calegari (Yuri), Digão, Nino e Egídio; Hudson, Yago Felipe (Paulo Henrique Ganso), Dôdi e Nenê (Michel Araújo); Marcos Paulo (Miguel) e Evanilson (Caio Paulista). Técnico: Odair Hellmann.

Série: diversões esquisitas (05)

Recordar é Viver (09)

por ANGELO ANTONIO SERAPHINI
Colaborador do Mundo Botafogo

Nossa valorosa equipe vice-campeã de basketball no longínquo ano de 1921, vendo-se, da esquerda para a direita, Oscar Petezzoni de Almeida (Francesa), Alkindar Dutra de Castilho, Theophilo Nunes, o saudo so benemérito Samuel de Oliveira, então tesoureiro do Clube, Paulo Teixeira Soares (Néco), Francisco Antunes Junior e Clovis Soares Dutra.

Série: antigas profissões (110)

Vidraceiro

sábado, 25 de julho de 2020

1917: Taça Federação Brasileira de Sociedades de Remo

por PEDRO VARANDA
Colaborador do Mundo Botafogo

O Botafogo foi galardoado com a Taça Federação Brasileira de Sociedades de Remo ao vencer o America FC durante o Festival de Remo da FBSR, em jogo realizado na Rua Paysandu. Eis a ficha técnica:

BOTAFOGO 2x0 AMERICA FC
» Gols: Waldemar Serra e Aluízio, ambos no 2° tempo
» Competição: Amistoso (Taça Federação Brasileira de Sociedades de Remo)
» Data: 29.07.1917
» Local: Rua Paysandu, Rio de Janeiro
» Árbitro: Oswaldo Gomes
» Botafogo: Abreu, Americano e Osny; Pino, Rolando de Lamare e Pollice; Mário Pinto, Aluízio, Nabuco, Vadinho e Waldemar Serra.
» America: Álvaro Cardoso, De Paiva e Paulino; Adhemar, Galdino “Nebulosa” e Paula Ramos; Oscar, Pedrinho, Gabriel de Carvalho, Arlindo e Nélson.

Notas: 1. O Bangu, tal como o Botafogo, também conquistou outra Taça FBSR ao vencer o Andarahy por 3x0 na preliminar; 2. Álvaro Cardoso (ex-atacante) passou a ser goleiro americano.

Fontes: O Paiz e Revista Botafogo, n° 229, de junho e julho de 1977.

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...