domingo, 26 de julho de 2020

Botafogo 0x1 Fluminense - amistoso da solidariedade

por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo

Tratava-se de um Amistoso, uma espécie de treinos das duas equipes para darem minutos às pernas dos atletas e ao seu entrosamento como equipe.

Nessas circunstâncias, o encontro terá sido benéfico e a movimentação teve diversos momentos animados, embora com defeitos técnicos evidentes. O Botafogo foi melhor que o Fluminense, criou as melhores oportunidades, mas, como diz o povo, “jogou como nunca e perdeu como sempre”.

Gols perdidos por frouxidão clara dos avançados. Por exemplo, o toque de Guilherme Santos para a meta foi tão lento que acabou por o Fluminense evitar o gol quase certo em cima da linha, ou o absurdo de um pênalti que não foi defendido pelo goleiro, não bateu na trave, antes tinha a direção da lua… E na sequência o Fluminense marcou com oportunidade um belo gol e… ganhou o desafio!

Porque raio Autuori não definiu que pênaltis devem ser cobrados pelo experiente Honda e ponto final?... Porque razão Honda não cobra faltas perto da área se fez tantos gols na Europa em cobrança de faltas jogando em grandes equipes?...  Barrandeguy e Cícero cobrando faltas antes de Honda?!... Porque razão Honda joga recuado se certamente seria mais eficaz próximo da área?...

E quanto a modelo de jogo, tudo continua por clarificar. Contra a Cabofriense, sem Autuori, foram seis gols, contra Portuguesa e Fluminense, com Autuori, foram zero gols em três jogos. Autuori não acrescenta, não tem capacidade de dar ‘chicotadas’ táticas durante o jogo, substitui mal e tardiamente, além de escalar mal e ‘amarrar’ excessivamente alguns jogadores.

Continuo convicto que Autuori pode ser um bom dirigente no departamento de futebol, embora a sua típica arrogância não seja facilitadora de negociações e consensos, mas como técnico – que nunca foi de topo, aliás, apesar de alguma sorte na carreira – parece-me bastante ultrapassado.

Se há reforço necessário no Botafogo é o de um técnico atualizado, ambicioso e ousado. Os dois melhores da época passada com esses predicados eram estrangeiros e levaram as suas equipes ao 1º e 2º lugares. No futebol de hoje o técnico é metade da performance da equipe, e quem não entender isso não percebeu o que mudou desde o fim do dito futebol-arte – inaugurado por Garrincha e alguns dos seus companheiros mas praticamente enterrado desde o início deste século com um rigoroso modelo estrutural de profissionalismo prevendo e articulando todas as variáveis conducentes ao objetivo.

E, finalmente, ter em atenção que antes da equipe de futebol, antes da comissão técnica, antes do corpo de médicos, terapeutas, nutricionistas e outros, existe um departamento de futebol e uma diretoria, cujo acerto ou desacerto é a pedra de toque para o sucesso ou insucesso em campo.

PS: Creio que Paulo Autuori ainda se encontra desmotivado e zangado com a cena do futebol carioca face à pandemia, mas nem o Botafogo nem os seus torcedores têm disso culpa. A ser verdade, Autuori tem que fazer uma séria introspeção sobre o assunto e tomar uma decisão rapidamente.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x1 Fluminense
» Gols: Michel Araújo, aos 73’
» Competição: Amistoso
» Data: 25.07.2020
» Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Renda / Público: portões fechados
» Árbitro: João Ennio Sobral (RJ); Assistentes: Daniel de Oliveira Alves Pereira (RJ) e Marcus Vinicius Machado Araújo Brandão (RJ)
» Disciplina: cartão amarelo – Bruno Nazário (Botafogo); Nenê, Nino, Digão, Odair Hellmann (Fluminense)
BOTAFOGO: Gatito Fernández (Diego Cavalieri); Barrandeguy, Marcelo Benevenuto, Kanu e Guilherme Santos; Caio Alexandre (Luiz Otávio), Danilo Barcellos (Lecaros), Honda e Bruno Nazário; Luiz Fernando (Cícero) e Pedro Raul (Babi). Técnico: Paulo Autuori.
FLUMINENSE: Muriel; Lucas Calegari (Yuri), Digão, Nino e Egídio; Hudson, Yago Felipe (Paulo Henrique Ganso), Dôdi e Nenê (Michel Araújo); Marcos Paulo (Miguel) e Evanilson (Caio Paulista). Técnico: Odair Hellmann.

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