por
RUY MOURA
Editor
do Mundo Botafogo
Tratava-se de um Amistoso, uma espécie de treinos das
duas equipes para darem minutos às pernas dos atletas e ao seu entrosamento
como equipe.
Nessas circunstâncias, o encontro terá sido benéfico e a
movimentação teve diversos momentos animados, embora com defeitos técnicos
evidentes. O Botafogo foi melhor que o Fluminense, criou as melhores oportunidades,
mas, como diz o povo, “jogou como nunca e perdeu como sempre”.
Gols perdidos por frouxidão clara dos avançados. Por
exemplo, o toque de Guilherme Santos para a meta foi tão lento que acabou por o
Fluminense evitar o gol quase certo em cima da linha, ou o absurdo de um
pênalti que não foi defendido pelo goleiro, não bateu na trave, antes tinha a
direção da lua… E na sequência o Fluminense marcou com oportunidade um belo gol
e… ganhou o desafio!
Porque raio Autuori não definiu que pênaltis devem ser
cobrados pelo experiente Honda e ponto final?... Porque razão Honda não cobra
faltas perto da área se fez tantos gols na Europa em cobrança de faltas jogando
em grandes equipes?... Barrandeguy e Cícero cobrando faltas antes de
Honda?!... Porque razão Honda joga recuado se certamente seria mais eficaz
próximo da área?...
E quanto a modelo de jogo, tudo continua por clarificar.
Contra a Cabofriense, sem Autuori, foram seis gols, contra Portuguesa e
Fluminense, com Autuori, foram zero gols em três jogos. Autuori não acrescenta,
não tem capacidade de dar ‘chicotadas’ táticas durante o jogo, substitui mal e
tardiamente, além de escalar mal e ‘amarrar’ excessivamente alguns jogadores.
Continuo convicto que Autuori pode ser um bom dirigente
no departamento de futebol, embora a sua típica arrogância não seja
facilitadora de negociações e consensos, mas como técnico – que nunca foi de
topo, aliás, apesar de alguma sorte na carreira – parece-me bastante
ultrapassado.
Se há reforço necessário no Botafogo é o de um técnico
atualizado, ambicioso e ousado. Os dois melhores da época passada com esses
predicados eram estrangeiros e levaram as suas equipes ao 1º e 2º lugares. No
futebol de hoje o técnico é metade da performance da equipe, e quem não
entender isso não percebeu o que mudou desde o fim do dito futebol-arte –
inaugurado por Garrincha e alguns dos seus companheiros mas praticamente enterrado
desde o início deste século com um rigoroso modelo estrutural de
profissionalismo prevendo e articulando todas as variáveis conducentes ao
objetivo.
E, finalmente, ter em atenção que antes da equipe de
futebol, antes da comissão técnica, antes do corpo de médicos, terapeutas,
nutricionistas e outros, existe um departamento de futebol e uma diretoria,
cujo acerto ou desacerto é a pedra de toque para o sucesso ou insucesso em
campo.
PS: Creio que Paulo Autuori ainda se encontra desmotivado e zangado com a cena do futebol carioca face à pandemia, mas nem o Botafogo nem os seus torcedores têm disso culpa. A ser verdade, Autuori tem que fazer uma séria introspeção sobre o assunto e tomar uma decisão rapidamente.
PS: Creio que Paulo Autuori ainda se encontra desmotivado e zangado com a cena do futebol carioca face à pandemia, mas nem o Botafogo nem os seus torcedores têm disso culpa. A ser verdade, Autuori tem que fazer uma séria introspeção sobre o assunto e tomar uma decisão rapidamente.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x1 Fluminense
» Gols: Michel Araújo, aos 73’
» Competição: Amistoso
» Data: 25.07.2020
» Local: Estádio Nilton
Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Renda / Público: portões fechados
» Árbitro: João Ennio Sobral (RJ); Assistentes: Daniel de Oliveira Alves
Pereira (RJ) e Marcus Vinicius Machado Araújo Brandão (RJ)
» Disciplina: cartão
amarelo – Bruno Nazário (Botafogo); Nenê, Nino, Digão, Odair Hellmann
(Fluminense)
BOTAFOGO: Gatito Fernández (Diego Cavalieri); Barrandeguy,
Marcelo Benevenuto, Kanu e Guilherme Santos; Caio Alexandre (Luiz Otávio), Danilo
Barcellos (Lecaros), Honda e Bruno Nazário; Luiz Fernando (Cícero) e Pedro Raul
(Babi). Técnico: Paulo Autuori.
FLUMINENSE: Muriel; Lucas Calegari (Yuri), Digão, Nino
e Egídio; Hudson, Yago Felipe (Paulo Henrique Ganso), Dôdi e Nenê (Michel
Araújo); Marcos Paulo (Miguel) e Evanilson (Caio Paulista). Técnico: Odair Hellmann.
Sem comentários:
Enviar um comentário