por
L. WEISS e J. CASTELO
Isto
É, 26.01.1983
Mas
todo o esforço a que se dedicou o médico (para entender a depressão de
Garrincha no fim de sua vida) só lhe permitiu uma conclusão de duvidosa
utilidade terapêutica: 'Garrincha é uma árvore. Ele pertence à natureza'.
Na
verdade, talvez fosse mais adequado dizer que Garrincha pertencia a uma espécie
determinada – e em via de extinção – do gênero humano brasileiro. Ele nasceu,
cresceu e morreu homem da terra, ao mesmo tempo inocente e astuto como seus
iguais, e, como eles, também, estrangeiro aos valores e formas de comportamento
da cultura urbana.
Pouco
importa que meros 90 quilômetros separem Pau Grande do Rio de Janeiro – antes
da irrupção da TV, a distância cultural entre os dois lugares era
intransponível.
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