terça-feira, 8 de dezembro de 2020

1942: surge o Botafogo de Sagitário

Botafogo de Futebol e Regatas – 08.12.1942 – carta solar calculada para a 12h, sem indicação de casas – Rio de Janeiro – 22s54, 43w15.

por FERNANDO FERNANDES

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O mapa da fusão dos dois Botafogos, em 8 de dezembro de 1942, mostra uma ênfase em Sagitário (Sol, Lua, Mercúrio e Vênus), em contraposição ao stellium em Gêmeos de 1894. Este novo Botafogo viverá a fase de grandes conquistas, como a do campeonato de 1948, sob a batuta do folclórico presidente Carlito Rocha, e os anos de ouro, de 1957 a 1968, com dois bicampeonatos cariocas e times inesquecíveis, onde jogaram Garrincha, Didi, Manga, Nilton Santos, Gérson, Jairzinho e tantos outros craques que entraram para a história do futebol brasileiro e mundial.

Os dois aspectos que contribuem para explicar a nova mística criada em torno do clube são a quadratura da Lua sagitariana com Netuno e a oposição entre Marte e Urano, que agregaram ao clube um toque de magia e de imprevisibilidade.

Com o mapa da fusão, o Botafogo ganhou uma dimensão sagitariana e também netuniana: os grandes vôos, as conquistas épicas, mas também as grandes ilusões e dissabores. Um ditado dos cronistas esportivos cariocas afirma que "há coisas que só acontecem com o Botafogo." E é verdade. Místico e supersticioso, o presidente Carlito Rocha considerava o cachorrinho Biriba não apenas um mascote, mas peça essencial nas vitórias. Uma vez, numa excursão do time, um reserva foi retirado da delegação na última hora para dar lugar no avião ao "amuleto" de quatro patas...

Netuno fez das suas ao longo da década de setenta, quando transitava pelo signo de Sagitário. Quanto mais se aproximava do Sol da carta de 1942, mais aumentavam as agruras da agremiação. Em 1977, já com o trânsito exato, o presidente Charles Borer (que não deixou boas lembranças no coração de nenhum botafoguense) trocou a sede da rua General Severiano por um estádio no subúrbio, no longínquo bairro de Marechal Hermes.

A transação até hoje é considerada nebulosa ou, no mínimo, equivocada. Sob os efeitos do planeta das névoas, o Botafogo viveu os piores anos de sua história, comparáveis a um verdadeiro exílio. Nos anos oitenta, começa a lenta recuperação com a entrada dos recursos trazidos por um dirigente-contraventor ligado ao jogo do bicho (novamente um simbolismo netuniano). Finalmente, 1989 marca o retorno aos bons tempos com a conquista do Campeonato Estadual, primeiro título importante após 21 anos. Considerando que este é o tempo médio que Saturno leva para completar três quartos de seu ciclo, temos novamente em ação o simbolismo do planeta do tempo, da estrela solitária que define os momentos decisivos da história deste clube único.

Ao mesmo tempo, a venda da sede de General Severiano também está indicada na carta do clube de futebol, de 1904. Por progressão secundária, a Lua atingiu o Fundo do Céu exatamente em 1977, ativando a quadratura entre Júpiter na 4 e Marte na 6. É uma clara indicação de mudança sob condições difíceis, pois a Lua radical rege a 6 (crise) e está na 8 (morte, transmutação). Esta carta de 1904, aliás, mostra-se sempre válida quando se trata de explicar as questões do futebol, devendo a carta de 1942 ser considerada apenas como complementar. Uma confirmação vem com o retorno do Botafogo ao seu bairro de origem, após árduas negociações:

A volta para casa significa o fim do exílio, de uma luta que durou quase 20 anos, o resgate de um pedaço da história do Clube e da Cidade do Rio de Janeiro, o reencontro com a pátria alvinegra. Tudo isso aconteceu no dia 8 de dezembro de 1995, em pleno dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira do Clube. O Rio parou. Bandeiras, camisas, faixas, balões, gritos, lágrimas, sorrisos.

Naturalmente, a data de 8 de dezembro foi escolhida por ser o aniversário do clube de 1942. Mas o grande aspecto significativo é o trânsito de Urano nos últimos graus de Capricórnio, entrando em órbita com o Ascendente de 1904, no início de Aquário. Astrologicamente é mesmo a volta pra casa, o "fim do exílio". É quando também o Ascendente progredido atinge o grau radical do Fundo do Céu, confirmando a hipótese de horário que aqui adotamos para a fundação.

Da análise, resta a percepção de uma entidade astrologicamente multifacetada, onde três cartas se superpõem para dar o retrato completo da identidade alvinegra.

A carta do clube de regatas, em 1894, continua ativa ao definir um simbolismo de inquietação, combatividade, espírito "do contra". É o toque politizado, beligerante e raivoso.

A carta da fusão, em 1942, aponta para a mística botafoguense, para a dimensão épica do "sonho impossível", enfatizando Sagitário, Netuno e Marte-Urano.

A carta do clube de futebol, em 1904, define o que o Botafogo tem de mais essencial: o orgulho altivo (Leão) e a afirmação de uma identidade diferenciada (Saturno). É este mapa, principalmente, que faz do Botafogo não a paixão da maioria, mas a causa de uma minoria teimosa e resistente.

2 comentários:

Carlos Eduardo disse...

Eu já vi esse site falando do mapa astral dos 3 Botafogos. Coisa de ficar arrepiado, pq é tudo o que realmente aconteceu.
O Botafogo é uma coisa linda,né Ruy!!!






Ruy Moura disse...

O Botafogo tem a mais espetacular história do desporto brasileiro! Do futebol ao futebol de 7, do vôlei ao basquete, da natação ao polo aquático, do atletismo ao remo. É mundo de histórias, façanhas e glórias!

Abraços Gloriosos.

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