por
RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo
A partida iniciou-se claramente com o Fluminense receoso do Botafogo, estruturando um 3-5-2 contra um 4-3-3. Com marcação alta e meio campo povoado as tricolores travaram o ataque do Glorioso. Então, as alvinegras acionaram o plano B: lançamentos longos na procura de desmembrar a proximidade entre o meio campo e a defesa do Fluminense, apostando numa falha defensiva ou numa explosão do ataque botafoguense. Porém, o Botafogo não apresentava velocidade suficiente para o efeito.
No entanto, a primeira jogada de perigo ocorreu precisamente com o que a equipe sabe fazer melhor: atacar com a bola girando de pé em pé. Mas o chute saiu ao lado e as tricolores rapidamente se recompuseram.
Jogo duro que se tornou tenso aos 38’ quando o Botafogo sofreu uma falta violenta e Chaiane revida com uma rasteira. No entanto, a árbitra evitou os cartões amarelos. Foi o suficiente para logo aos 39’ Andresa fazer falta feia sobre Cris e receber cartão amarelo. Aos 40’ novamente a equipe faz lançamento para a área, mas Karol Lins chegou ligeiramente atrasada.
Apesar do Botafogo dominar territorialmente não houve uma situação claríssima de gol e aceitava-se o empate, mas nos acréscimos o melhor futebol das Gloriosas apareceu: a partir dos 45+3’ o Botafogo intensificou os ataques com a bola de pé em pé e aos 45+5’ Brenda chutou com grande categoria à entrada da grande área e Luana faz uma defesa espetacular para escanteio. O Botafogo cobrou o escanteio e, surpreendentemente, Luana subiu e deixou a bola escapar das mãos, aproveitando Karen para enviar a bola para o fundo das redes aos 45+6’, num frango descomunal da goleira fluminense. O Botafogo insistiu com boa troca de passes querendo matar o jogo com 2-0, mas o placar não tornou a ser alterado.
No segundo tempo o Fluminense entrou com mais determinação e aos 48’ Letícia chutou forte fora da grande área para uma defesa sensacional de Rubi ao ângulo, enviando a bola para escanteio. O Botafogo respondeu aos 53’ com Juliana, que perdeu um gol cara a cara com Luana defendendo para escanteio esticando o pé.
Mas o Botafogo retomou o seu domínio territorial e aos 60’, na sequência de uma falta, Vivian fez valer o seu título de ‘Rainha dos Clássicos’. Na cobrança da falta descaída sobre o lado direito, a mais de 20 metros de distância, esperava-se que Vivian lançasse a bola para a entrada da área onde se posicionavam as atletas de ambos as equipes, mas tendo-se apercebido que Luana estava ligeiramente adiantada em relação à baliza, Vivian fez um chute longo para a baliza e ampliou o placar com um golaço!
Dois gols a partir de duas bolas paradas. Equipe bem treinada em todos os fundamentos e inteiramente merecedora do título. PARABÉNS!
FINAL
Botafogo 2x0 Fluminense
» Gols: Karen, aos 45+6’, e Vivian, aos 60’ (de falta)
» Competição: Campeonato Estadual de futebol feminino
» Data: 20.03.2021
» Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Árbitro: Beatriz Oliveira Duarte
» Disciplina: cartão amarelo – Lene e Maria Luiza (Fluminense)
» Botafogo: Rubi; Mylena, Carol Carioca (Amanda), Káren e Chaiane; Cris, Vivian e
Kélen; Brenda (Emily), e Karol Lins (Gaby Louvain) e Kamilla (Juliana). Técnico: Gláucio Carvalho.
» Fluminense: Luana (Suelane); Tarci, Dani e Tatá (Gabi Batista); Fernanda, Maria Luiza, Andresa (Altamires), Kelly e Lene (Rayla); Letícia e Michellinha (Rayane Arruda). Técnico: Thaissan Santos Passos.
6 comentários:
Ruy meu amigo!
Não consegui ver todos os jogos ao vivo, mas os enxerguei por aqui com a sua narração!
Não entendo porque esses jogos não são preliminares dos jogos masculinos. Como agora os clubes vendem PPV diretamente não representaria custo mostra-los ao vivo com a estrutura ja pronta para o jogo principal.
As gloriosas realmente foram gloriosas, e o título ficou muito bem com elas.
Abração
É uma excelente ideia, amigo! E creio que por ser preliminar não desvalorizaria as mulheres profissionais, pelo contrário, juntando-as aos homens profissionais creio que ganhariam estatuto. Porque precisam crescer ainda bastante para que o futebol feminino seja valorizado como realmente merece.
O problema é a adequação de calendários, já que os clubes não são os mesmos no masculino e no feminino e a duração dos torneios é diferente. Mas trabalhar sobre a ideia seria interessante.
Grande abraço.
Sim, valeria o esforço!
Vi em um outro post o comentário pela não aceitação ao segundo lugar, uma coisa que poderia ser feita no campeonato feminino seria a disputa entre 3 e 4 lugar.
O futebol feminino pode ter coisas a ensinar ao futebol masculino.
Abração
Sim. Mas desejo que o futebol feminino não aprenda/apreenda certas coisas do futebol masculino...
Grande abraço.
Amigo Ruy.
Essas meninas do futebol feminino nos enchem de orgulho! Juntando o vice-campeonato brasileiro de 2020, já estabelecem uma equipe maravilhosa que deve ser mantida!
Grande abraço!
Humberto
Humberto, vou propor aqui no MB que não chamemos 'meninas' às futebolistas. Passarei a chamar 'jogadoras' ou 'futebolistas', porque elas também são profissionais e precisam ser cada vez mais apoiadas na sua saga de se igualarem ao homens com inteiro merecimento. Tenho a certeza que concorda com isso!
Já tínhamsos alguma tradição de futebol feminino, mas creio que este grupo foi o mais conseguido até hoje. Vamos ver se as deixam crescer no futuro ou se o orçamento que lhes é atribuído mingua... Infelizmente, por enquanto ainda estão sendo abastecidas com contributos de familiares e amigos porque o orçmento que o Botafogo lhes atribuiu é de risada...
Abraços Gloriosos.
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