terça-feira, 2 de novembro de 2021

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS (09): Frazão

por JOSÉ RICARDO CALDAS E ALMEIDA

Colaborador do Mundo Botafogo e Pesquisador de futebol

Participaram João Batista Lopes da Silva e Rodolfo Pedro Stella Junior

Carlos Jaime Alves, o ‘Frazão’, nasceu em Vitória, Estado do Espírito Santo, no dia 29 de novembro de 1934 [De acordo com o registro de Frazão na CBF (Identificação: ID CBF 17185), mas em outras fontes aparece a data de 29.10.1935 (Luta Democrática, de 22.11.1957, e Revista do Esporte, de 1960)]. Filiação: Carlina Pereira Alves e Waldemar Calixto Alves.

O apelido lhe foi posto na época em que servia na Aeronáutica. Havia um suboficial, chamado Frazão, que apresentava impressionante semelhança fisionômica com ele. A turma notou o fato e o ‘batizou’ de Frazão, nome pelo qual passou a ser conhecido.

Foi no quadro infantil do ‘11 Unidos do Brasil F. C.’ que Frazão travou seus primeiros contatos com a bola. Era meia-esquerda e jogava bem, motivo pelo qual despertou a atenção de um sócio do Madureira, chamado Severino, que o levou para treinar entre os juvenis de Conselheiro Galvão. Aprovou e ficou. Sob as ordens do treinador Otacílio sagrou-se vice-campeão do Torneio Início de juvenis, realizado no estádio do Fluminense, no dia 14 de agosto de 1954.

Quando, então, passou a aspirante, surgiu a oportunidade de jogar do time principal, depois que o meia-esquerda Nelsinho se machucou, ficando afastado por uma temporada. Daí em diante não deixaria mais de ser titular.

Foi campeão com o Madureira do Torneio Início de 1957, com essa formação: Ari, Ítalo e Salvador; Marcelo (Décio), Nair e Juscelino (Nilo); Fernando, Frazão, Bira, Édson e Welis.

Em 1959, o Madureira foi vice-campeão do Torneio Início. Na final, empatou com o Flamengo em 2 x 2 nos 60 minutos regulamentares e perdeu na prorrogação.

Até fevereiro de 1960, Frazão defendeu as cores do Madureira.

Em 17 de março de 1960, num jogo contra o América, válido pelo Torneio Rio-São Paulo (empate em 0 x 0), Frazão fez sua estreia no Botafogo, substituindo Ronald. O Botafogo formou com Ernâni, Cacá, Zé Maria, Paulistinha e Ademar; Ronald (Frazão) e Édison; Garrincha, Paulinho Valentim, Quarentinha e Zagalo (Neyvaldo, e depois Rossi).

Teve seus momentos de desânimo em General Severiano, pois custou a acertar. No Madureira, Frazão era figura de primeira grandeza, como excelente médio apoiador que era. Entretanto, ao ingressar no Botafogo, quando todos pensavam que ele seria uma das estrelas do elenco alvinegro, não teve oportunidades. Jogou algumas vezes no time principal, a maioria como médio-volante, mas logo cedeu a posição para Pampolini.

No Botafogo jogou apenas no ano de 1960. Foram 17 jogos, sendo dez amistosos, um pelo Campeonato Carioca e seis pelo Torneio Rio-São Paulo, sem marcar gols.

Foi, então, emprestado ao Internacional, de Porto Alegre, onde fez seu primeiro jogo em 21 de março de 1961, na vitória de 3 x 1 sobre o E. C. São José, em amistoso realizado no estádio Passo D’Areia, em Porto Alegre (RS).

De forma oficial, sua estreia aconteceu em 6 de junho de 1961, pelo campeonato gaúcho, na goleada de 7 x 1 sobre o Juventude, de Caxias do Sul. Formou o Internacional com Silveira, Ari Ercílio e Ezequiel; Zangão, Sérgio Lopes e Kim; Sapiranga, Alfeu, Flávio, Frazão e Gilberto Andrade.

Foram seis jogos pelo Campeonato Gaúcho sem marcar gols, tendo sua última participação no time gaúcho ocorrido em 15 de outubro de 1961, com derrota para o Juventude, de Caxias do Sul, por 2 x 0.

Retornou ao Botafogo, mas não demoraria muito para sair novamente. Em 29 de maio de 1962 o Botafogo comunicou à Federação Carioca de Futebol que cedeu à Associação Esportiva Guaratinguetá, de São Paulo, os direitos sobre Frazão.

No dia 7 de julho de 1962 estrearia em jogo do Campeonato Paulista, na Rua Javari, em São Paulo-SP, com derrota de 2 x 1 para o Juventus. A Esportiva formou com Costa, Rubens, Cetale e Henrique; Rico e Daíco; Roberto, Itajubá, Geninho, Frazão e Nenê.

Em 26 de setembro de 1962, marcou seu primeiro gol na Esportiva, o da vitória de 1 x 0 sobre a Ferroviária, de Araraquara, ainda pelo Campeonato Paulista.

Disputou todo o campeonato paulista de 1963 e no dia 21 de outubro de 1964, na vitória da Esportiva sobre o Santos, por 2 x 0, jogo válido pelo campeonato paulista, fez sua última passagem pelo clube de Guaratinguetá.

Transferiu-se para o Clube Atlético Juventus, de São Paulo (SP), onde estreou pelo campeonato paulista no dia 13 de julho de 1965, formando com Claudinei, Diógenes, Milton Buzetto, Hidalgo e Nenê; Jair Francisco e Frazão; Jorginho, Antoninho, Bira e Valdir. Técnico: Sílvio Pirilo.

Disputou o Campeonato Paulista da Série B de 1967 pelo Clube Atlético Bragantino, de Bragança Paulista, e depois retornaria ao Juventus, onde permaneceu até 1971, seu último ano como jogador de futebol.

Fontes: Almanaque Colorado – Cem Anos de Glória, de Alessandro Moraes; Jornal dos Sports; O Caminho da Bola – Volume II – 1953-1982, da Federação Paulista de Futebol; Revista do Esporte.

14 comentários:

jornal da grande natal disse...

Esse eh o primeiro que não conhecia.

Ruy Moura disse...

Nem eu! (rs)
Abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

Boa tarde!

Vale lembrar que Carlos Jaime Alves (“Frazão”) nasceu em 29-10-1935 de acordo com Luta Democrática, de 22-11-1957 e Revista do Esporte, de 1960, edição 00066.

Saudações Alvinegras

José Ricardo Caldas e Almeida disse...

Podem acreditar que virão outros... rsrsrs

Ruy Moura disse...

Obrigado, Pedro. O José Ricardo introduziu essa informação alternativa.
Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

🥳🥳🥳

Unknown disse...

Boa Noite!
É muito bom vê e ler sobre a história do meu pai,eu era muito pequena e soube da vida dele no mundo do futebol pela minha avó mãe dele.

Ruy Moura disse...

Fico muito contente pelo seu prazer de ler sobre seu pai. As memórias são uma riqueza da vida!

Abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

Poderia , acrescentar o nome dos pais do Frazão sua esposa e filhos, bem como sua altura e peso, o perfil ficaria bem mais completo, e homenageriam seus pais. Muito obrigado e um forte abraço.

Ruy Moura disse...

Bom dia, Anonymous. O artigo é da respondabilidade do José Ricardo. Vou comunicar-lhe a sua sugestão.
Abraços Gloriosos.

Chichano Goncalvez disse...

Gostaria de saber a respeito do volante Abelardo, que veio do norte ( se a memoria não me falha), creio que seria um dos anonimos do Glorioso Botafogo.

Ruy Moura disse...

Viva, Chichano Gonçalvez! Refere-se ao volante Abelardo que foi vendido pelo Santa Cruz ao Botafogo juntamente com o zagueiro Nigel em 1962?

Abraços Gloriosos.

Anónimo disse...

Ele era meu tio, infelizmente não cheguei a conhecê-lo e nunca tinha visto fotos dele. Obrigada. O nome dos pais, que vem a ser meus avós: Carlina Pereira Alves e Waldemar Calixto Alves.

Ruy Moura disse...

Boa tarde, amigo. Contente por ter gostado de ver (e ler sobre) o seu tio. Acrescentei a filiação. Obrigado.
Abraços Gloriosos.

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