por JOSÉ
RICARDO CALDAS E ALMEIDA
Colaborador
do Mundo Botafogo e Pesquisador de futebol
Waldemar Marigati, o ‘Belacosa’, nasceu em São Paulo (SP), no dia
1º de janeiro de 1926. Como todo garoto iniciou-se nas peladas de rua e passou
a frequentar os primeiros treinos em campos de futebol nos juvenis do Brasil,
time do bairro da Mooca, na capital paulista, onde permaneceu até aos 16 anos
de idade.
Um certo dia resolveu submeter-se a testes no C. A. Juventus,
principal clube do bairro. Foi imediatamente aprovado e lhe oferecido um
contrato. No entanto, era menor e não podia assinar contratos oficiais. Mesmo
assim, foi registrado no plantel juventino e emprestado à Ponte Preta, de
Campinas (SP), até completar seus 18 anos. No final de 1944, o Juventus foi
buscá-lo.
Belacosa já ganhava por partidas, mas foi no seu regresso ao
Juventus que colocou sua assinatura em um contrato verdadeiro.
Mesmo atuando numa equipe que foi a penúltima do campeonato
paulista de 1946, Belacosa passou a ser considerado um dos melhores zagueiros
da competição, despertando o interesse de grandes clubes em sua contratação.
Em julho de 1946, o Corinthians se antecipou aos demais
pretendentes e o levou para o Parque São Jorge.
Em 22 de agosto de 1946 a Federação Paulista de Futebol remeteu o
atestado liberatório de Belacosa para o Botafogo.
Foi para o Botafogo, por empréstimo. Tendo já disputado mais do
que meio turno do campeonato paulista de 1946 pelo Juventus, Belacosa não
poderia defender o Corinthians no mesmo certame, tendo o Botafogo solicitado
seu empréstimo.
Chegou em General Severiano e, depois de disputar duas partidas
pelo quadro de aspirantes, estreou no time principal do Botafogo, no começo do
returno do campeonato carioca, contra o Vasco da Gama (1x1), no dia 8 de
setembro de 1946, em São Januário. O Botafogo formou com Ary, Gerson dos Santos
e Belacosa; Waldemar, Nilton Senra e Juvenal; Nilo, Tovar, Heleno de Freitas,
Tim e Braguinha. Técnico: Martim Silveira.
Sua última partida pelo Botafogo foi em 22 de dezembro de 1946, na
decisão do Campeonato Carioca desse ano, na derrota de 1x0 para o Fluminense. O
Botafogo acabaria a competição na segunda colocação, atuando com Oswaldo
Baliza, Gerson dos Santos e Belacosa; Ivan, Nilton Senra e Juvenal; Nilo,
Geninho, Heleno de Freitas, Tovar e Braguinha. Técnico: Martim Silveira.
No total, foram 15 jogos com a camisa do Botafogo (com 12 vitórias
e 1 empate).
O Botafogo chegou a demonstrar interesse em sua permanência no
clube, mas o Corinthians já tinha comunicado que o queria de volta.
Em seu retorno a São Paulo, não conseguiu vaga de imediato no time
titular, eis que o Corinthians tinha um dos melhores trios finais de sua
história: Bino, Domingos da Guia e Aldo.
Sua estreia no Corinthians aconteceu num desastroso amistoso
internacional, no dia 8 de janeiro de 1947, no Pacaembu. Foi lançado no time
depois de ter treinado apenas trinta minutos e quando entrou no jogo, no lugar
de Aldo, o time argentino do Boca Juniors já vencia por um elástico marcador (terminou
6x2). De toda forma, o time foi assim formado: Bino, Domingos da Guia e Aldo
(Belacosa); Palmer, Hélio (Falco) e Aleixo; Cláudio, Baltazar (Mical),
Servílio, Ruy (Milani) e Valter. Técnico: Armando Del Debbio.
Em fevereiro de 1947 Belacosa foi convocado para o selecionado
paulista que iria disputar a Fase Final do Campeonato Brasileiro de Seleções de
1946.
No mês de maio de 1947, conquistaria seu único título no
Corinthians, a Taça Cidade de São Paulo.
Ficou no Parque São Jorge entre 1947 e 1950. Atuou em 98 jogos,
com 50 vitórias e 22 empates.
Teve uma rápida passagem pelo Bangu em 1950, com apenas duas
chances de atuar entre os titulares. Retornou a São Paulo e defendeu
seguidamente o Guarani, de Campinas (1950 e 1951), o Comercial, da capital
paulista (1951 e 1952) e o C. A. Juventus (1952 e 1953).
A seguir, foi para a A. A. Cambaraense, de Cambará, no norte do
Paraná, lá permanecendo de 1953 a 1956. Nesse período, também foi convocado
para defender o selecionado paranaense nas competições nacionais.
Encerrou a carreira de jogador na Cambarense, iniciando suas novas
atividades como árbitro de futebol.
Decidiu voltar para São Paulo, onde passou a trabalhar como
treinador de equipes amadoras, como Mappins Stores A. C., E. C. Iguassu (Matarazzo),
Mercedes Benz F. C. e Nitro Química, de São Miguel Paulista.
Belacosa morreu na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2006, em
São Paulo (SP), aos 80 anos, por falência múltipla de órgãos.
Fotos: Sport Ilustrado.
Fontes: Almanaque do Bangu, Almanaque do Corinthians, Mundo
Esportivo, O Dia (PR) e Sport Ilustrado.
3 comentários:
Faltou a origem do apelido.
Não foi possível descobrir a origem do apelido. Vimos em fontes diferentes considerar Belacosa como parte do nome, como também sem ser. Resolvemos adotar como correta a informação obtida no Almanaque do Timão, do Professor Celzo Unzelte, criterioso pesquisador do clube.
Perfeito.
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