por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo
Pensando com realismo, o campeonato
carioca é uma competição de importância atualmente muito diminuída, não temos
ainda técnico para modelar o perfil e a dinâmica de jogo, não temos reforços
importantes e os quatro grandes clubes do Rio serão seguramente os finalistas
da prova. Portanto, dir-se-ia que pouca importância faz o entrosamento
apresentado, mas… até faz diferença!
A diferença está na não diferença: quer
com Enderson quer com Lúcio Flávio, a equipe mostra-se tecnicamente fraca, não
tem domínio de bola, erra persistentemente passes fáceis, mede mal os
lançamentos em profundidade, perde divididas básicas, continua com pontaria
desafinada e na verdade não tem modelo de jogo, apresenta má saída de bola,
criatividade frágil e raramente busca mudanças de jogo abrindo à esquerda e à
direita para desorganizar a defesa contrária e surpreender o adversário.
Ainda treinada por Enderson a equipe parecia
progredir alguma coisa, mas regrediu claramente no jogo contra o Fluminense e
tem ganhos jogos não porque esteja realmente progredindo o seu entrosamento mas
porque os adversários apresentam-se ainda piores. Em suma, que venha a nova
comissão técnica e os reforços para sabermos com o que poderemos contar para o
período principal da época: Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro.
Dito isto, pode-se afirmar que o jogo
foi mau e nem a técnica nem a emoção estiveram presentes. O Botafogo começou
por criar alguns momentos interessantes no início da partida, especialmente em
remates de Raí e Matheus Nascimento, em que o goleiro do Resende defendeu bem, mas
foi sol de pouca dura e o jogo tornou-se aborrecido com a incapacidade de produção de
parte a parte, especialmente do Resende.
No segundo tempo a equipe chegou com
mais vontade, e entre lançamentos perdidos, passes errados, ataques incompletos
e chegadas furadas no remate final, adivinhava-se o gol do Botafogo pela maior
pressão que fazia e pela possibilidade de um remate acertar as redes. Raí
perdeu um gol quase feito, mas pouco depois, mesmo junto à linha de fundo, Luiz
Fernando, marcado, tocou a bola por entre as pernas do adversário para
Fabinho um pouco à sua frente, também marcado, que devolveu com um pequeno
toque a Luiz Fernando que entretanto avançara um pouco mais, cruzando rapidamente
para a pequena área e Matheus Nascimento, à centroavante, surgiu de rompante e
enviou a bola para onde devia. Botafogo 1x0.
Após esta jogada, talvez a única da
partida marcada por precioso pormenor, dois minutos depois Matheus Nascimento
enviou um belo passe para Luiz Fernando, pelo lado direito da grande área, foi
derrubado e o árbitro marcou pênalti. Erison cobrou como manda a lei da
penalidade máxima: goleiro para a esquerda e bola para a direita. Botafogo 2x0.
Logo após, mais dois gols perdidos e, num
contra ataque, o Resende diminuiu para 2x1. Faltavam ainda 21 minutos para
jogar, mais os acréscimos, todavia, nada mais aconteceu de parte a parte, nem
sequer o clássico sufoco do Botafogo no final. Realces: os 3 pontos e Matheus
Nascimento, pelo gols e pelos melhores passes do jogo, embora sem resultado
prático por desperdício dos companheiros.
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x1 Resende
» Gols: Matheus Nascimento, aos 59’, e Erison, aos 61’ (pen.) (Botafogo); Jeffinho, aos 69’ (Resende)
» Competição: Campeonato Carioca
» Data: 17.02.2022
» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 1.774 pagantes
» Renda: R$ 49.254,00
» Árbitro: Rafael Gomes de Sá (RJ); Assistentes:
Thiago Henrique Neto Corrêa Farinha (RJ) e Fabiana Nóbrega Pitta (RJ)
» Disciplina: cartão amarelo – Barreto (Botafogo) e
Khevin, Alan Cardoso e João Felipe (Resende)
» Botafogo: Gatito Fernández; Daniel Borges, Joel Carli,
Kanu, Jonathan Silva; Luiz Fernando (Maranhão), Fabinho, Barreto (Breno), Raí
(Kayque); Erison (Chay), Matheus Nascimento (Gabriel Conceição). Técnico: Lúcio
Flávio.
» Resende: Jefferson Luís; Juninho, Joanderson, Heitor,
Alan Cardoso (Douglas); Brendon, Khevin (Jeffinho), João Felipe, Emanuel
Bianccuchi (Kaique); Igor Bolt, Macena (Ivo). Técnico: Sandro Sargetim.
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