segunda-feira, 7 de fevereiro de 2022

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS (23): Belacosa

por JOSÉ RICARDO CALDAS E ALMEIDA

Colaborador do Mundo Botafogo e Pesquisador de futebol

Waldemar Marigati, o ‘Belacosa’, nasceu em São Paulo (SP), no dia 1º de janeiro de 1926. Como todo garoto iniciou-se nas peladas de rua e passou a frequentar os primeiros treinos em campos de futebol nos juvenis do Brasil, time do bairro da Mooca, na capital paulista, onde permaneceu até aos 16 anos de idade.

Um certo dia resolveu submeter-se a testes no C. A. Juventus, principal clube do bairro. Foi imediatamente aprovado e lhe oferecido um contrato. No entanto, era menor e não podia assinar contratos oficiais. Mesmo assim, foi registrado no plantel juventino e emprestado à Ponte Preta, de Campinas (SP), até completar seus 18 anos. No final de 1944, o Juventus foi buscá-lo.

Belacosa já ganhava por partidas, mas foi no seu regresso ao Juventus que colocou sua assinatura em um contrato verdadeiro.

Mesmo atuando numa equipe que foi a penúltima do campeonato paulista de 1946, Belacosa passou a ser considerado um dos melhores zagueiros da competição, despertando o interesse de grandes clubes em sua contratação.

Em julho de 1946, o Corinthians se antecipou aos demais pretendentes e o levou para o Parque São Jorge.

Em 22 de agosto de 1946 a Federação Paulista de Futebol remeteu o atestado liberatório de Belacosa para o Botafogo.

Foi para o Botafogo, por empréstimo. Tendo já disputado mais do que meio turno do campeonato paulista de 1946 pelo Juventus, Belacosa não poderia defender o Corinthians no mesmo certame, tendo o Botafogo solicitado seu empréstimo.

Chegou em General Severiano e, depois de disputar duas partidas pelo quadro de aspirantes, estreou no time principal do Botafogo, no começo do returno do campeonato carioca, contra o Vasco da Gama (1x1), no dia 8 de setembro de 1946, em São Januário. O Botafogo formou com Ary, Gerson dos Santos e Belacosa; Waldemar, Nilton Senra e Juvenal; Nilo, Tovar, Heleno de Freitas, Tim e Braguinha. Técnico: Martim Silveira.

Sua última partida pelo Botafogo foi em 22 de dezembro de 1946, na decisão do Campeonato Carioca desse ano, na derrota de 1x0 para o Fluminense. O Botafogo acabaria a competição na segunda colocação, atuando com Oswaldo Baliza, Gerson dos Santos e Belacosa; Ivan, Nilton Senra e Juvenal; Nilo, Geninho, Heleno de Freitas, Tovar e Braguinha. Técnico: Martim Silveira.

No total, foram 15 jogos com a camisa do Botafogo (com 12 vitórias e 1 empate).

O Botafogo chegou a demonstrar interesse em sua permanência no clube, mas o Corinthians já tinha comunicado que o queria de volta.

Em seu retorno a São Paulo, não conseguiu vaga de imediato no time titular, eis que o Corinthians tinha um dos melhores trios finais de sua história: Bino, Domingos da Guia e Aldo.

Sua estreia no Corinthians aconteceu num desastroso amistoso internacional, no dia 8 de janeiro de 1947, no Pacaembu. Foi lançado no time depois de ter treinado apenas trinta minutos e quando entrou no jogo, no lugar de Aldo, o time argentino do Boca Juniors já vencia por um elástico marcador (terminou 6x2). De toda forma, o time foi assim formado: Bino, Domingos da Guia e Aldo (Belacosa); Palmer, Hélio (Falco) e Aleixo; Cláudio, Baltazar (Mical), Servílio, Ruy (Milani) e Valter. Técnico: Armando Del Debbio.

Em fevereiro de 1947 Belacosa foi convocado para o selecionado paulista que iria disputar a Fase Final do Campeonato Brasileiro de Seleções de 1946.

No mês de maio de 1947, conquistaria seu único título no Corinthians, a Taça Cidade de São Paulo.

Ficou no Parque São Jorge entre 1947 e 1950. Atuou em 98 jogos, com 50 vitórias e 22 empates.

Teve uma rápida passagem pelo Bangu em 1950, com apenas duas chances de atuar entre os titulares. Retornou a São Paulo e defendeu seguidamente o Guarani, de Campinas (1950 e 1951), o Comercial, da capital paulista (1951 e 1952) e o C. A. Juventus (1952 e 1953).

A seguir, foi para a A. A. Cambaraense, de Cambará, no norte do Paraná, lá permanecendo de 1953 a 1956. Nesse período, também foi convocado para defender o selecionado paranaense nas competições nacionais.

Encerrou a carreira de jogador na Cambarense, iniciando suas novas atividades como árbitro de futebol.

Decidiu voltar para São Paulo, onde passou a trabalhar como treinador de equipes amadoras, como Mappins Stores A. C., E. C. Iguassu (Matarazzo), Mercedes Benz F. C. e Nitro Química, de São Miguel Paulista.

Belacosa morreu na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2006, em São Paulo (SP), aos 80 anos, por falência múltipla de órgãos.

Fotos: Sport Ilustrado.

Fontes: Almanaque do Bangu, Almanaque do Corinthians, Mundo Esportivo, O Dia (PR) e Sport Ilustrado.

3 comentários:

jornal da grande natal disse...

Faltou a origem do apelido.

José Ricardo Caldas e Almeida disse...

Não foi possível descobrir a origem do apelido. Vimos em fontes diferentes considerar Belacosa como parte do nome, como também sem ser. Resolvemos adotar como correta a informação obtida no Almanaque do Timão, do Professor Celzo Unzelte, criterioso pesquisador do clube.

jornal da grande natal disse...

Perfeito.

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