por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo
Soneto com a colaboração de ANGELO ANTONIO
SERAPHINI
Paulo Antônio Azeredo foi presidente do Botafogo em 1923,
1926 a 1936 e 1954 a 1963. Dos doze campeonatos cariocas conquistados pelo
Botafogo entre 1907 e 1962, oito (dois terços) foram sob a presidência de Paulo
Antônio Azeredo (1930, 1932-1933-1934-1935, 1957, 1961-1962), bem como foi o
responsável pela construção da sede social na década de 1920 e do Mourisco Mar na
década de 1960.
Foi também sob a sua última presidência que se desenvolveram
os «desportos olímpicos», cujo ponto exponencial consagrou-se em 1962 quando o
Botafogo conquistou 80 títulos de campeão e 40 títulos de vice-campeão,
logrando ser «Campeão de Terra, Ar e Mar».
As administrações de Ney Cidade Palmeiro (1964-1967) e
Althemar Dutra de Castilho (1968-1972) desequilibraram profundamente as
finanças do Botafogo e a diretoria de Rivadávia Tavares Corrêa Meyer (1973-1975)
preparou a venda de General Severiano para liquidar as dívidas e Charles Borer
(1976-1981) concretizou a venda que levou o Botafogo ao declínio que todos
conhecemos durante o nefasto período ocorrido entre 1968 e 1989.
O Boletim Oficial
do Botafogo de Futebol e Regatas publicou, em 1945, um soneto dedicado a Paulo
Antônio Azeredo, o maior presidente de todos os tempos do Glorioso, assinado
com o pseudônimo de THEUNTEPÉC. O pseudônimo do poeta deriva, provavelmente, da
cidade mexicana de Tehuantepec, estado de Oaxaca, que, por sua vez, tem origem
na expressão “tecuani-tepec”, em língua
nauatle, que significa ‘colina do jaguar’.
Eis,
então, o soneto decassilábico:
Paulo Antônio Azeredo
por THEUANTEPEC
Boletim do Botafogo, 1945
(A ortografia foi atualizada)
/
Na sede assoma e assume um
ar semita
De coração de pedra e olhar
de aço.
Não fala. Não se alegra nem
se irrita…
Inicia a “revista” passo a
passo…
/
Como manda do asseio a boa
“escrita”
Com o dedo risca na parede
um traço…
De sofá a sofá, confere o
espaço,
Depois de olhar o chão o teto
fita…
/
Com a vistoria quase
terminada,
Notou mancha suspeita numa
escada,
O que para o seu zelo foi
demais:
/
Para o Cunha investiu como
uma fera,
Que cansado e vencido lhe
pondera:
- Como é que eu posso
controlar pardais?...
/
Fonte do
soneto: Boletim Oficial do Botafogo de Futebol e Regatas, 1945.
2 comentários:
O nome correto do Presidente do Botafogo, no período 1973/1975, é Rivadávia Tavares Corrêa Meyer.
Caro Anônimo, utilizei como fonte a Lista de Presidentes do Botafogo da Wikipédia. Que está efetivamente com nome errado, tal como pude agora constatar através de outras fontes. Muito agradeço a sua nota corretiva!
Abraços Gloriosos.
Enviar um comentário