quinta-feira, 13 de abril de 2023

Botafogo 2x0 Ypiranga

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Assisti apenas aos ‘melhores momentos’ do jogo contra o Ypiranga. Não estarei nas melhores condições para analisar a partida, mas do que vi posso realçar alguns aspectos.

1. A equipe aparenta mais alegria a jogar, mas o adversário não é um bom teste para o efeito porque se trata do 10º colocado da Série C do Campeonato Brasileiro de 2022.

2. As jogadas foram melhor trabalhadas do meio campo para a frente, mas talvez persistam as más decisões e a perda de gols à boca da baliza.

3. A marcação alta que o Botafogo passou a fazer, embora positiva, traz um problema: a linha defensiva ainda não sabe atuar assim e nos contra ataques do adversário é lenta, não se consegue recompor, fica totalmente desposicionada – sujeitando-se a chutões para as suas costas – e acaba tomando gol.

4. Pareceu-me que a síntese de imagens que vi evidencia que o Ypiranga poderia ter chegado pelo menos a um gol na 1ª parte. Todavia, mais uma vez, defrontamos uma equipe com um discernimento atacante bem pior do que o nosso.

5. Lucas Perri faz excelentes defesas, mas isso não é razão para se dizer e escrever que foi o goleiro que salvou a equipe, porque o goleiro está lá para fazer brilharetes, como os meias para efetuar excelentes lançamentos e os atacantes para driblar e marcar bonitos gols – sem os quais o melhor que pode acontecer é o empate. Foi simultaneamente com os soberbos desempenhos de Manga e as grandes jogadas armadas por Gérson e protagonizados por Jairzinho que o Botafogo brilhou na 2ª metade da década de 1960.

5. Em todo o caso, para não ser lamuriento, saúdo a vitória e, como diz Castro, a invencibilidade há 7 partidas, porque nos últimos anos nem conseguíamos ganhar a estes adversários que temos defrontado ultimamente.

6. Porém, meus amigos, o resumo a que assisti não foi muito diferente das recentes falhas defensivas e atacantes do Botafogo. Portanto, como diz Castro, concentre-se a equipe técnica nos recursos que dispõe neste curto prazo de 2023 e deixe a preparação do futuro para o médio prazo quando o Botafogo tiver mais estrutura para o fazer.

FICHA TÉCNICA

Botafogo 2x0 Ypiranga (RS)

» Gols: Eduardo, aos 3’ e 80’

» Competição: Copa do Brasil

» Data: 12.04.2023

» Local: Estádio Colosso da Lagoa

» Público: 6.454 espectadores

» Árbitro: Paulo Cesar Zanovelli da Silva (MG); Assistentes: Celso Luiz da Silva (MG) e Leonardo Henrique Pereira (MG); VAR: Igor Junio Benevenuto de Oliveira (VAR-MG)

» Disciplina: cartão amarelo – Tiquinho Soares, Tchê Tchê, Rafael, Di Placido e Victor Cuesta (Botafogo) e Lorran e MV (Ypiranga)

» Botafogo: Lucas Perri; Di Placido, Adryelson, Victor Cuesta e Marçal (Rafael); Tchê Tchê (Danilo Barbosa), Marlon Freitas (Gabriel Pires) e Eduardo; Gustavo Sauer (Júnior Santos), Tiquinho Soares (Matheus Nascimento) e Luís Henrique. Técnico: Luís Castro.

» Ypiranga: Caíque; Ivan, Islan, Heitor e João Felix; Lorran (Clayton), João Pedro (Bruno Baio) e Mossoró; MV (Jhonatan Ribeiro), Erick e Rubens (William Barbio). Técnico: Luizinho Vieira.

7 comentários:

jornal da grande natal disse...

Me parece que os jogadores atuais, inclusive os botafoguenses, tem "medo" da bola, "queima" como fogo nos pés, fazendo com que passem a bola com passe não trabalhado ou não tentem jogadas individuais perto da área, fazendo com que o jogo se torne uma correria incessante...

Ruy Moura disse...

Exato! Jogam em correria e isso é bom para os adversários mais fracos. Já Didi dizia que a bola é que devia correr. Mas no Botafogo a bola corre mal... queima... e livram-se dela logo que podem

Abraços Gloriosos.

Eduardo Samico disse...

Meu caro Ruy,vi todo o jogo e seus comentários, que poderiam bem ser aplicados aos jogos passados, parecem-me corretíssimos.
Entretanto, faço uma ressalva acerca da observação relativa a mais outro excelente desempenho de nosso goleiro, Lucas Perri - que beleza de contratação!
Sem dúvida ele está lá para impedir os gols dos adversários e vem fazendo isto de forma extraordinária. O problema, no meu modo de ver, reside no fato de que os nossos adversários, como bem observado por você no item 1, são das séries C e D. Penso que não podemos nos conformar em ter nosso goleiro como o melhor em campo - ou um dos melhores - quando enfrentarmos a Portuguesa aqui do Rio de Janeiro, o Sergipe, Ypiranga, Magallanes, etc. Contra tais adversários, que possuem jogadores menos qualificados e experientes que os nossos, o Perri não deveria ter maiores trabalhos, mal deveria ser exigido. Não estamos enfrentando o Palmeiras, o Fluminense ou a LDU.
E aí volto à minha preocupação: será que contra adversários de série A, e na Sul Americana, o Perri continuará operando seus milagres? Será que, no caso de levarmos um ou mais gols, teremos capacidade de buscar reverter o placar?
Sei que o Luis Castro tem por característica montar times que levam muitos gols. Você mesmo comentou isto. Só que o time do Botafogo não me parece ter um bom repertório de jogadas de ataque, para compensar uma eventual tibieza em seu sistema defensivo.
Isto posto, os jogadores continuam a cometer erros individuais inaceitáveis. O time continua jogando muito espaçado. Tive a impressão, nesse último jogo, que os jogadores deslocaram-se mais, apresentando-se e dando opções para aquele que conduzia a bola tentar criar alguma jogada, e isto é louvável. Por fim, não faltou espírito de luta à equipe.
Amanhã começa o Brasileiro, e muitas dessas dúvidas começarão a ser dirimidas.
Vi boa parte do 2º tempo do jogo do S.Paulo, nosso adversário de amanhã, contra o Ituano pela Copa do Brasil e posso afirmar que se trata de mais outra equipe abaixo do medíocre, sem movimentação, sem jogadas articuladas, sem jogadores decisivos.
A ver.
Abs.

Sergio disse...

Muito boa observação essa da bola queimar no pé dos jogadores. Várias vezes assistindo jogos do Botafogo eu me perguntava a razão do jogador tocar de primeira sem pelo menos olhar a jogada quando tinha a chance de progredir com a bola.
Sobre o jogo não posso falar muito pois também só vi os melhores momentos, mas deu para perceber que o meio campo no primeiro tempo estava marcando muito mal e nós culpamos sempre os defensores.
No segundo tempo o Castro tirou o Tchê Tchê que não estava bem e colocou o Danilo e a marcação melhorou consideravelmente, o que mostra que o Luís Castro sabe ler o jogo, ao contrário da implicância quase generalizada com o treinador.
Apesar o Júnior Santos não ser um jogador dos nossos sonhos, temos que reconhecer que ele ajuda bastante, principalmente impondo uma correria e incomoda o adversário,as seu principal problema são as tomadas de decisão nas finalizações, as vezes com um drible a mais perdendo a oportunidade.
Acho que o Botafogo irá se entrosar e sinto que aos poucos os jogadores vão ganhando confiança, afinal estamos na realidade na pré temporada, pois aquela prometida de um mês nas EUA gorou graças as manobras da ferj e cbf, sem contar que os 6 reforços prometidos para serem titulares não vieram.
ABS e SB!

jornal da grande natal disse...

Caro comentarista Sérgio, acho até que essa moda de se livrar da maricota muito cedo tem a ver com aausência de qualidade técnica para conduzir a donzela em comparação com os craques de um passado não muito distante, vide a ausência de craques como Mendonca.

Ruy Moura disse...

Inteiramente de acordo, meu caro Eduardo. Um ou outro remate, por exemplo, de fora da área, que permita o Perri brilhar contra equipes modestas, tudo bem - e até anima a partida. Mas ter que fazer 4 defesas importantes como parece ter feito contra o Ypiranga, já não é aceitável.

E às tantas já não sei se o problema é nosso ou do futebol brasileiro no seu todo, porque ver o Vasco eliminado e o Corinthians e o Flamengo derrotados contra equipes 'zebras', é obra! O Maringá?!?!?! Da Série D?!?!?!

Uma coisa eu sei: entra presidente sai presidente, entra treinador sai treinador, entram jogadores saem jogadores, e o Botafogo é sempre igual! Dejà vu?...

Queria ter uma esperança de que Textor comprava jogadores a sério e que assim o Castro faria brilharetes. Mas a minha esperança é mínima. E veja, sem jogadores capazes não há treinador que seja campeão em provas de topo. Veja o Guardiola: esteve quase 5 anos a treinar o Barcelona e venceu 2 vezes a champions league; saiu e foi contratado pelo Bayern e depois pelo City com a missão de ser campeão europeu. Está há cerca de 11 anos sem ser campeão europeu. Porquê?... Porque tinha o Messi e o Iniesta e Cia. Mesmo nos colossos Bayern e City está há uma década a ver a champions league por um canudo (talvez este ano consiga com mais o reforço de peso do Haaland, que, esse sim, é 'matador'. Quer dizer, se o Textor quer é ganhar dinheiro com garotos da base e não adquirir jogadores já feitos, será muito difícil ganhar títulos de topo com Castro ou outro qualquer. Só conseguinos chegar - e poucas vezes - ao 'carioquinha'. Por agora andamos conquistando... a Taça do 5º Lugar!

Sobre o Castro, é isso: as suas equipes são geralmente ofensivas (o tal 4-3-3 que ele não quer largar) e marcam gols suficientes para suprir as falhas da sua defesa, mas desde que tenha jogadores capazes. E o nosso ataque é o Tiquinho e nada mais. E Tiquinho tem muitas virtudes, mas não é um 'matador'. Porque não se contrata um 'matador'?... Não faltam meias (pouco capazes), mas atacantes ficamos pelo Tiquinho e os fracos Vitor Sá e Matheus Nascimento. E se o MN começar a jogar bola a sério, o Textor vende-o como fez com o Jeffinho! Foi um 'assassinato' feito à equipe!

Sobre a linha defensiva eu penso que não são apenas erros individuais, mas também uma equipe que ainda não aprendeu a marcar alto e regressar ordenadamente com rapidez para manter a linha de defesa certa mais atrás. Quando recuam fazem-no a velocidades diferentes, abrem espaços nas linhas e vai daí qualquer atacante do Sergipe ou do Magallanes em velocidade consegue marcar gol.

Coragem, Eduardo! Muita coragem!...

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Sergio, também acho que há uma implicância desde o início com o Castro - e vai ser difícil superar -, mas que ele também ainda não percebeu certas coisas do futebol brasileiro, parece-me bem verdade. Ouvi ele dizer que no Brasil só os resultados interessam, não interessa montar estruturas de médio prazo. Tem razão, mas ainda assim já devia ter feito melhor porque nos prometeu - já depois de não ir aos EUA - que a equipe estaria "pronta" para a Copa Sul-americana e Brasileirão. Não está!

Agora disse que iria esquecer o médio prazo e se focaria no imediato. Pois... porque talvez tenha percebido que, afinal, o Textor o contratou para preparar e vender Jeffinhos, não para conquistar grandes títulos. Se o fizer, faz bem, e talvez assim consigamos alguma melhoria. Porque depender das contratações do Textor não parece de bom augúrio à beira de se iniciar o Brasileirão.

Creio que Castro e Textor já não estão 'grudados' como antes. O Castro começou a perceber que é isca para anzol...

Abraços Gloriosos.

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