segunda-feira, 10 de julho de 2023

Botafogo 2x0 Grêmio: imparável, jogo a jogo

Crédito: Vitor Silva / Botafogo.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Temos um Botafogo que quebra tabus uns a seguir aos outros, bate recordes e foca jogo a jogo, sempre se ajustando ao adversário, capaz de enfrentar seja quem for, onde for e quando for.

É disparadamente o melhor Botafogo do século XXI e promete continuar, manter a mentalidade vencedora e caminhar pela estrada dos louros, com um facho de luz, conduzindo-se ao clímax desportivo da Estrela Gloriosa predita pelos deuses do futebol.

Vencer São Paulo, Atlético MG e Fluminense em casa e Flamengo, Palmeiras e Grêmio fora em 14 jogos, é fulminante, sabendo-se que dos 7 clubes mais próximos do líder só falta vencer o Bragantino na próxima rodada.

Estamos vindo de 5 vitórias consecutivas, 8 gols marcados e 0 sofridos; melhor defesa do campeonato, 3º melhor ataque, maior saldo de gols, artilheiro da competição. Mas será engano nosso ou o Botafogo afinal é… “um lixo”? Melhor assim… Distraídos com a ideia da ‘vaca em cima da árvore’, depois do ‘cavalo paraguaio’ e finalmente do ‘lixo’, eis que focados estamos dando uma goleada nos distraídos, maldosos e incompetentes jornalistas e comentadores desportivos vendidos as clubes do costume.

E foi assim, finalmente focados na vitória e concentrados ao máximo em cada jogo, mentalmente fortes para suportar as ‘canalhices’ do meio envolvente, virando a chave para nos adaptarmos ao adversário jogo a jogo, sem panelinhas de vestiário nem dirigentes vaidosos, egocêntricos e ‘gulosos’, que saímos definitivamente de equipes pouco focadas, muito erráticas, distraídas e desleixadas e sem mentalidade vencedora que temos tido nos últimos anos. E isto, senhores da mídia, acabou!

Sobre o jogo considerei sempre que estávamos jogando desde o início com a clarividente estratégia habitual: deixar o adversário atacar (especialmente tendo em conta tratar-se do 2º classificado), enredá-lo na nossa defesa, cansá-lo e procurar o contra ataque, o que significa que o primeiro tempo do Botafogo costuma ser assim mesmo e não constitui surpresa para ninguém.

Aliás, todas as jogadas do Grêmio foram em cima dos nossos fracos laterais, mas ainda assim o goleiro e a zaga resolveram todos os problemas deixados pelas avenidas dos laterais.

No segundo tempo o Grêmio ainda o iniciou atacando, mas o fôlego já não era o mesmo e, entretanto, as substituições de Caçapa (eu faria exatamente as mesmas) foram todas cirúrgicas e corretas, marcamos gol oportuno e espetacular pelo lado de Matías Segovia, que mudou a dinâmica de ataque, passamos a controlar o jogo com posse de bola e acabamos marcando novamente pelo lado do talentoso Segovia.

Tudo perfeito, incluindo só utilizar Matías Segovia na segunda parte, fisicamente fresco para o jogo, porque é um jogador que começando a titular acabava substituído no seu antigo clube por volta dos 70’ devido a cansaço. Por isso tenho insistido que precisa de se robustecer fisicamente para chegar a titular até ao fim das partidas.

O que significa que nada me espantou neste jogo em que confiei num 2x1 a nosso favor antes do jogo se iniciar – porém, o Grêmio não gosta de mim e não fez o seu golito... O que me espantou de certo modo foram as conclusões de Caçapa sobre a primeira parte do Botafogo. Caçapa enalteceu tanto o ataque do Grêmio que eu pensei que poderíamos ter sido goleados e eu não me apercebera disso. E que falou ainda que disse aos jogadores ao intervalo que teriam que mudar a chave para não sermos amassados. Ledo engano de Caçapa: quem mudou o esquema de jogo foi ele próprio com as excelentes substituições que fez em momentos adequados, primeiro de Matías Segovia e Marçal, depois com Breno e Danilo Barbosa e por fim com a entrada de Carlos Alberto para selar a vitória.

E Caçapa ainda fez outro erro colossal na Coletiva: admitiu, apenas com 1/3 do campeonato decorrido, e sabendo-se da dificuldade do Brasileirão, que a conquista do título “já está dando esse cheirinho”. ‘Cheirinho’ é coisa para o Flamengo, Caçapa, e nós não queremos ‘cheirinhos’, queremos é vencer jogo a jogo, sem pensar no título, apenas na vitória no jogo seguinte. Gostei de Caçapa não ter cometido gafes técnicas e conduzido a equipe em moldes habitualmente consistentes, mas em Coletivas, falando para a grande mídia, apresenta a ‘verdura’ de quem nunca foi treinador principal e, de certo modo, diminuiu publicamente a equipe, porque nem tudo o que se pensa ou se diz ‘dentro’ deve ir a público.

Ao contrário, o inominável treinador do Grêmio enalteceu a sua equipe ao ponto de considerar que realizou o melhor jogo da época – e a ser verdade, pobres coitados! – e nem uma palavra de reconhecimento ao Botafogo. Aliás, mais de metade da Coletiva foi usada para atacar a arbitragem – que foi irrepreensível – porque não assinalou um pênalti fantasma que nunca existiu!

Crédito: Twitter Brasileirão Assaí.

É um exagero tudo o que o inominável disse e todas as desculpas que deu, mas não expôs os seus atletas a qualquer menorização pela razão de – realmente! – terem sido taticamente acorrentados ao nosso modelo de jogo (do qual o próprio Grêmio se aproxima, com pouca posse de bola) e até mesmo dominados a partir dos 65’ de jogo.

Dirão que Lucas Perri foi novamente extraordinário. É verdade que fez 3 defesas difíceis, 2 delas em sequência e muito difíceis para qualquer guardião, mas é por isso que lá está como último reduto da excelente dupla de zaga que temos. Todavia, não esqueçamos que após o Botafogo equilibrar o jogo na segunda parte – sim, porque teve boas chances de marcar em jogadas muito produtivas, mesmo na primeira parte em contra ataques sem concretização de Luís Henrique e Júnior Santos – e passar o dominar o Grêmio posteriormente, ampliando o placar, as estatísticas não mentem: mais remates do Grêmio, mas a maioria para as ‘nuvens’, e no final o Botafogo aumentou os remates e as estatísticas apontam para apenas 4 remates enquadrados do Grêmio durante o jogo inteiro – todos defendidos por Lucas Perri – e o Botafogo rematou 6 vezes com enquadramento e marcou 2 gols!

Portanto, produtividade zero para o Grêmio “que fez, talvez, a melhor partida do ano”, segundo o inominável.

Aliás, devo dizer que o único jogador gremista que criou verdadeiramente perigo para o Botafogo foi Suárez. Muito inteligente, proporcionou alguns passes excelentes aos seus companheiros, evidenciando que ele é praticamente meia equipe e por isso o inominável o levou a campo mesmo lesionado e, diga-se de passagem, escalar Suárez naquelas condições é uma vergonha para qualquer treinador e para qualquer dirigente que o permita, é…

DESRESPEITAR A SAÚDE DE UM ATLETA!

O que será feito do inominável quando Suárez faltar ao mundo?... Mas sigamos…

Em boa verdade, além do espanto que tive durante a nossa Coletiva, o que mais me espanta nesta campanha, neste Botafogo e neste jogo, é como tem sido possível realizarmos a melhor campanha de sempre até aqui, igualar à 14ª rodada o recorde de pontos detido pelo Corinthians e fazê-lo sem pontas e sem laterais!

Luís Henrique, Júnior Santos (que erra tudo o que faz), Di Placido e Hugo são excessivamente fracos para uma tal campanha. Por isso, meus amigos, eu sempre fui defensor que os treinadores têm metade da responsabilidade das vitórias e das derrotas e a outra metade pertence aos atletas. Sou muito focado nos sistemas táticos e menos nos malabarismos dos atletas – por vezes tão exagerados que levam a derrotas – na medida em que o pensador primordial (o treinador) é peça chave para articular as vertentes tática, física, técnica e mental e levar os jogadores a serem resilientes e entenderem todos os momentos do jogo, porque o futebol de hoje depende de um exercício global e não apenas da genética artística dos atletas.

Houve clubes campeões não devido à superior qualidade individual dos seus jogadores, mas sobretudo devido ao sistema tático, à união entre todos, ao foco, à mentalidade vencedora – foram e são estes os elementos da nossa excelente campanha que se deseja atingir objetivos elevados, mas… com o foco totalmente dirigido a conquistar 3 pontos jogo a jogo e nada mais. E no final, então, faremos as contas!

Ainda há alguém seguindo o LÍDER?!...

Talvez o telescópio espacial Hubble consiga identificar algum marciano intrometido…

FICHA TÉCNICA

Botafogo 2x0 Grêmio

» Gols: Eduardo, aos 74’, e Carlos Alberto, aos 87’

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 09.07.2023

» Local: Arena do Grêmio

» Árbitro: Flávio Rodrigues de Souza (SP); Assistentes: Marcelo Carvalho Van Gasse (SP) e Fabrini Bevilaqua Costa (SP); VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)

» Disciplina: cartão amarelo – Hugo, Tiquinho Soares, Philipe Sampaio, Tchê Tchê e Marçal (Botafogo) Reinaldo e Cuiabano (Grêmio)

» Botafogo: Lucas Perri; Di Placido, Adryelson, Victor Cuesta e Hugo (Marçal); Marlon Freitas, Tchê Tchê (Breno) e Eduardo (Danilo Barbosa); Júnior Santos (Matías Segovia), Tiquinho Soares (Carlos Alberto) e Luís Henrique. Técnico: Cláudio Caçapa.

» Grêmio: Gabriel Grando; Bruno Uvini, Bruno Alves e Kannemann (Vina); João Pedro, Villasanti, Carballo (Cuiabano) e Reinaldo; Bitello (Nathan), Suárez (André) e Cristaldo (Ferreira). Técnico: Renato Gaúcho.

7 comentários:

Sergio disse...

Nem sei por onde começar, talvez elogiando a bela análise do jogo e do momento do Botafogo.
Bom, vamos lá. Minha primeira observação a respeito do jogo é de acordo com o que está escrito: o Botafogo cansa o adversário no primeiro tempo e o destrói no segundo tempo, como tem feito na maioria dos jogos.
As substituições mudaram o jogo, e essa estratégia de colocar o Segovinha fresco no segundo tempo tem desmontado os adversários. O Grêmio foi absolutamente dominado no segundo tempo.
Luís Henrique e Junior Santos ontem não foram bem e, atribuo as dificuldades dos laterais não só a não serem muito bons mas sobretudo porque os dois pontas não fizeram bem a recomposição, coisa que tanto o JS como o Vitor Sá (que não jogou) fazem bem. Porém o Júnior Santos cansou o lateral adversário abrindo dessa forma mais espaço para o Segovinha, que é um jogador muito bom, não só pela habilidade mas pelo visão que tem do jogo.
Falar da qualidade da zaga e do nosso goleiro é chover no molhado, e este tem sido um dos fatores mais importantes da bela campanha que o Botafogo vem fazendo.
Algo que é bastante claro nesse time é a concentração exercida durante todo o jogo, além da união do elenco e a frieza do time, uma frieza calculista que sabe esperar para matar o jogo.
Sobre o inominável treinador do Grêmio, coitado, deixe-o chorando e procurando desculpas para a derrota, inclusive um pênalti que só ele viu. O Parreira certa vez disse que o gol é um detalhe, podemos não concordar porque esse é o "objetivo" , e sem ele não há definição, mas ontem apesar do inominável exaltar tanto seu time (confesso que estou me baseando no seu relato, pois me recuso a ouvir esse pateta treinador do Grêmio) que faltou o detalhe, mas este não faltou ao vencedor Botafogo. Interessante se observar que o Grêmio fez sua melhor partida,.mas é bom lembrarmos que só joga bem dentro de casa, já tomou duas goleadas fora e só ganhou do Bahia com um gol as 50 minutos.
Sobre a mídia, estou muito contente em ver essa turma se roendo de raiva, e espero que continue falando mal do Botafogo, desses vendidos quero distância.
Para terminar, não poderia deixar de falar sobre o gramado artificial, numa critica levantada por um dirigente do time da lagoa, querendo atribuir o sucesso do time do.Botafogo ao gramado, chegando a falar a abominável asneira que naquele gramado "se tratava de um outro esporte". Curioso, porque o Botafogo venceu 4 jogos em gramados naturais, alguns parecendo um verdadeiro pasto, como é o caso do gramado do Maracanã. Qual serão as próximas desculpas? ABS e SB!


Henrique disse...

Quanto aos pontas amigo Ruy, vejo mais como irregulares, do que propriamente ruins. Porém a estratégia de quase sempre trocá-los na segunda etapa, tem surtido excelente efeito, o rendimento do time se mantém afiado. Quanto aos laterais, os reservas estão muito abaixo dos titulares, uma pena que Rafael quando justamente começava a recuperar o seu bom futebol, lesionou. Tanto Hugo quanto Di Plácido, possuem mais valências ofensivas, e se perdem quando precisam fazer a cobertura. A impressão que o jogo deixou, apesar do volume ofensivo do Grêmio, é que o Botafogo estava excessivamente tranquilo, como se soubesse, que seria letal a qualquer momento, mesmo com os sustos produzidos pelo CRACAÇO, Luis Suárez.
Saudações Alvinegras Ruy, abraços!

jornal da grande natal disse...

O comentarista tá igual a Rui Porto no Ataque e Defesa. Analisa o que aconteceu dentro de campo, o que acontece fora, nos bastidores, antes e depois do jogo, e ainda tem tempo para castigar os "analistas". Incansavel... (rsrs)

Ruy Moura disse...

Concordo praticamente com tudo, Sergio:

- No 2º tempo os adversários estão profundamente desgastados.

- Se o Matías Segovia entra no início, cansa, se entrar na 2ª parte vai fresco e espatifa o lateral e o esquema defensivo adversário.

- O Carlos Alberto e o Danilo são opções como substitutos em determinados momentos do jogo.

- Mas vejo o Junior Santos muito ruim errando tudo o que faz, embora aceite que ele desgasta o adversário, sim. O Luís Henrique é muito lento a decidir. Podia ter aberto o placar, mas a capacidade de decisão não é o seu ponto forte.

- Tem razão sobre os laterais na perspetiva da recomposição, mas não são laterais para uma equipe que, com diz o Caçapa, “briga lá em cima”.

- Goleiro e zaga são 3 notas 10! Grandes contratações!

- O Inominável do Grêmio é um pobre diabo que sacrificou o Suárez e sem ele o Grêmio não vai ser nada.

- Desejo muito que a mídia continue achando o Botafogo lixo, quanto mais lixo melhor para nós.

- Sobre o gramado nem vale a pena comentar, porque os gramados artificiais do Palmeiras e do Athletico não têm problema nenhum, só o do Botafogo tem! E todos os gramados do futuro artificiais vão ser um problema… (rsrsrs)

- Artificiais são os pseudo jornalistas, os adversários maldosos e os ‘corneteiros irracionais”! (rsrsrs)

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Henrique, confesso que considero os pontas e os laterais muuto irregulares mesmo, à exceção do Junior Santos, que, em minha opinião, é muito ruim. Não acerta nada do que faz, fecha sempre para o meio e não sabe jogar indo à linha de fundo como o Matías.

Concordo com a 'perdição' dos laterais. O Rafael também se perdia, mas depois acertou e estava jogando bem. Claro que com o Marçal a coisa funciona, mas quando não é titular abre-se uma avenida no seu corredor lateral.

Como se costuma dizer, "concordo mil por cento" com a tranquilidade do Botafog. Foram preparados durante meses para jogarem tranquilos, sem pesos nos ombros, pacientemente esperando pelo golpe fatal que sabem terem capacidade para fazer à mínima distração do adversário. E depois há que registrar que, ao contrário do passado em que os jogadores perdiam a concentração durante o jogo, agora todo mundo se concentra como se o Universo inteiro de cada atleta estivesse dentro daquele retângulo de jogo.

Luiz Suárez é mesmo 'cracaço'. Lesionado, diminuído, sacrificado, e foi o melhor da equipe!!!

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

O analista habituou-se à ideia da globalização e vai daí dá conta do global ao local, designado na ciência económica por 'glocal'! (rsrsrs)

A sério: há coisa que só compreendemos em toda a sua extensão se olharmos para os vários ângulos da coisa, tal como os jogadores tiveram que fazer durante todo este ano até conseguirem perceber todos os momentos do jogo e chegaram a esta liderança quase absurda de 10 pontos.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Adenda, Vanilson: a grande diferença entre o Botafogo e os outros adversários é que estes correm eletrizantes com a bola e não pensam o entorno, a não ser abrir rapidamente o placar, enquanto o Botafogo está sempre tranquilo e predisposto a interiorizar o entendimento de cada momento do jogo para, à mínima abertura adversária, ser letal e vencer.

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