Recados de Roberto Porto: a George Helal (III)

[Nota Preliminar: Esta série refere-se a Recados que Roberto Porto enviou a várias pessoas após a Gloriosa conquista do Campeonato Carioca de 1989.]

por ROBERTO PORTO | Jornalista e torcedor do Botafogo, a sua maior paixão imaterial

Salve meu vice-presidente predileto…

Como vão as coisas? Agora, evidentemente, não devem ir bem. Mas, creia, a derrota do Flamengo foi a mais flagrante das injustiças: Mazolinha estava impedido e Maurício, aquele peladeiro, cometeu uma falta grosseira ao Leonardo.

O Botafogo, Helal, realmente é a Cabofriense. O time não joga nada e só foi campeão invicto graças às manobras do nefando Caixa D’Água, que arranjou uma tabela nitidamente alvinegra.

Cá entre nós, porém, acho que você poderia ter tomado aquelas providências habituais, a das papeletas-amarelas. Quem sabe se um suborninho aqui, um dinheiro ali, uma conversinha ao pé de ouvido mais adiante não teria resolvido o assunto.

Pelo que sei, o Botafogo, coitado, anda à míngua de recursos (o Emil foi um sujeito durango-Kid da vida) e uns trocados não deixariam de cair bem lá em Marechal Hermes. Quem sabe se a rapaziada não amoleceria um pouco?

Como o Flamengo sempre fez uso das papeletas-amarelas, estranhei a sua omissão justamente na decisão. Será que o Botafogo é metido a besta? É um clube de gente incorruptível? É um grupo de gente honesta como o que forma a Cabofriense, que teve a audácia de arrancar um ponto do grande Mengão?

Como não sou versado na matéria, fico por aqui.

E continuo considerando você meu dirigente preferido. Afinal, toda a vez que você está à frente do clube, o Botafoguinho mete-lhes uma piaba.

Saudações alvinegras (senti falta do Ladrilheiro no Maracanã. Será que ele também bebeu gasolina, como o Bagá?)