[Nota
Preliminar: Esta série refere-se a Recados que Roberto Porto enviou a várias
pessoas após a Gloriosa conquista do Campeonato Carioca de 1989.]
por
ROBERTO PORTO | Jornalista e torcedor do Botafogo, a sua maior paixão imaterial
Você pode até não
acreditar, Renato, mas fiquei entristecido com a notícia do esclarecido
torcedor rubro-negro Bagá (tomou um
litro de gasolina na madrugada da última quinta-feira).
O guardador de
automóveis não merecia ficar tão desamparado após a derrota do imbatível
escrete rubro-negro, integrado por jogadores como Zico, Bebeto, Jorginho,
Leonardo, Zé Carlos e Zinho, para citar apenas estes, responsáveis por tantas
glórias do futebol brasileiro.
De qualquer
maneira, analisando os últimos fatos, até que compreendo o gesto tresloucado
que ele cometeu, iludido pela prepotência de raríssimos torcedores e
jornalistas ligados ao Flamengo, o doce Bagá
jamais poderia admitir ser derrotado justamente pelo odiado Botafogo numa final
de campeonato.
Em sua radiante simpatia (o rubro-negro, você sabe,
sempre se caracterizou pela modéstia, equilíbrio e humildade, desde os tempos
de Berico), o quase finado Bagá não
poderia imaginar que o imbatível esquadrão da Gávea poderia tombar de maneira
tão humilhante diante do timinho rastaquera do Botafogo.
Fico aqui torcendo para que ele se recupere e volte a
brilhar como personagem de sua coluna. Até porque, se ele morrer, os grandes
filósofos Evandro Carlos de Andrade e Luiz Gardia vão se sentir frustrados.
Eu mesmo, sinceramente, vou ficar chateado. Diria até,
que seria um desgosto profundo se faltasse o Bagá no mundo.
Saudações alvinegras e um abraço.
Nota do Mundo Botafogo: Renato Maurício Prado descreveu assim o
torcedor rubro-negro Bagá (20.10.2015): “Como
sabem todos os que leem esta coluna, Bagá é ciclotímico. Vai da euforia à
depressão de uma rodada pra outra, intercaladas, naturalmente, por ataques de
fúria avassaladora, no período posterior às derrotas. E como, nos últimos
jogos, elas têm sido bem constantes (foram cinco, sem seis rodadas!) dá pra
imaginar o humor da fera, quando a encontrei, ontem, espantando pardais a
urros, na Praça General Osório.” In https://colunadofla.com/2015/10/renato-mauricio-prado-baga-do-pesadelo-ao-sonho/
2 comentários:
Baga ficou só o bagaço. Nao o da laranja. O último parágrafo: hilario.
Um recado repleto de ironia com muita elegância. Porto era superior.
Abraços Gloriosos.
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