por RUY MOURA |
Editor do Mundo Botafogo
“É tempo de Botafogo.” É isso que pensamos, é
isso que queremos, é isso que se torna necessário concretizar após um ano tão
repleto de surpresas inesperadas que seguramente ultrapassaram todas as nossas
expectativas pessimistas iniciais do primeiro trimestre de 2024.
Chegados aqui, após uma longa caminhada, é
hora de ligarmos todas as nossas antenas, nós, os torcedores, e eles, a
comissão técnica e os jogadores, porque apenas com cinco jogos por cumprir rumo
aos nossos idílicos sonhos, todos temos que dominar as nossas emoções e
ansiedades, fortalecer a mente, usar a racionalidade para pensarmos bem,
discernirmos ainda melhor e agirmos em conformidade, dentro e fora das quatro
linhas.
É necessário que, num lapso de tempo
muitíssimo curto, consigamos perceber os pontos críticos a superar para que os épicos
desafios que nos esperam – a nós e a eles – nos escassos próximos nove dias,
sejam vividos com profunda devoção, com dedicação e esforço absolutos do corpo
e da alma e que simultaneamente a razão impere e ultrapasse todos os obstáculos
– e que certamente serão muitos – para que os louros que insistem serem-nos
intangíveis se transformem em louros nas cabeças dos nossos futuros campeões.
Dito isto, acrescento:
Está por demais visto que após a goleada de
5x0 sobre o Peñarol, todos os nossos adversários surgirão bem fechados na
defesa e explorando o contra-ataque.
A posse de bola pela posse de bola não serve
contra tais muralhas defensivas. É necessário uma posse veloz e dinâmica, com
súbitas mudanças de trajetória, mesclada com penetrações pelas alas, jogadas
ensaiadas, muito treino de escanteios e, principalmente, remates de fora da
área, fortes e direcionados – não como ontem cujos muitos remates ou eram
fracos, ou mal direcionados, ou bloqueados.
Entender que as soluções individuais não se
devem sobrepor às soluções coletivas. Foram as soluções coletivas que colocaram
meio mundo a falar que tínhamos o melhor futebol sul-americano. Porém, não
chega quando o nosso sistema começa a ser mais do que manjado e pelo menos com
os empates os adversários estão levando um ponto para casa e nós menos dois do
que deveríamos. Foi com um sistema manjado que Fernando Diniz passou de campeão
sul-americano a despedido do Fluminense – tão manjado que há muito tempo o
Botafogo percebeu o esquema e se mantém invencível nos últimos clássicos vovô.
Até ao final teremos ferrolhos a desmontar em
todas as defesas adversárias. Sugiro que nos treinos devíamos ter na equipe
principal os titulares do ataque e do meio campo e na equipe reserva os nossos
titulares na defesa, e talvez até jogarem 11 contra 12 nos treinos – isto é, os
titulares de meio campo e ataque têm que procurar modos de se sobreporem aos
nossos defensores titulares.
Porque estamos perante uma defesa que
funciona e um ataque que se tornou inoperacional nos dois últimos jogos,
precisando de redenção imediata em cinco simples jogos!
Se não conseguirmos novos modos criativos de
agir em campo os nossos sonhos idílicos podem se desvanecer, mesmo que tenhamos
adversários com um atleta a menos durante uma hora de jogo. Entrar com Eduardo
e Tiquinho Soares a titulares é uma boa maneira de penhorar o ataque da nossa
equipe e iniciarmos a partida com menos dois jogadores – algo que me arrepiou
quando vi a escalação.
Manter a cabeça fria e não nos envolvermos em
confusões dentro e fora de campo é essencial para se manter a objetividade e foco no essencial – resistindo às provocações adversárias e ao antijogo.
Expulsões num momento tão crucial é algo que
faz parte do ‘velho’ Botafogo, não do ‘novo’, mas a mala-pata por culpa própria
insiste em se apresentar.
Artur Jorge, embora com muitos acertos, já
errou a estratégia, as escalações e as substituições mais do que uma vez –
agora chegou à tolerância ZERO em cinco decisivos jogos.
E de nada adianta AJ clamar que estamos
invencíveis há meses – não chega! Os empates não nos servem já, nem no
Brasileirão nem na Libertadores.
O Mundo espera-nos nos próximos 9 dias para
estender a passadeira. Depende sobretudo ‘deles’, com empenho, esforço, devoção
e muitos acertos – alcançar a Glória!
Após estes nove dias, o futebol bonito e
cristalino de que tanto se tem falado, sem títulos não será lembrado. O Mundo
aprecia sempre muito mais os vencedores – os que serão realmente laureados,
enaltecidos e lembrados!
Lembrete da torcida à comissão técnica e aos
jogadores: “O Botafogo é uma fortaleza e a sua torcida jamais se renderá!
HONREM-NA EM CAMPO!
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x0 Atlético Mineiro
» Gols: –
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Data: 20.11.2024
» Local: Arena Independência, em Belo Horizonte (MG)
» Público e Renda: Portões fechados
» Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP); Assistentes: Nailton Júnior de
Sousa Oliveira (CE) e Daniel Paulo Ziolli (SP); VAR: Rodrigo d’Alonso Ferreira
(SC)
» Disciplina: cartão
amarelos – Alexander Barboza (Botafogo)
e Rubens, Deyverson, Lyanco, Matheus Mendes, Zaracho e Igor Rabello (Atlético);
cartão vermelho – Alexander
Barboza e Luiz Henrique (Botafogo) e Rubens (Atlético)
» Botafogo: John; Vitinho (Jeffinho), Bastos, Alexander
Barboza e Alex Telles (Cuiabano); Gregore, Marlon Freitas e Eduardo (Júnior
Santos); Luiz Henrique (Matheus Martins), Tiquinho Soares (Igor Jesus) e Thiago
Almada. Técnico: Artur Jorge.
» Atlético: Everson; Saravia, Bruno Fuchs, Lyanco e Mariano;
Otávio (Bernard), Fausto Vera, Rubens e Zaracho (Paulo Vítor); Paulinho (Igor
Rabello) e Deyverson (Hulk). Técnico: Gabriel Milito.
2 comentários:
Ontem, não sei porque que razão, achei que o Botafogo empataria com o Atlético Mineiro, e tive a certeza do empate quando li a escalação com Eduardo e Tiquinho, ambos muito mal. Se o Atlético jogou com um a menos devido a expulsão de seu jogador, o Botafogo jogou quase setenta minutos ou mais com dois jogadores a menos. Era óbvio que o time do Galo iria jogar fechado e por uma bola, pois apesar de ter bons valores individuais, como time é de mediano prá fraco, basta ver os resultados no campeonato brasileiro, e os resultados contra o fraco River Plate e o Fluminense mascararam a qualidade do time mineiro.
Infelizmente o Botafogo não encontrou ainda soluções para furar esses ferrolhos, pois a grande
maioria dos times brasileiros não vai jogar prá cima do Botafogo.
Outra evidência que ficou muito clara ontem foi a falta de movimentação do time para tentar abrir espaços contra o ferrolho atleticano, que com certeza jogará a final da Libertadores por uma bola ou para levar para os pênaltis.
Apesar da distância de apenas dois pontos em relação ao segundo colocado e 6 do terceiro, que dependo do seu próximo jogo pode cair para 4 ou 3 pontos, se até o fim do campeonato mantiver essa distância naturalmente será campeão. Porém, o título só dependo do próprio Botafogo, mas principalmente se souber entender o que precisa fazer para voltar a vencer. Confio no treinador e nos jogadores. Estamos a 5 jogos de dois títulos, é difícil? Com certeza, mas temos que acreditar até o fim. O Botafogo tem que ter muita força mental neste final de temporada, e como diria o Heleno de Freitas" o Botafogo não é para covardes". Abs e SB!
A equipe deixa muito a desejar em matéria de dinâmica de jogo. Movimenta-se lentamente, há poucas bolas em profundidade, desaproveitamento de bolas paradas e pontaria desafinada: tudo o que deseja uma equipe que goste de jogar à defesa e surpreender em contra-ataque com um gol para ganhar o jogo jogando coisa nenhuma. Vai ser um tempo de testar corações. E eu estou começando a perder a paciência. Uma coisa é a equipe passar décadas de dificuldades e estarmos sempre lá; outra coisa é ter tudo à mão para que a passadeira dos campeões seja estendida e a equipe fazendo quase tudo para que isso não ocorra.
Vou manter-me com otimismo moderado e face aos resultados ver-se-á como reajo. Abraços Gloriosos.
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