por RUY MOURA |
Editor do Mundo Botafogo
Naturalmente que a minha disposição hoje é
muito maior após a claríssima vitória sobre o Palmeiras, único resultado que,
na prática, nos daria a possibilidade de conquistar o título brasileiro e
colocar o Palmeiras sob pressão, baixar o seu mental e, consequentemente, a sua
força vital de motivação.
Até agora, embora com muito sofrimento devido
a três empates sucessivos incompreensíveis para quem – dizem – joga o melhor
futebol sul-americano, o Botafogo tem conseguido ultrapassar, nos últimos
momentos, as barreiras que o separam de títulos compatíveis com a grandeza do
Clube – e, consequentemente, ter banalizado muitos e tantos ‘comentadeiros’ que
têm insistido na eventual fraqueza mental dos nossos jogadores. Fora uns três atletas
que sobraram de 2023 e realmente parecem afetados pelo passado, a nossa equipe
principal é maioritariamente de 2024 e desconhece a questão.
Tomara que nos três jogos decisivos em falta
o Botafogo consiga também ultrapassar as barreiras que lhe vão colocar em campo
– e, esperemos, apenas em campo!
Temos uma grande equipe? – Sim. Temos um
grande plantel? – Nem tanto… Temos vontade de conquistar o que há para conquistar?
– Sim!
Poderíamos ter goleado o Palmeiras por 4x0 ou
4x1, temos, pois, equipe em forma!
Todavia, por entre a alegria de desde ontem
termos praticamente a certeza que lutaremos concentradamente, denodadamente,
estoicamente nesta reta final onde tudo é possível e as equipes mais focadas
tendem a vencer, não podemos / não devemos embandeirar em arco.
Tivemos muitos erros recentes, que talvez nos
possam ter servido de lição para estes jogos finais. Designadamente é muito provável
que os nossos adversários estejam superiormente atentos a tudo o que fazemos em
campo e da nossa parte teremos que encontrar soluções que não sejam mais do
mesmo, que perante os esperados sistemas defensivos retraídos dos adversários –
particularmente do Atlético Mineiro – saibamos introduzir velocidade e mudanças
de direção durante a posse de bola, que sejamos pacientes atraindo os
adversários, rompendo as duas linhas defensivas que geralmente colocam contra
nós, que não façamos a posse de bola burocrática e fastidiosa, que nos preparemos
melhor para os escanteios e as faltas, porque é muitas vezes de bola parada que
se resolvem finais – e nós temos três decisivas finais pela frente.
A concentração é fundamental, como ocorreu
ontem. E apesar das eventuais retrancas, os nossos adversários têm que abrir
espaços, e nós temos que os obrigar a abrir esses espaços, porque é muito claro
que o Botafogo tem muitas dificuldades em marcar contra linhas defensivas
cerradas e consegue desenvolver bom futebol contra adversários ‘maiores’ que
também possuem jogo de propositura.
Desejo e espero que o aprendizado dos últimos
três empates sirva de lição para os dois jogos finais do Brasileirão e,
principalmente, para a final da Libertadores, porque creio que entendemos bem que
o Atlético Mineiro fará de tudo se entrar em campo sentindo uma certa inferioridade futebolística – e tomara
que sinta e não saiba lidar bem com ela! –, seja no que respeita a antijogo e provocações, seja em tudo o mais em que o
futebol brasileiro é fértil.
Objetividade, cabeça fria, racional elevado, mentalidade vencedora, concentração, alegria e paixão jogando à bola é tudo o que desejo à nossa equipe.
LA GLORIA ETERNA espera-nos!
OUSAR SERMOS CAMPEÕES SUL-AMERICANOS DE
FUTEBOL!
FICHA TÉCNICA
Botafogo 3x1 Palmeiras
» Gols: Gregore, aos 18’, Savarino 72’, e Adryelson, aos
88’ (Botafogo); Richard Ríos, aos 47’ (Palmeiras)
» Competição: Campeonato Brasileiro
» Local: Estádio Allianz Parque
» Data: 26.11.2024
Público: 31.753 espectadores
Renda: R$ 3.284.958,13
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (GO); Assistentes: Bruno Raphael Pires
(GO) e Bruno Boschilia (PR); VAR: Wagner
Reway (ES)
» Disciplina: cartão amarelo
– Alex Telles, Alexander Barboza,
John e Thiago Almada (Botafogo); Marcos Rocha, Mayke e Gustavo Gómez (Palmeiras);
cartão vermelho – Marcos Rocha
(Palmeiras)
» Botafogo: John; Vitinho, Bastos (Adryelson), Alexander
Barboza e Alex Telles (Marçal); Gregore, Marlon Freitas e Thiago Almada
(Eduardo); Luiz Henrique (Matheus Martins), Igor Jesus (Júnior Santos) e Savarino.
Técnico: Artur Jorge.
» Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha, Vitor Reis, Gustavo
Gómez e Caio Paulista; Aníbal Moreno (Maurício), Richard Ríos e Raphael Veiga (Mayke);
Estêvão (Gabriel Menino), Rony (Dudu) e Felipe Anderson (Flaco López). Técnico:
Abel Ferreira.
3 comentários:
Muito assertivo seu comentário sobre o atual Botafogo.
Ontem eu acho que o Botafogo exorcizou de vez o trauma de 2023, e o símbolo maior disso foi o gol do Adryelson. Se o mental, como dizem os comentaristas "entendidos " de futebol, mas também parecem conhecem a fundo a psicologia humana, mais uma vez erraram. Aliás, torcem tanto contra o Botafogo, que vomitam asneiras o tempo todo, por pura birra e inveja do momento do Glorioso.
De um modo geral gostei de todos os jogadores, muito embora o time tenha começada um pouco nervoso e errando alguns lances de maneira pouco comum para esse time.
A estratégia de jogo foi muito boa e novamente vimos gol de jogada ensaiada (muito bonito, diga-se de passagem) e um gol de cabeça fruto de um escanteio muito bem executado.
Me chamou a atenção a vontade demonstrada por alguns jogadores, em especial o Barboza, que mesmo sentindo algo não quis sair e fez uma grande partida. Savarino foi outo jogador muito importante assim como o Almada.
Os 3 próximos jogos são difíceis, mas acho que esse time do Botafogo tem plenas condições de conquistar não só a Libertados como também o campeonato brasileiro.
Com certeza sábado o Atlético Mineiro vai jogar por uma bola, pois apesar de ter bons jogadores, o time como conjunto deixa muito a desejar. Será um jogo duro, e o Botafogo terá que mostrar inteligência na sua estratégia para vencer o jogo,vê principalmente paciência.
Ontem um amigo meu estava muito nervoso, e eu estranhamente sentia uma confiança muito grande na vitória, então o acalmei dizendo que o Botafogo venceria o Palmeiras e será campeão brasileiro Libertadores. Tive sorte? Sei lá,.mas senti essa confiança antes do jogo, e espero estar certo em relação a final de sábado. Abs e SB!
Olá, Sergio!
Por pontos:
1. Creio que não exorcizamos o trauma, porque da equipe titular somente restou Marlon Freitas, que talvez possa ainda ter algum resquício de 2023, mas que não influencia decisivamente os comportamentos dos outros 10 companheiros. Isto é, na verdade entendo que é falsa essa insistência com o ‘trauma’, porque o que se passou em 2023 foi uma queda abrupta e sucessiva. Em 2024, não. Após chegarmos à liderança, perdemo-la por duas vezes e recuperamo-la exatamente na rodada seguinte. Logo, não me parece haver trauma. Relativamente ao Adryelson não creio, pelo seu comportamento em todos os jogos em que entrou, que tenha trauma. Ele e Lucas Perri, que eram dos melhores da equipe de 2023, foram sempre assertivos, em minha opinião. Trauma mesmo parece-me ser do Eduardo e principalmente do Tiquinho, que não infundem confiança.
2. Os vomitadores de asneiras não o fazem por ‘birra’, mas por inveja e sobretudo por raiva de um passado que ainda hoje anão aceitam e de um presente no qual retomamos a nossa longa influência como referencial de craques para a Seleção Brasileira, em geral, e para as Copas do Mundo, em particular. Estão apavorados com o nosso retorno e a eventual oclusão dos seus ‘timinhos’ preferidos.
3. A estratégia foi boa porque o Palmeiras também queria ganhar e abriu espaços para penetrarmos. O AJ tem que aprender que futebol bonito pode ser jogado contra grandes equipes, mas contra equipes modestos é praticar um futebol objetivo e incisivo q.b., sem artes e sem belezuras – é fazer o gol para ganhar e chega. Equipes modestas têm que se munir das armas que podem. Entendo isso completamente, e tal razão não me leva a criticar negativamente os seus desempenhos antijogo, mas sim as arbitragens que o permitem. Por exemplo, Hulk manifestou a pequenez da sua equipe pelas provocações e por todas as inverdades que disse publicamente.
4. Partilho a minha estupefação com o gol marcado em jogada ensaiada de escanteio, coisa que não acontecia há meses. Eu próprio disse alto: “Até que enfim!” Bolas paradas, que eram nosso forte em 2023, desapareceram em 2024, e eu creio que sei a razão o AJ só entende – como disse esta semana – futebol de conceção. E portanto, bolas paradas não são conceção. Creio que o AJ necessitará de ser mais pragmático, um pouco à maneira do Abel (nota: prefiro o AJ ao Abel, mas não custa ao AJ aprender algo com o Abel).
5. Todos os jogadores em alta, mas há três que eu destacaria neste novo Botafogo: Alexander Barboza, Gregore e o melhor de todos, o nosso motor, Savarino. Evidentemente que John, Bastos, Almada, Igor e LH são muito importantes, mas aqueles três são demais.
6. Se os três jogos forem parecidos com os jogos contra o Peñarol no Rio, e mais recentemente contra o Vasco e o Palmeiras, então teremos campeão. Mas, atenção, com entendimento dos contextos de jogo, os quais indiciam vir a ser bem diferentes nos três casos. Sobre pessimismo/otimismo, não tenho nem uma coisa nem outra. Tenho uma aspiração/asserção que já mencionei várias vezes: que os atletas tenham entrega total, concentração absoluta, rapidez e flexibilidade no ataque, redobrada atenção no esquema defensivo. E que o AJ não invente mais e entenda o que tem pela frente em cada um dos jogos.
7. Sermos campeões nas duas competições seria a dupla cereja no grandioso bolo alvinegro de 2024. Se for um, que seja o de ‘La Gloria Eterna’. Com o embalo ganho contra o Palmeiras, até acredito ser possível faturar também o Brasileirão.
Abraços Gloriosos.
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