por MÁRCIO RESENDE | rfi.fr/br
[Nota do Mundo Botafogo sobre o título
original da reportagem: Torcida Argentina na final da Taça Libertadores mostra
elo histórico entre Botafogo e River Plate]
[…] Buenos Aires é alvinegra. O preto
e o branco, tanto do Botafogo quanto do Atlético Mineiro, estão nas camisas e
nas bandeiras dos torcedores brasileiros que vieram para esta final e que se
espalham pela cidade. […]
Didi, o elo entre o
Botafogo e o River Plate
O Botafogo tem ao seu lado os
donos da casa, a torcida do River Plate. Porém, a razão para essa torcida
emprestada a favor do Botafogo não é apenas uma espécie de vingança porque o
Atlético eliminou o River da disputa.
A outra razão é histórica e
atende pelo nome de Waldir Pereira, o Didi. O bicampeão mundial pela seleção
brasileira é a ponte entre o Botafogo e o River Plate. Didi jogou pelo time
carioca primeiro entre 1956 e 1959; depois, entre 1961 e 1962. […]
Ao lado de Garrincha, Nilton
Santos, Zagallo, Gérson e Amarildo, marcou 114 gols em 313 jogos. E, como
técnico, Didi foi treinador justamente […], no River Plate, entre 1970 e 1972,
onde teve uma efetividade de 61,62%. Dirigiu o River em 99 partidas, obtendo 47
vitórias, 28 empates e 24 derrotas. Foram 172 gols a favor e 128 contra.
Marca na história do
futebol argentino
Didi deixou uma marca na história
do clube e tornou-se referência no futebol argentino. Descobriu talentos das
divisões inferiores que foram a base do River Plate campeão de 1975, depois de
18 anos de jejum. Os juvenis escolhidos por Didi tornaram-se ídolos
emblemáticos, como explica à RFI o pesquisador Osvaldo Gorgazzi,
vice-presidente do Museu do River Plate.
“A importância histórica de Didi baseia-se no fato de ele ter chegado num momento muito difícil para o River, mas deixou as bases do futuro campeão. Isso faz com que os torcedores do River fiquem sempre gratos pela passagem de Didi na Argentina”, afirma Gogazzi. […]
Didi não falava espanhol, mas
exigia que “jogassem bonito”. Queria toques de primeira, tabelas rápidas e
criativas. Acabou instalando uma filosofia de jogo e a expressão, em português,
“jogo bonito”, incorporada ao léxico futebolístico argentino.
“Didi também deixou dois
conceitos que ainda hoje se repetem. Belo futebol, que é justamente algo que
faz parte do estilo do River. E o “Folha Seca”, uma cobrança de falta na qual a
bola faz movimentos muito curiosos, que o torcedor gosta de ver porque é como
se estivesse vendo uma obra de arte […] – Osvaldo Gorgazzi.
[…] os juvenis de Didi foram nomes
como os meio campistas Norberto ‘Beto’ Alonso, ‘Mostaza’ Merlo e Juan José ‘JJ’
López, que, juntos com o goleador Carlos Morete, trouxeram uma década de
glórias para o River Plate.
Cantiga para Didi
Oscar Corletti tinha 13 anos
quando via os treinamentos daquele River de Didi. O brasileiro ensinava o chute
“Folha Seca” e como bater com efeito para desviar de uma barreira feita de
madeira. Foram todas inovações para a época.
Em 1971, ganhou do rival Boca
Juniors, por 3 a 1. O time do River era de desconhecidos juvenis contra
profissionais consagrados do Boca. O baile foi tanto que a torcida criou uma
cantiga especial para Didi: “Toco para você, passa para mim. Esta é a equipe do
Didi”.
“Didi soube unir muito bem o
estilo de futebol elegante do River com a cultura do futebol brasileiro. - recorda
Oscar Corletti. […].
Oscar vai torcer pelo Botafogo,
time que viu jogar num quadrangular em Buenos Aires em 1964. O Botafogo ganhou
do River por 4 a 3, mas Oscar, com 7 anos de idade, ficou encantado com os
brasileiros, apesar da derrota do River.
“Eu prefiro que o Botafogo ganhe
porque depois de tê-lo visto jogar em 64 no River, adorei como o Garrincha e o
Gerson jogavam, e a partir daí foi como se eu simpatizasse, não só com a
camisa, mas com o estilo de futebol deles”. […]
Leia o texto completo em www.rfi.fr/br/podcasts/reportagem/20241130-torcida-argentina-na-final-da-taça-libertadores-mostra-elo-histórico-entre-botafogo-e-river-plate
2 comentários:
Depois de umas férias, volto a comentar no Mundo Botafogo, muito embora não tenha deixado de ler o conteúdo do blog todos os dias. Porém, senti que precisava de um descanso nos comentários após o início da temporada botafoguense, que não foi como gostaríamos, embora eu acho que a temporada vai ser surpreendentemente boa.
É incrível como o Botafogo e seus craques fizeram história mundo a fora. Não conhecia esses história sobre o Didi, e é fascinante. Infelizmente não o vi jogando, mas o vi como treinador.eu irmão teve essa sorte e dizia que era de fato sensacional vê-lo jogando. Fico imaginando aquele ataque de 57: Garrincha, Didi, Paulinho Valentim e Quarentinha, que quarteto espetacular.
Outro grande jogador e ídolo do Botafogo que jogou na Argentina foi o Heleno de Freitas, só não tenho a certeza se foi ídolo do Boca Juniores ou de outro clube. Enfim, nosso Botafogo e seus craques ultrapassando as fronteiras do Brasil. Abs e SB!
Ainda vi o Didi, mas tinha só 12 anos e a memória não perdurou. Porém, a sua qualidade era tal que foi nomeado o Craque da Copa de 1958. Em 1961 o quinteto atacante era uma verdadeira bomba futebolística: Didi, Garrincha, Amarildo, Quarentinha e Zagallo. Só Quarentinha não foi à Seleção por via de uma lesão. O Clube da Craques.
O Heleno jogou no Boca Juniors e no Júnior Barranquilla.
Sobre 2025 ainda estou em cima do muro. Tudo depende dos acertos quanto a treinador e jogadores contratados. Mas não há entre ele nenhum Luís Henrique nem nenhum Thiago Almada. A haver sucessos só com base num grande entendimento coletivo, porque não vejo ninguém capaz de desequilibrar em momentos decisivos quando for necessário uma gazua para abrir as defesas adversárias.
Abraços Gloriosos.
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