SEM AUTORIA PESSOAL
«“É sua, Maxlei!!!
Abre, Dorismar!!! Tem que dar opção para a saída de bola. Não sobe, Lirodiou,
olha a marcação! Astolpho, aquece que você vai entrar!!!”
Já imaginou um técnico dando instruções a
esses jogadores à beira do gramado? Os adversários, decerto, achariam que o
treinador do outro time estaria falando em código para que não entendessem, a
torcida não reconheceria um só nome e estava arriscado ainda dos próprios
companheiros de time fazerem confusão.
Vida dura a do treinador Carlos Roberto se
tivesse que chamar seus comandados pelo nome de batismo. Sério, os nomes
citados são dos atuais jogadores alvinegros.
A diretoria jura que o item “grau de
estranheza no nome” não foi critério para a contratação de reforços. Não se
empenhou nada, nadinha para isso. Coincidência ou não, o Botafogo montou talvez
o grupo de nomes, digamos, “diferentes” dos últimos anos.
Alguns chegaram, outros já estavam: Dorismar,
Astolpho, Lirodiou, Maxlei… Outros carregam sobrenomes que valem menção
honrosa: Patavino, Vendrechovski, Barrozo, Jacobi… Lopes não esconde que nunca
gostou do nome Astolpho: “Diziam que era nome de travesti porque esse é o nome
de batismo da Rogéria, o travesti mais famoso do Brasil, né?” Mesmo assim,
nunca reclamou com a mãe: “É o nome do meu bisavô materno. Nunca gostei, mas só
comentava: que nome, hein?” Na rua onde foi criado as provocações eram
divididas com outros três amigos: “Tinha três amigos próximos: Agamenon, Jack
Jones e Dassaiev. Isso ajudou a não mexerem tanto comigo, Quando comecei no
futebol adotei o Lopes, meu sobrenome, o que não evita a brincadeira dos
companheiros”, lamenta.
O titular do gol, Max, não considera seu nome
estranho. “Maxlei é original. Vocês nunca ouviram esse nome. Maxmiliano e
Maxwell são normais, mas Maxlei é brincadeira, que originalidade!”, diz. A origem
é curiosa: o pai militar certa vez conheceu um sargento americano chamado
Maxlei. Estava escolhido o nome do filho. “Além de original é americano!”,
brinca o goleiro.
O Lirodiou do lateral Lira é o mais
inusitado. Fã do seriado Bonanza, western americano que virou sucesso nos anos
50, seu pai aportuguesou o personagem Little Joe. “Nunca quis mudar, é diferente
mas não chegou a me causar problemas na infância”, assegura.
Na outra lateral, Nénem também não implicou
com o nome, mas preferiu adotar o apelido criado pelos pais e irmãos em
substituição a Dorismar. “Sempre fui Nénem no futebol, mas claro que brincam
com o meu nome. Ainda estão pegando leve aqui no Botafogo, mas sei que quando a
intimidade aumentar a gozação vai piorar”, acredita Nénem, que tem mais cinco
irmãos: Carlos Henrique, Gilmar, Marcos, Tânia e Jussara. “O meu foi o único
diferente mesmo, precisava?”, pergunta ele.
Eis alguns nomes do elenco de 2006 e alguns
outros nomes “diferentes” do passado:
Vendrechovski (Juninho, zagueiro de 2006)
Maxlei (Max, goleiro de 2006)
Efigênio (Geninho, atacante das décadas de 40
e 50)
Editácio (Dimba, atacante de 1997)
Ricardo Lucas (Dodô, atacante de 2006)
Joubert (Beto, meio-campo de 1995)
Lirodiou (Lira, lateral esquerdo de 2006)
Patavino (Felipe Saad, zaqueiro de 2006)
Jacobi (Júlio César, goleiro de 2006)
Barrozo (Bill, lateral esquerdo de 2006)
Astolpho (Lopes, goleiro de 2006)»
Fonte: Revista Botafogo no Coração, Março/Abril 2006 – Na II – Número 4.
2 comentários:
Rui, boa tarde. Qual o teu email para te enviar um texto meu pra você?
Boa tarde, meu amigo!
mundobotafogo@gmail.com
Abraços Gloriosos.
Enviar um comentário