por RUY
MOURA | Editor do Mundo Botafogo
Pouco há a observar sobre mais um
jogo de qualidade série B. O Botafogo não tem um modelo de jogo, não atua com
motivação, a criação é mínima e o ataque, entregue ao sacrificado Igor Jesus,
não marca sequer um gol em média por jogo – mesmo jogando maioritariamente contra
equipes modestas.
O Botafogo deixa-se enredar na teia
dos adversários. Ontem foi na onda do jogo corrido do Estudiantes, técnica
utilizada por equipes fracas que esperam ganhar num golpe de sorte, na
atrapalhação de um defesa contrário ou numa falha de um goleiro…
Em vez de pausar o jogo e irritar o
adversário, a equipe entrou no jogo dos donos da casa, correu sem sentido
concreto, não criou, perdeu bolas, ganhou bolas, em bate rebate, não teve
jogadas de ataque envolventes, não atacou em bloco mas isoladamente e em todo o
jogo conseguiu apenas duas boas oportunidades em frente à baliza dos argentinos
– no início da partida e no início do 2º tempo – desperdiçadas pelo
praticamente inútil Artur, e verdadeiramente teve um único momento decente – o remate
de Savarino à trave no 2º tempo.
Diante do ‘planejumento’ 2025 de John
Textor, o Botafogo de Renato Paiva tem 33% de aproveitamento, marcou 0,75 gols
por jogo, perdeu a Recopa Sul-Americana, perdeu a Supercopa do Brasil, ficou
num vergonhoso 9º lugar no campeonato carioca, encontra-se em 15º lugar no
Brasileirão a um ponto do Z4 (em 5 rodadas estamos a 8 pontos do Palmeiras) e também
fora da classificação do seu Grupo na Copa Libertadores. Falta apenas ser
eliminado da Copa do Brasil e acabar enxovalhado no Mundial de Clubes.
O cenário tende a repetir-se: John Textor em montanha
russa ora subindo ora descendo, ora olhando para o Botafogo, ora dedicando-se
inteiramente ao Lyon, incapaz de montar uma equipe consistente, interrompendo-a
de ano para ano; um treinador que teoricamente sabe muito de futebol, mas da
prática aparenta perceber pouco, muito correto nas Coletivas evidenciando boa
capacidade de comunicação, mas insistindo nos seus erros, nas escalações
equivocadas, nas substituições quase sempre sem leitura de jogo e sem
resultados, incapaz de ao fim de oito jogos dar identidade à equipe; e uma
equipe sem vontade, sem acreditar em si mesma, ora falhando clamorosamente em
frente à baliza adversária, ora entregando o jogo por erros bizarros da zaga,
ora, a partir de agora, por excesso de confiança do seu goleiro.
Clube que estiver em fase crítica
deve defrontar o Botafogo, que retornou à sua velha fase de Robin Hood…
Para derrotar este Botafogo já é quase
desnecessário os árbitros nos sonegando, basta que o adversário marque um gol e
estamos liquidados – em 8 jogos tivemos 4 derrotas, todas por 1x0…
O desalento da torcida é evidente e o
nosso lamento é bem ilustrado por um leitor do Canal Botafogo:
“Voltamos
ao Muro das Lamentações. O que nos resta é só lamentar a cada jogo. Lamentar
pelos passes grotescamente errados. Lamentar pelos jogadores insipientes em
campos. Lamentar pela ausência de competência nas finalizações… Lamentar pelas
falhas do sistema defensivo. Lamentar pela má escalação do time. Lamentar pela
desorganização do time em campo. Lamentar pelas substituições equivocadas.
Lamentar pelo excesso de jogadores inúteis no clube. Lamentar pela incapacidade
do técnico. Lamentar pelas pífias contratações. Lamentar… Lamentar… Lamentar…”
Ao que o Campeão chegou em menos de
cinco meses…
FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x1 Estudiantes
» Gols: Carrillo, aos 38’
» Local: Estádio UNO Jorge Luis Hirschi, em La Plata, na Argentina
» Data: 23.04.2025
» Árbitro: Gustavo Tejera (Uruguai); Assistentes: Carlos
Barreiro (Uruguai) e Mathias Muniz (Uruguai); VAR: Antonio García (Uruguai)
» Disciplina: cartão
amarelo – Medina, Eric Meza, Carrillo e Santiago Núñez (Estudiantes)
» Estudiantes: Mansilla; Eric Meza, Facundo
Rodríguez, Santiago Núñez e Arzamendía; Medina (José Sosa), Ascacíbar
(Kociubinski) e Gabriel Neves; Tiago Palacios (Manyoma), Carrillo (Luciano
Giménez) e Tobio Burgos (Benedetti). Técnico: Eduardo Domínguez.
» Botafogo: John; Mateo Ponte (Vitinho), Danilo Barbosa, Alexander Barboza e Alex
Telles; Gregore, Marlon Freitas (Allan) e Patrick de Paula (Matheus Martins);
Artur (Elias Manoel), Igor Jesus e Savarino (Mastriani). Técnico: Renato Paiva.
8 comentários:
Conforme comentei no DataFogo: Sou favorável à adoção do estoicismo por parte do Botafogo. A chance real de título é Copa do Brasil e o mínimamente aceitável é classificar-se para a Copa do Brasil 2026 por meio do Brasileiro, além, como é óbvio, de uma vaga para a Sul-Americana ou Pré-Libertadores. Mundial é torcer para passar o mínimo de vergonha possível. Muito improvável que o time recupere uma classificação para o mata-mata da Libertadores e a Sul-Americana este ano será um pega pra capar que só vai gerar desgaste. "Playoff" por "playoff", é mais jogo focar na Copa do Brasil que, antes de mais, tem viagens menos desgastantes que as continentais.
O Texto da postagem disse tudo sobre esse momento horroroso do Botafogo, nada a acrescentar, entretanto eu não tenho mais vontade de escrever sobre o que está acontecendo com o Botafogo, o desânimo parece que vai apagando o que foi feito nos últimos 3 anos.
A exceção de 2 ou 3 jogadores que não fazem mais parte do time titular, parece que os que ficaram desaprenderam do que é jogar em conjunto. Na minha profissão costumávamos dizer que maestro bom é daquele que não atrapalha a orquestra, o mesmo pode se aplicar a treinadores. É inacreditável que o time que bem entrosado tenha desaprendido ele jogar ou a minha hipótese é que os que comandaram a equipe até agora contribuíram para a atual situação,. Perdemos jogos para times medíocres, eu diria ruins, e isso é assustador, pois o Botafogo conseguiu ser derrotados por esses times, e pior, com erros bisonhos, sejam erros individuais ou coletivos. O frango do John ontem eu acho que foi o mais bizarro que assisti desde que acompanho futebol. Enfim, a melhor definição sobre o time pode-se. resumir em poucas palavras: um bando sem rumo, sem vontade e sem comando, o que também podemos aplicar a direção do clube, em especial o acionista maior. Que porcaria de gestão essa fé 2025. Para que disse que o Botafogo estaria no top 3 futebol, é realmente assustador o que está acontecendo. Fico a imaginar essa equipe no mundial de clubes, mesmo com reforços. Abs e SB!
De acordo. Só mesmo a Copa do Brasil. Racionalmente não vejo mais nada além disso. E se fosse religioso rezaria para não fazermos acachapante figura na Libertadores, no Mundial e no Brasileirão.
Abraços Gloriosos.
"um bando sem rumo, sem vontade e sem comando, o que também podemos aplicar a direção do clube, em especial o acionista maior." - eis a síntese de tudo. Resta apenas questionar sobre o mentiroso-mor que nos assegurou que em 2025 estaríamos no top-3. Quem terá sido?... Deve ter sido uma voz vinda do outro mundo que confundimos com a voz de alguém muito importante no Botafogo...
Abraços Gloriosos.
Concordo com todos. Ganhar uma inédita Copa do Brasil para atenuar o desastre!
E era muito bem-vinda! Completava o quadro de Troféus das duas provas sul-americanas mais importantes ( a Conmebol é equivalente à Sul-americana) e as duas provas brasileiras mais importantes.
Abraços Gloriosos.
Bom dia, Blog! Ruy, deixei mensagem no correio eletrônico. Quanto ao Botafogo, é muito triste essa situação e desanimadora, ficamos sem palavras. A Copa do Brasil seria bem-vinda, principalmente para atenuar o desastre de 2025 e reescrever a nossa relação com esse certame tão dolorido na nossa história, com especial destaque para a final que perdemos com o Maracanã lotado, aquela era nossa. Ainda sim, mesmo que venha, não devemos normalizar o planejamento, ou melhor, a falta dele, que está ocorrendo em 2025.
O mundial é sonho muito distante, para qualquer time brasileiro, porém, na atual conjuntura, chega a ser um disparate o Botafogo sonhar com ele. Temos camisa para conquistar esse título, mas não temos elenco e o momento é péssimo. Fazer o mínimo com dignidade.
Ainda dá para fazer algo bom desse ano.
Concordo. E de bom, infelizmente, só vejo a Copa do Brasil se o panorama proporcionado por Textor, Paiva e atletas se mantiver.
Abraços Gloriosos.
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