quarta-feira, 9 de abril de 2025

Botafogo 2x0 Carabobo – sem arte nem alegria

A simples e justa homenagem ao maior goleiro de sempre.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

Não sei se fiquei perplexo, inane ou simplesmente muito triste com o que vi no jogo de ontem onde a arte, o movimento e a alegria não tiveram lugar.

Os jogadores do Botafogo simplesmente estavam pregados ao chão, como se jogassem sob um calor de 45 graus, sem capacidade de criação, sem alegria, tocando uma canção de morna melodia para nos adormecer pela monotonia.

Contra um adversário muito frágil o Botafogo poderia estar ganhando por 2x0 aos 15’ de jogo, mas os desperdícios à boca da baliza tornaram-se escandalosos: primeiro Santi Rodríguez, depois Mastriani, chutaram displicentemente, com os corpos meio desarticulados, sem nenhum critério de pontaria, isolando a bola à boca da baliza entre os 12’ e os 15’. Parecia que, apesar disso, a bola acabaria por entrar, tal a fragilidade da defensiva adversária.

Ledo engano.

Contra um adversário sem qualidade defensiva nem ofensiva, os alvinegros enrolaram, enrolaram, enrolaram. Como diria Jô Soares: “Tá todo mundo enrolando…”

Depois desses dois desperdícios o Botafogo jogou zero. Não se movimentou, não criou, nas teve remates perigosos, Santi Rodríguez e Mastriani jogaram zero no ataque. Parecia a equipe reserva que disputou o campeonato carioca e não o atual campeão Sul-americano.

Não sei se de tristeza ou de raiva, pensei, bem à moda popular, “seja o que Deus quiser” e desliguei o televisor ao intervalo, recusando-me a participar na 'paródia'. Isso significa que a ‘minha’ 2ª parte do jogo baseia-se apenas nos ‘melhores momentos’.

E nesses momentos não vi nada muito melhor do que correu na 1ª parte. E assim estivemos por longos e monótonos 88’ até que os reservas entrados aos 72’ (Cuiabano, Patrick de Paula e Matheus Martins) resolveram a partida que os titulares não conseguiram fazê-lo. Aos 88’ Patrick de Paula acertou uma cobrança de falta rasteira, por um buraco de uma barreira muito mal formada e beneficiando de um leve desvio na zaga que ‘matou’ o goleiro e levou a bola ao fundo das redes do Carabobo.

E aos 90+8’, numa incursão pelo lado direito a bola sobrou limpa para Matheus Martins fuzilar a baliza e ampliar o marcador.

E assim foi um dos jogos mais tristes do ano botafoguense, que só não terminou em empate em casa contra um dos adversários mais fracos da Copa Libertadores 2025 porque a sorte dos substitutos nos protegeu.

As nuvens que se adensaram no horizonte após a boa exibição contra o Palmeiras, teimam em persistir…

FICHA TÉCNICA

Botafogo 2x0 Carabobo

» Gols: Patrick de Paula, 88’, e Matheus Martins, aos 90+8’

» Competição: Copa Libertadores

» Data: 08.04.2025

» Local: Estádio Olímpico Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)

» Árbitro: Guillermo Guerrero (Equador); Assistentes: Cristian Lescano (Equador) e Dennys Guerrero (Equador); VAR: Franklin Congo (Equador)

» Renda: R$ 970.059,00

» Público: 22.123 pagantes; 24.372 espectadores

» Disciplina: cartão amarelo – Matheus Martins (Botafogo)

» Botafogo: John; Mateo Ponte (Vitinho), Jair, Alexander Barboza e Alex Telles (Cuiabano); Gregore, Marlon Freitas (Patrick de Paula) e Savarino; Artur, Mastriani (Rwan Cruz) e Santi Rodríguez (Matheus Martins). Técnico: Renato Paiva.

» Carabobo: Bruera; Bonilla, Neira (Aponte), Normán Rodríguez e Pernía (Robert Hernández); Matías Núñez, Gustavo González e Juan Pérez; Carlos Ramos (Congo), Berríos (Londoño) e Cañozales (Franner López). Técnico: Diego Merino.

7 comentários:

Sergio disse...

O jogo do Botafogo realmente não foi bom, mas parece que historicamente ter dificuldades contra os times fracos é uma característica que se repete há gerações, o que é curioso. Razão pela qual me recordei de jogos ano passado, contra Vitória, Cuiabá e Criciúma, todos no Nilton Santos em que o Botafogo apresentou imensas dificuldades e só conseguiu um empate, mesmo time entrosado e contando com Luís Henrique e Tiago Almada. Infelizmente ontem com um time mais enfraquecido no ataque o que nos resta é comemorar a sofrida vitória.
A impressão que o time do Botafogo me passa, é que o sistema de jogo ainda não foi devidamente automatizado, e me parece bastante claro pela falta de movimentação da equipe, espaçamento entre as linhas e, principalmente pela falta de ritmo de alguns jogadores. Embora o time ainda não tenha se acertado, fazendo apenas uma boa exibição contra o Palmeiras, eu acredito que o time vá de acertar, pelo menos é a minha esperança. Como dizia o Artur Jorge, é jogo a jogo, o de ontem foi ruim mas vencemos, vamos pensar no próximo, e quem sabe, com uma boa exibição. Abs e SB!

Sergio disse...

Ruy, uma vez o título da postagem tem arte e alegria, ontem vendo os melhores momentos de Arsenal 3X0 Real Madrid, fiquei absolutamente encantado com o primeiro gol de falta do jogador do Arsenal, cujo nome não me lembro no momento. Foi uma verdadeira obra de arte a batida na bola, ao lado da barreira, a bola fazemdo uma curva extraordinária, gol de falta de extrema beleza, com arte e alegria. Abs e SB!

Sergio disse...

Ruy, foi número 4 do Arsenal, cujo nome não consegui entender,eu inglês é um horror. Na verdade foram dois gols de falta, duas cobranças espetaculares, mas a primeira foi sensacional. Abs e SB!

Ruy Moura disse...

Isso é verdade, Sergio, mas o Botafogo completamente pregado ao chão, sem movimentação e monótono, raramente tenho visto. Às vezes perdemos porque o jogo está partido e todo o mundo anda em correria e o Botafogo acaba tomando gol em contra-ataques rápidos com o jogo parido. Mas neste caso andaram a passo, sem movimento, sem alegria, cinzentos como uma noite de outono.

Admito que possamos recuperar o bom futebol durante ano, mas essa não é a questão que mais me preocupa agora; o que mais me preocupa é que antes de novos reforços podemos estar já afastados da Libertadores e a meio da tabela do Brasileirão. Urge que o RP liberte a equipe e não a prenda como me parece que tem feito, de modo a que não seja só tardiamente que reencontre o nosso DNA recente.

Em suma, o que preocupa é a data dessa recuperação de identidade.

Abraços Gloriosos.

jornal da grande natal disse...

O número quatro: Rice!

Ruy Moura disse...

Não foi o nº 4, Sergio, foi o nº 41, Declan Rice. Dois grandes gols de falta. No 1º ele dá um efeito extraordinário à bola; no 2º é uma bomba na gaveta. Duas artes diferentes e em nenhum dos casos o goleiro teve qualquer chance de defesa. Belíssimos gols!

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

O nº4 é o lateral direito Ben White.O Declan Rice, meio campista, autor dos dois gols de falta é o nº 41. Talvez ao longe se faça confusão e não se consiga distinguir bem o 1 de nº 41 e só seja realçado o 4.
Abraços Gloriosos.

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