quinta-feira, 31 de julho de 2008

Botafogo, sempre, por toda a parte…


Um botafoguense abastece-se sempre em sítios minuciosamente escolhidos:


Quando decide saborear uma boa gastronomia fora de casa fá-lo também com critério:


Claro que um botafoguense também sabe usufruir dos prazeres do ‘lar doce lar’:


Além disso, é geralmente uma pessoa de braços abertos aos outros, desde que:


Embora generosos, os botafoguenses também são vaidosos e gostam de evidenciar publicamente as suas façanhas:

Botafogo 2x0 Goiás

o
Botafogo x Goiás foi um jogo com pouca história. Fizemos o essencial para conquistar os três pontos e gerimos a maior parte do desafio. O Goiás jogou muito fechado na 1ª parte e somente na 2ª parte abriu um pouco mais o jogo à procura de um gol que não chegou.

Túlio esteve numa noite feliz e tranquilizou o Botafogo com dois gols na 1ª parte. O Goiás teve uma única oportunidade aos 38 minutos através de uma cabeçada em frente à baliza.

Na 2ª parte os goianos jogaram mais abertos e o jogo apresentou-se mais fluído, tendo o adversário uma grande oportunidade de gol aos 15’ quando a bola embateu no travessão. A melhor oportunidade do Botafogo foi aos 21’ com Carlos Alberto, que chutou forte pelo lado esquerdo, mas a bola foi para fora.

E esta é a história sintética do jogo.

Porém, gostaria de realçar alguns aspectos mais relevantes. O 1º trata-se de comentar a postura do adversário. Creio que uma equipa que joga tão fechada como o Goiás e que pratica tantas faltas, algumas das quais mais de natureza pugilística do que futebolística, é uma séria candidata ao rebaixamento.

Wellington Paulista foi vítima de sucessivas e violentas faltas ao longo de todo o jogo e o árbitro mostrou-se complacente em muitas outras ocasiões. Não é admissível que um árbitro permita, nos dias de hoje, que uma equipa faça tantas faltas e não seja severamente punida com expulsões em vez de cartões amarelos.

Um 2º aspecto refere-se à crescente tendência do futebol brasileiro povoar o meio-campo. O Goiás utilizou o 3-6-1, povoando absurdamente o meio-campo, e o Botafogo acresceu com mais uns quantos jogadores, o que significou que metade dos 22 jogadores se posicionava a meio-campo.

Por essa razão a 1ª parte foi muito enrolada e de difícil futebol, comparativamente com a 2ª parte. O Botafogo tem que encontrar alternativas mais fluidas contra adversários que praticam tal futebol, que são cada vez mais.

Um 3º e último aspecto refere-se aos toques curtos. O Botafogo joga sempre muito bem em toques curtos, e o 2º gol de Túlio é um belo exemplo de toques curtos entre Lúcio Flávio, Jorge Henrique e Túlio. Curiosamente, Lúcio Flávio fez um belíssimo giro de 180º e enganou três marcadores, dando um toque curto para Túlio marcar, apesar de ter demonstrado, mais uma vez, que é muito lento, fisicamente frágil e inócuo nas bolas aéreas levantadas para a baliza. Se apenas sabe jogar em toques curtos, então que o faça, porque o Botafogo joga bem assim.

O crescendo do Botafogo vai ser posto novamente à prova no próximo Domingo contra o Atlético Paranaense, porque vai jogar sem diversos titulares. Por isso, será um teste importante para se perceber o que será capaz de fazer jogando fora de casa sem Alessandro (supostamente a lesão não o deixará jogar), Carlos Alberto, Wellington Paulista e Triguinho.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 2 X 0 Goiás
Gols: Túlio 27' 1ºT e 44' 1ºT
Competição: Campeonato Brasileiro
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’; 30/07/2008
Arbitragem: Luiz Flávio de Oliveira (SP); Evandro Luís Silveira (SP) e Marcelino Tomaz de Brito Neto (SP)
Cartões amarelos: Carlos Alberto, Wellington Paulista e Triguinho (Botafogo); Rafael Marques, Ernando, Henrique e Thiago Feltri (Goiás)
Cartões vermelhos: Ernando (Goiás)
Botafogo: Castillo, Renato Silva, André Luís e Triguinho (Eduardo); Alessandro (Thiaguinho), Túlio, Diguinho, Lúcio Flávio e Carlos Alberto; Jorge Henrique (Gil) e Wellington Paulista. Técnico: Ney Franco.
Goiás: Harlei, Rafael Marques (Rinaldo), Henrique e Ernando; Vitor, Ramalho, Fernando, Paulo Baier (Adriano Gabiru), Romerito e Júlio César (Thiago Feltri); Iarley. Técnico: Hélio dos Anjos.

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Botafoguense em movimento…

o
O botafoguense dispõe de várias soluções de movimento. Uma delas pertence à categoria de ‘pesos ligeiros’:


Outra hipótese muito interessante reporta à categoria de ‘pesos pesados’:


Há ainda uma solução aérea muito interessante e aventureira:


E para botafoguenses de menos posses há sempre a solução de colocar a Estrela Solitária bem no alto, em movimento e a brilhar intensamente:


Se o botafoguense é preguiçoso demais para qualquer das soluções propostas, tem a hipótese platónica de apreciar as estrelas brilhantes na enseada de Botafogo:


Botafoguense em festa...


O botafoguense em festa dispõe de vários adereços interessantes, mas, antes de tudo, deve usar um chapéuzinho de bom folião:


A seguir, quem for muito guloso e não tiver problemas de diabetes pode comer um:


Quem for mais inclinado para se refrescar em tardes quentes pode escolher uma:


Depois de foliar, comer e beber, aconselha-se um descanso numa cama realmente confortante:


Porque no dia seguinte é Domingo e ‘tem Botafogo’:




terça-feira, 29 de julho de 2008

Botafogo tri-campeão de basquetebol do XII Encontro Sul-Americano

o
O Botafogo, comandado por Orlando Assunção (foto), venceu pela terceira vez o Encontro Sul-Americano Feminino, categoria Infantil. O Glorioso havia sido campeão em 2004 e 2006, na categoria Mirim, repetindo o feito no Infantil em 2008. O nosso clube venceu as VIII, X e XII edições.

Em 2004 o Botafogo vencera o Sinodal na final por 70x64 e em 2006 derrotara a APABAF na final por 41x33 (ver artigo anterior). Em 2008 a APABAF foi novamente vencida com clareza na final.

A campanha do Botafogo em 2008 foi a seguinte:

Fase de Grupo
· Botafogo 53x23 Sport B
· Botafogo 54x33 APABAF B
· Botafogo 68x14 Concórdia
· Botafogo 51x24 APABAF A
· Botafogo 64x49 Sport B
· Botafogo 60x35 Impacto

Semi-final
· Botafogo 54x18 Sinodal

Final
· Botafogo 49x39 APABAF A


A atleta Mariana Martins (Gegê) realizou a melhor partida individual da história da competição ao fazer tri-double com 12 pontos, 19 rebotes e 11 assistências, tendo sido aplaudida de pé após o término da final.

Deve-se referir que já em 2004 a atleta Joseane Bazílio havia sido eleita como destaque do campeonato e batera o recorde de pontos num jogo, com 64 pontos.

Fontes
Blogue Estrela Solitária / Mundo Botafogo
http://www.canalfogao.com.br/index.php?acao=result&enquete=26# http://www.encontrosulamericano.com.br/
Sítio Oficial do Botafogo

Início dos Jogos Desportivos dos Países de Língua Portuguesa


Em artigo anterior anunciei a realização dos VI Jogos Desportivos. Agora incluo a notícia integral publicada no Sítio da CPLP (http://www.cplp.org/)

“Os VI Jogos Desportivos dos Países de Língua Portuguesa começaram ontem com as disputas de futebol (masculino), basquetebol (feminino) e tênis (masculino e feminino), na Fortaleza de Santa Cruz, na Urca; handebol (masculino), na Escola Naval; e vôlei de praia (masculino e feminino), na Praia do Leme, em arena montada em frente ao Forte do Leme. À parte a competitividade demonstrada pelos atletas sub-16, o espírito de confraternização e fraternidade estiveram presentes em todos os locais de competição.

O Secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, Djan Madruga, prestigiou logo cedo o handebol e elogiou a quadra da Escola Naval: “A Escola Naval provou que tem condições de abrigar competições internacionais deste calibre. Também gostei muito de ver a forma como os times têm sido recebidos, com muitos aplausos. Este é o espírito dos Jogos”, comentou Djan Madruga, que destacou a proposta de confraternização entre os povos que norteia o evento.

O técnico de vôlei de praia de Angola, Mario Makile, considera fundamental a participação de seus atletas nestes Jogos. “Como em Angola não existe faculdade de Educação Física, é uma oportunidade única de trocar informações, principalmente porque o nível da modalidade é muito alto aqui no Brasil”, comentou o técnico de Angola. O goleiro brasileiro Nikolas Amorim, avaliou que a experiência internacional é fundamental para o crescimento do atleta. “A troca de informações nem sempre é possível nesta categoria muito jovem, por isso jogar contra os outros países nos dá mais maturidade”, comentou o goleiro.

Resultados de domingo, 27/07:

Handebol masculino:
Moçambique 30x20 Cabo Verde
Portugal 32x20 Angola
São Tomé e Príncipe 16x29 Guiné-Bissau

Basquete feminino:
Guiné-Bissau 41x56 Angola
Brasil 54x36 Moçambique

Futebol masculino:
Cabo Verde 1x1 Guiné-Bissau
Brasil 2x2 Portugal
Moçambique 1x0 Timor-Leste

Voleibol de praia feminino:
Brasil 2x0 Moçambique
Angola 2x0 Guiné-Bissau
Brasil 2x0 Cabo Verde
Guiné-Bissau 0x2 Moçambique

Voleibol de praia masculino:
Brasil 2x0 Cabo Verde
Angola 1x2 Guiné-Bissau
Brasil 2x0 Guiné-Bissau
Angola 2x0 São Tomé e Príncipe”

Língua portuguesa na primeira linha da política mundial


Em artigo anterior, sob o título ‘CPLP uma Comunidade em ascensão’, anunciei a realização, a 24 de Julho, da Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, sob o lema “A Língua Portuguesa: Um Património Comum, Um Futuro Global”.

Portugal assumiu, em Lisboa, a presidência da CPLP para os próximos dois anos, propondo um programa que contempla a criação de uma rede de escolas e bibliotecas em todos os países da CPLP, bem como uma televisão na net gerida em conjunto, a para da criação da estatuto de cidadão lusófono.

O programa português – que ainda contempla o reforço da concertação político-diplomática nos fóruns internacionais e da cooperação nos sectores da educação, cultura e energia – foi aprovado na reunião de Chefes de Estado, a qual ficou conhecida como a ‘Cimeira da Língua’.

O primeiro-ministro português afirmou que “A nossa ambição deve ser a de transportar a língua portuguesa para a primeira linha da batalha política mundial”:

No Brasil, Fernando Haddad, Ministro da Educação, manifestou o desejo de entrada em vigor do novo Acordo Ortográfico no ano de 2011 – o mais tardar em 2012. O Primeiro-Ministro angolano anunciou a entrada em vigor do Acordo após as eleições que decorrem este ano.

Conforme anteriormente previsto, foi atribuído à República do Senegal o Estatuto de Observador Associado da CPLP. A União Africana, a UNESCO e a FAO, convidados da Cimeira, elogiaram as vantagens da CPLP.

O meu maior desiderato político dos dias de hoje concretiza-se a par e passo – que todos os falantes de língua portuguesa se sintam cada vez mais próximos e ajam solidariamente em conjunto num espaço global que abrange os quatro continentes do planeta.

Fontes
Semanário Expresso
Sítio Oficial da CPLP

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Contagens do blogue IV


20.000 visitas


Sete meses após o seu lançamento, o blogue Estrela Solitária, mais conhecido por ‘Mundo Botafogo’, atingiu 20.000 visitas.

O blogue tem aumentado constantemente os acessos de amigos botafoguenses e outros, atingindo em Julho a maior entrada de visitantes.

Alguns amigos também fazem o favor de comentar o blogue, algo que para o blogueiro também é muito estimulante.

Eis alguns exemplos de comentários de amigos que acederam pela primeira vez ao blogue na 1ª quinzena de Julho:

ALEXANDRE MASSI disse… Estou passando pela primeira vez aqui. Conheci através do site do carlão e estou achando muito bacana o blog. Você consegue fazer textos bem diferentes do que normalmente os apaixonados por clubes fazem. A deixa que conseguiu nesta matéria do Lúcio Flávio, e que fez com tantos outros, é um bom exemplo.

FUTEBOL CARIOCA 2008 (blogue) disse… O seu blog, está bastante interessante, tem boas notícias.

JOSÉ GOIANA disse… Que beleza de Blog! Já está nos meus favoritos! Análises bem-feitíssimas de nossa paixão em comum. Ganhou um leitor.

Quero agradecer reconhecidamente a todos quantos lêem e colaboram com este blogue a deferência de o considerarem ‘leitura obrigatória’.

Quero agradecer ao HERBEN FARIA, ao LEONEL DE JESUS, ao JORGE ALBERTO, ao GIL, ao DANILO, pelos últimos contributos dados ao blogue, bem como a outros botafoguenses e não botafoguenses cujos textos, anteriormente publicados noutros locais, inclui no blogue como apologias ao Botafogo (citando-os como autores), tais como, CARLOS ZOUBERT CALUMBY, LEONARDO MAIA, MARCOS LOURES, MÁRIO FILHO, PAULO HENRIQUE CARUSO, ROBERTO PORTO, entre outros.

Porém, permitam-me realçar um novo companheiro do blogue, CLAUDIO FALCÃO, o qual colabora desde há algum tempo com novas e importantes informações sobre o Botafogo. Em particular, o Claudio tem contribuído especialmente com informação de novos títulos conquistados, os quais não estão identificados em nenhum endereço Internet, bem como especificidades sobre títulos já conhecidos (equipas, gols, desenrolar das partidas…), permitindo ser possível reconstituir momentos decisivos da vida do Botafogo, não apenas no futebol mas em todas as modalidades esportivas que já praticámos.

A todos agradeço pela fidelidade ao blogue e pelos estímulos resultantes de contributos e comentários, os quais incentivam a prosseguir com a qualidade que o nosso Botafogo de Futebol e Regatas indubitavelmente merece.

Botafogo e Flamengo ficam a zero

o
O clássico do Maracanã teve duas partes distintas. Na primeira parte Obina perdeu três oportunidades de gol aos 35’, 43’ e 46’, enquanto o Botafogo jogou muito atabalhoado, mas foi alvo de uma penalidade máxima não assinalada pelo árbitro.

A arbitragem foi igual ao costume: além do penalty claro não assinalado, o juiz fez ‘vista grossa’ a duas faltas do Flamengo à entrada da área na segunda parte, não marcando a favor do Botafogo. Além de ver a flagrante penalidade máxima, ainda tive que ouvir o locutor do PFC dizer: “É. O jogador do Flamengo botou a mão no Túlio, mas se eu fosse árbitro não marcava penalty, não, porque a queda foi espectacular demais”. Sem comentários, além de dizer que o comentarista deveria ser proibido de relatar devido à afirmação irresponsável, bem como aconselhar os botafoguenses – como eu próprio fiz – a desligarem o som do televisor e ouvir o relato no Canalfogão.

Um segundo aspecto importante relaciona-se com Lúcio Flávio. Antes eu gostava muito de o ver jogar, depois considerei que o Botafogo jogava mal com ele e pior sem ele e, recentemente, manifestei o desejo de o ver no banco até recuperar a antiga forma. Porém, o Botafogo foi muito pior sem Lúcio Flávio e muito melhor com ele. Na verdade, a equipa habituou-se ao Lúcio Flávio e, parecendo que não, é ele que distribui o jogo. No ano passado o Botafogo estava viciado em Dodô, e por isso trabalhava-se quase somente para ele e para os seus gols bonitos. Valeu-nos muitas vezes o André Lima com os seus gols geralmente ‘não bonitos’.

Se jogar constantemente para o Dodô me pareceu muito mau, porque fazia a equipa depender excessivamente dele – e ele só fazia gols em ´situaçao ideal’ de ‘gol bonito’ –, jogar a partir do Lúcio Flávio tornou-se também um vício. Que convém mudar, porque senão o Botafogo fica exclusivamente dependente da inspiração de Lúcio Flávio.

No intervalo o Botafogo voltou com Lúcio Flávio e as jogadas fluíram muito mais a partir dele, embora Diguinho tenha feito uma boa partida, tal como Carlos Alberto na segunda parte – ressalvando a sua desafinada pontaria.

A segunda parte foi quase completamente do Botafogo. Aos 6’ Wellington Paulista chuta perigosamente, tal como Carlos Alberto aos 8’. Jorge Henrique desperdiça aos 13’ e um jogador rubro-negro salva o gol em cima da linha, assim como Wellington Paulista não consegue converter aos 34’ acertando na trave.

Como o Botafogo não marcou nas múltiplas oportunidades de gol, os rubro-negros resolveram equilibrar um pouco mais e também perderam a oportunidade de gol aos 38’ e 42’. Finalmente, aos 43’, quase em frente ao gol, Jorge Henrique acobardou-se em rematar e centrou para ninguém.

Ney Franco tem muito que trabalhar a pontaria dos jogadores, a saída de bola e a qualidade do passe. Uma equipa concentrada e madura teria ganho ao Santos, empatado com o São Paulo e ganho ao Flamengo. Em vez de dois pontos teriam sido sete, porque as equipas em disputa do campeonato facilitam muito nas suas defesas e abrem verdadeiras ‘avenidas’.

Acertar a saída de bola da defesa, melhorar a qualidade de passe a meio-campo e afinar a pontaria dos atacantes são prioridades absolutas.

Além disso, Wellington Paulista tem que ser o homem da área, com Zárate ou Gil, e Jorge Henrique tem que jogar entre o meio-campo e o ataque. WP é um jogador muito esforçado, mas só dentro da área é que pode render gols. Os gols de longe podem ficar a cargo de outros, quer dos meias quer dos laterais – desde que tenham capacidade de recuperação.

Este Botafogo tem futuro, mas Ney tem que se impor rapidamente sobre certos hábitos e arrumar a equipa com muito mais eficiência e eficácia do que a que possui. Não obstante todas as vicissitudes recentes, o Botafogo tem potencial para disputar um campeonato tranquilo e, quiçá, disputar a Copa Sul-Americana com alguma ambição.

Góias, Atlético Paranaense e Figueirense são os próximos adversários. São acessíveis e poderemos subir consistentemente na tabela classificativa. Estamos ansiosos por isso…

FICHA TÉCNICA
Botafogo 0x0 Flamengo
Estádio Mário Filho, o ‘Maracanã’; 27/07/2008
Arbitragem: Sálvio Spínola Fagundes Filho; Ricardo Maurício de Almeida e Ediney Guerreiro Mascarenhas
Cartões amarelos: Triguinho e Jorge Henrique (Botafogo); Obina e Cristian (Flamengo)
Flamengo: Bruno, Leo Moura, Fábio Luciano, Ronaldo Angelim e Juan; Jailton, Cristian, Jônatas e Ibson; Maxi (Éder) e Obina. Técnico: Caio Júnior
Botafogo: Castillo, Alessandro, Renato Silva, André Luís e Triguinho; Túlio (Gil), Diguinho, Zé Carlos (Lúcio Flávio) e Carlos Alberto; Jorge Henrique e Wellington Paulista. Técnico: Ney Franco

domingo, 27 de julho de 2008

Lúcio Flávio

o
“Lúcio é o nome geral dado aos peixes do género Esox, o único membro da família Esocidae. São nativos da América do Norte, Europa Ocidental, Sibéria e Eurásia.”

“São alongados, em forma de torpedo, e predadores, tendo dentes afiados.”

“Flávio é um nome de origem latina. Significado: Louro, cor de ouro.”

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As citações acima reproduzidas foram integralmente retiradas dos seguintes endereços:
http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%BAcio_%28peixe%29
http://www.pinkblue.com/nomes/desc.asp?id=224

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Ora, ele não é peixe nem nativo da América do Norte, Europa Ocidental, Sibéria ou Eurásia. Ultimamente também não se identifica como ‘predador’ nem usa ‘dentes afiados’. Além do mais, não é louro. Julga-se, por isso, que ele atravessa um período de grande equívoco e que tem que mudar radicalmente, sobretudo para que volte a ser um predador, com dentes afiados.”

Renato Silva

o
“Renato é um prenome masculino que vem da variação latina Renatus, que significa ‘nascido de novo’.”

“Em países de língua italiana, portuguesa e espanhola se utiliza as formas no masculino e no feminino, Renato e Renata. No idioma francês foi traduzido para René e Renée. Existe também a forma feminina Renate, comum em países de língua alemã e neerlandesa. Renata é um nome feminino comum na Polónia, República Checa, Croácia e Eslováquia.”

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“Silva é possivelmente o mais difundido apelido de família (sobrenome) nos países de língua portuguesa. Sua origem é claramente toponímica, sendo derivado diretamente da palavra latina silva que significa selva, floresta ou bosque. De fato, em Portugal, Galiza, Leão e Astúrias, existem diversas localidades cujos nomes compõem-se por ‘Silva’.”

“A motivação para a denominação Silva é controversa e de difícil verificação, todavia a maioria dos estudiosos da onomástica convergem em apontar que o apelido surgiu para designar pessoas que viviam afastadas de centros urbanos.”

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As citações acima reproduzidas foram integralmente retiradas dos seguintes endereços:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Renato
http://pt.wikipedia.org/wiki/Silva_%28apelido%29

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Mas na realidade não ‘nascerá de novo’ e adequa-se mais a ambientes não urbanos e de bosque do que a ambientes gramados / relvados. Solicita-se que seja devolvido à procedência.

Cuca


“Na literatura oral a coca é tema das cantigas de embalar, tal como o bicho-papão que rouba criancinhas ou a Maria-da-Maria que tem fogo nos olhos, é um ser que assusta as crianças, está sempre à espreita (está sempre à coca), e impede que o sono chegue. O sono é muitas vezes personificado por um outro ser mítico, o João Pestana.

Vai-te coca vai-te coca
Para cima do telhado
Deixa dormir o menino
Um soninho descansado
.”

“Nas Décadas da Ásia (1563), João de Barros descreve como o nome do (fruto), teve origem nesta tradição:

“[...] por razão da qual figura, sem ser figura, os nossos lhe chamaram coco, nome imposto pelas mulheres a qualquer cousa, com que querem fazer medo às crianças, o qual nome assi lhe ficou [...]”

“Na Catalunha este ser é chamado de "cuca" ou "cucafera" e é frequentemente representada por um dragão.”

“Na Galiza é tema na festa das caliveras, ou samaín, e assume vários nomes: calacús, caveiras de melón, calabazotes, colondros, etc.”

“O mito do coco também se espalhou pelos países de língua castelhana e, segundo o dicionário da Real Academia Espanhola, 'el coco' (também chamado de 'el cuco') teve origem no fantasma português: “(Del port. côco, fantasma que lleva una calabaza vacía, a modo de cabeza). Fantasma con que se mete miedo a los niños”.

“O papel de assustar meninos estendeu-se até ao Brasil, levado pelos primeiros colonizadores, onde a coca é conhecida por um outro sinónimo: cuca.”

“A cuca é um dos principais seres. Diz a lenda que era uma velha feia na forma de que rouba as desobedientes. O personagem se tornou ainda mais conhecido nos livros infantis de e nas suas várias adaptações para a televisão, como o Sítio do Picapau Amarelo. A origem desta lenda está num dragão, a coca das lendas portuguesas, tradição que foi levada para o Brasil na época da colonização.”

“O Novo Dicionário da Língua Portuguesa de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira traz cuca significando bicho-papão, coco, papa-gente, tutu, bitu, boitatá, papa-figo. A cuca - e seu equivalente não mencionado no referido dicionário coca (côca) - é um bicho imaginário criado e usado para fazer medo às crianças choronas que não querem dormir.”

***
O desenho e as citações acima reproduzidas foram integralmente retiradas dos seguintes endereços:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coca_%28folclore%29
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cuca

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Mas a mitologia não se adequou à realidade. Cuca não conseguiu desempenhar completamente o seu papel e as ´crianças choronas´ acabaram por fazer um chororô público. Espera-se que Cuca ainda consiga ‘assustar’ muita gente e consiga fazer com que as ‘crianças’ de quem se ocupar durmam descansadas depois de cumpridas as suas obrigações. Boa sorte, Cuca!...

sábado, 26 de julho de 2008

Dodô


“O Dodô é um pássaro extinto designado cientificamente por Raphus Cucullatus [Linnaeus, 1758].”

“Classificação. Reino: Animalia; Filo: Chordata; Classe: Aves; Ordem: Columbiformes; Família: Raphidae; Gênero Raphus.”

“O Dodô ou também chamado de Dronte (…) foi um pássaro cujas asas haviam se atrofiado no passado distante, portanto ele não podia mais voar.”

“Por volta de 1505, os portugueses foram os primeiros europeus a descobrir o dodô [nas Ilhas Maurícias]. Esse estranho animal foi logo chamado assim por causa do som que ele produzia, como doe-doe”.

“Beth Shapiro, uma cientista da Oxford University, disse ao National Geographic que ‘os dodôs eram basicamente pombos gordos’. (...) As descrições de muitos exploradores de que esses pássaros eram bobos ou desajeitados são influenciadas (…) pelo fato de que os dodôs não tinham predadores naturais.”

“Ingerir alimentos que ficavam próximos ao solo fez com que eles engordassem e também impediu suas características evolutivas de voar.”

“Com o tempo, as asas dos dodôs foram diminuindo e eles perderam a habilidade de voar. O fato de não conseguirem voar combinado com outras atitudes estranhas, como comer pequenas pedras (…), contribuiu para que os dodôs fossem considerados pássaros bobos e preguiçosos.”

“Justamente pelo dodô ter algumas dessas características: não poder voar, ser uma ave desajeitada e possuir grande quantidade de carne, é que diversos marinheiros, ao passarem próximos a essas ilhas, abatiam diversos animais com o intuito de se alimentarem...”

“Em 1681, aproximadamente, ele foi extinto pelos homens, cachorros, ratos e macacos introduzidos pelos europeus na ilha.”

“Notícias de que haviam dodôs nas Ilhas Maurício por volta de 1990, levaram William J. Gibbons a promover expedições a procura deles, entretanto nenhum foi encontrado...”

“Mas a tragédia ainda não terminou... pois a extinção de uma espécie não se dá sem efeitos nocivos sobre outras espécies... O dodô se alimentava do fruto de uma árvore chamada ‘Calvária’, a qual está prestes a desaparecer também!”

***
O desenho, de autor desconhecido, e as citações acima reproduzidas foram integralmente retiradas dos seguintes endereços:
http://ciencia.hsw.uol.com.br/dodo.htm

Botafogo Bi-campeão

o
Marcha, letra e música de Nézinho
Interpretado por Nino Souza

Esta conversa
Que o «Mengo» é o maior,
Ficou provado (bis)
Que é o mesmo lero-lero,
O Botafogo
Glorioso é bem melhor
Pegou o «Mengo»
Deu olé e três a zero

Estribilho

Também
Pudera,
São onze constelações.
Também
Pudera,
No Botafogo
Só me dá bi-campeões!

Esta marcha foi criada para enaltecer a conquista do bi-campeonato estadual de futebol, em 1962, após a vitória de 3x0 sobre o Flamengo com uma das mais espantosas exibições de Garrincha no Maracanã.

Fonte
Acervo de Claudio Falcão, colaborador do blogue

Veja o resumo do jogo em http://br.youtube.com/watch?v=3uPCfdMjDxQ
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Campeão mundial de futebol juvenil

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A 11 de Junho de 1973 a equipa infanto-juvenil do Botafogo – ou ‘cadetes’ – tornou-se campeão mundial de clubes ao vencer o Torneio Mundial Oficial Juvenil em Croix, na França.

Dessa equipa fazia parte Mendonça, um dos melhores meio-campistas que o Botafogo teve.


Além do Botafogo, disputaram este Torneio Mundial as seguintes equipas: Nancy, Nantes e íris (França), Milan (Itália), Glasgow (Escócia), Benfica (Portugal), Schalke (Alemanha), Legia (Polónia), Anderlecht (Bélgica), Ajax (Holanda) e Dynamo de Kiev (União Soviética).

Os resultados foram os seguintes:

Fase classificatória
· Botafogo 1x0 Nancy (França) [António Carlos]
· Botafogo 1x1 Schalke 04 (Alemanha) [Tiquinho; 3x1 pen.]

Semifinal
· Botafogo 0x0 Milan (Itália) [3x0 em escanteios]

Final
· Botafogo 2x0 Dynamo de Kiev [Gols de Tiquinho (2) na prorrogação]

Foi a primeira vez que a conquista do Torneio Mundial pertenceu a uma equipa não europeia. O Botafogo alinhou com a seguinte equipa base: Zé Carlos, Nei, Carlinhos, Bruno e Dodô, Luisinho Rangel e Mendonça, Leônidas, Sérgio, Antonio Carlos e Tiquinho. Treinador: Manoel Vitorino (Neca).

Fontes
Acervo de Cláudio Falcão, colaborador do blogue
Jornal dos Sports

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Corrida maluca: Fogo-móvel é campeão do Rio

o
No Autódromo de Jacarepaguá decorreu uma divertidíssima ‘Corrida Maluca’ entre o Fogo-móvel, o Urubu-móvel, o Bacalhau-móvel e o Tricolor-móvel.

Como ‘coisas malucas’ costumam acontecer mesmo é ao Botafogo, eis que o botafoguense Santoro, pilotando o Fogo-móvel, venceu a corrida após acirrada disputa com o Urubu-móvel.

Em terceiro lugar chegou o Bacalhau-móvel, tendo o Tricolor-móvel fechado a disputa como ‘lanterna’ da corrida.

Confira o vídeo do Youtube.

http://br.youtube.com/watch?v=zYXh_l4swxc
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Botafogo campeão do futebol de mesa gaúcho

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Há sempre um botafoguense representando o Botafogo nas mais inesperadas competições. Hans Pestalozzi ganhou uma prova de esqui na Suiça com a camisa do Botafogo; José Ricardo estabeleceu o recorde do mundo de vitórias individuais no turfe envergando a camisa do Botafogo; Carlos Kuhn arrecadou a sua 14ª vitória na Copa Grémio 2008 de futebol de mesa com a equipa e a camisa do Botafogo.

Carlos Kuhn, recordista de vitórias no Futebol de Mesa do Grémio, retomou as suas múltiplas conquistas, vencendo Copa Grêmio de cavados, envergando a camisa do Glorioso. Kuhn ratificou a condição de maior vencedor do esporte no tricolor.

Carlos Kuhn após a conquista


Na 1ª fase classificaram-se, pela chave A, o Botafogo de Kuhn e o Coritiba de Saul. Na semifinal Kuhn fez 1x0 sobre o real Madrid de Luís Márcio. Na finalíssima Carlos Khun enfrentou o Milan de Roberto Moreira, entrando com a vantagem do empate na final.

Zagallo começou por marcar um belo gol para o Botafogo, e Moreira precisaria virar a partida para ter o seu nome na galeria dos campeões. No segundo tempo, a 13 minutos do final, Moreira chegou ao empate com Seedorf, e passou a pressionar Kuhn. Mas o resultado tomara a sua forma definitiva e o empate levou Carlos Kuhn ao seu novo título de campeão da Copa Grêmio 2008.

Classificação:

1º lugar: Carlos Kuhn (Botafogo)
2º lugar: Roberto Moreira (Milan)
3º lugar: Saul Martini (Coritiba)
4º lugar: Luis Márcio (Real Madrid)

Fonte
Giuliano Thaddeu: http://gothegol.blogspot.com/

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Finalmente, ‘habemus futurus’


Os jogos de futebol do Botafogo revelam sempre coisas interessantíssimas. Quer tenhamos comando técnico estável, quer não tenhamos, a equipa de futebol evidencia sempre novidades e ensinamentos vários.

Durante dois anos tivemos um comando estável e, todavia, o clube andou numa ebulição desastrosa, entre altos e baixos, entre exibições primorosas e acontecimentos inacreditáveis. Finalmente, os jogos foram revelando o esgotamento de um modelo de gestão do plantel e veio outro comando técnico que nunca chegou a mostrar adaptação ao clube e à equipa, e vice-versa.

Eis que, subitamente, um novo comando técnico emerge e o Botafogo retorna a uma forma técnica e física que não conhecia há meses. Os seus jogadores, essencialmente os mesmos, mostram uma renovada capacidade técnica e uma nova fibra.

O comando técnico do Botafogo – que, pela última vez, vou afirmar ter sido inicialmente a minha 2ª escolha – mostrou um profissionalismo que não se vê nos comandos técnicos do Botafogo há vários anos. Realmente, PC Gusmão foi eticamente condenável, Carlos Roberto exagerou no uso do ‘coração’, Cuca abusou do ‘paternalismo’ antagónico ao profissionalismo, Chamusca, Roth, Mário Sérgio e Geninho é como se não tivessem vindo.

Porém, o discurso público, o treino e a intervenção durante os jogos tem evidenciado, em apenas quatro jogos, que Ney Franco terá sido realmente a escolha mais adequada. As declarações de Ney durante a semana e antes do jogo foram rigorosamente ‘profissionais’ e usaram, sobretudo, da razão – e é para isso que temos capacidades cerebrais.

O treinador inaugurou – parece-me – uma nova Era no Botafogo, e espero que o apoio ao seu trabalho seja apenas a… 100%. Ney não tem olhares tristes e melancólicos, não se queixa do mundo, não quer ser ‘pai’ de jogadores, olha para a frente e estabelece horizontes claros. Ney escala sem medo e sem ‘compromissos’, estabelece a competição, ousa táticas arriscadas e é capaz de as desfazer por outras se as coisas estão correndo mal em campo.

No jogo de ontem, apesar de uma primeira parte obscura, devido precisamente às alterações táticas de Ney não terem dado fruto (sobretudo o posicionamento inicial de Carlos Alberto) e as saídas de bola serem muito desastradas, percebia-se que a qualquer momento podia acontecer um novo gol do Botafogo. Não é que o volume de jogo o mostrasse, mas a intuição sobre o funcionamento de equipas de futebol mostrava isso.

É certo que o Atlético precisou de lutar pelo empate desde o 1º minuto, mas o Botafogo iniciou-se a jogar de improviso, com base em jogadas individuais e lançamentos longos, não se vislumbrando a troca rápida de passes nem as ofensivas dos laterais.

Eis que Ney entra com um esquema bastante diferente, e mais ofensivo, na 2ª parte e… continua a não resultar!... O Botafogo joga ligeiramente recuado e o Atlético sempre tentando o empate. De notar, todavia, que Ney substitui Thiaguinho (que após a cartão amarelo fica impedido de jogar contra o Flamengo) e coloca no seu lugar Túlio, precisamente com vista a familiarizar o jogador com o lugar que provavelmente ocupará no próximo confronto no Maracanã se Alessandro ainda não estiver operacional.

Mas aos 14 minutos um jogador do Atlético é expulso e tudo muda. Nesse momento pensei, vamos ver como reage o esquema tático do Ney, porque nos últimos dois anos e meio de cada vez que o Botafogo ficava em vantagem numérica nada se modificava em campo, e ou mantinha-se o placar ou o adversário conseguia reagir mesmo em inferioridade numérica e marcar. Aconteceu sempre assim, mostrando que o Botafogo não conseguia mudar os seus esquemas no decorrer de uma partida. Montava o esquema durante os treinos e era incapaz de modificá-lo durante um jogo. E é precisamente para o fazer que os treinadores ocupam a lateralidade dos campos de futebol.

Ora bem o atleticano foi expulso aos 14’ e Ney fez sair Lúcio Flávio para a entrada de Leandro Guerreiro, recolocou Carlos Alberto na sua posição de meia e deixou o ataque a funcionar – com Washington Paulista, Gil e com Jorge Henrique a carregar jogo. Esta foi, aliás, a minha sugestão nos comentários sobre o último jogo. A escalação ideal que sugeri, do meio para o ataque foi (e cito):

“Diguinho, Túlio, Carlos Alberto;
Jorge Henrique
Wellington Paulista e Gil”

E foi precisamente com esta escalação que o Botafogo assinalou mais três gols. A saída de Lúcio Flávio (com a ressalva de ser notável a marcar grandes penalidades) e a ocupação do lugar pelo Carlos Alberto e a entrada de Leandro Guerreiro deram mais consistência ao meio-campo e, no ataque, Jorge Henrique ficou mais livre nos espaços que antes ocupava Carlos Alberto, e Wellington Paulista e Gil puderam utilizar os seus recursos atacantes.

Daqui resultou que, finalmente, Gil mostrou um ar da sua graça marcando um gol de bom efeito, Wellington Paulista só não marcou porque os goleiros existem para defender as bolas dos atacantes e Jorge Henrique evidenciou que a sua posição ideal é um pouco mais recuada, entre o ataque e o meio-campo, fazendo a ligação.

Em suma, Ney mudou o esquema para ‘arrumar’ uma equipa desarmonizada e aproveitar a vantagem numérica, obtendo, então, um resultado esmagador que até poderia ter tido mais expressivo.

Um outro momento que considero decisivo foi o gol de Carlos Alberto. Na primeira parte, jogando como atacante, Carlos Alberto perdeu dois gols à boa maneira de Jorge Henrique, não conseguiu chutar de fora da área como estava previsto e não logrou puxar o contra-ataque. Isso só aconteceu após a última substituição, tendo então Carlos Alberto puxado o contra-ataque e daí surgiu o gol de Triguinho.

Porém, no momento em que conseguiu dominar a bola à entrada da grande área e ficou magistralmente à frente do goleiro, pensei: “É agora. É agora que se vai ver quem é realmente o Carlos Alberto”. E foi o Carlos Alberto!... Nada parecido com os chutes em linha, geralmente desferidos de forma automática pelo Wellington Paulista e pelo Jorge Henrique, e que colidem com a figura do goleiro. O craque, como bem observou o meu amigo Rodrigo Federman no seu blogue, mostrou a sua classe: com muita tranquilidade pensou rapidamente, contornou o goleiro e… empurrou a bola!... E ‘matou’ o jogo, coisa que Jorge Henrique tem muitíssima dificuldade em fazer. Quantas vezes Jorge Henrique fez o gol dos 3x0?...

Naquele momento ficou claro que há jogadores bons no Botafogo e que Carlos Alberto está acima deles – é muito bom o rapaz!...

Como notas de rodapé diria que Lúcio Flávio mostrou que deve ser reserva de Carlos Alberto, Castillo evidenciou novamente problemas com as bolas aéreas (2’30’’ 2ºT), as saídas de bola continuam muito aquém do desejável, especialmente por virtude de Renato Silva e André Luís serem zagueiros de chutão para a frente. Mas gostei da movimentação geral no ataque durante o 2º tempo.

A título de curiosidade, vejamos os quatro últimos jogos dos três últimos treinadores:

Cuca: 0x1, 1x2, 1x1, 2x1 = 4 pts; 4x5 gols
Geninho: 0x1, 0x0, 2x0, 2x5 = 4 pts; 4x6 gols
Ney: 2x2, 4x0, 1x2, 4x0 = 7 pts; 11x4 gols

Em suma, com Ney Franco temos mais pontos, mais gols marcados, menos gols sofridos e… sobretudo muito maior alegria a jogar futebol, seja ganhando, empatando ou perdendo. Os mesmos homens, dirigidos diferentemente, apresentam resultados diferentes.

Penso não estar a ser exagerado ao concluir que habemus tecnicus, habemus homines, habemus futurus

FICHA TÉCNICA
Botafogo 4x0 Atlético Mineiro
Gols: Lúcio Flávio, 1' 1ºT, Triguinho 23' 2ºT, Carlos Alberto 38’ 2ºT e Gil 44’ 2ºT
Competição: Campeonato Brasileiro
Estádio Olímpico João Havelange, o ‘Engenhão’; 23/07/2008
Arbitragem: Leonardo Gaciba da Silva (SP); Marcelo Bertanha Barison (RS) e José Antônio Chaves Franco Filho (RS)
Cartões amarelos: Triguinho, Thiaguinho e Túlio (Botafogo); César Prates, Gedeon, Francis, Márcio Araújo, Serginho e Calisto (Atlético)
Cartões vermelhos: César Prates e Yuri (Atlético)
Botafogo: Castillo, Renato Silva, Andre Luis e Triguinho; Thiaguinho (Jorge Henrique), Túlio, Diguinho, Lucio Flavio (Leandro Guerreiro) e Zé Carlos (Gil); Carlos Alberto e Wellington Paulista - Técnico: Ney Franco.
Atlético: Édson, Mariano, Vinícius, Marcos e César Prates; Francis (Yuri), Serginho, Gedeon, Márcio Araújo e Renan Oliveira (Marques); Eduardo (Calisto). Técnico: Alexandre Gallo

quarta-feira, 23 de julho de 2008

1930: Botafogo, bicampeão da Taça dos Campeões Estaduais


Celso, Octacílio, Nilo, Pamplona, Álvaro, Paulinho, Ariza, Benedicto, Canalli, Martim, Carvalho Leite e Pedroza (equipa da Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo 1930)


O Botafogo conquistou duas edições da Taça dos Campeões Estaduais Rio-São Paulo em 1910 e em 1930.

Título de 1910

A primeira versão esboçada para o Torneio Rio-São Paulo foi conquistada brilhantemente pelo Botafogo em 1910.

Os Gloriosos campeões de 1910 conquistaram a Taça com uma soberba goleada de 7x2 sobre a A.A. Palmeiras, time bicampeão de São Paulo.

O Jornal do Commercio, de 16.08.1910, relatou desta forma a extraordinária façanha:

Os cariocas iniciaram o seu ataque, desenvolvendo então a sua admirável tática e a sua irresistível combinação, aqui conhecidas por mata backs. A seguir, o team do Botafogo desenvolve um jôgo estupendo, principalmente de passes magistrais, feitos com a cabeça; assim é que vimos a bola sair da cabeça de Couto para a de Emanuel, dêste para a de Abelardo, dêste para a de Decio, que a envia da mesma forma a Mimi e ainda êste a devolve do mesmo modo, terminando esta série de passes de cabeça, no Decio, que aproveita a ocasião e shoota, marcando mais um goal para o Botafogo.” [foi o 5º]

Depois do match, (…) os rapazes do Botafogo (…) foram delirantemente aplaudidos por tôda a assistência que, propositalmente, fez alas para êles passarem pelo centro.”

A goleada botafoguense de 7x2 sobre a A.A. Palmeiras aconteceu a 15 de agosto de 1910 no Velódromo de São Paulo, sob a arbitragem de Hermann Friesi. Os gols foram assinalados por Abelardo de Lamare (3), Décio Viccari (3) e Mimi Sodré para o Botafogo e por M. Andrew e Eurico Mendes para a A.A. Palmeiras.

O Botafogo alinhou com Coggin, Edgard Pullen e Dinorah; Juca Couto, Lulú Rocha e Rolando de Lamare; Emmanuel Sodré, Abelardo de Lamare, Décio Viccari, Mimi Sodré e Lauro Sodré. A A.A. Palmeiras alinhou com S. Penteado, Salerno e Urbano; M. Andrew, T. Collet e O. Egydio; Jarbas Fritz, Eurico Mendes, M. Egydio, Raphael Sampaio e Deodoro.

Título de 1930

Na 11ª edição da Taça dos Campeões Estaduais defrontaram-se o Botafogo, campeão carioca em 1930, e a formidável esquadra do Corinthians, tricampeão paulista.

As equipas jogaram duas partidas para decidir o título. Na primeira o Botafogo perdeu por 2x0, alinhando com Pedroza, Benedicto e Hermínio; C. Burlamaqui, Martim e Pamplona; Ariza (Adalberto), Benevenuto (Ariel), Octacílio, Nilo e Celso.

Porém, na segunda partida, os campeões cariocas de 1930 conquistaram a Taça com uma formidável goleada de 7x1 sobre o poderoso Corinthians.

O ‘Correio da Manhã’, de 7 de maio de 1931, relatou assim o jogo:

Dez minutos depois, Nilo empata a partida obtendo um estilo admirável, o mais belo goal da noite. O exímio crack, assenhoreando-se da bola, lança-se como uma flécha sôbre o goal do Corinthians, acossado pelo center-half, pelo half-direito e pelos dois backs paulistas. Passa por todos êles e envia poderoso tiro alto que Colombo não pode deter”.

Na mesma data, o jornal ‘O Globo’ considerou que:

Nilo foi a figura maxima da cancha. Jogando contra adversários que foram sempre leais, disputando ‘apenas’ a bola, o mignon forward pôde exibir tôda a sua técnica impressionante, obtendo, em consequência, quatro dos sete pontos da contagem.”

Finalmente, ‘O Jornal’, de 13 de maio de 1931, sentenciou:

O nosso prognóstico foi positivo, pois o grande atacante botafoguense [Nilo], no apogeu de sua carreira gloriosa, confirmou igualmente as opiniões de Andrade, Castro e Nazzazi que o classificaram como o maior dos forwards sul-americanos ou seja, do mundo. Nilo foi o autor de quatro impressionantes jogadas que alteraram o placard corintiano, sendo, assim, o scorer da noite.”

A goleada botafoguense de 7x1 sobre o Corinthians aconteceu a 6 de maio de 1931 em General Severiano, sob a arbitragem de Vittório Silvestre Teixeira (São Paulo). Os gols foram assinalados por Nilo (4), Carvalho Leite (2) e Paulinho para o Botafogo e por Bertone para o Corinthians.

O Botafogo alinhou com Pedrosa, Benedicto e Octacílio; Pamplona, Martim e Canalli; Ariza, Paulinho, Carvalho Leite, Nilo e Celso. O Corinthians alinhou com Colombo (Tuffy), Grané e Del Debbio; Leone, Guimarães e Munhoz; Filó, Napoli, Bertone, Rato e De Maria.

Pesquisa de Pedro Varanda (investigador esportivo e colaborador do blogue Mundo Botafogo) e Rui Moura (editor do blogue Mundo Botafogo); Fontes: Castro, Alceu Mendes de Oliveira (1951), O Futebol no Botafogo (1904-1950), Rio de Janeiro: Gráfica Milone; ‘Correio da Manhã’, 07.05.1931; ‘O Globo’, 07.05.1931; ‘O Jornal’, 13.05.1931; ‘Jornal do Commercio’, 16.08.1910; Revista Botafogo, n° 229, de junho e julho de 1977.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Campeão estadual de remo – 1962


No ano em que o Botafogo de Futebol e Regatas conquistou mais títulos na sua história, a modalidade de Remo obteve diversas vitórias, entre as quais o campeonato estadual de principiantes e o campeonato estadual de seniores, sendo também o campeão geral.

A classificação na categoria de principiantes foi a seguinte:

1º lugar: Botafogo (2 primeiros e 1 segundo lugar)
2º lugar: Vasco da Gama (1 primeiro, 1 terceiro e 1 quinto lugar)
3º lugar: Flamengo (1 segundo, 1 terceiro e 1 quinto lugar)

A classificação na categoria de seniores foi a seguinte:

1° lugar: Botafogo (5 primeiros, 1 segundo e 1 terceiro lugar)
2° lugar: Vasco da Gama (1 primeiro, 4 segundos e 1 terceiro lugar)
3° lugar: Flamengo (1 primeiro e 1 terceiro lugar)

A classificação final do Campeonato Carioca foi a seguinte:

1º lugar: Botafogo (512 pontos)
2º lugar: Vasco da Gama (449 pontos)
3º lugar: Flamengo (260 pontos).

As medalhas de ouro conquistadas pelos botafoguenses foram as seguintes:

1ª Regata
· Novíssimos Outriggers a dois com – 1.000 metros: 1º lugar, «Partenope» com Waldir Roma Ferreira (patrão); Edson Altino Pereira e José Carlos Mastello.
· Novíssimos Single-Skiff – 1.000 metros: 1 lugar, «Hidra» com António Ferigotti.
· Juniores Outriggers a dois com – 1.000 metros: 1º lugar, «Naos» com Sérgio Jorge Cardoso (patrão), Jorge Luiz Herculano e Luiz Carlos Lima.
· Estreantes Yoles franches a oito – 1.000 metros: 1º lugar, «Procyon» com Manoel Therezo Novo (patrão), António Gonçalves Ckless, José Alvarez Fernandez, António Roque dos Santos, Alceu Jorge Iurke, Wilson Reeberg, Airton Philipi, Paulo Sérgio da Fonseca Mirandola e Domingos de Miranda Maia.

2ª Regata
· Principiantes Double-Skiffs: 1° lugar, «Altair» com Edson Altino Pereira e Daniel da Rocha Coutinho.
· Juniores Outriggers a quatro: 1º lugar, «Auriga» com Sérgio Jorge Cardoso (patrão), Jorge Luiz Herculano, Luiz Carlos de Lima, Waltinho José Afonso e Raul Levino de Medeiros Filho.
· Novíssimos Double-Skiffs: 1º lugar, «Altair» com Rómulo Sartorio e António Ferigotti.
· Principiantes Yoles franches a oito: 1º lugar, «Procyon» com Manoel Therezo Novo (patrão), António Gonçalves Ckless, Alderico da Silva Teodoro, José Alvarez Fernandez, Wilson Reeberg, Paulo Sérgio da Fonseca Mirandola, António Roque dos Santos, Airton Philipi e Domingos de Miranda Maia.

2ª Regata – quatro com de juniores – dobradinha

3ª Regata
· Principiantes Outriggers a três remos – 2.000 metros: 1º lugar, «Bellatrix» com Manoel Therezo Novo (patrão), António Gonçalves Ckless, Sérgio Augusto Balbi, Paulo Sérgio da Fonseca Mirandola, Nathan Isaac Samuel Wendel, Luiz Milheiros Antunes da Silva, Domingos Miranda Maia, José Alvarez Fernandez e Daniel da Rocha Coutinho.
· Seniores Double-Skiff – 2.000 metros: 1º lugar, «Zaniah» com Ivon Pital Miguel e Edson Altino Pereira.
· Juniores Double-Skiffs – 2.000 metros: 1º lugar, «Altair» com Edson Altino Pereira e Clóvis Soares Dutra Filho.

Double de seniores Ivon e Edson na 3ª Regata

4ª Regata
· Principiantes Outriggers a quatro com – 1.000 metros: 1º lugar, «Auriga» com Manoel Therezo Novo (patrão), David da Rocha Coutinho, Sérgio Augusto Balbi, Daniel da Rocha Coutinho e Cassiano Pereira da Silva Filho.
· Novíssimos Single-Skiffs – 1.000 metros: 1º lugar, «Castor» com Alderico da Silva Teodoro.
· Remadores sem vitória em palamenta dupla Single-Skiff – 1.000 metros: 1º lugar, «Castor» com Alderico da Silva Teodoro.

Dr. Octávio Pinto de Guimarães cumprimenta o oito de principiantes vencedor da 3ª regata, com o director Clóvis Dutra e o técnico Orlando Basso

5ª Regata
· Seniores Outrrigers a quatro remos com timoneiro – 2.000 metros: 1º lugar, «Auriga» com Manoel Therezo Novo (patrão), Villy Ramos Teixeira, Lourival Rodrigues de Souza, Ivon Pital Miguel e Luiz Carlos de Lima.
· Seniores Skiffs – 2.000 metros: 1º lugar, «Castor» com Ivon Pital Miguel.
· Seniores Outriggers a dois remos com timoneiro – 2.000 metros: 1º lugar, «Lynce» com Manoel Marim (patrão), Villy Ramos Teixeira e Luiz Carlos de Lima.

6ª Regata
· Juniores Single-Skiff – 2.000 metros: 1° lugar, «Hydra» com António Ferigotti.
· Novíssimos Outriggers a dois com - 2.000 metros: 1º lugar, «Naos» com Jorge Rodrigues Marim (patrão), Audifax Barbosa e Antemídio Anselmo Julião.
· Seniores Single-Skiffs – 2.000 metros: 1º lugar, «Castor» com Ivon Pital Miguel.

6ª Regata dois com – a guarnição do filho derrotou a do pai

7ª Regata
· Seniores Outriggers a dois sem – 2.000 metros: 1º lugar, «Zaniah» com Villy Ramos Teixeira e Luiz Carlos Lima. Recorde sul-americano em 7m12s.
· Seniores Single-Skiff – 2.000 metros: 1º lugar, «Castor» com Ivon Pital Miguel.
· Seniores Outriggers a dois com – 2.000 metros: 1º lugar, «Naos» com Jorge Rodrigues Marim (patrão), Audifax Barbosa e Antemídio Anselmo Julião.
· Seniores Double-Skiffs – 2.000 metros: 1º lugar, «Altair» com Ivon Pital Miguel e António Ferigotti.
· Seniores Outriggers a oito remos – 2.000 metros: 1º lugar, «Bellatrix» com Manoel Therezo Novo (patrão), Villy Ramos Teixeira, Luiz Carlos de Lima, Audifax Barbosa, Antemídio Anselmo Julião, Alderico da Silva Theodoro, Jorge Luiz Herculano, Carlos Alfredo Guimarães da Vinha e José Carlos Mastello.

Fontes:
Acervo de Cláudio Falcão, colaborador do blogue
Revista do Botafogo, 1963

CPLP, uma Comunidade em ascensão


Portugal, Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ratificaram, finalmente, o Acordo Ortográfico de língua portuguesa para vigorar em Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste – membros principais da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)

Este foi um passo decisivo para que a língua portuguesa, a 5ª mais falada em todo o mundo, tenha o devido destaque em ambiente internacional e seja um instrumento estratégico de desenvolvimento dos povos da lusofonia – tal como foi considerado pelos estadistas português e brasileiro recentemente.

O sucesso da CPLP está bem patente na vontade que muitos outros países têm manifestado no que respeita à sua inclusão como membros da comunidade.

Há dois anos, na qualidade de observadores associados, foram admitidos na CPLP a Ilha Maurício e a Guiné Equatorial; a primeira foi descoberta por portugueses e povoada por moçambicanos e a segunda foi uma antiga colónia portuguesa.

Quinta-feira, dia 24 de Julho, realiza-se a 8ª Cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e será dada luz verde para que o Senegal também entre na CPLP.

Entretanto, Marrocos também está na agenda, após o seu pedido oficial de adesão em 2007, alegando uma estreita relação com a África de língua portuguesa desde os tempos coloniais.

A Região Autónoma da Galiza (Espanha) e a Região de Macau (China), parceiros naturais da CPLP, aguardam a aprovação dos respectivos países. A Galiza sempre manteve estreitíssimas relações com os portugueses, quer cultural quer linguisticamente, e Macau esteve sob administração portuguesa até 1999.

Porém, o interesse de outros países pela CPLP não termina aqui. São também candidatos o Uruguai, a Ucrânia e a Croácia.

Num contexto em que o Sul fala cada vez mais português, o Uruguai foi atraído pelo Brasil, em virtude da pujança externa brasileira estar a crescer a grande velocidade, e já estabeleceu relações exploratórias para o efeito.

A Ucrânia considera de muito interesse esta “Comunidade de Futuro”, a qual poderá dar outra dimensão à diáspora espalhada pelo mundo lusófono, porquanto os ucranianos emigraram para países de língua portuguesa, especialmente Portugal e Brasil (só no Estado do Paraná existem 500 mil ucranianos).

Pelas mesmas razões também a Croácia já manifestou interesse em participar na CPLP, mostrando que a Comunidade está num momento de crescimento de importância e em viragem para um futuro mais pujante.

Curiosamente, apesar de o embaixador venezuelano em Portugal, Lucas Romero, considerar “una mera casualidad”, a verdade é que o Presidente da Vanezuela, Hugo Chávez, passará em Portugal precisamente no dia da 8ª Cimeira da CPLP.

Se o sucesso de uma organização for medido pela vontade dos outros em participar nela, então a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa encontra-se claramente em ascensão.

A língua é o nosso primeiro instrumento e a mais importante referência de um povo.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

O jogo da viragem?...


A equipa psicológica e fisicamente arrasada que sobrou da ‘era cuca’ parece ter feito, finalmente, a viragem de rumo. Se Geninho foi desde logo rejeitado pela torcida e não pegou a jeito a equipa, teve a virtude de restabelecer a preparação física perdida.

Ney Franco, em apenas três jogos, mostrou que por detrás daquela equipa triste e pesada há material interessante e suficientemente alegre, fazendo melhorias em cima das virtudes técnicas da ‘era cuca’ e da preparação física da ‘mini-estadia geninho’.

O Botafogo jogou, lutou e podia ter vencido os bi-campeões nacionais no seu próprio reduto. Por isso mesmo pode-se considerar este jogo de ‘viragem’ se o comando técnico souber ‘ler’ o que aconteceu num jogo de superioridade do Botafogo e de vitória do São Paulo.

Começando pelo goleiro diria que as ‘promessas’ de Castillo não se confirmaram. Castillo é um goleiro vulgar, que faz um penalty igualzinho ao do Júlio César contra o Flamengo em 2007, que tem saídas em falso e que, enfim, não faz a diferença. Julgo que Renan deveria jogar por períodos alternados com Castillo para espicaçar o goleiro reserva da equipa nacional uruguaia.

A defesa é o grande ponto fraco. Renato Silva poderia ser já oferecido a qualquer clube adversário, de preferência com quem ainda não jogamos, para quando o fizéssemos poder ganhar pelo nosso lado esquerdo… Mais uma vez os gols do São Paulo começaram, justamente, pelo lado de Renato Silva, tal como contra o Santos, tal como contra a maioria dos adversários.

André Luiz, apesar de um pouco mais confiável também não é zagueiro adequado. Diria que, neste momento, não temos nenhum zagueiro para saída de bola, a não ser o Ferrero. E este é um ponto frágil de ligação entre a equipa e que diminui a nossa capacidade de envolver o adversário.

A meio-campo julgo que chegou a hora de fazer mudanças, dispensando Lúcio Flávio, fazê-lo descansar e mostrar-lhe que tem que suar para ser titular – não apenas por ser o chefe da ‘patota’… Lúcio Flávio nem de longe nem de perto tem reeditado as boas exibições de 2006 e 2007. Estará ‘velho’ para o futebol?...

Diguinho, Túlio e Carlos Alberto parecem-me boas opções para o meio-campo com Thiaguinho vindo de trás e Jorge Henrique colocado entre os meias e os atacantes. Realmente Jorge Henrique mostrou à saciedade que não é centro-avante. JH sempre foi ‘garçon’ e só tomou o lugar que desempenha agora porque Cuca ficou sem Dodô e André Lima e não lhe sobrou outra hipótese se não fazer o Jorge Henrique avançar. Mas o JH, que é um jogador de movimentação notável, de ‘quebra-cabeças’ para as defesas adversários, perde gols escancarados e da maior elementaridade. Ontem perdeu pelo menos dois gols que fariam a virada no resultado. Teve o mesmo comportamento com o Santos, contra o qual não ganhamos, principalmente, pela insuficiência de Renato Silva e a ineficácia de Jorge Henrique.

Se JH recuasse novamente para a sua posição de ‘garçon’, seria um excelente elemento de ligação e de envolvência do adversário. Na área poderiam estar Wellington Paulista e Gil ou Zárate (pressupondo que são opções para titulares).

Ontem o Botafogo jogou de modo alegre e motivado, retomou uma melhor forma física fazendo uma boa segunda parte, evidenciou algum talento de conjunto, apenas prejudicado pelas ligações ainda deficientes entre defesa, meio-campo e ataque.

Ney Franco mudou a equipa e o Botafogo tornou a jogar futebol. Não ganhou, mas deve-se notar que o São Paulo é uma equipa extraordinariamente eficiente: possui uma defesa muito segura que ontem evitou a derrota e um ataque muitíssimo eficaz, com deslocações muito rápidas que originaram os seus dois gols. Em poucos remates o São Paulo ganha porque tem uma estrutura de conjunto bastante forte, além da eficiência da defesa e da eficácia do ataque.

E é precisamente a falta de eficiência da defesa e de eficácia do ataque que ainda prejudicam o Botafogo – o ataque chuta muitas vezes mal e raramente de primeira. O meio-campo é bastante bom, precisando que a defesa lhe faça maior ligação e que alguém carregue o jogo para o ataque – o que quer Carlos Alberto quer Jorge Henrique podem fazer muito bem.

Eu diria que a insistir-se no 3-5-2 (que eu não gosto), seria preferível um 3-4-1-2 com a seguinte equipa referencial (tendo em consideração as minhas notas anteriores):

Renan,
Thiaguinho, Ferrero, André Luís e Triguinho;
Diguinho, Túlio, Carlos Alberto;
Jorge Henrique
Wellington Paulista e Gil.

O mais interessante talvez nem seja esta escalação. O mais interessante é que, finalmente, parece termos uma ‘equipa reserva’ aceitável, com Alessandro e Lúcio Flávio nos papéis de Thiaguinho e Jorge Henrique:

Castillo;
Alessandro, Eduardo, Édson e Luciano Almeida;
Leandro Guerreiro, Túlio Sousa, Lucas Silva e Lúcio Flávio;
Zárate e Alexsandro.

Creio que teremos equipa para chegar tranquilamente a meio da tabela, mas, sem querer sonhar alto – porque a prioridade continuo a pensar que deve ser a própria gestão do clube –, penso que haveria alguma possibilidade de integrar o grupo da frente porque o campeonato é muito equilibrado. Por exemplo, ontem os clubes da zona de rebaixamento ganharam e os clubes da frente perderam pontos.

Diria que Cruzeiro, Flamengo, Grémio, Palmeiras e São Paulo são as equipas que globalmente estão melhores do que o Botafogo (penso que o Vitória cairá e o Fluminense não subirá o suficiente). E quer o Cruzeiro quer o Flamengo não têm feito jogos consistentes. Por outro lado, Grémio e Palmeiras não têm sido regulares.

Em suma, apesar de perdermos – mas perder lutando contra o bi-campeão brasileiro no seu ambiente não é desonra –, julgo que teremos ainda dias bem melhores e que Ney Franco poderá ter sido, afinal, a boa solução.

Finalmente, considero que a figura do jogo foi o árbitro. Foi devido à sua intervenção minimalista (tal como deve ser) que se assistiu a um jogo muito movimentado e agradável, apesar de não ter sido um grande exemplo como partida de futebol.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 1x2 São Paulo
Gols: Carlos Alberto, 32' 2ºT (Botafogo); Rogério Ceni, 34' 1ºT e Dagoberto 43 2ºT (São Paulo)
Estádio do Morumbi, São Paulo; 20/07/2008
Arbitragem: Leandro Pedro Vuaden (RS); Carolos Berkenbrock (SC) e Claudemir Maffessoni (SC)
Cartões amarelos: Castillo (Botafogo), André Dias (São Paulo)
Botafogo: Castillo, Thiaguinho, Renato Silva, André Luís e Triguinho; Diguinho, Túlio (Carlos Alberto), Zé Carlos (Lucas Silva) e Lúcio Flávio (Gil); Jorge Henrique e Wellington Paulista. Técnico: Ney Franco
São Paulo: Rogério Ceni, Éder, André Dias, Alex Silva e Cazumba (Juninho); Hernanes, Zé Luís, Hugo e Jorge Wagner; Éder Luís (Aloísio) e Dagoberto (Jean). Técnico: Muricy Ramalho

domingo, 20 de julho de 2008

Os maiores artilheiros por jogo



Os maiores artilheiros por jogo, com cinco ou mais gols, foram assinalados nos seguintes jogos:

Campeonato Estadual
· 1909: Botafogo 24x0 Mangueira [Gilbert Hime, 9, Flávio Ramos, 7]
· 1909: Botafogo 15x1 Riachuelo [Abelardo de Lamare, 7]
· 1909: Botafogo 13x0 Haddock Lobo [Flávio Ramos, 6 e Dinorah, 6]
· 1927: Botafogo 8x1 Vila Isabel [Nilo Murtinho, 6]
· 1939: Botafogo 11x3 Madureira [Pascoal, 6]
· 1927: Botafogo 7x4 Vila Isabel [Nilo Murtinho, 5]
· 1928: Botafogo 13x1 Vila Isabel [Benedicto Menezes, 5]
· 1932: Botafogo 7x0 Olaria [Carvalho Leite, 5]
· 1933: Botafogo 9x2 Portuguesa [Nilo Murtinho, 5]
· 1933: Botafogo 7x4 Cocotá [Nilo Murtinho, 5]
· 1941: Botafogo 8x1 São Cristóvão [Heleno de Freitas, 5]
· 1945: Botafogo 6x1 Bangu [Heleno de Freitas, 5]
· 1957: Botafogo 6x2 Fluminense [Paulinho Valentim, 5]

Amistosos
· 1930: Botafogo 15x2 Petropolitano [Nilo Murtinho, 6 e Benedicto, 5]
· 1946: Botafogo 12x0 Canto do Rio [Heleno de Freitas, 6]
· 1908: Botafogo 5x2 Bangu [Flávio Ramos, 5]
· 1949: Botafogo 8x1 Selecção de Juiz de Fora [Octávio Moraes, 5]
· 1961: Botafogo 7x2 Selecção da Antuérpia-Bélgica [China, 5]

sábado, 19 de julho de 2008

Campeão estadual de autobol em 1974

A ideia do Autobol partiu de um médico, o Dr. Mário Tourinho, que juntou num só desporto o futebol e o automobilismo.

Formaram-se diversas equipas que se reuniam num gramado meio destruído do América e no campo do Colégio Santo Inácio, em Botafogo. Os carros tentavam acertar numa bola de 1,20 metros e com 12 quilos, conduzindo-a ao gol. Usava-se muito o Dauphine que, além de barato, tinha a vantagem do câmbio de três marchas, com a ré e a primeira no mesmo canal, o que facilitava as manobras necessárias.


Claro que, como se observa na foto, os automóveis acabavam bem amassados, mas o desporto era muito divertido.

O Botafogo conquistou invicto os três turnos da competição, marcando 32 gols e sofrendo apenas 13. Após vencer o 1º turno, o Botafogo conquistou também o 2º turno no dia 26 de agosto de 1974 ao vencer o Fluminense de goleada por 4x1.

O Botafogo alinhou com Pauloa Alvarenga, Antônio José, José Luís e Ronaldo César Coelho (irmão do conhecido árbitro de futebol). O Fluminense apresentou-se com Fenrando David, Ivan Santana, Alfredo e Paulo Jorge.

O 3º e último turno realizou-se a 17 de Novembro de 1974, sagrando-se o Botafogo campeão carioca de autobol – não oficial – ao derrotar o Fluminense por 3x1 no campo dos Funcionários do Horto Florestal.

O Botafogo alinhou com Zé Luís (dois gols), Paulo Alvarenga, Marcelo e Ronaldo César Coelho (1 gol). O Fluminense apresentou-se com Iva Sant’anna, Alfredo, Paulo Jorge e Fernando Davi.

Pesquisa de Rui Moura (blogue Mundo Botafogo) e Claudio Falcão (colaborador do blogue; fontes principais: Jornal do Brasil (18.11.1974), O Globo (27.08.1974), Bob Sharp em http://www.obvio.ind.br/.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

O campeão de terra, mar e ar e dos pés à cabeça


O ano de 1962 foi absolutamente excepcional para o Botafogo de Futebol e Regatas, porque além de ceder cinco titulares ao escrete canarinho bi-campeão do mundo – Garrincha, Didi, Nílton Santos, Amarildo e Zagallo – obteve 120 títulos distribuídos em 80 títulos de campeão e 40 títulos de vice-campeão.

No ano em que comemorava vinte anos da fusão do Club de Regatas Botafogo com o Botafogo Football Club, o Botafogo de Futebol e Regatas foi laureado com o título de ‘Campeão de Terra, Mar e Ar’, atribuído pelo COI – Comité Olímpico Internacional, por ter conquistado títulos em todas as modalidades que competia.

Além desse título único em todo o mundo, o Botafogo também foi ‘Campeão dos Pés à Cabeça’, considerando-se, à época, que o nosso clube foi “mais forte do que nunca, mais coeso do que sempre e mais vitorioso do que em todos os tempos” (Revista do Botafogo, 1963).

O Departamento de Propaganda do Botafogo anuncia que “conquistando os campeonatos de Futebol, que simboliza o de Terra, o do Remo, que é o de Mar, e o de Aeromodelismo que é o do Ar, o Glorioso marcou feito inédito em todo o mundo”.

Noutra notícia da autoria do mesmo Departamento é anunciado que “o título de Terra, Mar e Ar pasmou o Brasil inteiro. Jamais outra sociedade congénere conseguiu tal façanha.”

Porém, o Botafogo juntou a este o título de campeão dos pés à cabeça porque, “triunfando com a bola nos pés, no futebol, com as mãos, no Volibol, e com o cérebro no Xadrez, foi o campeão da cabeça aos pés, campeão de corpo inteiro.”


Torcida botafoguense comemorando na rua o título inédito
A lista dos títulos de campeão em todas as modalidades disputadas em 1962 foi a seguinte:

Aeromodelismo
· Campeão estadual sénior
· Campeão estadual juvenil
· Bi-campeão estadual infantil
· Campeão estadual individual juvenil – voo controlado – acrobacia
· Campeão estadual individual infantil – voo controlado – acrobacia
· Campeão estadual individual juvenil – voo circular controlado – corrida de conjuntos (team racing)
· Campeão estadual individual infantil – voo circular controlado – corrida de conjuntos (team racing)
· Bi-campeão dos Jogos Infantis

Arco e Flecha
· Bi-campeão estadual juvenil feminino
· Campeão estadual infantil feminino
· Bi-campeão dos Jogos Infantis feminino
· Campeão dos Jogos Infantis masculino

Atletismo
· Tetra-campeão estadual juvenil feminino
· Campeão estadual de novíssimas feminino
· Campeão do Troféu Edwin Hime masculino

Basquetebol
· Tri-campeão estadual feminino
· Bi-campeão estadual juvenil masculino
· Bi-campeão estadual infantil masculino
· Bi-campeão da zona sul juvenil masculino
· Tetra-campeão do Torneio de Apresentação feminino
· Campeão do Torneio Quadrangular do Grajaú T.C. juvenil masculino
· Campeão do Torneio 11-13 anos masculino
· Campeão do Torneio 13-15 anos masculino
· Campeão do Torneio de Apresentação infantil masculino
· Campeão do Torneio Ricardo Conde infantil masculino
· Bi-campeão da Taça Eficiência
· Bi-campeão da Taça Disciplina

Esgrima
· Campeão estadual individual – florete
· Campeão do Torneio de Estreantes – sabre
· Campeão da Prova Higino Borges dos Santos – espada

Escotismo
· Campeão do Torneio Baden Powell sénior
· Campeão dos Jogos da Cidade júnior

Futebol
· Bi-campeão estadual
· Bi-campeão estadual amador
· Campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Rio – São Paulo)
· Campeão da Taça Líder
· Campeão do Bastão de Prata de Revezamento
· Campeão do Troféu ACD
· Campeão da Taça Brasília
· Bi-campeão do Torneio Início
· Campeão do Torneio Pentagonal do México
· Tri-campeão da Taça Eficiência – Troféu Gilberto Cardoso

Halterofilismo
· Campeão estadual de levantamento de peso 1ª categoria
· Campeão estadual de levantamento de peso 3ª categoria
· Campeão estadual de levantamento de peso estreantes

Pólo Aquático
· Campeão interestadual da competição de fundamentos básicos
· Bi-campeão do Torneio Aberto da Cidade

Remo
· Campeão estadual de seniores
· Campeão estadual de principiantes
· Campeão da Regata Internacional Assunção – Paraguai
· Campeão da Regata Clássica Presidente Juscelino Kubitscheck de Oliveira
· Campeão da Regata Clássica Pereira Passos
· Campeão da Regata Clássica Assembleia Legislativa do Estado da Guanabara
· Campeão da Regata Clássica Carlos Nery Stelling
· Campeão da Regata Clássica Arnaldo Costa
· Campeão da 1ª Regata do Lago Artificial de Brasília
· Campeão da 2ª Regata do C. R. Guanabara
· Campeão da 3ª Regata da Federação Metropolitana de Remo
· Campeão da 7ª Regata da Federação Metropolitana de Remo
· Campeão da 6ª Regata do Fluminense de Natação e Regatas
· Campeão de Outriggers a dois com
· Campeão de Single-Skiff
· Campeão de Double-Skiff
· Campeão de Outriggers a oito com
· Campeão do Troféu Antunes Figueiredo

Voleibol
· Campeão estadual masculino
· Campeão estadual juvenil masculino
· Campeão estadual juvenil feminino
· Campeão estadual de 2ºs quadros masculino
· Campeão dos Jogos Infantis feminino
· Campeão dos Jogos da Primavera feminino
· Campeão do Torneio de Apresentação juvenil feminino
· Campeão da Taça Eficiência

Xadrez
· Campeão estadual de xadrez
· Campeão do Torneio Relâmpago Antônio F. Guimarães
· Campeão da Taça Augusto Ribeiro de Araújo
· Campeão da 1ª Competição R. S. C. Ginástico Português
· Campeão da 2ª Competição R. S. C. Ginástico Português
· Campeão da competição C. X. Marcos Blum
· Campeão dos Jogos Infantis 13-15 anos
· Campeão Absoluto dos Jogos Infantis

Fontes
Acervos de Rui Moura e de Claudio Falcão

Parabéns!

o

CESAR OLIVEIRA EDITA LIVRO DE QUARENTINHA

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Vamos embalar?...

o
O Ipatinga é o último classificado, a equipa mais vazada do campeonato e jogou no Engenhão. Por maioria de razão o Botafogo teria que vencer. Mas em futebol isso não é tão líquido assim, porque o Ipatinga foi empatar na casa do campeão brasileiro e não tinha perdido ainda por mais de dois gols de diferença.

Isto significa que, apesar de favorito, o Botafogo não seria um favorito para uma goleada tranquila de quatro gols, concretizada em cerca de cinquenta minutos. Ademais, o Botafogo já mostrara algo diferente no 1º tempo contra o Santos, confirmando-o no jogo de ontem.

Se é certo que não teci nenhuma crítica especial a Geninho, dando-lhe o benefício da dúvida por um tempo, também é certo que não o elogiei por ter dado novo fôlego à equipa – porque realmente não deu. Porém, é certo que nos dois últimos jogos, e mesmo sem tempo de treino, a mesma equipa de algumas semanas atrás está aparentemente diferente. Significa que alguém que chegou de novo se fez sentir – Ney Franco.

No entanto, ocorre-me que os torcedores não queriam Geninho nem Ney Franco há cinquenta dias atrás. Hoje, pressinto que a torcida começa desde já a aplaudir Ney Franco. E porquê?...

Em minha opinião é simples: presos do ‘síndrome cuca’ os torcedores não aceitariam ninguém – ou quase ninguém – de bom grado. Foi preciso aparecer Geninho para que o seu insucesso baixasse as expectativas e outro treinador já pudesse ser bem-vindo. A ‘teoria das expectativas’ funciona mesmo e Geninho foi o ‘bode expiatório’ do assunto. Foi preciso chegar Geninho, não vencer nem convencer, para Ney Franco ganhar espaço.

E espero mesmo que ganhe, porque o ‘síndrome cuca’ da torcida é francamente desolador. Geninho foi punido pela sua campanha, mas que dizer da campanha que Cuca tem no Santos?...

Leio notícias do Botafogo, e lá vem o Cuca. Oiço relatos na rádio, e lá vem o Cuca. Vejo jogos na televisão, e lá vem o Cuca. Jornalistas, locutores e outros não sabem falar do Botafogo sem referir o Cuca… Cada jogada boa é ‘herança’ do Cuca, mas cada jogada má – das muitas do tempo de Cuca (2º turno do Brasileirão 2007 e todos os jogos pós Taça Rio 2008) – já não são referidas como ‘herança’ do Cuca. Em 2007 o treinador quis regressar dez dias depois do ‘desastre argentino’ e a diretoria despediu logo o Sérgio; Geninho saiu agora e a diretoria foi outra vez à procura do Cuca… Estou a ficar entediado com isso… O meu Botafogo não vai a lado nenhum com tal comportamento neurótico… Acabemos com esse síndrome!... Cuca é passado, Ney é presente, o Botafogo é futuro. E não tendo sido a minha escolha preferida, Ney é jovem e tem curriculum. E arrisco dizer, desde já, que está mexendo realmente na equipa.

O que vi ontem em cinquenta minutos de jogo (os restantes quarenta foram de poupança, experiências e treino) ainda não tinha acontecido desde a final da Taça Rio: equipa focalizada, jogadas simples e rápidas, jogo de conjunto, vontade de ganhar.

Desde cedo o Botafogo tocou a bola com rapidez e em sete remates à baliza fez três gols no 1º tempo. Wellington Paulista tornou a soltar-se novamente desde o jogo contra o Santos, Jorge Henrique – apesar de trapalhão ainda – foi mais aplicado, Thiaguinho jogou um ‘bolão’ (com presença nos lances capitais), Zé Carlos está retornando a bons jogos, Triguinho confirmou que pode ser um bom lateral, e até Lúcio Flávio e Túlio jogaram melhor. Embora, em minha opinião, Lúcio Flávio esteja a passar uma fase quase tão má como a que ocorreu com Wellington Paulista.

Deste Botafogo gostei bastante do ataque, que tornou a fazer gols bonitos (Zé Carlos e Wellington Paulista) e gols oportunos (os de Jorge Henrique), e do meio-campo – ao qual ainda falta Carlos Alberto –, mas ainda receio outras coisas que Ney já percebeu: muita perda de passes, algum individualismo que me parece fácil de corrigir, mas, sobretudo, uma defesa que não dá nenhuma garantia de segurança. O meu coração acelera-se de cada vez que o ataque adversário também acelera e deixa quase sempre para trás o Renato Silva e o André Luiz.

Castillo ontem esteve bem, até porque não houve trabalho para ele, mas tem saídas muito ineficazes (o Santos poderia ter marcado mais gols por isso), enquanto os dois zagueiros não têm realmente qualidade. Renato Silva é um verdadeiro pereba de fazer inveja ao ‘velho’ Perivaldo e André Luiz gosta demais do chutão para a frente. É de notar que André Luiz, no Benfica, foi quase sempre reserva porque nunca confirmou os dotes que supostamente teria – e que não tem. Continuo a pensar que o lugar é de Ferrero (em forma) e que é necessário contratar titular para um Renato Silva como reserva. Concordo inteiramente com Ney quando aponta a necessidade de um lateral direito e um zagueiro…

No jogo de ontem ficou evidente que esta equipa pode fazer muito mais do que tem feito e que o papel do treinador é essencial. Creio que Ney Franco conseguiu reinspirar os jogadores viciados da ‘era cuca’ e os jogadores acomodados da ‘era geninho’.

Espero poder vir a aderir inteiramente a Ney Franco. Se à competência que parece ter for capaz de juntar autoridade e discernimento, creio que terá sucesso. As suas declarações foram bastante profissionais quando se referiu a metas para a Copa Sul-Americana e, especialmente, quando afirmou algo como “agora que estou representando o Botafogo e esta camisa…”. É isso, amigos!... Não quero que treinadores ou jogadores que nunca torceram pelo Botafogo lhe façam juras de amor. Para isso estamos cá nós – os BOTAFANÁTICOS!...

O que eu pretendo é um treinador e jogadores que representem o clube e a camisa com profissionalismo, aplicação, vontade e ambição. Parece-me que Ney tem ambição e que posturas como as de Thiaguinho têm aplicação e vontade. E que estes atributos são imprescindíveis ao profissionalismo que eu – talvez todos nós – exigimos a quem representa a nossa amada camisa.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 4x0 Ipatinga
Gols: Zé Carlos, 6' 1ºT, Wellington Paulista, 18' 1ºT, Jorge Henrique 43' 1ºT e 7' 2ºT
Estádio Olímpico João havelange, o ‘Engenhão’, 16/07/2008
Arbitragem: Arilson Bispo da Anunciação (BA); Adson Márcio Lopes Leal (BA) e Gelson Pimentel Rodrigues (ES)
Cartões Amarelos: Renato Silva, Jorge Henrique e Thiaguinho (BOT); Augusto Recife e Leandro Salino (IPA)
Botafogo: Castillo, Renato Silva, André Luiz (Lucas Silva) e Triguinho; Thiaguinho, Túlio, Diguinho, Lúcio Flávio (Gil) e Zé Carlos; Jorge Henrique e Wellington Paulista (Leandro Guerreiro). Técnico: Ney Franco.
Ipatinga: Rodrigo Posso, Tiago Vieira, Gian, Léo Oliveira; Leandro Salino, Augusto Recife, Xaves (Márcio Gabriel), Sandro (Paulinho Dias) e Adeílson; Marinho (Luciano Mandi) e Neto Baiano. Técnico: Ricardo Drubscky

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...