domingo, 21 de junho de 2009

Um ciclo planetário

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[Esta matéria foi escrita especialmente para integrar um conjunto de matérias da autoria de diversos blogueiros, as quais comemoram os 20 anos do título botafoguense de 1989 que terminou com o jejum de títulos oficiais em futebol desde 1968. A ideia foi proposta e coordenada por Eduardo Zobaran e pode ser integralmente consultada em http://botafogo1989.wordpress.com/]

por Rui Moura

No hemisfério sul, mais propriamente no Brasil, o início e o fim dos anos civis coincide com um ciclo completo de início e fim de certas atividades. Por exemplo, o ano letivo termina e inicia-se o Verão, justamente na passagem de um ano civil para outro.

No hemisfério norte isso não se passa assim: o ano letivo termina em Julho e as pessoas vão de férias em Agosto, deixando as cidades meio vazias. As aulas e o trabalho reiniciam-se em Setembro, pelo que o ano civil não coincide com o ciclo de atividades: na prática, o novo ano inicia-se em Setembro e termina em Agosto, após as férias.

Na história dos séculos os acontecimentos também se passam como no hemisfério norte: por exemplo, um século não começa em 1900 e termina em 1999, mas segundo marcos significativos de acontecimentos. Em boa verdade, se olharmos para os acontecimentos fantásticos que marcaram o século XX, facilmente se percebe que há dois acontecimentos que determinam a duração do século em 89 anos.

O século XIX termina – e inicia-se o século XX – quando no dia 12 de Abril de 1912 o apregoado Titanic (imagem abaixo), concebido para ser ‘inafundável’, naufraga na sua 1ª viagem em apenas duas horas e quarenta minutos, provocando 1.500 vítimas mortais. Todas as certezas da ciência fundada no século XIX se afundaram naquele mesmo dia e o direito marítimo conheceu uma verdadeira reviravolta. Um novo século doloroso havia começado com as crises que se seguiram (guerra mundial, revolução russa, crash na bolsa de Nova Iorque).


O século XX termina – e inicia-se o século XXI – quando no dia 11 de Setembro de 2001 o ‘indestrutível’ complexo das Twin Towers (foto abaixo) ruiu como um baralho de cartas em direto televisivo para o mundo – a que assisti estupefacto em meio a uma reunião política de trabalho. Todas as certezas dos americanos implodiram nesse dia. Um novo século doloroso havia começado com as crises que se seguiram e que ainda perduram não se sabe por quanto tempo.


Porém, as grandes mudanças da humanidade são sempre as que correspondem a grandes revoluções políticas, económicas e sociais. E, nesta perspetiva, o século XX durou precisamente 72 anos – menos de ¾ de século, porque a velocidade das mudanças também se acelerou…

Efetivamente, o século XX nasceu sob a esperança de uma nova revolução política e social que trazia a promessa de um mundo melhor baseado num homem novo: a revolução russa de 1917 (foto abaixo). Desde que Trotsky fez o discurso da vitória no Palácio de Inverno e Lenin entrou vitorioso em Moscou, dez dias abalaram o mundo.


Porém, o século não viu concretizar-se a anunciada democracia e liberdade com a implantação do comunismo, mas apenas uma nova elite política que se rodeou dos mesmos exércitos e das mesmas polícias políticas que caracterizaram as ditaduras de extrema-direita. O comunismo, infelizmente, não uniu mais os homens, mas dividiu-os, tendo o Muro de Berlim (foto abaixo) sido a maior simbologia dessa radicalidade. E no dia 9 de Novembro de 1989, sob o signo do escorpião, o Muro de Berlim desapareceu às mãos da população. Terminara ali o século XX e uma nova porta se abria aos homens.


Claro que analisar as estruturas implica esta visão de longo curso, mas as estruturas vão sendo abalados, no longo curso, por conjunturas que muitas vezes mudam a caminhada e determinam o rumo dos acontecimentos estruturais. E o século XX teve algumas dessas conjunturas.

Neste artigo vou escolher uma delas e a mais importante, a qual mudou as estruturas em final de século: a conjuntura 1968-1989. Premonitoriamente, 68 invertido lê-se 89 e vice-versa…

A minha visão da conjuntura, que vai do ciclo do mundo ao ciclo do Botafogo, coloca em causa as coincidências. É impressionante como se sobrepõem os ciclos de acontecimentos. Creio que até os seguidores dos princípios do acaso se interrogarão com as ‘coincidências’ que se seguem…

Conjuntura mundial 1968-1989

A conjuntura mundial da dicotomia política ditadura/liberdade, que levou à queda do Muro de Berlim em 1989, iniciou-se em Maio de 1968 em Paris (foto abaixo), através da revolução estudantil, à qual aderiram os trabalhadores e os intelectuais franceses.

O movimento iniciou-se com uma série de greves estudantis, após confrontos com a administração e a polícia. As tentativas policiais de abafar as manifestações resultaram na greve geral dos estudantes e em ocupações de fábricas em toda a França, às quais aderiram dez milhões de trabalhadores, aproximadamente dois terços dos trabalhadores franceses.


O governo francês dissolveu a Assembleia Nacional e esteve à beira do colapso, só possível de evitar pelo colaboracionismo dos comunistas franceses que queriam esmagar uma revolta que os ultrapassava e colocava em causa os seus controlos tradicionais das massas operárias.

Porém, ainda hoje o Maio de ’68 é considerado, nos meios intelectuais, o mais importante movimento social do século XX, porque não partiu apenas de uma elite política, mas envolveu espontaneamente milhões de trabalhadores, minorias sociais, estudantes e intelectuais, tornando-se uma magistral insurreição popular que superou barreiras de natureza étnica, cultural, de idade e de classe – e que derrubou os valores fossilizados sobre educação, sexualidade e prazer defendidos hipocritamente pelas antigas oligarquias dominantes.

Foi esta revolução de valores que fez estremecer o mundo ocidental, que abalou os valores conservadores dos partidos comunistas europeus e que iniciou um processo de erosão do stato quo comunista, o qual permitira erigir a Guerra-fria entre o Ocidente e o Leste. A Guerra-fria termina oficialmente com a emergência da Perestroika, mas, uma vez mais, não é o fim do regime comunista que determina o fecho do século e o surgimento de uma nova esperança. O que determina o fim de uma Era é a Queda do Muro de Berlim às mãos de alemães ocidentais que subiram o muro e chegaram às Portas de Brandenburgo, reunificando desde esse instante uma nação saudosa de si mesma – justamente a 9 de Novembro de 1989, dia em que foi destruído para sempre um muro de 66,5 km de gradeamento metálico, 302 torres de observação, 127 redes metálicas electrificadas com alarme e 255 pistas de corrida para ferozes cães de guarda.

Conjuntura portuguesa 1968-1989

A conjuntura portuguesa da dicotomia política atraso / desenvolvimento iniciou-se a 3 de Agosto de 1968 e terminou em 1989 quando chegaram a Portugal os primeiros fundos estruturais de coesão europeia que permitiram ao país consolidar a democracia, desenvolver as estruturas económicas e sociais e criar novas infra-estruturas.

António Salazar, o ditador português que governou durante 38 anos e tornou pequeno um país que deu novos mundos ao mundo, caiu de uma cadeira no dia 3 de Agosto de 1968, foi internado com traumatismo craniano e jamais recuperou do seu estado de ditador doente e senil.


Marcelo Caetano assumiu a continuidade de uma ditadura decrépita, mas em 25 de Abril de 1974, os militares portugueses – incluindo eu próprio no cumprimento do serviço militar obrigatório – instauraram a democracia.

Mas o país era pobre, depauperado pela mentalidade mesquinha e provinciana de Salazar, um homem inteligente sem visão e sem amor pelo próximo. Após a liberdade Portugal procurou o caminho do desenvolvimento e reencontrou-o no domínio da sua vocação europeia.


Portugal aderiu à União Europeia (foto acima) e começou a receber os fundos estruturais de coesão para o desenvolvimento justamente em 1989, ano em que iniciou um desenvolvimento que o levaria a situar-se entre os 30 melhores países do mundo.

Conjuntura brasileira 1968-1989

A conjuntura brasileira da ‘ditadura absolutista’ iniciou-se em Dezembro de 1968 e terminou em 1989 com as eleições diretas. È certo que a ditadura iniciou-se em 1964 e a democracia regressou em 1985 quando Tancredo Neves ganhou as eleições presidenciais no Colégio Eleitoral a 15 de Janeiro, mas tal como os inícios e fins de séculos, a verdadeira ditadura brasileira teve um período diferente da oficial.

Efetivamente, a ditadura brasileira atingiu o seu fulgor de absolutismo após os acontecimentos de 1968 em que intelectuais, trabalhadores e estudantes saíram para as ruas reclamando do estado da coisa pública – a passeata de 1 de Janeiro, as greves de 1 de Junho, a passeata dos cem mil em 26 de Junho (foto abaixo), a reunião da Cinelândia a 4 de Julho, as ocorrências de 17 de Outubro, a morte do estudante Édson Luís pela polícia militar.


A 13 de Dezembro de 1968, o ministro da (in) justiça Luís António da Gama e Silva, assinou o Ato Institucional Número Cinco, ou AI-5, o qual foi um instrumento de opressão que deu ao regime poderes absolutos e cuja primeira consequência foi o fechamento do Congresso Nacional por prazo indeterminado. Além disso, o AI-5 decretou o recesso dos mandatos de senadores, deputados e vereadores; autorizou a intervenção nos Estados e Municípios; tornou legal legislar por decreto-lei; poderes para se decretar o estado de sítio e prorrogá-lo; suspensão da possibilidade de qualquer reunião de cunho político; determinação da censura prévia, que se estendia à música, ao teatro e ao cinema, etc. – o verdadeiro horror da ditadura iniciou-se na quadra natalícia de 1968.

Somente em 1985 foi eleito um presidente, mas não por voto popular, mantendo-se algumas sequelas do regime. A verdadeira democracia, cujos eleitos o são diretamente por voto popular chegou através das Eleições Diretas (foto abaixo), cuja 1ª volta das presidenciais ocorreu a 15 de Novembro de 1989, data que assinalava o centésimo aniversário da proclamação da República.


A segunda volta das Diretas realizou-se a 17 de Dezembro do mesmo ano e Fernando Collor de Mello inaugurou a era da democracia plena no Brasil. Haviam passado precisamente 21 anos desde a assinatura do AI-5.

Conjuntura botafoguense 1968-1989

O Botafogo de Futebol e Regatas acompanhou a par e passo as mudanças e também ele teve o ciclo mais marcante da sua existência entre 1968 e 1989. E não foi à toa, caros leitores, que durante 21 anos o Botafogo não conquistou títulos oficiais, porque durante 21 anos a ditadura não lhe perdoou a independência política e cidadã de sempre.

Além disso, os inimigos desportivos, invejosos dos timaços dos anos sessenta que deram ao escrete canarinho os craques decisivos para a conquista do tricampeonato mundial, aproveitaram para prejudicar, ano após ano, mês após mês, o Glorioso da Estrela Solitária.

Os ‘bailes’ de gala que o Botafogo dava em campo aos seus adversários nos anos sessenta, os títulos conquistados e os craques campeões do mundo no seu plantel, foram motivos de inveja em todo o meio desportivo do Rio de Janeiro.

Além disso, o Botafogo sempre foi irreverente, quer quando Luiz Caldas se rebelava contra o poder ainda no século XIX, quer quando o Glorioso foi jogar na pedreira em 1912, quer quando deu a mão ao Vasco da Gama para o seu regresso à Liga nos anos 20, quer quando tinha nas suas fileiras uma figura incontornável como João Saldanha.


A ditadura começou por não gostar do Botafogo desde 1968 (foto acima da fabulosa equipa de 1968), mais propriamente desde que, nas ocorrências de 17 de Outubro na Praia Vermelha, a polícia militar entrara em General Severiano atrás de manifestantes em fuga e lhes batera violentamente e prendera, não respeitando o espaço privado do nosso clube.

Nessa altura, o presidente Althemar Dutra de Castilho reclamou contra tais atos, condenando a prepotente ação militar e, consequentemente, a atitude da ditadura. Aliás, a ditadura já havia usado anteriormente o Caio Martins – onde mais tarde haveríamos de mandar uma parte dos jogos do campeonato brasileiro de 1995 –, desonrando o recinto desportivo logo após o golpe de Estado quando em Abril e Maio de 1964 manteve 400 prisioneiros políticos em condições degradantes.

Desde 1968 que o Botafogo foi mal visto pela ditadura. Entretanto, em 1969, com a seleção ainda desfeita pelo desaire de 1966, João Havelange escolheu o jornalista e botafoguense João Saldanha para dirigir os destinos do escrete canarinho. Era uma figura aparentemente ideal para disciplinar homens, porque era conhecido tanto pelo seu talento quanto pelos seus ‘defeitos luminosíssimos', entre os quais alguns que o levaram a doutrinar o escrete canarinho a não levar desaforo para casa, tal como fazia quando defendia o seu Botafogo com unhas e dentes.

Porém, a imprensa paulista atacou Saldanha por causa da CBD se ter rendido a um carioca e a ala mais conservadora do Exército considerava Saldanha um perigoso carbonário, revolucionário e conspirador – “comunista da cabeça aos pés”. E o João Sem Medo não escondia de ninguém que era filiado no Partido Comunista Brasileiro.

Por outro lado, o recém-empossado presidente Emílio Médici era um torcedor entusiasta e Dario Maravilha (Dadá) o centroavante dos seus sonhos. Dadá nunca fora um craque, mas fazia gols como ninguém, batendo o velho recorde de Gilbert Hime do Botafogo ao assinalar dez gols num único jogo. O presidente admirava o trabalho de João Saldanha, mas queria que a camisa 9 da seleção fosse de ‘Dadá’. E esse foi o pretexto para se afastar um homem que classificara brilhantemente o Brasil para o Mundial de 1970 e selecionara a fabulosa equipa que viria a ser tricampeã do mundo.


Os ataques a Saldanha (foto acima) partiram de todo o lado, tendo Nelson Rodrigues escrito sobre o assunto: “Nunca houve um massacre pessoal tão desumano. E o espantoso é que nós exigíamos do João sem Medo um comportamento de estátua de Abraham Lincoln (...) Faltava a derrota, que as hienas esperavam. Mas o Saldanha tinha brio. Ótimo. Por ser brioso, tinha que sair do escrete”.

A independência ideológica era absolutamente temida pelo regime. Perguntava-se o que aconteceria se ele regressasse com a Taça Jules Rimet do México e usasse isso para provocar a erosão do regime político? Ou se em público, ante os microfones, denunciasse as contradições do governo militar apresentando ao mundo uma lista de desaparecidos políticos?

Foi então que, provocado publicamente por jornalistas acerca da pretensão do presidente Médici, Saldanha respondeu: “O presidente que escale o ministério dele que eu escalo o meu time!”.

Em menos de nada Saldanha foi demitido e Zagallo nomeado em seu lugar. Claro que Zagallo convocou logo Dadá Maravilha, embora tivesse ficado no banco durante todo o mundial.

Mais tarde confirmou-se que o Serviço Nacional de Informações (SNI) seguia a par e passo os movimentos de João Saldanha, tal como conta um informe de Maio de 1975, o qual evidenciava que o treinador era um alvo preferido do regime.

Portanto, muito depois de 1969 Saldanha continuou a ser vigiado, bem como alguns proeminentes dirigentes do Botafogo. No campo, os prejuízos eram claros, especialmente com os equívocos e as trapalhadas que envolveram a perda do campeonato carioca de 1971 e a perda do campeonato brasileiro do mesmo ano. Ou a eliminação do Botafogo em São Paulo, em 1981, após o árbitro mandar cobrar por três vezes seguida a mesma grande penalidade, inexistente e a favor dos são-paulinos, até o goleiro não deter o terceiro remate após duas defesas espetaculares.

A perda da Sede agravou a situação e o Botafogo passou por inúmeras crises, perdendo prestígio, credibilidade e capacidade desportiva. A ditadura manteve a sua ‘vingança’ durante o ciclo que vai do AI-5 às Diretas.

Coincidência?... Inter-influência?... Bem… A verdade é que a ditadura brasileira foi contestada em simultâneo com as greves gerais francesas e com o início do declínio da ditadura portuguesa, e o Botafogo teve o seu estádio invadido em consequência da contestação à ditadura e passou a ser maltratado pelo poder. E é também verdade que após uma sequência de revoluções sociais (anos sessenta), económicas (anos setenta) e tecnológicas (anos oitenta), o fecho dos anos oitenta potenciou uma dinâmica conjunta de transformações socio-economico-tecnológicas, abrindo um novo ciclo político com a queda do Muro de Berlim, um novo ciclo desenvolvimentista a Portugal, uma nova democracia ao Brasil e o renascimento do Botafogo de Futebol e Regatas.

E eis que os números cabalísticos 12 e 21 desceram sobre o Maracanã e determinaram que Mazolinha (nº 5) fosse à linha de fundo e fizesse o 12º cruzamento da tarde para Maurício (nº 7, que somado ao nº 5 totaliza 12) fazer o gol da vitória ao 21º minuto do segundo tempo, sob uma temperatura de 21 graus no dia 21 de Junho (foto abaixo).


Não temos tantos títulos pomposos como alguns outros clubes possuem, mas jamais poderíamos perder os de 1968 e de 1989!

Somos um bicampeão de ciclo planetário!!!

Fotos e imagens: Imagens Google.

18 comentários:

Gil disse...

Amigo Rui,

Perdoa a repetição, mas é salutar ler os teus comentários.

Essa explanação sobre os acontecimentos históricos mundias e a diferença entre o ano letivo dos dois hemisférios foi simplesmente extraordinário.
E o nosso GLORIOSO BOTAFOGO É REDENTOR!
ETERNO CAMPEÃO NOS NOSSOS CORAÇÕES!

Abs e Sds, BOTAFOGUENSES!!!

Vinícius D'Avila disse...

Artigo valiozíssimo! Interesses políticos e futebol caminham lado a lado a um bom tempo. Obrigado por detalhar tantos acontecimentos históricos, até porque na ditadura, as coisas foram bem aobertadas e camufladas - principalmente pela grande mídia(Globo), que se faz de vítima(veja o documentário "Muito além do cidadão Kane").

ps.: não sabia da invasão feita pela Polícia Militar a sede do Botafogo. Mais uma vez, agradeço!

Saudações Alvinegras!

Bruno Kieffer disse...

Brilhante texto, como muitos outros...podemos não ter todos os títulos do mundo mas o mais importante nós temos:

"Orgulho de ser botafoguense!"

Parabéns para nós botafoguenses por essa data tão especial para o mundo!

Álan Leite disse...

Caro Rui,

Seu Blog não é apenas um blog, é uma aula que faço questão de assistir(ler) diariamente, não perco mesmo.
Como tenho um humilde Blog iniciante(FOGOBLOG) e acabei de migrar para o Blogspot, me sentiria honrado em ter meu link http://fogo-blog.blogspot.com/ em seu espaço, assim como peço licença para linkar o seu por lá também, tudo bem?
Também existe por lá um agradecimento por este dia(21/06/1989)tão feliz para nossa existência.
Meu link antigo era http://fogoblog.zip.net mas ele esgotou minha paciência, simplesmente não conseguia postar.
Te deixo um grande abraço, e aguardo sua resposta por lá.
SAN!!!!!!

Sergio Di Sabbato disse...

Rui, brilhante, uma verdadeira aula de história do século XX. Infelizmente estou extremamente desanimado com a situação atual do nosso amado Botafogo. O amadorismo impera há quarenta anos e não vejo perspectiva de mudanças, não com os atuais mandatários. Custo a crer que esses dirigentes e os do passado sejam realmente botafoguenses e queiram recuper as glórias perdidas. Não fosse o Emil e já teríamos fechado as portas. Acho que ele, Emil, só amenizou a agonia e adiou o nosso fim, pois quando ganhamos o título de 89, seria o momento de reconstrução do clube, mas nada houve nesse sentido.Coincidentemente a nossa decadência dos últimos quarenta anos parece estar intimamente ligada ao desprezo das categorias de base - não revelamos quase nenhum jogador de categoria nesse mesmo período - coisa impensável na década de sessenta. Infelizmente os investimentos na base e em grandes contratações sempre foi fruto de iniciativa pessoal em forma de mecenato do que propriamente um clube estruturado, embora por algum tempo o grande Paulo Azeredo até tenha conseguido dar um pouco de estrutura profissional, mas numa outra época, em que realmente fomos abençoados com jogadores excepcionais. Perdemos o trem da história e insistimos nesse amadorismo absurdo. Insisto no ponto das categorias de base, pios jogamos duas ou três gerações de jogadores promissores, por pura incompetêcia. O pior é que se não forem tomadas providências, iremos para o brejo, com vaca, sino e tudo. QUEREMOS O NOSSO BOTAFOGO DE VOLTA! abs e gloriosas saudações botafoguenses.

Ruy Moura disse...

Gil, meu amigo, como é salutar a tua amizade!

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Vinícius, os jornalistas que nas ditaduras se vendem às catadupas mostram quanto a mídia possui de jornalistas não qualificados...

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Bruno, aí está uma frase realmente irretocável!!!... rsrsrs...

Abraços Glloriosos!

Ruy Moura disse...

Álan, o blogger é excelente. Nunca tive problema. O que é google é excelente. Uso Google para tudo!

Já postei o seu link. Gostei muito do seu artigo. Recomendo-o aos leitores do blogue.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Sergio, você disse tudo: "amenizou a agonia e adiou o nosso fim". Temo isso... Por me parecer ser verdade...

Ou nós percebemos que perdemos o trem da história e nos preparamos para pegar o novo trem de alta velocidade, ou nunca mais deixaremos de ser o clube pequeno que temos sido desde inóicio do século XXI. porque a pequenez é hoje uma das características dos nossos dirigentes, dos nossos jogadore se, em certos casos, das nossas torcidas.

Urge um novo fôlego. Creio que teremos que esperar, pelo menos, mais dois anos e meio... até às próximas eleições...

Já viu como até o nosso novo Fundo para comprar jogadores não tem 'fundos'?...

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

Estimado Rui!!! Como sempre vosso comentário é um verdadeiro tesouro. Parabéns é pouco!!! Digno de um nobre torcedor glorioso que sabe o que faz e consegue transmitir a mensagem com perfeição.

Amigo Rui o título invicto do nosso Botafogo em 1989, tiveram ingridientes chamados "União, busca incansável da vitória e consequentemente o tão sonhado título".

Dirigentes, comissão técnica e torcida uniram-se num único objetivo: "ACABAR COM UM JEJUM de 21 anos".

A globo.com fez uma matéria sobre o título. Revi as entrevistas, o jogo, a torcida, os bastidores.

Revi também em seu blog os documentários sobre a conquista do título de 89. CARAMBA QUE SAUDADE!!!! Foi bom reviver todas as emoções do título.

Como gostaria que os jogadores atuais do Botafogo pudessem rever as cenas de "Garra, Força e Disciplina" que o elenco de 89 esbanjou em cada jogo. Não tínhamos o melhor elenco, mas estes fatores mudaram o comportamento do nosso querido Botafogo.

Rui, obrigado pela matéria e obrigado por reviver este momentos tão marcantes na vida de um botafoguense.

Depois desse prato saboroso quero como sobremesa o "NOSSO BOTAFOGO DE VOLTA"

grande abraço

Fogão Brasília

Ruy Moura disse...

TODOS QUEREMOS!

Mas este Glorioso é de outros tempos, de um século XXi de apequenamento. De dirigentes. De treinador. De jogadores. Compare-se a diretoria de 1989 com a de agora (proponho comparação de comportamentos nas funções e não comparações entre pessoas, entenda-se). Compare-se a dinâmica preletiva do treinador de 1989 e a de hoje. Comopare-se a crença e a determinação dos jogadores de 1989 com o de hoje.

Ninguém está percebendo que se nada se fizer - como não se tem feito - o Botafogo nunca mais pegará o trem de futebol de alta velocidade que já arrancou neste século XXI...

Ficaremos agarrados a Garrincha... Nilton Santos... Talvez ao título de 1989 e ao de 1995...

Eu quero o futuro!

QUERO O MEU BOTAFOGO DE VOLTA!

Abraços Gloriosos!

Antonio disse...

Grande irmao lusitano e ilustre botafoguense Rui Moura. Muito gratificante ler esse seu comentario. Fico feliz em ver que alguem finalmente pode trilhar a origem do fardo pelo qual o Botafogo vem passando.
A ditadura facinora que nos fez perder tantos jovens universitarios que hoje seriam nossos lideres e que talvez teriam evitado esse caos de injustica, mediocridade e corrupcao pela qual passamos hoje, teve tambem suas repercursoes no futebol, que duram ate hoje. O INTERESSANTE AO LER SEU ARTIGO FOI ME SURPREENDER AO VER QUE ALGUEM TINHA A MESMA OPINIAO MINHA!!SEMPRE PENSEI E TENHO FALADO A MESMA COISA HA MUITO TEMPO. Meus familiares e amigos sabem que sempre falei a mesma coisa, ate na coluna do Rodrigo Federman, no blog do CB.
Sabemos que Estados Unidos TEVE IMPORTANCIA PRIMORDIAL NESSE EVENTO, JA QUE IMPLANTARAM VARIOS DITADORES EM TODA A AMERICA DO SUL. Outra coisa que vem a explicar tudo isso que o Botafogo passa se refere a Rede Esgoto (Globo). Com seu comandante da epoca, Roberto Marinho, como fantoche dos militares, a ditadura resolveu dar atencao a criar um time de massa (gente simples)para que fossem entorpecidos com o futebol e nao aventassem pensar em politica....nasce entao o complo para fazer do Framengo (ops), o time da lagoa como diz o Roberto Porto, um time vitorioso e com vantagens da emissora. So nao notou isso os cegos! Como tudo estava nas maos dos militares (Petrobras, reparticoes publicas, etc), inclusive a CBD, na epoca, hoje CBF, a persseguicao ao Botafogo, que ganhava tudo, era time de classe media, mais informada, comecou. Isso dura ate hoje. Os metidinhos a nacionalistas, como Zagalo e Gaviao Bueno se deram bem. Dai as coisas que o Gaviao nojento diz:RRRROnaldinho do Brasillll, etc..Acho que muito do que aconteceu e acontece hoje no amado Glorioso se deve ha muita gente de fora, infiltrada, se dizendo Botafoguense. Perdao, nao quero me alongar..desculpe-me a falta de acentos no nosso idioma tao lindo...meu teclado nao os aceita. Parabens pelo artigo tao sucinto. Vejo que nao sou o unico a pensar assim!!!
Abs e Sds
Antonio

Anónimo disse...

PREZADO E ETERNO AMIGO RUI - NÃO ME CANSO DE LER SEUS ARTIGOS SEMPRE RECHEADOS DE INFORMAÇÕES PRA LÁ DE INTERESSANTES E CULTURAIS.EM 1989 ESTAVA NO MARACANÃ, MAS PRECISAMENTE DENTRO DO CAMPO - NO DOMINGO ANTERIOR HAVIA CHEGADO DE CASCAVEL NO PARANÁ ONDE RESIDIA A EPÓCA E FUI PARA O HOTEL MONZA PERTO DO AUTODROMO NELSON PIQUET ONDE ESTAVA O GLORIOSO - ESPINOSA AMIGO DESDE SUA PASSAGEM POR CASCAVEL LÁ ME ESPERAVA E JUNTOS FOMOS AO MARACA - EU SABOA TANTO DA MARCAÇÃO INDIVIDUAL DO DOMINGO - QUANTO DA MARCAÇÃO POR ZONA NO SEGUNDO JOGO DIA 21 - ESPINOSA TINHA A CERTEZA DA VITÓRIA - TINHA SONHADO COM O GOL DO MAURICIO QUE NÃO ESTAVA LÁ 100% POR CAUSA DE UMA GRIPE FORTE - FOI EMOCIONANTE - VOLTEI AO PARANÁ DOIS DIAS DEPOIS CHEIO DE ALEGRIAS E MUITO TRABALHO ATRASADO - OUTRO TÍTULO RUI QUE MUITO ME EMOCIONA FOI O DA TAÃ GUANABARA EM CIMA DO ETERNO AMÉRICA - COM OS GOLS DE PCC - NA SUA ESTRÉIA - QUE LOUCURA O MARACANÃ FERVILHAVA A REAÇÃO ALVINEGRA - BEM AGORA VIVEMOS DE MIGALHAS - QUERO MEU BOTAFOGO DE VOLTA LOGO RUI - URGENTEMENTE - E MAIS UMA VEZ PARABENS PELO ARTIGO - SAUDAÇÕES ALVINEGRAS - MARCOS VENICIUS

Ruy Moura disse...

Pois é, António, concordo inteiramente consigo. O grande prejudicado da ditadura foi o BFR e o grande beneficiado foi o time dos urubus. Claro que ao dizermos isto, os urubus e mais uma carrada de gente ignorante nos cai em cima, mas é a pura verdade. A política engaja no futebol muito mais do que o zé povinho pensa.

E não é coisa que só tenha acontecido no Brasil. Quem era o clube com mais títulos antes de se fazer o fechamento completo da ditadura portuguesa?... O Sporting... Quem foi o clube mais internacional de Portugal durante a ditadura e até ao 25 de Abril?... O Benfica. Que ganhava 3 em cada 4 campeonatos, enquanto o Sporting ganhava 1 e o Porto nenhum. As arbitragens faziam de tudo para o Benfica ser campeão. Assisti a coisas verdadeiramente vergonhosas.

Entretanto, nasceu Abril, a ditadura foi-se em 1974. Quem deixou de ganhar títulos nos anos 80?... Quem começou a ganhar títulos?... Os últimos 24 anos deram 17 títulos nacionais ao Porto, dois títulos de campeão mundial, dois títulos de campeão europeu e uma Taça UEFA. O Benfica teve dois títulos e nunca se deu bem em democracia. O ADN do Benfica é como o do Flamengo: deu-se bem nas ditaduras. Nas ditaduras da política, dos mídia e das arbitragens. Se um dia a democracia brasileira chegar às arbitragens e aos mídia, os urubus irão para o sítio onde comem esses bichos repelentes: no chão.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Obrigado, Marcos. Desses anos sessenta acho que a vitória na Taça Guanabara com os gols do PCC e a final de 4x0 contra o Vasco foram os dois momentos que guardo mais recordações felizes.

Em 1989 o reinador do BFR fez um grande trabalho. Penso que ele e o 'bicheiro' foram as trave smestaras do título, porque a equipa até nem era tecnicamente nada de especial, pois não?...

Abraços Gloriosos!

Anónimo disse...

VERDADE RUI, O BOTAFOGO NESSE ANO MONTOU UMA EQUIPE EXTREMAMENTE SOLIDÁRIA - JOGADORES DE PORTE MÉDIO - MAS DEDICADOS E COM UM COMPROMISSO DE SEREM CAMPEÕES - EMIL NA PRESIDENCIA E ESPINOSA CONSEGUIRAM TRANSFORMAR O BOTAFOGO NUM TIME COPEIRO - TIPO GAUCHO MESMO - SO FOMOS GANHAR UM CLÁSSICO NA FINAL - EMPATAMOS TODOS OS OUTROS - MAURICIO,PAULINHO CRICIUMA, MAZOLINHA,JEFFERSON ENTRE OUTROS ERAM EMPENHADOS EM CONQUISTAR O CAMPEONATO CARIOCA - EXISTIA UMA ESPECIE DE COMPROMISSO FIRMADO DESDE O INICIO DO CAMPEONATO - SERIAM CAMPEÕES DE QUALQUER FORMA - A MANEIRA PELA QUAL SE PORTAVAM DEMONSTRAVA QUE ESTAVA ESCRITO - VAMOS SER CAMPEÕS E FOMOS - BONS TEMPOS AQUELES DE RAÇA E HONRA AO MANTO SAGRADO - MARCOS VENICIUS

Ruy Moura disse...

E a Sonja Martinelli começou por fazer o trabalhinho muito bem com aquele choro convulsivo que chamou toda a comunicação social, que até se esqueceu do Romário. Era o prenúncio do título, Marcos.

Conheci a Sonja em Abril passado e fiz uma foto com ela.

Abraços Gloriosos!

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