Sub-20: Botafogo x Internacional

Assisti ao jogo de sub-20 que o Botafogo realizou contra o Internacional e vou tecer alguns comentários sobre a partida e o futebol das bases.

Desde o início de 2007, tempo em que se começou a falar muito acerca dos jovens jogadores botafoguenses a militar nas bases do clube, que digo não devermos ter muitas esperanças nos juniores, que podemos ter algumas nos juvenis e muitas nos infantis.

Quanto aos juniores, apesar de um torneio ganho na Holanda, em que encantaram os nórdicos, ainda não mostraram ser jogadores de real mais-valia. Por exemplo, nenhuma revelação foi possível concretizar em 2008-2009, apesar de o ex-técnico Ney Franco ter lançado, indubitavelmente, os juniores na equipa. Renan, apesar de não ser mau goleiro, não mostrou consistência suficiente e evidenciou muita imaturidade pessoal; Wellington Júnior e Rodrigo Dantas não fizeram as partidas que se esperaria; Gabriel parecia prometer, mas acabou por realizar pífias partidas; Laio sequer apareceu alguma vez; etc.

Estes sub-20 também não me parecem capazes de gerar revelações, nem sequer Alex, de quem se diz muito bem, mas que contra o Internacional simplesmente não existiu. Na verdade, os botafoguenses não existiram contra o Internacional, apesar do empate. Aliás, não perderam o jogo porque o Internacional também errou inúmeros passes e foi incapaz de mostrar destreza no penúltimo toque para o gol.

Na verdade, o gol do Botafogo aconteceu por sorte, numa falta batida por Wallace que passou sob o corpo do goleiro; quanto ao Internacional, o atacante gaúcho estava na pequena área, de costas para a baliza, girou o corpo, chutou e a bola passou primeiro entre as pernas de um defesa e depois entre as pernas do goleiro – uma espécie de duplo túnel para gol.

Ao observar o jogo como se estivesse a fazer um ‘voo de águia’, o que globalmente posso realçar é que os sub-20 pareciam o nosso Botafogo principal nos seus maus dias de 2009: defesa esburacada e chutão para a frente sem saída de bola jogável; meio campo inarticulado e incapaz de alimentar o ataque; contra-ataques de bolas em chutão que chegavam sempre em más condições aos atacantes, que por sua vez também nada fizeram; má recuperação de bola e passes inacreditavelmente maus.

Confesso que não consegui encontrar virtudes em nenhum jogador numa equipa que se arrastou e que recuou imenso após o gol e muito mais após o empate do Internacional, procurando, a todo o custo, à boa moda de Ney Franco, ganhar um pontinho. Que foi possível devido à descaracterização do Internacional, que, contudo, pode ter alguns jogadores interessantes.

Pode ser que o Botafogo se qualifique para a fase seguinte, porque após perder com o Vitória, empatar com o Internacional e ganhar ao Santo André (com dois gols de Alex), precisa apenas de ganhar ao Figueirense para seguir em frente. Todavia, não me parece ser uma equipa suficientemente forte nesta competição.

Estas linhas, além de poderem despertar um debate em torno do assunto, não pretendem ser mais do que um alerta às nossas expectativas de dispormos, proximamente, de jovens revelados no clube. Creio que apenas os juvenis e os infantis poderão concretizar os nossos anseios de tornar a revelar craques na base – como foram Jairzinho ou Roberto Miranda em tempos idos. Tomara que me engane quanto aos sub-20.

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