quarta-feira, 30 de junho de 2010

Leo Batista: um botafoguense apaixonado e irritado


por Bernardo Pombo

Mais uma ótima história do livro 'Raul Plassmann, Histórias de um Goleiro', de Renato Nogueira Neto.

“Botafoguense, uma vez Leo Batista apresentava o intervalo de um Botafogo e Goiás, comentado pelo Raul.

O coordenador da transmissão avisou pelo fone que o Leo deveria dar uma floreada, me chamar e depois pedir os melhores momentos. O Leo, irritado com o Botafogo e mais ainda com as minhas opiniões, seguiu o roteiro.

- Intervalo de Botafogo zero, Goiás zero. O Botafogo não está tendo uma boa atuação, principalmente porque não tem o apoio dos laterais. Isso sem falar no meio-de-campo, que nesse primeiro tempo não fez absolutamente nada. O ataque... Bem, o ataque não existe, então o Botafogo não entrou em campo ainda. A defesa não marca, os laterais não apoiam, o meio-de-campo não cria e não tem atacante, não poderia mesmo sair deste 0 a 0. Vamos à opinião de Raul Plassmann.

– É exatamente isso, Leo Batista – e mandei de volta pra ele. Ele levou um susto, se recompôs e seguiu.

– Bom, agora os melhores momentos de Botafogo e Goiás.”

Foto: Blogue Bandeiras Botafoguenses

Pesquisa de Rui Moura, blogue Mundo Botafogo
Sítio O Globo, bola de meia

terça-feira, 29 de junho de 2010

Voz de Gaúcho

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"Contei, recontei e cheguei à conclusão de que já transei com nada mais nada menos que cinco mil mulheres. Nunca ninguém fez tanto sexo. Eu sou um verdadeiro fenômeno."Renato Gaúcho, maio de 2008.

O que me espanta não é a existência de homens assim, mas de mulheres assim…
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Botafogo campeão de natação de inverno

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O Botafogo teve uma vez mais um notável desempenho na natação e foi o vencedor absoluto do Campeonato Estadual Juvenil, Júnior e Sênior de Inverno de Natação, realizado a 26 e 27 de Junho de 2010, após uma acirrada disputa, terminando com um ponto apenas à frente do Fluminense.

Nas diversas categorias, o Botafogo foi campeão juvenil, o Fluminense campeão júnior e o Flamengo campeão sénior, tendo cada clube obtido o 1º, o 2º e o 3º lugar no conjunto das três categorias. Eis os pódios do campeonato:

Classificação Geral
1º BOTAFOGO, 6429 pontos
2º Fluminense, 6428 pontos
3º Flamengo, 5342 pontos

Classificação Juvenil
1º BOTAFOGO, 3572 pontos
2º Flamengo, 2015 pontos
3º Fluminense, 1795 pontos

Classificação Júnior
1º Fluminense, 2903 pontos
2º BOTAFOGO, 1902 pontos
3º Flamengo, 1405 pontos

Classificação Sénior
1º Flamengo, 1922 pontos
2º Fluminense, 1730 pontos
3º BOTAFOGO, 955 pontos

Entretanto, foram superados 15 recordes de campeonato e 5 estaduais de classe, assim distribuídos: Botafogo, 9; Flamengo, 7; Fluminense, 4. Eis os resultados do nosso clube:

Recordes
» 50m. borboleta feminino juvenil II, Bárbara Schorchit com 29”71
» 50m. costas masculino juvenil II, Yuri Tonelli da Costa com 28”59
» 50m. livre feminino juvenil II, Priscila Souza com 27”58
» 100m. livre feminino juvenil II, Priscila Souza com 59”50
» 200m. medley feminino juvenil I, Isabela Silva com 2’29”00
» 200m. medley masculino juvenil II, Filipe Medeiros com 2’15”59
» 200m. peito masculino juvenil II, Filipe Medeiros com 2’29”60
» 200m. borboleta feminino juvenil I, Felipe Lobato com 2’15”05
» 800m. livre feminino juvenil II, Helena de Amorim com 9’19”73

Quanto aos índices técnicos, verificaram-se os seguintes melhores índices: Flamengo, 4; Botafogo, 3; Fluminense, 3. Eis os resultados do nosso clube:

Índices Técnicos
» 200m. livre masculino júnior II, Luís Eduardo Silva com 1'58"38
» 400m. livre masculino sénior, Armando Souza Negreiros com 3'58"64
» 800m. livre feminino juvenil II, Helena de Amorim com 9'19"73

No conjunto, o Botafogo conquistou 66 medalhas de ouro assim distribuídas:

Classe Juvenil
» 4x50m. livre feminino, Botafogo, 1'51"99
» 4x50m. livre masculino, Botafogo, 1'42"85
» 4x50m. 4 estilos feminino, Botafogo, 2'05"67
» 4x50m. 4 estilos masculino, Botafogo, 1'54"99
» 4x100m. livre feminino, Botafogo, 4'04"09
» 4x100m. 4 estilos feminino, Botafogo, 4'43"54
» 4x100m. 4 estilos masculino, Botafogo, 4'10"94

Classe Juvenil I
» 50m. peito feminino, Isabela Silva, 36"62
» 50m. peito masculino, Rodolfo de Oliveira, 32"94
» 100m. costas feminino, Aline Rodrigues, 1'11"80
» 100m. costas masculino, Leonardo Santos, 1'04"02
» 100m. borboleta masculino, Felipe Lobato, 59"81
» 100m. peito feminino, Isabela Silva, 1'19"41
» 200m. medley feminino, Isabela Silva, 2'29"00
» 200m. medley masculino, Leonardo Santos, 2'20"01
» 200m. livre masculino, Lucas Silva, 2'05"80
» 200m. costas masculino, Leonardo Santos, 2'15"65
» 200m. peito feminino, Isabela Silva, 2'50"89
» 200m. borboleta masculino, Felipe Lobato, 2'15"05
» 400m. medley masculino, Leonardo Santos, 4'58"49
» 400m. livre masculino, Lucas Silva, 4'25"08
» 800m. livre masculino, Lucas Silva, 9'13"18
» 1500m. livre masculino, Lucas Silva, 17'46"28

Classe Juvenil II
» 50m. borboleta feminino, Bárbara Schorchit, 29"71
» 50m. costas feminino, Júlia Araújo, 33"16
» 50m. costas masculino, Yuri Tonelli da Costa, 28"59
» 50m. livre feminino, Priscila Souza, 27"58
» 50m. livre masculino, Lucas Silva, 25"50
» 50m. peito feminino, Gabriela Alves, 37"63
» 100m. costas feminino, Marcella Nunes, 1'11"87
» 100m. costas masculino, Yuri Tonelli da Costa, 1'02"37
» 100m. borboleta feminino, Priscila Souza, 1'07"98
» 100m. peito feminino, Gabriela Alves, 1'24"04
» 100m. livre feminino, Priscila Souza, 59"50
» 100m. livre masculino, Lucas Silva, 56"12
» 200m. medley masculino, Filipe Medeiros, 2'15"59
» 200m. livre feminino, Helena de Amorim, 2'13"51
» 200m. costas masculino, Yuri Tonelli da Costa, 2'18"44
» 200m. peito masculino, Filipe Medeiros, 2'29"66
» 400m. medley masculino, Filipe Medeiros, 5'01"80
» 400m. livre feminino, Helena de Amorim, 4'35"45
» 800m. livre feminino, Helena de Amorim, 9'19"73
» 1500m. livre feminino, Helena de Amorim, 17'52"96

Classe Júnior
» 4x100m. livre masculino, Botafogo, 3'34"26

Classe Júnior I
» 50m. Costas feminino, Poliana da Silva, 32"21
» 50m. livre feminino, Amanda Silva, 28"39
» 50m. peito masculino, Hygor Barreto, 31"28
» 100m. costas feminino, Poliana da Silva, 1'11"67
» 100m. borboleta feminino, Joana Meirelles, 1'18"43
» 100m. peito masculino, Felipe Cabral da Silva Werner, 1'09"50
» 200m. peito masculino, Hygor Barreto, 2'33"62
» 1500m. livre feminino, Camila Grangeia, 20'00"90

Classe Júnior II
» 50m. peito masculino, Gabriel Oliveira da Silva, 30"84
» 100m. peito masculino, Gabriel Oliveira da Silva, 1'08"37
» 200m. livre masculino, Luís Eduardo da Silva, 1'58"38
» 200m. costas masculino, Yago Sant´anna, 2'21"65
» 200m. medley masculino, Almir Rodrigues, 2'13"25
» 400m. livre masculino, Luís Eduardo da Silva, 4'14"01
» 400m. medley masculino, Yago Sant´anna, 4'51"91

Classe Sénior
» 50m. livre masculino, Alan da Vitória, 23"58
» 100m. peito masculino, Leonardo Silva, 1'05"83
» 200m. livre masculino, Armando Souza Negreiros, 1'55"50
» 200m. peito masculino, Leonardo Silva, 2'26"
» 400m. livre masculino, Armando Souza Negreiros, 3'58"64
» 800m. livre masculino, Armando Souza Negreiros, 8'15"56
» 1.500m. livre masculino, Armando Souza Negreiros, 16'14"19

Individualmente, os atletas que mais se destacaram foram os seguintes:

Destaques botafoguenses
» Juvenil I feminino: Isabela Silva – 4 medalhas de ouro e 1 recorde
» Juvenil I masculino: Lucas Silva – 4 medalhas de ouro; Leonardo Santos – 4 medalhas de ouro
» Juvenil II feminino: Helena de Amorim – 4 medalhas de ouro, 1 recorde e 1 índice técnico; Priscila Souza – 3 medalhas de ouro e 2 recordes
» Juvenil II masculino: Filipe Medeiros – 3 medalhas de ouro e 2 recordes
» Sénior masculino: Armando Souza Negreiros – 4 medalhas de ouro e 1 índice técnico

Pesquisa e tratamento de Rui Moura, blogue Mundo Botafogo

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Voz de Pasolini

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“Existe um futebol em prosa que é o europeu e existe um futebol em poesia que é o sul-americano.”Pier Paolo Pasolini, cineasta.
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São Pedro é botafoguense [e… ela casou!]

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por Lydia Gismondi
Crônica sobre a terceira regata do Campeonato Estadual e a festa junina do remo do Botafogo, ocorrido no dia 29/06/2003


Parece que este ano São Pedro resolveu emprestar o seu dia para o Botafogo fazer a festa. E ela começou cedo. Logo pela manhã, as raias da Lagoa Rodrigo de Freitas foram pintadas de preto e branco na regata que o Botafogo foi o campeão. O hino, a taça, a enorme bandeira sendo vibrada pelos remadores, tudo deixou ainda mais gloriosa a vitória alvinegra.

A manhã ficou ainda mais brilhante com a participação dos remadores com deficiência visual. Tenho certeza que para todos nós botafoguenses é um grande motivo de orgulho o desempenho dos meninos. É uma prova de que a força de vontade é o que mais importa neste esporte. O remador Rafael Ceccon é o responsável por esta iniciativa. Ceccon, para quem não sabe, é uma das pessoas mais generosas e bondosas que já conheci. Costumo brincar que na próxima encarnação quero nascer com pelo menos a metade de sua bondade.

Enquanto isso, centenas de verdadeiros amantes da estrela solitária preparavam a nossa Festa Junina. Só que este ano ela ganhou uma decoração pra lá de especial. Cada remador que se dedicou para esta regata era uma bandeirinha. Jair, “B1”, Dragão e muitos outros. Além disso, contamos com o empenho e a paciência de pessoas como Xoxô, Clark e Paulinho.

E como foi bom ver a felicidade e a certeza de dever cumprido do Xoxô. Mas vamos combinar que a metade daquela alegria veio das cervejinhas tomadas a mais. Aliás, falando nelas... O que dizer do Clark, Xoxô, Paulinho e Guilhermão dançando? Acho melhor deixar isso pra lá, não saberia explicar. Quem viu sabe do que estou falando, mas quem não viu... Agora só no ano que vem. Pra completar a festa eu me casei. Pois é, você não entendeu errado, eu enfim me casei. Tudo bem que não foi uma cerimônia muito tradicional, mas é melhor me contentar só com isso mesmo. O Ugo já ficou suficientemente assustado. O fim da festa, não posso contar, pois não estava lá. Afinal, os noivos sempre saem mais cedo. Estávamos ansiosos para a nossa lua de mel lá em Bangu, com tudo o que uma verdadeira “miss” tem direito.

A Festa Junina deste ano vai entrar para a história. O mais legal é que todos ajudaram de alguma forma para que ela acontecesse e fosse um sucesso. Isto é resultado do espírito de união que só o nosso clube tem.

Quem participou deste dia tão especial teve a certeza de que São Pedro só pode ser botafoguense!

Pesquisa de Rui Moura, blogue Mundo Botafogo
Sítio Remo Botafogo

domingo, 27 de junho de 2010

Revista Botafogo 2010

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Parabéns ao Botafogo pela iniciativa e pela foto da capa, porque a vitória de 2x1 sobre o Flamengo na final da Taça Rio ficará na nossa memória pelo gol de Loco Abreu que sentou literalmente o goleiro Bruno na meta e pela grande penalidade cobrada por Adriano e fantasticamente defendida por Jeferson.
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Botafogo campeão


por Aderruan Rodrigues

Já dizia o velho ditado, lá dos tempos de Garrincha, Nilton Santos, Gerson e companhia: "HÁ COISAS QUE SÓ ACONTECEM COM O BOTAFOGO."

Por muito tempo refutei tal brocardo futebolístico em nome da eficiência dos dirigentes e dos jogadores do Botafogo. Tudo bem, nem tão competente assim, assumo. Mas desde que o Botafogo visitou, merecidamente, a segunda divisão do campeonato brasileiro, que o time, enquanto instituição, mudou seu modo de atuar frente aos campeonatos. Antes da direção do Bebeto de Freitas, o Fogão, quase nem chegava em decisão. Em sua direção, subimos para a Série A, fomos Campeão Carioca de 2006, Vice-campeão em 2007 e agora fomos vice-campeão da Taça Guanabara, e fizemos bons campeonatos brasileiros e voltamos a disputar competições internacionais.

É uma bola que não entra. Expulsões sem critérios. Goleiros que falham insistentemente, etc.

Mas o bem desse texto é a valor do Botafogo. Não quero lamentar os títulos perdidos. Nem as arbitragens lamentáveis desses últimos anos, não. Meu propósito é outro.

Em 1995, quando ainda não torcia para nenhum time, vi aquele time, com cores em preto e branco, jogando alguma coisa de espetacular, ou pelo menos eu vi assim. Túlio, Wágner, Gonçalves, Sérgio Manoel, Beto, Leandro Ávila, Donizete e cia. Campeões Brasileiros de 1995.

Como uma paixão arrebatadora, surgiu assim esse amor.

Fiquei sabendo que o maior jogador da história vestiu esse manto glorioso, eterno Garrincha. O pernas tortas. O quebra-costela. O deixa joão falando sozinho. Assim outros, não menos importantes: Jairzinho, o Furacão da Copa de 70, Gerson, o Canhota de Ouro, Eterno Zagalo, Amarildo, Maurício, Manga, Quarentinha, o saudoso Nilton Santos, e tantos outros que vestiram as cores do Glorioso.

De 1995 para cá, não ganhamos muitos títulos. Bom, time vive de títulos. Mas isso se torna irrelevante perante a história, e os momentos felizes que tanto esse time deu ao Brasil. Não vamos negar, que fo o time que mais cedeu jogadores para a Seleção Brasileira em copas do mundo.

É até engraçado quando na rua você encontra um outro botafoguense, parece que se conhecem de longa data:

- E como vai sua família? Diz o um.
- Bem!... e a sua? Diz o outro.
- Tudo certo, camarada. Bela blusa essa sua. Tenho o modelo antigo. Diz o um.
- Bem bonito aquele... Mas como é o seu nome mesmo?

Botafoguenses têm dessas. Coisas de botafoguenses.

Um dos meus melhores amigos é botafoguense. Sempre assisto às finais na casa dele. Bom, já perdemos duas. Tem alguma coisa errado, ou comigo ou com o local. Ah! Os botafoguenses são muitos superticiosos. Devo falar para o meu amigo: "Bicho, ou eu não venho aqui assistir às finais, ou a gente vai para outro lugar, ou, então, a tua irmã (que é flamenguista) não assiste com a gente o jogo!"

Bom. É isso aí botafoguenses. É difícil, mas ainda vai dar certo. Afinal, já passamos por tantos momentos, que não vai ser mais esse que vamos sucumbir.

VIVA O BOTAFOGO.

"e ninguém cala esse nosso amor, e é por isso que eu canto assim, é por ti fogo"

Pesquisa de Rui Moura, blogue Mundo Botafogo
Sítio Recanto das Letras em 25/02/2008

sábado, 26 de junho de 2010

Paulistinha: o ‘coringa’ da década Gloriosa


Oswaldo Sampaio Júnior, o ‘Paulistinha’, nasceu a 20 de Agosto de 1939 em São Paulo e faleceu a 9 de Fevereiro de 2005 no Rio de Janeiro, tendo sido considerado o melhor ‘coringa’ da equipa de futebol do Botafogo porque atuou em todas as posições da defesa.

Paulistinha foi jogador do Botafogo entre 1958 e 1969, atuando principalmente como quarto zagueiro, mas jogou como beque central, cabeça de área, lateral direito e lateral esquerdo. O atleta fez 305 jogos pelo Botafogo e participou de quase todas as conquistas do clube na década de 1960, designadamente as seguintes:

Títulos oficiais» Taça Brasil (1968)
» Torneio Rio-São Paulo (1962, 1964, 1966)
» Campeonato Carioca (1961, 1962, 1967, 1968)
» Taça Guanabara (1967)
» Torneio Início Estadual (1962).

Títulos particulares» Torneio Quadrangular de Bogotá (1960)
» Torneio Pentagonal do México (1962)
» Torneio Internacional de Paris (1963)
» Torneio Quadrangular do Suriname (1964)
» Torneio Quadrangular de Teresina (1966)
» Torneio Hexagonal do México (1968)

Segundo o pesquisador botafoguense Pedro Varanda, Paulistinha regressou ao Botafogo em 1970 e disputou o campeonato carioca de aspirantes (reservas).

Paulistinha foi homenageado pela Câmara Municipal de Sorocaba através do Projeto de Lei nº 10/2009, da autoria do vereador Francisco Moko Yabiku, que consagrou a Praça Oswaldo Sampaio Júnior, localizada na confluência da Rua Moacyr Figueira com a Rua Comendador Oeterer, em Sorocaba, e cuja placa indicativa contém o nome do atleta e a seguinte expressão: "Cidadão Emérito 1939-2005".

Pesquisa de Rui Moura, Mundo Botafogo

LocUruguay: entre as 8 melhores seleções

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Agora basta jogar com ‘gana’ para ir às semifinais…


Quando três milhões e meio de botafoguenses se juntam a três milhões e meio de uruguaios, só pode dar nisto…
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sexta-feira, 25 de junho de 2010

Voz de Tostão

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“Esses times [Botafogo e Santos] fizeram os jogos mais bonitos que vi em toda a minha vida.”Tostão, ex-campeão do mundo.
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Jogos inesquecíveis: Botafogo 4x0 Vasco (II)

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O texto que se segue reproduz o Revista do Botafogo após a conquista do bicampeonato carioca de 1967-68, subordinado ao título Exibição de gala levou Botafogo ao bi-campeonato.

Com uma exibição primorosa de técnica, futebol-conjunto, disciplina tática e tranquilidade, o Botafogo derrotou o Vasco por 4x0 na última e decisiva partida do campeonato carioca de 1968. A vitória, além de dar o título da temporada ao clube alvinegro, valeu para a conquista do bicampeonato. O Botafogo foi o campeão carioca de 1967, tendo decidido o título com o Bangu, também na última partida. O) clássico mostrou ainda Gérson como a grande figura – defendendo, atacando e cantando o jogo com a categoria de grande craque. E estabeleceu um novo recorde de renda nacional, com uma arrecadação que ultrapassou os NCr$ 500 mil, apesar do mau tempo reinante no Rio.

O clássico que decidiu o campeonato carioca foi cercado de muita expectativa em face das incidências que marcaram os dias que o antecederam. Desde as declarações de Bianchini atacando os botafoguenses aos boatos de que o goleiro Pedro Paulo seria raptado pela torcida adversária, de passagem pelas pressões de associados do Botafogo para que o clube exigisse exame antidoping aos jogadores do Vasco até à concordância de Armando Marques em indicar os bandeirinhas – tudo colaborou para que a finalíssima da temporada de 1968 chamasse a atenção dos torcedores. No entanto, a grande decepção foi fornecida pelo time vascaíno que se mostrou diferente das outras jornadas e não chegou em momento algum a ameaçar o triunfo dos botafoguenses que acabaram vencendo tranquilamente por 4x0 com chances de alargarem mais o marcador.

O jogo foi iniciado com 21 minutos de atraso, porque ninguém queria entrar em campo à frente de ninguém por fim, houve acordo e os dois times entraram juntos debaixo de um foguetório espectacular (apesar de a polícia ter anunciado que prenderia quem soltasse bombas no Maracanã) e de uma chuva de confete e papel picado.

O Botafogo marcou dois gols em cada etapa. Na primeira, Roberto marcou aos 14’ e Rogério aos 33’. Na segunda, Jairzinho assinalou aos 17’ e Gerson aos 20’.

Renda: NCr$ 513.379,25 com 120.178 pagantes. Não pagaram 21.511 menores. Tabalho sereno e correcto de Armando Marques na arbitragem. Auxiliares: António Viug e Amílcar Ferreira.


Botafogo: Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Gerson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo César. Técnico: Mário Zagallo.

Vasco da Gama: Pedro Paulo, Jorge Luís, Brito, Ananias (Sérgio) e Ferreira; Bougleux e Danilo Meneses; Nad (Alcir), Nei, Valfrido e Silvinho. Técnico: Paulinho.

A grande figura da partida foi Gerson, que interceptou, desarmou, construiu e cantou as jogadas para os seus companheiros, defendendo e atacando com uma seriedade impressionante e um amadurecimento exemplar
.”

Outros destaques botafoguenses foram Leônidas, o mais brilhante dos zagueiros, Jairzinho, Roberto e Carlos Roberto.

Os jogadores reserva do Botafogo foram expulsos por A. Marques, porque entraram em campo sem ordem do juiz, infringindo as regras, para comemorar junto com Gerson o quarto gol. Zagalo não pôde então fazer substituições.

Após o 4º gol, Zagallo sofreu um acidente ao bater com o nariz na máquina de um cinegrafista. O atacante Roberto quase trocou sopapos com Dimas. O 1º recebeu ordem para entrar em campo e começou a gozar o companheiro Mas Humberto não chegou a entrar opor causa das expulsões dos reservas.

Pesquisa de Claudio Falcão
Composição de Rui Moura
Revista Botafogo

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Jogos inesquecíveis: Botafogo 4x0 Vasco (I)

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A maioria dos leitores do Mundo Botafogo guarda na memória duas recordações extraordinárias: o título carioca de 1989 e o título brasileiro de 1995. Em contrapartida, eu guardo na memória um dos maiores bailes de gala que ocorreu no Maracanã durante os anos sessenta do século passado: Botafogo 4x0 diante do Vasco da Gama na final do campeonato carioca de 1968 – eu estive no Maracanã nessa tarde maravilhosa!

Em 1948, há vinte anos atrás, o estádio de General Severiano estivera lotado para assistir ao Botafogo ser campeão com 3x1 em cima do Expresso da Vitória; em 1968 o Maracanã assinalava uma das suas maiores enchentes: 141.689 pagantes para verem o Botafogo se sagrar novamente bicampeão carioca.

O Botafogo entrou como favorito e com a vantagem do empate, situação que favorecia o esquema tático preferido de Zagallo: firmar-se bem na defesa e explorar os contra-ataques.

Se em 1948 o Expresso da Vitória se achara antecipadamente campeão, tal como o Fluminense em 1957, já em 1968 o esquema passou por uma semana de cerrada guerra de nervos do Vasco da Gama contra Gérson, o cérebro da equipa botafoguense. Bianchini, centroavante do Vasco, ex-Botafogo, sjeito ruim e muito catimbeiro, prometeu quebrar a perna do Canhotinha de Ouro, assegurando que Gérson, por covardia, iria esconder-se nem campo. Porém, seguramente por castigo pedido por Carlito Rocha ao Divino, Bianchini nem sequer jogou, porque contundiu o joelho durante o treino e acabou vetado para a partida.

Nove de julho, tarde ensolarada, dia da decisão. Os times já estão em campo. O Maracanã quase explode com o delírio da galera na entrada dos dois times, um em seguida do outro, praticamente juntos. Alinhados em suas posições, lá estão aguardando o apito do árbitro. Do lado do Botafogo, Cao; Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Valtencir; Carlos Roberto e Gérson; Rogério, Roberto Miranda, Jairzinho e Paulo César. Do outro lado, Pedro Paulo; Jorge Luís, Brito, Ananias e Ferreira; Buglê e Danilo Meneses; Nado, Nei, Valfrido e Silvinho.


Como era normal na equipa de Zagallo, o Botafogo arma uma defesa cautelosa seguríssima: Rogério, Carlos Roberto e Paulo César fazem um bloqueio à frente da zaga, enquanto Jairzinho e Roberto Miranda aguardam no ataque os fabulosos lançamentos longos e mortíferos de Gérson.

O Vasco da Gama iniciou o jogo mais agressivo, porque precisava da vitória, adiantando os seus laterais Jorge Luís e Ferreira, mas mostrava-se menos organizado do que o Botafogo.

Aos 2 minutos Silvinho quase abriu a contagem para o Vasco, assustando a torcida botafoguense. Mas logo a seguir Gérson lança Jairzinho em profundidade, que enche o pé; o goleiro vascaíno defende parcialmente e Gérson pega o rebote estremecendo o travessão com seu tiro de canhota.

O jogo define-se conforme o esperado: o Vasco atacando mais, mas sem organização, enquanto a equipa botafoguense aguarda a oportunidade de surpreender o adversário. E aos quinze minutos de jogo Jairzinho atrai Ananias para fora da área, estica o passe a Roberto, que disputa a corrida com Brito, e o centroavante botafoguense chega primeiro e chuta forte para inaugurar inapelavelmente o marcador: Botafogo 1x0.


A torcida botafoguense enlouquece e o Vasco da Gama descontrola-se ainda mais, porque agora precisava de dois gols para ser campeão. Então, a equipa lança-se desordenadamente ao ataque, fazendo as delícias de Zagallo, e aos 33 minutos o jogo vai ficar praticamente decidido: Jairzinho recuado, com Ananias no seu encalço, lança para Paulo César no lado esquerdo, o extremo corre até a linha de fundo e cruza à meia altura, Jairzinho e Roberto não alcançam a bola, a qual sobra para Rogério que, em corrida e na diagonal, remata novamente de forma indefensável: Botafogo 2x0.

A torcida delira novamente e a angústia toma conta da torcida e da equipa vascaína. Ao intervalo o técnico Paulinho de Almeida quer fechar o miolo da área, mas, surpreendentemente o Botafogo, retorna mais ofensivo, e pressiona com insistência a área adversária.

Aos 15 minutos do segundo tempo, Paulo César, da meia-lua, encosta a bola para Jairzinho que, livre diante do goleiro Pedro Paulo, emenda para as redes vascaínas: Botafogo 3x0. O jogo acabara definitivamente.

A torcida botafoguense comemora a vitória, a bola rola de pé em pé botafoguense e a torcida exige “olé, olé” (tê-lo-ei pedido também?...). Aos 25 minutos do segundo tempo, o juiz assinala sobrepasso do goleiro Pedro Paulo, e Paulo César, com a barreira formada, toca de leve para Gérson que marca por cobertura: Botafogo 4x0.

No campo foi a loucura total com os jogadores abraçando-se eufóricos. Na torcida, foi a festa e o delírio com a conquista de mais um campeonato com uma gloriosa goleada.

Fotos: Gentileza de Cláudio Falcão

Pesquisa de Cláudio Falcão e Rui Moura, blogue Mundo Botafogo

Parabéns e bom trabalho!

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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Loco Abreu - capa da FUT!

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Otávio de Moraes, uma saudade – IV


[Nota de Mundo Botafogo: a maioria de nós não vivenciou os anos 40 do século passado, os tempos de Geninho, Paraguaio, Oswaldo, Heleno de Freitas e… Otávio Moraes; este último craque foi entrevistado por José Rezende antes de falecer e conta a sua e a nossa história da década de 1940]

Otávio na seleção brasileira

Otávio também vestiu a camisa da seleção brasileira:

“O Flávio Costa adorava meu futebol. Ele achava que eu fazia uma armação muito boa e finalizava. Quando ele me convocou pela primeira vez, eu era titular do aspirante do Botafogo. Fiquei como reserva do Heleno e do Leônidas. Perguntei ao Flávio o que iria fazer na seleção, tendo aqueles dois caras. Ele me disse que se os dois começassem com frescura seriam mandados embora, porque estavam sempre com probleminhas e eu entraria. Essa convocação foi para o sul-americano de1945. Heleno e Leônidas se comportaram bem e eu fui cortado.

Veio mais tarde à convocação para o sul-americano de 1949 e rendi muito pouco. A camisa pesou muito. Eu nunca pensei que um dia estaria perfilado ouvindo o hino nacional, no campo do Vasco, ao lado do Zizinho. Os meus ídolos estavam ao meu lado.”

Além de mostrar o seu talento nos campos de futebol, Otávio exerceu com brilhantismo a carreira de arquiteto.

O craque arquiteto

O arquiteto Otávio, cuja escolaridade e a formação cultural estavam acima da média do jogador de futebol, diz como era a convivência com seus companheiros de profissão: “Sempre tive por eles uma profunda relação de amizade. Tenho grande facilidade de adaptação com a maioria das pessoas. Eu me dou bem com todo mundo. Eu amo o ser humano. Nunca posei de intelectual pra eles. O respeito deles por mim era grande, por terem um amigo de quarto, de farra, de bebedeira, de jogo, que tinha feito algo que eles não conseguiram fazer. Todos tinham a vontade de ter feito isso, mas não puderam por várias razões. Minha família não era pobre, nem rica. Meu pai era gerente de banco, só isso. Eles tiveram uma vida difícil. Eu estudava, fazia trabalhos, desenhava nas concentrações e eles olhavam, perguntavam. Sempre os respeitem e nunca fui à última palavra. Quando apresentavam alguma solução, eu sempre seguia porque eram muito criteriosas. No Botafogo tinham setores: o Gerson era o xerife da defesa; o Geninho comandava o meio-campo, o ataque e era o capitão. O Nilton Santos era igual ao Ademir, não queria saber da estratégia do jogo. Já o Zizinho, o Tim, o Geninho eram muito interessados. Tanto que foram bons treinadores. Tanto que houve um caso muito engraçado. Antes dos coletivos o Zezé reunia todo mundo e dizia as mesmas coisas. É uma época maravilhosa na vida da gente. Todos moços, cheios de energia, muita gozação. Aí, o Geninho inventou a sacanagem depois da preleção do Zezé: “Posso dar uma sugestão?”Não tinha sugestão nenhuma. E o Zezé respondia: “Não quero sugestão”. Ele ia embora e a gente ficava rindo. Combinamos de fazer a pergunta sempre que fosse possível. O próximo fui eu e seguimos por muito tempo com a brincadeira. O Zezé nunca percebeu que era sacanagem. Todos fizeram isso. Quando chegou a vez do Nilton Santos, ele disse que tinha vergonha. Agora, depois de velho, está falante. Está igual ao Didi.”

Os maiores craques do Brasil e o melhor marcador

Otávio aponta as figuras que mais o impressionaram no futebol brasileiro:

“É muito difícil dizer, porque as condições do futebol não são as mesmas. Nós veteranos da velha guarda nas nossas conversas costumamos comparar o futebol com um avião. Somos um DC-3 que levava daqui a Belém cinco horas. O Pelé é um Constelation, já entra na era do jato, com todo o conforto e enorme segurança de vôo. O Ronaldinho e todos esses meninos são o Concorde. Eles têm uma medicina esportiva melhor, um preparo físico melhor.

O melhor goleiro ainda foi o Manga. Na zaga, destaco Domingos da Guia e Nilton Santos. Dependendo do esquema de jogo, no meio-campo, Jorginho que jogou na Alemanha. Meu melhor marcador foi o Mauro Ramos. Injustiçado ficou no banco da seleção desde 49. Em 50, ficou na reserva do Juvenal. Chegou a ser banco do Wilson. Em 62, foi titular e falou com o Aimoré: “Biscoito, vou para ser titular”.

Joguei contra o Mauro várias vezes na seleção e no Botafogo. Ele sabia o que nós atacantes íamos fazer, porque ele estudava todas as nossas características.”

FIM.

Pesquisa: Rui Moura, blogue Mundo Botafogo
Origem: ABI (Associação Brasileira de Imprensa), entrevista de José Rezende, 11/11/2009

terça-feira, 22 de junho de 2010

Sê bem vindo, Maicosuel!

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Maicosuel Reginaldo de Matos nasceu em Cosmópolis (SP) a 16 de Junho de 1986, pesando atualmente 59 quilos e medindo 1,78m. Maicosuel já foi campeão paranaense (2006), campeão mineiro (2008) e campeão da Taça Guanabara (2009). O atleta jogou pelos seguintes clubes antes de reingressar no Botafogo: Atlético Sorocaba, Paraná Clube, Cruzeiro, Palmeiras, Botafogo e Hoffenheim (Alemanha).

Palavras do atleta aquando da sua saída do Botafogo em 2009: – “Pretendo atuar no clube novamente antes de encerrar a minha carreira. Se retornar ao Brasil, quero que seja para o Botafogo”.

Carreira ainda há muita, mas ele já cá está novamente! Que seja o malabarista que todos desejamos!
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Futsal classifica-se em todas as categorias


A parceria Botafogo/Casa da España em futsal resultou no vice-campeonato botafoguense nas categorias ‘adulto’ e sub-20 da Super Liga Futsal Rio, tendo sido o USS/Vassouras e o Vasco da Gama os respectivos campeões.

Porém, a parceria ainda não desistiu de ser campeã. O Botafogo/Casa de España passou às semifinais em todas as demais categorias da super Liga Futsal Rio após obter os seguintes resultados na 2ª mão dos jogos de classificação:

Sub-17
» Botafogo/Casa de España 2x2 Flamengo

Sub-15
» Botafogo/Casa de España 5x0 Madureira

Sub-13
» Botafogo/Casa de España 4x2 Flamengo

Sub-09
» Botafogo/Casa de España 9x7 Madureira

Pesquisa de Rui Moura, blogue Mundo Botafogo

Botafogo domina natação mirim


Na piscina de 25 metros do Olaria Atlético Clube decorreu o Festival Mirim Medley, que no dia 19 de Junho de 2010 juntou as seguintes equipas: AABB/Rio, America/Djan Madruga, Botafogo FR, Crio N. Pra Valer, CR Flamengo, Fluminense FC, GNG Sport e Ação, CR Guanabara, Marina BC e Tijuca TC.

O Botafogo impôs-se claramente aos adversários, conquistando 10 medalhas de ouro contra 3 medalhas de ouro do BC Marina e outras 3 do Tijuca TC.

Classificação Geral

1º Botafogo: 10 Ouro / 2 prata / 4 bronze
2º Marina: 3 ouro / 6 prata / 2 bronze
3º Tijuca: 3 ouro / 3 prata / 4 bronze
4º Flamengo: 2 prata / 2 bronze
5º Vasco da Gama: 2 prata / 1 bronze
6º GNG: 1 prata
7º Fluminense: 3 bronze

Medalhas de ouro do Botafogo

» 50m. livre feminino mirim I, Carolina Martins com o tempo de 34"71
» 50m. livre feminino mirim II, Maria Luiza Pessanha com o tempo de 34"02
» 50m. livre masculino mirim, Felipe Antonio Pereira com o tempo de 39"92
» 50m. livre masculino mirim II, Bernardo Cesar com o tempo de 39"68
» 100m. livre feminino mirim II, Maria Luiza Pessanha com o tempo de 1'13"55
» 100m. livre masculino mirim I, Eduardo Martiniano com o tempo de 1'15"22
» 100m. medley feminino mirim I, Carolina Martins com o tempo de 1'31"82
» 100m. medley feminino mirim II, Maria Luiza Pessanha com o tempo de 1'25"94
» 100m. medley masculino mirim, Felipe Antonio Pereira com o tempo de 1'44"96
» 100m. medley masculino mirim I, Eduardo Martiniano com o tempo de 1'26"14

Maria Luiza Pessanha obteve 3 medalhas de ouro; Carolina Martins, Felipe Antonio Pereira e Eduardo Mariniano obtiveram 2 medalhas de ouro cada; Bernardo Cesar obteve 1 medalha de ouro.

Pesquisa de Rui Moura, blogue Mundo Botafogo

Os assuntos preferidos dos leitores

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A enquete que terminou pretendia avaliar os gostos dos leitores relativamente aos assuntos tratados, mas apenas contribuíram 38 leitores com 156 escolhas, à média de 4 escolhas por leitor.

A % apresentada para cada item corresponde sempre à base de 100%, isto é, ao conjunto de escolhas entre os 38 leitores relativamente a cada assunto. Por exemplo, 25 leitores (65%) entre o total de 38 (100%) votaram em ‘Jogos Inesquecíveis’.

Nas escolhas à pergunta “Quais são as ‘etiquetas’ que prefere no blogue (escolha de 3 a 5)?”, os leitores votaram assim:

» Jogos inesquecíveis: 25 (65%)
» Curiosidades: 13 (34%)
» Torcedores: 8 (21%)
» Gols soberbos: 8 (21%)
» Grandes goleadas: 8 (21%)
» Nomes e números: 8 (21%)
» Ano 2010: 7 (18%)
» Apologias: 7 (18%)
» Foto-reportagem: 7 (18%)
» Memoriais: 7 (18%)
» Grandes viradas: 7 (18%)
» Séries imagens: 6 (15%)
» Especiais: 6 (15%)
» Esportes olímpicos: 6 (15%)
» Dramas: 5 (13%)
» Grandes excursões: 4 (10%)
» Velharias: 4 (10%)
» Outros: 4 (10%
» Letras: 3 (7%)
» Treinadores: 3 (7%)
» Vozes: 3 (7%)
» Figuras: 2 (5%)
» Arauto: 1 (2%)
» Dirigentes: 1 (2%)
» Matizado: 1 (2%)
» Paradoxos: 1 (2%)
» Sortilégios: 1 (2%)

Na medida do possível e das circunstâncias, o Mundo Botafogo procurará privilegiar as escolhas dos leitores. Dos ‘dez mais’ realçados a negrito será mais difícil responder às etiquetas Gols soberbos, Grandes goleadas e Grandes viradas em virtude de já terem sido publicados os conteúdos mais importantes dessas etiquetas. Porém, será fácil continuar alimentando as restantes oito escolhas principais: Jogos inesquecíveis; Curiosidades; Torcedores; Nomes e números; Ano 2010; Apologias; Foto-reportagem; Memoriais.

21 depois de 21

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O lançamento do livro 21 depois de 21, da autoria do querido amigo Paulo Marcelo Sampaio e de Rafael Casé, foi relatado pelo Gil como EXCEPCIONAL!


O Gil, que não falha nenhuma manifestação pública do Botafogo, reviu alguns ídolos, tais como Luisinho, Vítor, Paulinho Criciúma, Josimar, Ricardo Cruz, Carlos Alberto Santos, Espinosa, entre outros, e arrecadou uma série de autógrafos.


As fotos enviadas para o Mundo Botafogo são mais uma gentileza do amigo Gil.


A bandeira e a faixa foram confeccionadas pela torcida Loucos, atualmente presidida pelo jovem Rafael. A placa foi fixada no salão nobre e inaugurada ontem. Os autores do livro tiveram uma longa noite para autografar…

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Força, Loco Abreu!

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Torcedora uruguaia na Copa da África do Sul 2010
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A decisão de Marcos Venícius

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“AMIGO RUI ENCERRO AQUI PROLONGADA DISCUSSÃO. EIS MINHA SELEÇÃO E NÃO ABRO MÃO DE NENHUMA. SAUDAÇÕES GLORIOSAS ALVINEGRAS. MARCOS VENICIUS.”
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Botafogo na final mirim em Rio Bonito

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O Botafogo classificou-se para a final da Taça Cidade Rio Bonito em futebol mirim contra o Fluminense após bater o Flamengo na semifinal do torneio. O jogo realiza-se no próximo sábado, 26 de Junho de 2010. Eis a campanha da garotada:

Fase de Grupo
» Botafogo ?x? Rio Bonito
» Botafogo 4x0 Nova Friburgo
» Botafogo 4x1 Rio de Janeiro

Quartas-de-final
» Botafogo 1(5)x1(4) Artsul

Semifinal
» Botafogo 1(4)x1(2) Flamengo

Final
» Botafogo _x_ Fluminense (em Rio Bonito, 26 de Junho)

Pesquisa de Rui Moura, blogue Mundo Botafogo

Otávio de Moraes, uma saudade – III


[Nota de Mundo Botafogo: a maioria de nós não vivenciou os anos 40 do século passado, os tempos de Geninho, Paraguaio, Oswaldo, Heleno de Freitas e… Otávio Moraes; este último craque foi entrevistado por José Rezende antes de falecer e conta a sua e a nossa história da década de 1940]

A saída do Botafogo e as propostas de Modesto Roma

O Botafogo, após a conquista do título carioca de 1948, só voltou a ser campeão em 57. Otávio nos fala sobre o que aconteceu depois de 48 até a sua saída do clube:

“Nós fizemos a partir de 48 campeonatos muito bons. Chegamos aos anos seguintes até o quarto lugar. Em 51, ficamos em 3o a um ponto do Fluminense e do Bangu, que decidiram o título. Nós perdemos do Madureira por 2 a 1, em Conselheiro Galvão, e eles bateram muito”.

Convocado por Flávio Costa para o sul-americano de 1949, Otávio aparece antes de um treino da seleção brasileira ao lado de Carlyle e Leônidas da Silva, o famoso Diamante Negro.

Depois de mais de dez anos de Botafogo, Otávio deixou o clube de seu coração:

“Minha ligação com o Botafogo era muito forte e a minha saída foi difícil. Eu entrei em litígio com o Brandão Filho, diretor de futebol profissional, que era um amigo. Houve um incidente num treino. Ele levava sempre dois guarda-costas armados. Isso não tem nada a ver, cria constrangimentos. Entre os atletas de todos os esportes havia muita união. Nós estávamos acabando de treinar para depois a turma de o atletismo realizar seu treinamento. Enquanto isso, alguns atletas ficavam correndo em torno do campo. Um dia, o Brandão cismou e mandou parar o treino. O Carvalho Leite era o treinador. Aí, o Brandão expulsou os atletas de campo que saíram tranqüilamente. O atletismo do Botafogo era campeão brasileiro e vários atletas da equipe eram campeões sul-americanos. Nós ficamos no meio do campo e o Gerson comentou: “Esse homem não pode fazer isso com essa rapaziada”. O Geninho concordou conosco, mas disse que não podia fazer nada Então, falei: você não pode porque é investigador e trabalha na delegacia dele. O Emil Pinheiro também era investigador e trabalhava com o Brandão Filho. Combinamos falar com o homem, sem o Geninho. Fomos eu, Gerson e o Pirilo. Explicamos ao Brandão que estávamos nos sentindo culpados pelo que aconteceu e considerávamos aqueles atletas glórias do clube. Ele nos olhou e disse: “Vocês querem que eu peça desculpas”. O Gerson falou: “Sim, porque nós vamos pedir desculpas a eles”. O Brandão Filho deixou claro: “Fiz o que tinha que fazer e não peço desculpas a ninguém”.

Eu sou botafoguense e, em São Paulo, sou peixe. Eles me trataram com a maior cordialidade. O presidente era o Modesto Roma que tinha muito do Carlito Rocha. Um homem alto, rico, agente marítimo, possuía uma frota de navios em Santos e exportava muitos produtos para a Europa. Ele alugava as embarcações e fazia a exportação. Ele veio ao Rio para me levar para o Santos e me disse que iria formar um time a fim de marcar época na história do futebol paulista e brasileiro. Formou a equipe com: Manga, do Bonsucesso, Carlyle, Hélvio, Nenem, Zito, Formiga, Tite, Telesca. Terminamos o campeonato de 1952, em 3o lugar.

Eu não queria sair do Botafogo, mas o Brandão Filho enviou uma carta para mim me autorizando a procurar clube. Tanto que eu o procurei e disse-lhe que não ia procurar clube. O senhor que está querendo a minha saída, procure um clube pra mim. Coloque meu passe à venda. Onde já se viu uma mercadoria se autovender. Aí, apareceu o Santos. Tudo o que eu pedi, o Modesto Roma fez. Assinei por dois anos com a promessa de no fim do contrato ser o arquiteto, eu já estava formado, da firma construtora que ele iria abrir e responsável pela construção de um estaleiro e pelos projetos para fabricar seus próprios navios. Parece mentira, mas eu não minto. O Modesto me disse: “Você vai ser um homem rico” Eu teria de viajar com minha mulher e meu filho para Amsterdã, a fim de estudar arquitetura naval. Quando fui para o Santos, já estava exercendo a profissão de arquiteto, na equipe do Jorge Moreira, na Cidade Universitária. Então, solicitei que ele me indicasse clientes e montasse um escritório completo para mim em Santos. Na sede da firma dele, o Modesto montou o escritório. Fui a São Paulo e comprei todo o equipamento para o escritório, pago por ele. O cliente que me foi apresentado era uma Congregação de Padres chamada Operários de Jesus. Os padres queriam construir num terreno, um edifício com um cinema embaixo e apartamentos em cima para alojar os membros da congregação que fossem a São Paulo Aluguei uma casa na praia de São Vicente e passei a me ocupar com a arquitetura e o futebol. Fiz o projeto e começamos a construir. Tudo corria bem. Até que comecei a sentir uma falta enorme, não sei de que, do Rio de Janeiro. Procurei o Modesto Roma e expliquei a situação. Ele ficou decepcionado. A diferença entre São Paulo e o Rio é muito grande. Quando estávamos em campo todos éramos amigos. Depois ninguém me procurava e eu também não procurava ninguém. Fazer uma amizade era difícil. Era uma sensação esquisita.”

O convite de Zezé e o não dos dirigentes

“Quando retornei ao Rio, o Zezé Moreira estava treinando o Fluminense. Falei com ele que conseguiria o empréstimo do meu passe junto ao Santos. Com 29 anos, considerado velho naquela época, não seria fácil encontrar um clube para comprar meu passe. Viajei com o pessoal do Fluminense numa excursão à Colômbia. Retornamos e o Zezé me disse que os diretores não se interessaram em assinar contrato comigo, porque eu já estava velho. Joguei ainda um período na Portuguesa, da Ilha do Governador, em 1953.

Como considerei não ter dado ao Santos o retorno pela compra do meu passe, procurei o Modesto Roma com um cheque no valor das luvas por mim recebidas. Ele disse que o cheque era meu. Ponderei que não havia cumprido o contrato com o Santos. “Só você mesmo. Nunca encontrei na minha vida alguém como você. Você é uma das pessoas mais dignas que já encontrei”, foi à resposta dele. Em 1961, ele não era mais presidente do Santos, e nós nos encontramos. Fomos almoçar no restaurante da firma dele em Santos. Acabamos de almoçar e fomos até a janela. Ele olhou para mim e disse: “Trouxe você aqui para ver a construtora que eu fundei e que você deixou para voltar para o Rio, quando o projeto tinha que ser seu. Estou mostrando para você saber que tudo o que eu tinha prometido era verdade”.

Em 1953, Otávio retornou ao Rio e tentou o Fluminense. Mesmo com o aval de Zezé Moreira, os dirigentes tricolores não contrataram o atacante por causa da sua idade, 29 anos. No dia 19 de março de 1953, Otávio integrou a equipe das Laranjeiras na partida diante do Deportivo Cali, em Medelin, por ocasião da inauguração do Estádio Atanásio Girardo.

Pesquisa: Rui Moura, blogue Mundo Botafogo
Origem: ABI (Associação Brasileira de Imprensa), entrevista de José Rezende, 11/11/2009

domingo, 20 de junho de 2010

Feliz dia, Paulo Marcelo!

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Otávio de Moraes, uma saudade – II


[Nota de Mundo Botafogo: a maioria de nós não vivenciou os anos 40 do século passado, os tempos de Geninho, Paraguaio, Oswaldo, Heleno de Freitas e… Otávio Moraes; este último craque foi entrevistado por José Rezende antes de falecer e conta a sua e a nossa história da década de 1940]

A despedida de Heleno, a liderança de Carlito e o título de 48

Em 1944, com vinte e um anos, Otávio assinou contrato, verdadeiramente, como profissional com o Botafogo que depois de seguidos vice-campeonatos chegou ao inesquecível título de campeão carioca de 1948:

“Quando completei vinte e um anos, meu pai achava que o contrato que o Botafogo pretendia era unilateral, e era. Meu pai falou para mim: “Você já tem vinte e um anos e resolva a sua vida. Eu não vou ser cúmplice do Botafogo. Por enquanto, você está jogando bola. Eu não acho que você joga toda essa bola, mas eles acham. Eles querem contratar você. Tudo bem. Mas, o que eles gastaram? Quem pagou médico fui eu. Quem pagou dentista fui eu. Quem fez de você um garoto forte pra cacete fui eu. Agora, quando eles venderem seu passe, o dinheiro vai ficar com eles. Você receberá o quê?”É verdade. Depois a vida inteira, nós como veteranos batalhamos pelo direito do passe e conseguimos vencer. Hoje o jogador tem pela lei participação na venda do passe.

A seqüência de vice-campeonatos sempre passou pela cabeça de todos nós. O Botafogo tinha alcançado resultados muito bons, chegando aos vice-campeonatos com times excelentes. Se você analisar a escalação dos jogadores, verá que o Botafogo teve times individualmente sensacionais. Acontece que em 48, o fato mais importante de todos foi o aparecimento de um guia, de um estímulo. Carlito Rocha representou tudo isso. Ele com enorme dignidade era mais do que um presidente. Tinha um passado no clube e grande carisma. Nós já o conhecíamos, ele era um botafoguense quase da fundação, da geração depois da fundação. Ele nos cativou como um pai. Os jogadores que compuseram o elenco pareciam que tinham sido escolhidos pelo destino. Paraguaio tinha 19 anos e era o ponta-direita do juvenil. Vários jogadores atuavam na ponta-direita, no entanto aparece um menino, indiozinho com uma espontaneidade, uma explosão, rapidez, facilidade de ir à linha de fundo fantásticas. O Pirilo, dispensado do Flamengo pelo Flávio Costa, foi contratado pelo Carlito que acreditava nele. Pirilo era um jogador sensacional, mas estava com uma lesão no joelho. Jogava de joelheira, teria que operar, mas tinha medo. Chegou ao Botafogo estava muito sentido com o Flávio por tê-lo dispensado. É muito triste para o jogador que fez um nome ser dispensado, porque está velho, fora de forma, etc, etc... O cara não aceita. Acha que, ainda, pode dar. Era isso que o Pirilo sentia e queria provar ao Flávio que ainda podia jogar futebol. Jogou extraordinariamente e contra o Flamengo destruía. Somava a vontade de ganhar com a raiva. Ávila veio do Internacional, onde tinha conquistado oito títulos de campeão. Também dispensado, chegou como se o futebol dele tivesse acabado. Ele não concordava, queria jogar, era um jogador extraordinário e mostrou o seu futebol de grande categoria. A escalação do Rubinho por exemplo. Rubinho era half direito e jogava na areia. Jogava na Urca com o Paulinho Tovar. Atuou nos aspirantes, era baixo, mas muito forte. Escalado como half, saía do chão com facilidade com os seus 1,66 de altura. Era bom no chão e no alto. Apareceu o Nilton Santos que não tinha passado. Nunca vi no mundo inteiro jogadores com a história do Nilton Santos e do Garrincha. Ninguém ensinou nada para eles. Não tiveram treinadores e jogaram um futebol que ficou para história. Se você procurar não vai encontrar ninguém melhor do que eles no Brasil e no mundo. Entretanto com defeitos hilários. Nilton Santos bate na bola de “barroso”, isto é, bate na bola com o pé pra dentro. Um cara com aquela categoria que não sabe chutar. Ele aprendeu? Não. Quando ele chegou, fez um treino, tomou conta da posição e ninguém perguntou nada. Quem ensinou? Deus.

Começamos o campeonato perdendo para o São Cristóvão por 4 a 0. Primeiro, o adversário tinha um time muito bom. Depois, em minha opinião, nós estávamos mal escalados. Nilton Santos já devia ter jogado. Marinho, pai do Fred e do PC, foi deslocado da direita para esquerda. Ele era destro e do lado esquerdo ficou pior, porque pegou o Santo Cristo. Nilton Cascão não estava bem. Os gols foram surgindo até os 4 a 0.

Nós ficamos arrasados com a derrota. Aconteceu um fato muito importante que muitas pessoas não sabem. O Heleno tinha sido vendido para o Boca, e antes de viajar foi assistir a partida. Ele ficou nas cadeiras cativas localizadas naquele cantinho no lado do túnel do Pasmado. Nós vimos quando ele entrou, sempre bem vestido. A torcida o aplaudiu e gritava Heleno, Heleno! Seu Carlito tinha sido o responsável pela venda. Virou o 1o tempo 2 a 0 e o Neca, jogando um bolão, dificultava mais as coisa para nós. Neca depois jogou conosco no Botafogo e a sua presença foi importantíssima. Ele criou e foi o primeiro treinador de escolinha de futebol. O Dr. Ademar Bebiano, dono da Nova América, em Del Castilho, chamou o Neca quando ele parou de jogar e o convidou para criar a escolinha no campo da fábrica. Neca foi contratado e naquele momento estava fundada a primeira escolinha de futebol do mundo. Voltando ao jogo, quando eles fizeram 3 a 0 o Heleno saiu. Estávamos tomando aquele vareio e de repente ouvimos aquelas palmas.

Quem conhece o Botafogo sabe que para sair daquele cantinho, basta descer às escadarias, virar à esquerda e chegar à portaria de entrada de General. Heleno não seguiu esse caminho. Abriu o portão que dividia às cadeiras cativas das arquibancadas e passou pelo meio da multidão sendo aplaudido de pé. Jogada de astro de Hollywood. O jogo parou e só se ouvia as palmas. Nós naquela situação terrível e o sacana fez o nome dele. Cumprimentado por todos, quase saiu carregado. Ficamos vendo a tristeza do Seu Carlito, vencido. Tinha vendido a estrela. Não chegamos a conversar sobre o fato. A reação veio espontaneamente e a partir dali ficamos trinta e seis partidas sem perder. Por incrível que pareça, pouca gente sabe que também é uma verdade e eu não sou o dono da verdade. Eu só sou um velho que se lembra. Só isso. Nós ganhamos trinta e seis partidas depois de perdermos de 4 a 0. E, tem mais, nunca jogamos na frente do marcador. Sempre demos a volta por cima. Isso eu não sei explicar. Parecia coisa feita. A gente entrava e pimba 1 a 0 contra. Cacete, nós tocamos a bola, dominamos o jogo, sai um vagabundo, mete uma porrada e gol. Não contente mais um. Aí a gente dois a um, dois a dois, três a dois, quatro a dois, cinco a dois. Fartamos de fazer isso. É só consultar. Sobre o time e o título tem explicação: Carlito Rocha.

Artilheiro do campeonato carioca de 1948 com 21 gols ao lado de Orlando “Pingo de Ouro”, do Fluminense, Otávio recebe o prêmio instituído pelo Jornal dos Sports das mãos do jornalista Mário Filho.

Antes da partida final nós viramos em cima do Olaria. Estávamos perdendo por 3 a 1 e faltando 16 minutos fizemos 4 a 3. Tivemos no decorrer do campeonato alguns contratempos devido a algumas contusões. Contra o Vasco fomos pra cima. Depois de dezesseis anos, tínhamos a possibilidade de sermos campeões. Zezé Moreira estava com muito medo. Nós jogadores, ao contrário, estávamos tranqüilos. O problema era o Gerson dos Santos que passou a noite com 39o de febre. Seu Carlito chegou com o Gerson e reuniu todo mundo. Comunicou que o Dr. Paes Barreto tirou a temperatura do Gerson e naquele momento ele estava com 38o e que iria jogar o Marinho. Carlito Rocha nos perguntou: “O que vocês acham?”. Ninguém disse nada. Carlito se dirigiu ao Geninho. Geninho possuía o maior QI que já vi na minha vida. O currículo dele era Cabo da Polícia Militar de Belo Horizonte. Ele e o Tim foram os maiores QIs que conheci. Que cabeça eles tinham. Os dois me dão um banho e eu sou universitário. Então, o que aconteceu: “Geninho, parece que você não está muito satisfeito”. Geninho com o seu jeito de mineiro falou: “Olha Seu Carlito, a gente não pode estar satisfeito sabendo que vamos perder o Dudu”. Era o apelido do Gerson porque nós achávamos que ele tinha cara de palhaço. Ele ficava puto. Carlito perguntou: “Você tem alguma sugestão?” Geninho prosseguiu: ”O que o senhor está dizendo é o que nós sabemos. Quero dizer que o pessoal do Vasco não sabe de nada. A presença do Gerson na nossa cabeça de área é fundamental e o senhor sabe disso” E era verdade. Carlito perguntou ao Gerson se ele jogaria e a resposta foi positiva. No jogo, ele teve um choque de cabeça com o Dimas. Quando o Dr. Paes Barreto foi socorrê-lo ele perguntou: “Onde é que eu estou”. Gerson teve que sair e nós passamos a jogar com dez. Só que o Rubinho queria ir para central de área, porque jogava nessa posição lá na Urca. O Paraguaio disse: “Não, eu sou o melhor central da minha terra e vou substituir o Gerson”. Eu cheguei e falei: vocês dois babacas discutindo quem vai ser o central de área. Geninho deu razão ao Paraguaio, porque nós mexeríamos em apenas uma posição. E fizemos apenas uma alteração. Futebol é um jogo, como qualquer esporte, inventado para inteligentes. Paraguaio cumpriu a missão sensacionalmente. O Pirilo voltou um pouco e eu fiquei na frente enfiado. Não ficava isolado porque o Pirilo sempre aparecia. Ele jogava xadrez. Se mexia bem, se deslocava bem. Quando eu pegava o marcador mano a mano, só ele aparecia. O marcador ficava numa merda muito grande, porque se viesse em mim eu dava para o Pirilo. O Eli não saía de dentro da área. Vamos esperar. Se ele sair nós metemos para o Otávio por cima e fica só o Wilson. O Augusto pode vir também, mas se passarmos pelo Eli vai ficar um buraco entre o Augusto e o Wilson. Com dez, nós cercávamos o time do Vasco. Eu não voltava. Quando queria ajudar, o Juvenal e o Geninho gritavam comigo: “Fica lá, fica lá”. Quando o Eli tentava sair, o Danilo alertava: “Volta, olha o Otávio lá”. Ficamos esperando, até que o Danilo ficou prensado e o Eli apareceu para receber. O Eli não sabia apoiar, meteu para o Maneca e o Juvenal cortou. O Juvenal deu para o Ávila que jogou por cima. O Augusto viu que eu entrava, mas chegou atrasado. Eu dominei no chão e não dei tempo para o Wilson chegar a mim. Correndo levei para perna direita, a boa, e pensei que ao passar pela linha da grande área ia chutar, para não ser alcançado. Olhei para o gol e o crioulo estava apavorado. Olhei e vi o olho do crioulo. Pensei, ele vai me dar um lado e ficar no outro. Como entrei um pouquinho para esquerda, ele abriu para esquerda. Levantei a cabeça, não precisei mais olhar para bola. Olhei novamente para o olho do crioulo. Comentamos depois sobre esse lance. Eu disse ao Barbosa: você como grande goleiro que é, deixou um canto pra mim e eu chuto no canto que você quer. Só que eu pensei o seguinte: esse crioulo é um grande goleiro. Se deixou um canto é porque vai lá. Então, vou dar uma pancada no gol e se pegar nele, eu mato. Dei uma porrada que passou entre ele e o travessão.”

Pesquisa: Rui Moura, blogue Mundo Botafogo
Origem: ABI (Associação Brasileira de Imprensa), entrevista de José Rezende, 11/11/2009

Sporting: muitos títulos, sempre!

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I – Campeão de futsal

A final do campeonato de futsal em Portugal é feita à melhor de cinco e tem que haver um vencedor em cada jogo (é campeão quando uma equipa vencer o seu 3º jogo). O Sporting sagrou-se campeão após quatro jogos fantásticos de competitividade (assisti a todos), batendo o Benfica, que recentemente conquistou o título de campeão europeu da modalidade.

Em casa, no fim-de-semana passado, o Sporting venceu por 4x3 e perdeu por 4x3. Neste fim-de-semana, na casa do Benfica, o Sporting empatou 4x4 após prolongamento e o vencedor decidiu-se em grandes penalidades (10x8) favoráveis ao Sporting. Com duas vitórias e uma derrota, bastava ao Sporting ganhar o quarto jogo para ser campeão nacional. E venceu no prolongamento por 5x3, fazendo explodir o pavilhão benfiquista de alegria perante a surpresa dos adversários.

Os benfiquistas estavam absolutamente convencidos que venciam os dois jogos em casa e conquistavam o título. O treinador declarou que eram os melhores. Durante o campeonato todos diziam que o Sporting não chegaria ao 3º lugar, depois disseram que não chegaria ao 2º e, por fim, garantiram que não chegariam ao 1º. Chegaram, foram às finais e conquistaram brilhantemente o título de campeão nacional.


II – Campeão de futebol júnior

O Sporting sagrou-se tricampeão português de futebol júnior. A supremacia do trabalho realizado pela Academia do Sporting – considerada internacionalmente a mais bem apetrechada do mundo – é patente na conquista de cinco dos últimos seis campeonatos nacionais de juniores.

Os resultados dos juniores nos últimos anos evidenciam claramente a importância da Academia. Entre 1938-2003 o Sporting conquistou dez títulos nacionais e nos últimos seis anos (2005-2010) conquistou cinco títulos – 1/3 do total!

Telmo Costa, treinador campeão, comentou a façanha: “Estamos muito felizes, mas o mais importante na formação do Sporting não é ganhar campeonatos, mas sim formar jogadores que possam, a curto/médio prazo, entrar na equipa principal do clube. Penso que conseguimos fazer as duas coisas e por isso estamos muito satisfeitos. Gostaria de dedicar esta vitória a todos os jogadores, porque fizeram uma época excepcional e a uma pessoa muito especial, o meu pai, que é o sócio do Sporting número 2279 e que daqui a pouco tempo se tornará sócio cinquentenário”. – Portanto, os títulos das bases são considerados complementos saborosos do trabalho realizado para o médio prazo em prol da equipa principal.

Os melhores jogadores portugueses dos últimos quinze anos foram revelados na Academia, que forjou a formação dos dois únicos futebolistas portugueses que conquistaram os títulos de ‘melhor jogador do mundo’: Luís Figo e Cristiano Ronaldo. Além de terem sido revelados Nani, Simão Sabrosa, Miguel Veloso, Hugo Viana, João Moutinho, etc.


III – O treinador da nova temporada

Entretanto, o Sporting prepara uma nova época. Há um ano o presidente era outro, o treinador era outro e o diretor de futebol era outro. A renovação chegou após quatro anos de vice-campeão nacional e um fracasso na época passada que afasta o Sporting da Liga dos Campeões em 2010.

A linguagem dos novos dirigentes é muito interessante. O presidente, José Eduardo Bettencourt, que é remunerado para poder assumir o Sporting a tempo integral, fala claro e acompanha o Sporting a passo e passo, modalidade a modalidade. O treinador de futebol, Paulo Sérgio, com 42 anos e sem títulos ainda, mas com desempenhos interessantes em início de carreira, declarou que vive a “pensar em futebol” e não gosta de “meias palavras”. ‘Grupo’ é a palavra mágica dele.

Diz-se que é um líder organizado, metódico, perfeccionista, mas também humilde e corajoso, dono de forte caráter e disciplina férrea. Também é obsessivo no cumprimento de objetivos difíceis: um dia, devido a uma aposta, integrou um grupo de forcados e entrou na arena fardado a rigor para pegar um toiro; há cinco anos fez 500 quilómetros de bicicleta para cumprir uma promessa no Santuário de Fátima.

Paulo Sérgio afirma que “os treinadores não têm idade, têm competência” (aludindo á sua juventude). O treinador estuda antecipadamente cada adversário nos últimos seis a oito jogos, contando para isso com uma equipa de cinco adjuntos.

Taticamente, a dinâmica é um valor central, superando a tática, que é normalmente flexível. As suas equipas desdobram-se do 4x3x3 para o 4x2x3x1 (recuo de um segundo meio campista) ou para o 4x4x2. A sua novidade para o Sporting é que pretende ter extremos, reeditando o futebol dos pontas a cruzarem da linha de fundo e não alas improvisados de atacantes entrando em diagonal para o miolo da área.


IV – O novo dirigismo sério e rigoroso

Quanto ao diretor de futebol, a novidade parece ainda ser maior. Costinha encerrou a carreira de futebolista aos 35 anos e enveredou imediatamente pelo dirigismo no seu clube de coração. Rejeitou uma proposta para adjunto de Mourinho, considerando que tem mais perfil de dirigente. É chamado de ‘Ministro’ pela sua postura.

Quando tomou posse, Costinha prometeu tornar o Sporting um clube diferente do que é: “O clube vai mudar, vai ter mais rigor e maior contenção na informação. Vai começar a ser gerido dentro de quatro paredes por poucas pessoas”. E acrescentou: “Os jogadores que jogarem aqui não podem estar a pensar em sair”.

Logo à sua chegada protagonizou uma cena com Izmailov, que achou estar a proteger-se em excesso e prejudicando a equipa alegando dores. Costinha afastou o russo do estágio e depois do jogo assumiu-se: “O nós está acima do eu. Afastei-o do estágio depois de ouvir todas as partes. Caneira, Pedro Silva e Pedro Mendes vão lá para dentro e dão tudo mesmo com dores”. Então, comunicou ao vestiário que o russo não voltaria a jogar no Sporting devido a faltas injustificada aos treinos.

Pouco depois, antes da contratação de Paulo Sérgio, o Sporting acertou oralmente com um jovem treinador que foi adjunto de José Mourinho – e que é considerado o Mourinho II –, mas ninguém confirmou publicamente o acordo por questões éticas para com o ainda treinador do Sporting, Carlos Carvalhal. Quando praticamente o novo treinador iria assumir o Sporting, a comunicação social inquiriu-o sobre a sua relação com o Sporting e ele respondeu: “Isso é tudo uma palhaçada!” Costinha simplesmente foi à procura de outro treinador, porque não admite que alguém fale das relações do Sporting nesses termos. O jovem treinador tentou emendar a frase, voltando as culpas para a comunicação social. Mas com Costinha não há brincadeira de diz-e-desdiz, o Sporting é ‘nós’ e está acima das banalidades da conversa mole e dos comportamentos enviesados. E Paulo Sérgio foi a alternativa.

Simultaneamente. Costinha foi um importante protagonista nas últimas contratações, uma das quais o internacional Maniche, que pretende concretizar um sonho antigo e envergar o ‘manto’ do seu clube de coração. E novas contratações são prometidas para mudar a face da equipa e renová-la.

Em cada passo, Costinha assume a responsabilidade dos seus atos. Explica com clareza os acontecimentos e assume publicamente as decisões tomadas. Se porventura alguém o considerar um déspota, creio que será um ‘déspota esclarecido’. Dos bons e p´ra valer!


IV – Pré-Temporada

Desde há 7 anos que o Sporting não tem uma preparação forte fora da Academia. Este ano são vários os ‘testes de fogo’. O Sporting fará 10 jogos de preparação que incluem defrontar Manchester City, Tottenham, Lyon, Paris Saint-Germain, Nice, Celtic Glasgow, entre outros.

O objetivo desta pré-temporada é começar o campeonato com um elevado índice competitivo desde o primeiro compromisso oficial.

Fotos: A Bola e Sítio Oficial do Sporting

sábado, 19 de junho de 2010

Dinamarquesas x Holandesas

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VIVAM AS LOIRAS DA COPA 2010!
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Otávio de Moraes, uma saudade – I


[Nota de Mundo Botafogo: a maioria de nós não vivenciou os anos 40 do século passado, os tempos de Geninho, Paraguaio, Oswaldo, Heleno de Freitas e… Otávio Moraes; este último craque foi entrevistado por José Rezende antes de falecer e conta a sua e a nossa história da década de 1940]

Quando chegamos, Otávio foi logo dizendo: “Entre, aqui tem muitas histórias para serem contadas”. Otávio Sérgio da Costa Moraes nos recebeu em seu apartamento na Rua Francisco Sá, em Copacabana, no dia 3 de março de 2004.Foram quatro horas de bom papo, belas recordações e muita emoção pela lembrança dos amigos que não se encontravam mais entre nós. Cinco anos se passaram e agora as saudades são do próprio Otávio. Ele nos deixou no dia 21 de outubro de 2009:

“Na minha infância já tinha uma grande ligação com o futebol, porque meu pai jogava no Paysandu. Ele foi fundador e jogou na primeira representação do clube no campeonato paraense. Na minha vida toda de garotinho, eu assistia os meus tios e o meu pai jogando futebol na rua. Nunca os vi jogar num campo, a não ser meu pai. Minha mãe também tinha irmãos. Era muita gente jogando bola. Eu fiquei apaixonado pela bola igual a eles.”

As lembranças da infância

“Vim com meu pai para o Rio de Janeiro em 1931 com oito anos. Nós íamos para a praia do Flamengo e o velho adorava jogar bola. Era uma bola de borracha e ficávamos jogando um para o outro. Freqüentando a praia comecei a jogar na areia. Na praia tinham uns rapazes que após o expediente começavam uma pelada às 5 horas da tarde. No verão a pelada ia até mais tarde Eu era garotinho, com 14 anos, peruando um lugar. Eles não me deixavam jogar, porque eram rapazes de 23 anos. Uns eram jornaleiros, outros motorneiros. Naquele tempo os bondes tinham uma garagem no Largo do Machado. Depois eu entrei nessa e iniciei jogando bola na areia.

Minha família, posteriormente, se mudou para Copacabana e fiquei internado no Colégio Saleciano Santa Rosa. O colégio possuía cinco campos e não fiz outra coisa a não ser assistir aula e jogar bola.”

O primeiro time e a comparação com Romeu

“Meu primeiro time foi o Boca Juniors que era dos rapazes do Largo do Machado. O time era organizado e a camisa era igual a do Boca, amarelo e azul. Jogávamos pelos subúrbios contra times de ruas da Tijuca e de outros lugares. Eles achavam que eu era um garotinho que fazia gol e me levavam. Eu chegava lá, fazia os gols e eles adoravam. Nessa época, eu já estudava no Santo Antônio Maria Zacarias, no Catete. O time do colégio era muito bom e no campeonato colegial, no campo do Flamengo, nós fomos campeões. No dia seguinte, o Globo Esportivo publicou minha foto com a seguinte legenda: “Otávio, o futuro Romeu das nossas canchas”. Primeiro, eu não jogava o futebol fantástico do Romeu; segundo, Romeu era armador e eu um finalizador. Para mim era um elogio”.

O início da carreira foi no time amador de Fluminense, em 1942. Otávio é o sexto a partir da esquerda.

Das Laranjeiras para General Severiano

O garoto revelação do futebol de praia, dos torneios nos subúrbios e do bom time do colégio passa a jogar num grande clube:

“Eu vivia no Fluminense como escoteiro, jogando bola também. Um dia me chamaram para jogar nos juvenis. Não era minha vontade. Eu queria jogar descalço na areia. Eu era peladeiro, queria jogar pelada. No Fluminense, passei para o time amador. Nessa categoria não tinha idade. Muitos profissionais quando paravam de jogar, iam para o amador. O Nascimento, reserva do Batatais, foi nosso goleiro. Depois de uma partida à noite, no campo do Fluminense, o Kanela e o Chico Barbastéfano, da Casa da Borracha, me chamaram para o Botafogo. O Botafogo era campeão e possuía um time fantástico. Falei com o Kanela que não tinha vaga para mim. Ele me disse que alguns estavam se formando em Direito, entre eles o José Américo, filho do José Américo, Governador da Paraíba, e não iam mais jogar futebol. O Togo que era uma figura extraordinária, antes de se despedir, virou-se para mim e disse: “Você vai receber um conto e oitocentos para jogar”. O que você falou? Respondi. Ele repetiu: “Um conto e oitocentos por mês”. Era uma fortuna. Perguntei: por que você não falou isso antes? Ele falou: “Porque a melhor notícia tem que ser dada no final. Lá todo mundo recebe. Nós jogamos um futebol profissional. Só não pagamos ao Paulinho Tovar.” Ele era a estrela do time e eu já sabia que o pai dele, o Dr. Tovar, Procurador-Geral da República, era contra o profissionalismo. O filho dele não ia receber nunca. O Paulinho pouco se importava, ele queria é jogar bola”.

Otávio no time do Botafogo bicampeão carioca de amadores de 1943: em pé, Alfredo, Rui, Dunga, Boliviano, Hélio e Cid; agachados, Zé Américo, Otávio, Augustinho, Tovar e René. O alvinegro foi tricampeão e Otávio liderou a artilharia dos campeonatos de 43 com 18 gols e de 44 com 22 gols.

A liderança de Kanela

Otávio conviveu diretamente com Togo Renan Soares, o popular Kanela, e nos fala sobre essa figura polêmica e carismática, que se tornou o maior técnico na história do basquete brasileiro e, também, vitorioso no futebol:

“O Kanela foi um extraordinário treinador de futebol e de basquete. Ele sabia como puxar de dentro de você a vontade de ganhar que todo mundo tem. Mas, tem umas ocasiões que você está bem marcado, não consegue se mexer, o cara é melhor do que você. Batalha, batalha e não consegue nada. Você começa a ter certo desânimo e chega à conclusão que aquele não é o seu jogo. O Kanela era capaz de despertar a tua vontade de ganhar. Cada um ele tratava de modo diferente, o que é essencial num treinador. A mim, só notei muito depois, ele conseguia me irritar. Piadinhas no vestiário. No vestiário dizia: “Você não ganha uma daquele negão”. Eu no cantão zangado comigo mesmo e ele vinha: ”Quer sair?” Como eu quero sair. Ele prosseguia: “Você pegou o negão e não está conseguindo ganhar uma. Talvez, você queira fugir da raia e deixar o negão ir pra casa, dizendo que não deixou você andar”. Eu já meio irritado desabafava: eu não quero nada cara, quero voltar para o segundo tempo e arrebentar esse negão, você, todos juntos. Você ficava contra ele e jogava contra ele. E jogando contra ele, o melhor que você podia fazer era fazer três gols em cima do negão, depois chegar ao vestiário e dizer: viu cara, você encheu meu saco no vestiário e agora fica aí batendo palmas que nem um babaca. Ele respondia: “Pois é, eu fico batendo palmas que nem um babaca e você fica que nem um babaca quarenta e cinco minutos sem passar pelo negão, que não era tão difícil como você pensava”. Kanela tinha razão.

Os títulos de amador, que era “marrom”, foram muitos. O Botafogo foi tricampeão. Eu não fui tricampeão, porque quando entrei o time já tinha sido campeão antes. Quando acabou a divisão de amadores, entraram os aspirantes e fomos quatro vezes campeões da categoria. A equipe era a mesma e jogava por música.”

Na 3ª rodada do returno do campeonato carioca de 1948, no dia 17 de outubro, em Conselheiro Galvão, o Botafogo venceu o Madureira por 2 a 0 gols de Braguinha e Otávio. O goleador botafoguense leva perigo para o goleiro Milton.

Pesquisa: Rui Moura, blogue Mundo Botafogo
Origem: ABI (Associação Brasileira de Imprensa), entrevista de José Rezende, 11/11/2009

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fofuchinha Botafoguense

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El Loco acá... és campeón

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FEVEREIRO, 2010. Washington Sebastián Abreu Gallo, vulgo El Loco, chegou ao Rio de Janeiro contratado pelo Botafogo e apresentou-se na sede da Policia Federal, acompanhado por um funcionário do clube, a fim de obter o visto de trabalho. Uma policial botafoguense reconheceu Loco Abreu e comentou:

- “Poxa, vê se ajuda a gente. Porque nos últimos três anos foi só tristeza.”

Loco Abreu respondeu sem demora:

- “El Loco no estaba acá.” – A delegada sorriu e o atleta completou a premonitória sentença: – “Com El Loco acá… és campeón.”

Wagner, preparador de excelência

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Não posso deixar de anotar mais um ato enormemente corajoso da diretoria do Botafogo, evidenciando a absoluta lisura dos seus comportamentos: demitir o ex-campeão Wagner, treinador de goleiros, responsável pela performance absolutamente notável de Jeferson no campeonato carioca, porque pretendia receber remunerações atrasadas a que tinha direito e que a diretoria reconhecia, mas não pagava.

Wagner pretendia receber salários atrasados de 10 anos. A diretoria reconhece essa dívida, mas nunca lhe pagou, apesar de Wagner tentar obtê-la por todos os meios.

Então, o nosso campeão decidiu entrar com um processo em tribunal há dois meses, dando disso conta à diretoria e relatando o que o seu advogado fazia a cada passo. Mas ser honesto e pretender receber as remunerações relativas ao seu trabalho, não parece ser coisa que quem devia pagar goste que aconteça.

Empregador e empregado têm direitos e deveres – seja que empregador ou que empregado for. Wagner exigiu os seus direitos após cumprir os seus deveres. Wagner teve que passar a algo mais concreto após ver baldadas todas as suas tentativas, que a entidade patronal driblava para não cumprir com o que devia.

Reconhecimento por um trabalho capaz? Não… Em 2009, o treinador de futebol das bases foi demitido com o argumento de falta de resultados, mas André Silva já não foi avaliado por essa bitola e transitou para 2010. Neste ano, com Wagner, os argumentos da falta de resultados não puderam ser brandidos. Então, as regras passaram a ser outras desde que o ‘mal comportado’ seja demitido para não colocar em causa o trio de incompetentes que gere o Botafogo.

Wagner: – “Estava apenas em busca do meu direito. Trabalhei e quero receber. Fiquei nove anos no Botafogo como jogador e dez meses como preparador de goleiro e não fiz nada para ser dispensado. Tenho meu trabalho reconhecido pela torcida, mas isso aconteceu. Cheguei em General Severiano e me mandaram embora, sem justificativa. Se foi pela ação (…) eu passei para eles que isso existia assim que eu entrei. Conversei várias vezes com eles, que se recusaram a resolver a situação. É uma causa ganha, um direito meu. Essa dívida é de quando eu saí da primeira vez. Em vez de resolver, eles acharam por bem me mandar embora. Eu falava que não queria problema, que faria um acordo. Fui muito honesto. Vou continuar a minha vida, trabalhando. O Botafogo é muito maior do que essas pessoas que não sabem reconhecer quem passou por lá”.

Jeferson foi o Deus das balizas cariocas, Wagner foi o Anjo da Guarda que lhe indicou todos os segredos do caminho – o reconhecimento foi dado com uma carta de demissão da diretoria.

Cada vez mais tenho aversão a estes pseudo-dirigentes botafoguenses.
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Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...