sexta-feira, 25 de junho de 2010

Jogos inesquecíveis: Botafogo 4x0 Vasco (II)

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O texto que se segue reproduz o Revista do Botafogo após a conquista do bicampeonato carioca de 1967-68, subordinado ao título Exibição de gala levou Botafogo ao bi-campeonato.

Com uma exibição primorosa de técnica, futebol-conjunto, disciplina tática e tranquilidade, o Botafogo derrotou o Vasco por 4x0 na última e decisiva partida do campeonato carioca de 1968. A vitória, além de dar o título da temporada ao clube alvinegro, valeu para a conquista do bicampeonato. O Botafogo foi o campeão carioca de 1967, tendo decidido o título com o Bangu, também na última partida. O) clássico mostrou ainda Gérson como a grande figura – defendendo, atacando e cantando o jogo com a categoria de grande craque. E estabeleceu um novo recorde de renda nacional, com uma arrecadação que ultrapassou os NCr$ 500 mil, apesar do mau tempo reinante no Rio.

O clássico que decidiu o campeonato carioca foi cercado de muita expectativa em face das incidências que marcaram os dias que o antecederam. Desde as declarações de Bianchini atacando os botafoguenses aos boatos de que o goleiro Pedro Paulo seria raptado pela torcida adversária, de passagem pelas pressões de associados do Botafogo para que o clube exigisse exame antidoping aos jogadores do Vasco até à concordância de Armando Marques em indicar os bandeirinhas – tudo colaborou para que a finalíssima da temporada de 1968 chamasse a atenção dos torcedores. No entanto, a grande decepção foi fornecida pelo time vascaíno que se mostrou diferente das outras jornadas e não chegou em momento algum a ameaçar o triunfo dos botafoguenses que acabaram vencendo tranquilamente por 4x0 com chances de alargarem mais o marcador.

O jogo foi iniciado com 21 minutos de atraso, porque ninguém queria entrar em campo à frente de ninguém por fim, houve acordo e os dois times entraram juntos debaixo de um foguetório espectacular (apesar de a polícia ter anunciado que prenderia quem soltasse bombas no Maracanã) e de uma chuva de confete e papel picado.

O Botafogo marcou dois gols em cada etapa. Na primeira, Roberto marcou aos 14’ e Rogério aos 33’. Na segunda, Jairzinho assinalou aos 17’ e Gerson aos 20’.

Renda: NCr$ 513.379,25 com 120.178 pagantes. Não pagaram 21.511 menores. Tabalho sereno e correcto de Armando Marques na arbitragem. Auxiliares: António Viug e Amílcar Ferreira.


Botafogo: Cao, Moreira, Zé Carlos, Leônidas e Waltencir; Carlos Roberto e Gerson; Rogério, Roberto, Jairzinho e Paulo César. Técnico: Mário Zagallo.

Vasco da Gama: Pedro Paulo, Jorge Luís, Brito, Ananias (Sérgio) e Ferreira; Bougleux e Danilo Meneses; Nad (Alcir), Nei, Valfrido e Silvinho. Técnico: Paulinho.

A grande figura da partida foi Gerson, que interceptou, desarmou, construiu e cantou as jogadas para os seus companheiros, defendendo e atacando com uma seriedade impressionante e um amadurecimento exemplar
.”

Outros destaques botafoguenses foram Leônidas, o mais brilhante dos zagueiros, Jairzinho, Roberto e Carlos Roberto.

Os jogadores reserva do Botafogo foram expulsos por A. Marques, porque entraram em campo sem ordem do juiz, infringindo as regras, para comemorar junto com Gerson o quarto gol. Zagalo não pôde então fazer substituições.

Após o 4º gol, Zagallo sofreu um acidente ao bater com o nariz na máquina de um cinegrafista. O atacante Roberto quase trocou sopapos com Dimas. O 1º recebeu ordem para entrar em campo e começou a gozar o companheiro Mas Humberto não chegou a entrar opor causa das expulsões dos reservas.

Pesquisa de Claudio Falcão
Composição de Rui Moura
Revista Botafogo

3 comentários:

Lewis Kharms disse...

Quando descobrem que escolhi ser botafoguense na final de 68, alguns dizem que sou eu o pé frio. E isso é reforçado ainda mais quando acabam sabendo mais adiante que eu estava ausente em 89.

Conheço um dos poucos botafoguenses chatos que existem no mundo – provavelmente existem esse e mais um. É meu vizinho – karma -- e sempre que me vê vem com essa estória de que sou pé frio e tal. Mas esse mesmo cidadão esquece que foi a quase todos os jogos da campanha de 97, convidado por mim, e eu tendo que ouvir um chato dizendo o tempo todo que o time ‘é uma droga’ e que ‘do jeito que as coisas está não vai dar certo’ e que ‘vai perder’. E eu botando muita fé naquele time.

Pois bem, era amigo de amigos e havia chegado há pouco do exterior, queria ir ao Maracanã. Convidei o sujeito, pois temos duas cadeiras cativas. Mas esse cara só assistiu a quase todas as partidas porque eu só descobri que era um chato depois da primeira vez que fomos juntos. O time venceu. Aí não dava pra mudar, entende? Minha superstição me força a certos sacrifícios.

Saudações botafoguenses!

Ruy Moura disse...

13 anos a aturar o chato?!?!?!?!... Que viva a superstição botafoguense! (rs)

Abraços Gloriosos!

Lewis Kharms disse...

Treze anos jamais, Rui! Evito o convívio com os chatos. O sacrifício deu bons resultados e se resumiu à campanha de 97.

Mas é verdade que de vez em quando encontro com o tal sujeito –- a geografia faz parte da realidade --, que (advinha?) me vem com a estória do pé frio...

Saudações botafoguenses!

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