
Uma vez mais viajei toda a noite de Maputo para Lisboa, tendo o jogo se iniciado à hora do voo. Confesso que não tinha muitas esperanças de vitória neste jogo, mas assim que cheguei a Lisboa fiquei muito contente com o resultado.
Parece que a partida esteve à feição do Botafogo: time fechado na defesa, adversário a desperdiçar gols, contra-ataque botafoguense e resolução favorável no final pela persistência do contra-ataque.
Pelo que li, foi novamente chutão para a frente e fé em todos os santos. Não praticamos bom futebol, mas conseguimos conter os adversários na defesa com o apoio fundamental de Marcelo Mattos, o ‘Invicto’, a firmeza de Jefferson e a inspiração de Loco Abreu. Creio que só o contra-ataque funciona neste time de pouca técnica. Valha-nos isso.
O resultado foi bom, mas o que vi num resumo de dez minutos a que assisti foi o Atlético ao ataque, a defesa botafoguense desarrumada e um desastrado Márcio Rosário com falhas que poderiam ter sido fatais. Obina driblou-o duas vezes e ficou de cara para o gol. Se Obina tivesse feito o gol em alguma das ocasiões, os três pontos não seriam nossos. Valeu-nos também a ruindade de mira da ex-dupla dos cathartiformes, agora ao serviço do alvinegro mineiro, e o grande Jefferson que “está lá” sempre, ou… está a trave por ele.
A inspiração de Loco Abreu no passe para o primeiro gol e a ‘cavadinha’ para o segundo foram fundamentais, redimindo-se de uma perdida flagrante com a baliza deserta e a partida em zero a zero – situação quase inconcebível para um jogador com a sua experiência e sangue-frio.
Se algum companheiro do blogue quiser dar a sua visão de jogo, eu agradeço. E… rumo à Libertadores!
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x0 Atlético Mineiro
» Gols: Edno 75’ e Loco Abreu 90’
» Competição: Campeonato Carioca
» Data: 30.10.2010
» Local: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG)
» Público: 17.012 pagantes
» Renda: R$ 92.780
» Arbitragem: Evandro Rogério Roman (PR); auxiliares: Roberto Braatz (PR) e Gilson Bento Coutinho (PR)
» Disciplina: cartão amarelo – Alessandro (Botafogo) e Tardelli (Atlético Mineiro)
» Botafogo: Jefferson, Danny Morais, Leandro Guerreiro e Márcio Rosário; Alessandro, Fahel, Marcelo Mattos, Lucio Flavio (Edno) e Somália; Jobson (Caio) e Loco Abreu. Técnico: Joel Santana.
» Atlético Mineiro: Renan Ribeiro, Rafael Cruz (Wescley), Réver, Lima e Leandro; Alê, Serginho, Renan Oliveira (Ricardo Bueno) e Diego Souza (Nikão); Diego Tardelli e Obina. Técnico: Dorival Júnior.
Foto: Alexandre Guzanshe
Parece que a partida esteve à feição do Botafogo: time fechado na defesa, adversário a desperdiçar gols, contra-ataque botafoguense e resolução favorável no final pela persistência do contra-ataque.
Pelo que li, foi novamente chutão para a frente e fé em todos os santos. Não praticamos bom futebol, mas conseguimos conter os adversários na defesa com o apoio fundamental de Marcelo Mattos, o ‘Invicto’, a firmeza de Jefferson e a inspiração de Loco Abreu. Creio que só o contra-ataque funciona neste time de pouca técnica. Valha-nos isso.
O resultado foi bom, mas o que vi num resumo de dez minutos a que assisti foi o Atlético ao ataque, a defesa botafoguense desarrumada e um desastrado Márcio Rosário com falhas que poderiam ter sido fatais. Obina driblou-o duas vezes e ficou de cara para o gol. Se Obina tivesse feito o gol em alguma das ocasiões, os três pontos não seriam nossos. Valeu-nos também a ruindade de mira da ex-dupla dos cathartiformes, agora ao serviço do alvinegro mineiro, e o grande Jefferson que “está lá” sempre, ou… está a trave por ele.
A inspiração de Loco Abreu no passe para o primeiro gol e a ‘cavadinha’ para o segundo foram fundamentais, redimindo-se de uma perdida flagrante com a baliza deserta e a partida em zero a zero – situação quase inconcebível para um jogador com a sua experiência e sangue-frio.
Se algum companheiro do blogue quiser dar a sua visão de jogo, eu agradeço. E… rumo à Libertadores!
FICHA TÉCNICA
Botafogo 2x0 Atlético Mineiro
» Gols: Edno 75’ e Loco Abreu 90’
» Competição: Campeonato Carioca
» Data: 30.10.2010
» Local: Arena do Jacaré, em Sete Lagoas (MG)
» Público: 17.012 pagantes
» Renda: R$ 92.780
» Arbitragem: Evandro Rogério Roman (PR); auxiliares: Roberto Braatz (PR) e Gilson Bento Coutinho (PR)
» Disciplina: cartão amarelo – Alessandro (Botafogo) e Tardelli (Atlético Mineiro)
» Botafogo: Jefferson, Danny Morais, Leandro Guerreiro e Márcio Rosário; Alessandro, Fahel, Marcelo Mattos, Lucio Flavio (Edno) e Somália; Jobson (Caio) e Loco Abreu. Técnico: Joel Santana.
» Atlético Mineiro: Renan Ribeiro, Rafael Cruz (Wescley), Réver, Lima e Leandro; Alê, Serginho, Renan Oliveira (Ricardo Bueno) e Diego Souza (Nikão); Diego Tardelli e Obina. Técnico: Dorival Júnior.
Foto: Alexandre Guzanshe
12 comentários:
Dez jogos sem perder; quatro sem levar gol; único invicto jogando em casa; time que menos perdeu no campeonato. É... não sei não Rui... Mesmo jogando com um time misto, estamos chegando. E a tabela não é ruim para a gente.
Falando em números, o Atlético vai pagar caro através da eternidade por aquela moeda maldita e suspeita de 1967. Aliás, acho que a moeda era de um cruzeiro... Ou não? Dezenove jogos, 12 vitórias, 6 empates e 1 mísera derrota.
Estamos chegando... Estamos chegando...
Abraços,
Marcelão
Ah! E bola pro Mattos que o jogo é de campeonato!
Abraços de novo,
Marcelão
Rui, foi exatamente isso que aconteceu.
E o Loco provou que não é vaidoso e mostrou para o Caio, Jobson e Herrera como se faz: Se tem um companheiro melhor posicionado, toca-se a bola!
Abs e SA!!!
Prezado Rui,
Vejamos a campanha do nosso time dos chutões sob ótica inversa:
Atualmente, é o time que menos perdeu, a segunda defesa menos vazada, a única equipe que não perdeu em seus domínios...
Tá certo que a gente gosta do futebol bem jogado, pra frente, sem retranca... mas se pensarmos como adversários do Botafogo, veremos que a equipe é osso duro de roer mesmo e não vende fácil uma derrota.
Este elenco poderia estar brigando pra não cair, mas os fatos tendem a confirmar que o Joel é milagreiro e que nenhum outro técnico poderia ter feito campanha melhor dentro das circunstâncias.
abs, Roma
Oi Marcelão! Quanto tempo!
Realmente os números são favoráveis. Somos o 5º melhor ataque e a 2ª melhor defesa (a um gol de ser a 1ª), o que muito me espanta. Ou melhor, o campeonato brasileiro tem no topo muito time ruim mesmo. Além disso, sempre tenho dito que a equipa dá para lutar pela Libertadores, mas não pelo título (equipa com Fahel no elenco dá para quê?!?!?!).
Eu gostava de ser otimista, mas confesso que para o título não sou, não. Ainda agora se vê como as arbitragens mantêm o Fluminense no topo.
No entanto, como as expectativas estão sendo ultrapassadas... E o Marcelo Mattos dá outro valor à defesa, que com Jefferson desequilibra a nosso favor. E o Loco Abreu é um elemento fundamental, porque apesar de ser um atacante mediano possui uma visão de jogo bem patente no gol do Edno. Se o 'parvalhão' do Caio soubesse aprender com os mais velhos...
Desejo muito que a tua grande esperança do título possa emergir. Eu iria seguramente ao Rio no final do campeonato para fruir a minha maior saudade do Brasil: o Botafogo.
Abraços Gloriosos!
Rodrigo, valorizas mais o Loco do que eu (sou 'louco' pela pessoa dele, mas tenho reservas ao seu futebol), mas realmente dou a mão à palmatória que com a falta da aprendizagem do Caio e a persistência dos problemas extra campo do Jobson, ser+iamos um time muito menos bom sem o Loco.
Eu teria tendência a montar a equipa que foi armada durante a ausência do Loco na Copa, mantendo de fora os 'gringos', mas a fragilidade dos desempenhos de Caio e Jobson e a ausência de Mattos, creio que o mais adequado é realmente montar a equipa com Loco Abreu como pivot no ataque. É terrível vê-lo perder gols que nenhum craque perde, mas também é retemperante vê-lo resolver desafiar com a frieza formidável que apresenta.
Saibamos gozar o ídolo, porque a idade dele avança e dificilmente teremos um sujeito com tais características num futuro próximo.
Sabes Rodrigo, por mais que o dinheiro ou as influências funcionem, o talento acaba sempre por emergir, e a inteligência do Loco num mar de deteriorados mentais é uma verdadeira pérola. Somos um clube com a sorte dos iluminados.
Abraços Gloriosos!
Estou globalmente de acordo, Roma. Aliás, quando as críticas ao Joel excedem os limites, e isso ocorre às vezes, até mesmo com os meus queridos amigos Rodrigo e Snooppy (eternos 'cuquistas'), eu procuro equilibrar essa visão mostrando que não fizemos nenhuma campanha parecida neste século. E não me venham com o Cuca, por favor, porque o melhor que conseguiu foi o 9º e o 12º lugar, perdeu coisas imperdíveis, espetou com a fama de chorões no BFR e fez muito menos em mais de dois anos do que Joel em menos de um. Isto é, entre Cuca e Joel eu não hesitaria a favor do último.
Mas a minha opinião é a mesma sobre ambos: se soubessem realmente de futebol em termos de atualização de saberes que não têm, teríamos sido campeões brasileiros com o Cuca em 2007 e campeões com o Joel em 2010. É uma pena...
Tudo isto para dizer que apesar dos erros do Joel e das 'façanhas' do Fahel, e agora da inoperância do Márcio Rosário, nós somos um osso duro de roer (se o Obina marca a torcida estaria sacrificando o MR, e agora parece que se esqueceu desses fiascos que nos poderiam ter custado caro). Eu tenho escrito que o BFR não joga bem normalmente, mas FAZ COM QUE O ADVERSÁRIO JOGUE MAL. Essa é uma virtude clara do Joel. É meio retranqueiro e joga mal, mas esse 'mal' obriga os outros a jogar mal - e ganhou os títulos assim. Fartei-me de escrever isso durante o Cariocão e acabámos campeões. Pode ser que se repita, quem sabe?!...
[Já tinha saudades dos teus comentários, bem como dos do Marcelão, sempre muito oportunos ambos]
Abraços Gloriosos!
Realmente não jogamos maravilhosamente bem, porém foi uma vitoria que prstigiou a estrategia, a inteligencia e principalmente, a paciencia! Apesar das mais deiversas falhas, pessoais e coletivas, sequencia de empates e tudo mais, continuamos no G-4, a apenas 6 pontos de distancia do lider. Realmente estamos onde sempre deveriamos estar. Reclamaçoes mais efusivas e implicantes são meras expeculações e ladainhas que nao interessam.
Anónimo, creio que estamos de acordo quanto a uma estratégia "inteligente e paciente". O problema é que nem sempre ela é inteligente e paciente, e esta classificação acontece muito por demérito de outros que também falham muito e não propria mente de mérito numa equipa com oito empates consecutivos. Quero com isto dizer que apesar de concordar consigo no que respeita a estratégia, designadamente a fazermos da nossa equipa uma equipa de contra-ataque temível, porque é só isso que pode ser e deve ser - não privilegiando a posse de bola - creio que o Botafogo não é o Flamengo, isto é, os botafoguenses não os submissos flamenguistas que concordam sempre com tudo se ganharem. Os botafoguenses são botafoguenses porque são inteligentes, críticos e indomáveis. Por isso, é claro que interessa discutir as coisas e não pretender rotulá-las de ladainhas. Isso é coisa de flamenguistas - e nós somos Gloriosos.
O mundo desenvolvido que consegue fazer coisas meritórias sempre foi um mundo de gente que analisa, debate e busca novas soluções. Os conformistas nunca chegam a lado algum, e nós queremos chegar, um dia, a ostentar orgulhosamente a Taça Libertadores.
Abraços Gloriosos!
Pouca eficiência, muita eficácia!
As definições de eficiência – “fazer certo uma coisa”, e eficácia – “fazer a coisa certa”, encontram neste jogo a ilustração perfeita. Eficiência tem a ver com o processo enquanto eficácia com o resultado. Chamar o adversário prá cima durante noventa minutos não parece uma boa medida, mas foi isso que fizemos e deu certo. Me lembrou uma luta do Cassius Clay e George Foreman na década de 70 onde o primeiro apanhou durante oito assaltos até cansar o adversário e com dois golpes bem aplicados venceu por nocaute.
Não jogamos bem, embora a defesa tenha demonstrado segurança - o domínio do galo não se efetivava em perigos de gol. As jogadas perigosas que aconteceram ocorrem normalmente em qualquer partida e foram contornadas. Até a sorte ajudou, naquele lance da bola na trave. No ataque estivemos quase nulos. O Lúcio Flávio não jogou nada. Se fosse no Engenhão as vaias seriam unânimes; O Jobson, sempre habilidoso, parece que está ficando muito mascarado além de fominha; O Loco, pouco participativo e lento durante toda a partida, mais uma vez perdeu gol feito, mas acabou sendo, junto com Edno, a chave da vitória com sua visão de jogo – posicionamento perfeito no primeiro gol e com um pique surpreendente no final da partida e uma linda conclusão – golaço!
Destaco algumas virtudes na equipe: o Jeferson, como sempre, perfeito; houve melhoria na saída de bola com Alessandro e principalmente Marcelo Matos – jogador com cara de Botafogo - técnico, seguro e aplicado; o meio campo facilitava se deslocando e assim oferecia alternativas; finalmente demonstramos segurança nas bolas aéreas principalmente com Rosário, que pelo chão quase entrega o ouro; mais uma vez a solução veio do banco com a entrada do Edno; Caio jogou pouco tempo, mas mostrou sua habilidade e velocidade – ainda nos dará muitas alegrias; grupo unido – comemorando junto, bom sinal. A esperança continua!
Boa análise, Augusto. Obrigado.
Lembro-me desse jogo do Cassius Clay. Eu era fã dele. O Mourinho fez o mesmo com a Internazionale contra grandes clubes da Europa e... foi campeão! Jogar sem bola é uma arte e pode dar resultado com contra-ataques certeiros. Parece que foi o que aconteceu ontem. No entanto, é preciso um grande rigor e posicionamento tático para se fazer isso, e esta equipa do BFR tanto dá para isso como não. Aliás, penso que não funciona quando tem que ser o time a atacar. O time não tem técnica, não sabe atacar (eficiência). Sabe contra-atacar e subitamente marcar (eficácia).
Também penso o mesmo do Loco Abreu. É lento, desaparece, perde gols e... de súbito dá-nos a vitória. Temos que contar com ele e jogar com ele. Sobretudo porque incute esperança e personalidade.
Só discordo no que respeita à defensiva. Eu vi um resumo de dez minutos e nesse resumo vi o Obina dar dois dribles no Márcio Rosário e ficar frente a frente com Jefferson. A nossa sorte é que o Obina quis acertar as nuvens em ambos os casos. Se marca, adeus jogo e, então, as críticas sobre a defesa e esse jogador seriam mais que muitas. Se ele continuar a jogar vai dar mau resultado...
Abraços Gloriosos!
Olha Rui eu não gosto só do Botafogo. Gosto muito da nossa torcida também. Em qual blogue de qual time encontraríamos o tipo de discussão que lí dos botafoguenses acima? A resposta é uma só: só nos blogues botafoguenses. Loris
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