quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ… eu queria o Tite!

por Rui Moura (blogue Mundo Botafogo)

[Nota preliminar: escrevi este artigo antes de conhecer a posição oficial do Botafogo]

Fora a brincadeira do título e da imagem – mas com todas as peripécias que ocorrem dentro do Botafogo, só mesmo levando a minha paixão a toque de brincadeira para não me magoar demais –, fora a brincadeira, dizia eu, vamos falar sério sobre a quase certa promoção de Eduardo Húngaro, carinhosamente o ‘Dudu’, a treinador do time principal.

Nunca procurei ‘furos’ jornalísticos porque sei que as fontes falham muitas vezes, e em alguns casos, avançam com coisas dadas como certas justamente para as desfazer – e os meios jornalísticos e outros afins caem estatelados na esparrela. Creio, aliás, que o que aconteceu recentemente com a hipótese Tite no Botafogo foi algo parecido com isso: alguém de dentro do Botafogo, interessado na não contratação do técnico, soprou que Tite estava assegurado e alguns meios de comunicação na Internet, ávidos de anunciarem que foram os primeiros, toca de nos enganar. Por isso, cautelosamente, não anunciei essa que seria uma excelente notícia, e bem fiz porque algumas horas depois o ‘sonho’ era um castelo de areio desfeito por uma onda mais atrevida. Porém, como todo o mundo anuncia que Eduardo Húngaro é a opção da diretoria, tomarei isso como certo e tecerei alguns comentários sobre o assunto.

Dezoito anos depois – e não 17 como se apregoa – o Botafogo regressa à Libertadores. Que se pediria? Um técnico com experiência internacional (não conta experiências no Japão) e um time reforçado, como fazem todos os anos os clubes que disputam a Libertadores, de modo a que o nosso regresso não seja mais uma desilusão para outros dezoito anos.

Que faz a diretoria? Primeiro, Assumpção anuncia que provavelmente alguns jogadores com salários elevados irão ser vendidos e depois opta por promover Eduardo Húngaro a treinador principal. Já elogiei Dudu pelo trabalho feito nas bases, mas referia-me às bases, não aos profissionais. Sem experiência, Dudu tem todas as chances de não triunfar, especialmente se lhe derem um time ‘menor’ ao qual Dudu não fará oposição porque fica refém da diretoria devido à sua promoção.

Se eu fosse Dudu, com a idade que ele tem, não aceitaria e prepararia criteriosamente a minha ascensão. Há inúmeros exemplos semelhantes no mundo inteiro: são promovidos, não estão ainda preparados para isso e atingem logo o ‘princípio de Peter’ – que lhes causa uma retração psicológica para o resto da vida. Recordo-me, e nem sequer era o caso de absoluta inexperiência internacional, de André Villas-Boas, que é um bom técnico, mas que se deslumbrou com o FC Porto quando no ano que treinou a equipa azul e branca venceu tudo que disputou: Campeonato de Portugal, Taça de Portugal e Liga Europa. Precisava de continuar no Porto para amadurecer, mas deslumbrou-se, foi para o Chelsea e acabou despedido pelo russo dono do time (com a ‘pequena’ indemnização de 14 milhões de euros). Esteve sem time, depois foi contratado pelo Tottenham e acabou novamente despedido (com mais 5 milhões de euros) após duas derrotas humilhantes de 6x0 e 5x0. Está rico, mas com duas humilhantes saídas pela porta traseira.

Não acredito em Dudu devido à sua inexperiência e – creio – à falta de conhecimentos que certamente não foram aumentados com Oswaldo Oliveira.

O 1º tiro no pé dado pela diretoria parece que está prestes a concretizar-se formalmente; o 2º tiro no pé (no outro pé) é apresentar um time sem reforços adequados.

Caros botafoguenses, não se querem magoar muito? Então a prudência aconselha a não se empolgarem muito com esta presença na Libertadores. Se estivermos serenos não nos frustaremos, e se algo de bom ocorrer será uma surpreendente e agradável surpresa, em vez de uma desagradável (mais uma) frustação.

Estimo o trabalho desenvolvido por Dudu nas bases, torcerei muito para que ele obtenha sucesso e se firme no Botafogo, porque o seu sucesso será a nossa alegria, mas creio que a sua ascensão ao time principal é mais ou menos como a ida de vitinho para o CSKA: um fiasco de alguém que não estava preparado para decidir a favor de tão grande disparate.

Tudo indica que o nosso eventual sucesso na Taça Libertadores da América fique dependente da experiência internacional e da visão de um ‘velho’ futebolista: Clarence Seedorf.

Não obstante…

…BOA SORTE, DUDU!

6 comentários:

Anónimo disse...

Caro Ruy,

li em alguma matéria por aqui que o Húngaro já trabalhou em Portugal, em um time pequeno que acabou eliminado pelo Porto na Copa de Portugal, se não me engano em uma fase de oitavas-de-final.

Saberia dizer alguma coisa sobre essa passagem por seu país?

Aproveito a oportunidade para lhe desejar Boas Festas, tudo de bom para você e sua família e muitas bênçãos a todos nós, inclusive ao nosso amado Botafogo de Futebol e Regatas.

Um forte abraço.

Thiago Hildebrandt.

Ruy Moura disse...

Passagem muito discreta, meu amigo. Pelo Sertanense, clube do interior de Portugal, que foi eliminado pelo Porto em casa por 4x0.

Ele tem no CV um clube da 4ª divisão portuguesa e da base do Botafogo. Para disputar, 18 anos depois, a mais importante prova do calendário sul-americano (considero o Mundial de Clubes um torneiozito sem expressão), é um bocado arriscado...

Abraços Gloriosos!

Gil disse...

Rui,

A criatura (presidente Assumpção) faz o mesmo, ou seja, copia o seu criador (Montenegro)!
Lembra do desmanche em 1996 para disputar a Libertadores após conquista do brasileiro de 1995?
Donizete saiu para ganhar a Libertadores em 1998 pelo Vasco!

Os melhores profissionais (referência em suas áreas) da comissão técnica foram demitidos!
Os jogadores é questão de tempo!

A atual administração sempre disse que disputar a Libertadores traria mais patrocínio e consequentemente dinheiro novo para montar bom elenco! E agora?

A imprensa vive elogiando a (não)gestão. Repetem a cantilena dos dirigentes de não ter dinheiro para contratações. Esquecem que a folha de pagamento é enorme. Jogadores que nenhum outro clube quer, nem por empréstimo e de graça! Jeans, Vinicius, Fuskas, Somálias, etc.

Abs e Sds, Botafoguenses!!!

Anónimo disse...

Bem Ruy,

espero que tenha sido um tiro certeiro da diretoria dessa vez. Se não tem dinheiro em caixa, porque contratar um técnico ganhando 300, 400 mil?

Acho normal a desconfiança inicial, mas o Húngaro vem fazendo um trabalho muito bom na base, revelando bons jogadores e com duas conquistas na bagagem, com as duas vencendo o Fla na decisão.

Além do mais, gostei muito da sua postura em sua apresentação e que, gradualmente, irá mudar a tática do time, citando o 4-4-2.

Agora, falta à diretoria contratar boas peças. Na minha opinião, não precisam de muitas, mas de boas peças, que tenham qualidade para vestir a nossa camisa.

Para mim, precisa de um lateral-esquerdo (pois Lima não dá), um armador com características do Fellype Gabriel para soltar mais o Lodeiro (porque não pensar grande nessa hipótese e não tentar Maxi Rodriguez, do Newell's e cotado para estar na Copa-14, ou Elano) e um centroavante (não vejo outra opção melhor no mercado que o Wálter, ex-Goiás). Espero que a diretoria e o técnico pensem que o Jorge Wágner veio para completar o elenco, "no lugar" do Andrezinho, e ser reserva.

Com isso, acho que podemos fechar o nosso elenco. Talvez um atacante jovem e veloz para o banco, caso o Hyuri não renda bem.

Claro, se a diretoria mantiver todos os nossos principais jogadores para essa competição.

Forte abraço.

E que venha a Libertadores à nossa galeria.

Thiago Hildebrandt.

Ruy Moura disse...

Assino em baixo, Gil. A gestão de Maurício Assumpção é catastrófica, e se não for mais um oportuno perdão de dívidas, iremos parar seguramente à 2ª divisão sem hipótese de regresso. A nossa dívida será a maior de todos os clubes, ulprapassando o Flamengo, no final de 2014.

Temos agora a oportunidade de bons patrocínios e reforço do time para que se obtenham maiores receitas e se diminua a dívida, mas para isso era preciso haver uma atitude 'honesta' e massa cinzenta. temo que não existam ambas as coisas.

Abraços Gloriosos!

Ruy Moura disse...

Meu bom amigo Thiago, não creio que os seus pressupostos se concretizem. Provavelmente o tal Jorge Wagner, com 437 anos, será titular...

Não sei se sabe, mas o Eduardo Húngaro tentou a via profissional, ingresssando como técnico no Sertanense, clube da 4ª divisão portuguesa. Não fez o lugar: não subiu d edivisão e foi eliminado da Taça de Portugal em casa por 4x0. É o CV dele. Depois disso nenhum clube o procurou, e acabou nas bases do Botafogo. Para treinador de uma competição na Libertadores é francamente uma promoção sem nexo racional, não acha?

Até pode ser que obtenha sucesso com o Seedorf a orientar a coisa em campo, mas você arriscaria um treinador assim para uma competição que esperamos ansiosamente há 18 anos? Dou-lhe a resposta: não creio que a sua decisão fosse essa, Thiago.

Abraços Gloriosos!

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