quarta-feira, 20 de abril de 2016

Bayern versus Hitler, o clube que resistiu ao nazismo

FC Bayern München vs TSV 1860 München / 1939

Apesar da fama de clube frívolo, o Bayern München tem um passado de resistência ao nazismo do qual poucos clubes alemães podem presumir. (…)

É curioso como há clubes como o Ajax Amsterdam que sempre possuíram uma aura de grandeza associada ao seu multiculturalismo e à sua resistência contra o establishment. E outros, como sempre sucedeu com o Bayern München, que foram acusados vezes sem conta de serem clubes de regime, clubes acomodados e clubes sem personalidade. Ironicamente, durante a II Guerra Mundial o Ajax, um clube da comunidade judaica, colaborou com o regime nazi na denúncia de membros influentes da comunidade judaica local que acabaram em campos de concentração. Por outro lado, o Bayern München, foi o único clube alemão que desafiou abertamente as directrizes de Hitler. E pagou um elevado preço por resistir ao regime nazi.

Entre os anos 30 e os anos 60, a maior equipa do futebol alemão perdeu tudo o que tinha ganho a custo. Passou largos anos nas divisões secundárias, sofreu o estigma social na Baviera e viu muitos dos seus dirigentes exilados para nunca mais voltar. Foi o preço por opor-se ao regime nazi e à sua politica de anti-semitismo.

O clube tinha começado a afirmar-se na elite do futebol germânico desde o final da década de 20 e em 1932 sagrou-se campeão nacional pela primeira vez na sua história. Não voltaria a vencer um título até ao final dos anos 60. (…)

Bernhardt Rust, ministro da educação, promulgou em Junho de 1933 um paquete legislativo que expulsava qualquer membro da comunidade judaica de qualquer instituição estatal, desportiva ou educativa na Alemanha. Muitos dos clubes alemães já se tinham antecipado à medida, conhecedores da ideologia hitleriana. O Bayern München recusou. Até ao último dia o seu presidente, o judeu Kurt Landauer, homem por detrás da gestão que levou ao primeiro titulo dos encarnados, manteve-se no posto com o apoio absoluto da restante directiva e dos jogadores e adeptos, muitos dos quais membros do partido. (…)

2 comentários:

José Carlos Milito disse...

Excelente site, Rui. Sempre lindas, essas histórias de resistência a regimes sanguinários.
Deste lado do mar, causou furor a declaração do Dep.Jair Bolsonaro, numa parva homenagem a um torturador de nosso medonho regime militar; já o desumano regime cubano, é inexplicavelmente glorificado pela esquerda local. Se o Dep.Jean Wyllys soubesse do tratamento dispensado a homossexuais por Fidel & cia, não se caracterizaria como Che...

Ruy Moura disse...

Concordo inteiramente, José Carlos. Quanto ao medonho regime militar e quanto a Cuba, não só pelo tratamento aos homossexuais, mas pela própria sociedade que se encontra completamente estagnada. Fui lá em 2015 e fiquei estupefacto com o que vi em termos de subdesenvolvimento.

Abraços Gloriosos.

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