por
CARLOS EDUARDO
Colaborador
do Mundo Botafogo
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios dos tempos
futebolísticos a política do Botafogo, salvo alguns períodos muito bons,
principalmente com Paulo Antônio Azeredo, nunca primou pela excelência. Por
exemplo, em 1912 foi o abandono dos sócios, separando de vez os verdadeiros
botafoguense que se dedicaram à reconstrução do Clube daqueles que nunca o
foram de fato; em 1976 a catastrófica venda do Casarão acabou por suprimir o
nosso campo de futebol; e desde Emil Pinheiro temos tido sucessivas diretorias
que nos levaram já por duas vezes à segunda divisão do campeonato brasileiro de
futebol.
Talvez o momento mais tenebroso tenha sido a venda da sede de General Severiano, tempos sombrios que nos cobriram, pois a partir dali imperaram no Botafogo as desastrosas diretrizes – que sucederam a saída de Emil Pinheiro – de quem o comanda ainda hoje.
A política alvinegra foi por diversas
vezes, após o final da década de 1960, ora pântano, ora areia-movediça, contribuindo
para afundar o nome da instituição que dera luz ao mundo do futebol moderno
durante a segunda fase das presidências de Paulo Antônio Azeredo, Sérgio Darcy
e outros ilustres botafoguense à época.
Isso mostra que no meio do pântano e
da areia movediça sempre houve gente capaz ali dentro, mas salvo raras
exceções, em épocas distintas, o que se encontra HOJE (já perdura há décadas) é
politicagem feita por amadores irresponsáveis, visando primeiramente o próprio
umbigo e, se sobrar um trocado, depois o ClubeClube. Amadorismo que destrói
rapidamente a imagem tão combalida do Clube.
Amadorismo verdadeiro é ter amor pelo
que se faz e não visar proveitos seja de que natureza for na vida pessoal e
profissional de dirigentes voluntários.
O amadorismo que temos visto vai no
sentido de inexperiência/incompetência reinantes no ‘imperialismo botafoguense’
de há décadas.
CHEGA dessa escuridão nos porões
políticos do ClubeClube!!!
CHEGA de se empoderar politicamente
do ClubeClube!!!
CHEGA de apontar sempre a culpa a uma
torcida que nunca abandonou o Clube mesmo com os desmandos dos ‘imperialistas
botafoguenses’!!!
Por um Clube PROFISSIONAL, JÁ!!!
OBJETIVOS
GERAIS
- Promover a "abertura política" do Botafogo
desbravando caminho para a chegada do profissionalismo sério para a recuperação
do Clube neste século 21.
- Trazer de volta ’a verdadeira paixão’ para dentro da
instituição, com o fator BOTAFOGO em primeiro lugar.
- Transformar totalmente o Clube começando por injetar
‘sangue jovem’ de gente com os ’pés no chão’ contrapondo a turma do ‘nós primeiro’.
- Reconhecer que a ‘verdadeira torcida’ precisa
urgentemente tomar a posse definitiva do Clube, porque um Clube sem a paixão do
seu torcedor, literalmente acaba, e o Clube depende mais do torcedor do que o
contrário.
- Colocar o ’poder do voto’ nas mãos de quem coloca dinheiro
mês a mês nos cofres tão ‘vilipendiados do Clube".
- Instalar uma ’revolução pacífica’ na política da
instituição, trazendo o torcedor SÉRIO para dentro do Clube modernizando a
forma como o mesmo é gerido (muito mal nas últimas 4 décadas) e promovendo o ’modernismo-futebolístico’,
não com botafoguenses que só aparecem na base do ’apagar incêndio com gasolina’,
mas com gente séria que ainda existe dentro daquele ’porão político’.
É HORA de o Clube se aproximar do torcedor!!!
É HORA de o Botafogo voltar ao seu torcedor!!!
É HORA de o verdadeiro botafoguense ter VOZ!!!
Torcida, só o fim dessa espécie de ’ditadura
oligárquica’ poderá reerguer o Botafogo pelas mãos de quem o ama realmente – o
seu torcedor.
PROGRAMA
BASE DE GESTÃO
- Abrir as portas abertas ao verdadeiro torcedor, às ’ideias
jovens’, ao modernismo político-futebolístico, com uma ’democratização’ da
política em prol do Clube e não em prol de indivíduos, é hora de dar ’adeuzinho’
ao que não presta e sucateou a já tão combalida imagem do Clube.
- Implementar uma mudança ‘de dentro para fora’ e ’depois
de fora para dentro’, com urgência, e para ’ontem’, mantendo a cabeça erguida
mesmo com o ’pires na mão’.
- Gerir profissionalmente de verdade, oxigenando as
ideias em benefício do mesmo e banindo a política de o Clube ser ’cabide’ de
emprego de tanta gente incompetente e que não entende o mínimo de política e
esporte.
- Promover o intercâmbio com Clubes do exterior, de
como gerir bem um Clube (em relação à base ir a ’outras escolas’ de futebol
europeias conhecer boas práticas de estrutura e modernização da ‘base’, como
por exemplo a Academia do Sporting de Portugal).
- Gerir seriamente mesmo com ’pouca grana’ e o máximo
possível sem ’rasgar dinheiro’.
- Fazer o setor de inteligência realmente inteligente (com
70% de acerto em contratação de jogadores, seja nacional ou continental).
- Suprimir de vez com gente gerindo (mal) e facilitando
que outros lucrem (muito) com o dinheiro do Clube, como por exemplo empresários
que não podem continuar a ‘mandar’ no Botafogo, acabando-se de vez com a influência
vitalícia de uma certa turma.
- Brecar a exaustiva e repetitiva criação de ’cargos’
que mais visam o ’pachequismo’ do que o Clube.
- Trazer a torcida de volta, através de emprego na
loja oficial, marketing, comunicação, etc., sem ’fantoche’ de diretoria.
- Empregar ídolos/ex-craques do Clube em áreas
disponíveis e adequadas para que possam agregar valor acrescentado ao Clube.
- Implantar uma ‘cultura de exigência’
em um Clube com material de ponta para trabalhar, exigindo dos atletas o
potencial máximo que eles possam atingir (dentro do campo de jogo, nos treinos
e nos trabalhos de recuperação de lesões).
- Instar os ídolos e craques a trabalharem
na procura de novos jogadores em ligação ao ‘setor de inteligência’ que inclua
especialistas preparados para o efeito com metodologias modernas de avaliação, seja
observando jogos de futebol no país e no estrangeiro seja até nos campeonatos
de várzea.
- Ampliar os testes/peneiras aos garotos
e jovens de toda parte do Brasil até os 25 anos e que preferencialmente não tenham
empresários, facultando alojamento e outras condições básicas.
- Criar tetos salariais para os jogadores
(profissionais e base), para os elementos do Departamento Médico, para os dirigentes,
técnicos e atletas em cada esporte amador e para todos os cargos que compõem a
diretoria.
- Criar uma cláusula em que na venda de
jogadores o Clube ficará sempre com um mínimo de 51% do valor da venda, mesmo
tratando-se de jogadores da base (antes da formação ’completa’ abaixo dos 18
anos), restringindo-se a venda de atletas abaixo de 17 anos com vista a
produzir algum afastamento dos empresários de jogadores.
- Integrar as categorias de base, colocando
sempre a menor para treinar junto e jogar contra a maior, por exemplo sub-15
treina com o sub-17 que treina com a sub-20 que treina com os profissionais, e
no caso do último exemplo isso já ‘lapidaria’ o atleta quando de fato ele
subisse aos profissionais, fazendo assim o período de ’adaptação’ ao time
adulto já no Clube, sem esperar ‘n’ partidas para o atleta se acostumar ao jogo
profissional.
- No caso dos testes/peneiras para quem
não é de escolinha ou empresariado, o Clube ficaria com 70% do passe do atleta,
o jogador com 20% e o empresário / gerenciador / familiar com 10%, no caso dos
jogadores ainda não formados completamente, sendo que após a entrada no
profissional o Clube ficaria com 55%, o atleta 35% e o empresário 15% (enquanto
o atleta tiver vínculo ao Clube).
TORCIDA
Com a torcida já fazendo parte realmente
do Clube definitivamente e fazendo o Clube andar nos trilhos, a Diretoria deveria
rever os Estatutos no que respeita ao direito de os sócios-torcedores com o
mínimo de 2 anos de contribuição terem os mesmos direitos de votar e ser
votados em igualdade de condições aos sócios-proprietários, suprindo a falha de
comprometimento do programa da anterior Diretoria que, afinal, dificultou o
direito de votar e ser votado nas mesmas condições dos demais sócios.
- Criar bares com marca oficial e
registrada como do Botafogo em dias de jogos em casa aos arredores do estádio Nilton
Santos, com sócios pagando meia entrada, excepto em dia de clássico.
- Criar uma mini-loja oficial do
Botafogo dentro de um caminhão (nos dias de jogos e eventos do Clube) com
produtos oficiais, tanto no Rio de Janeiro quanto fora do estado.
- Criar eventos que beneficiem os sócios
que mais assistam os jogos do Clube e alguns sócios de outros estados onde não
ocorram jogos do Clube.
- Promover a adesão de pelo menos 5% da
torcida do Rio de Janeiro ao Sócio-Torcedor e 1% de outros estados (um total de
cerca de 80 mil ST) e fazer um monitoramento a respeito disso.
- Desenvolver comércios licenciados nos
quais o sócio teria desconto em postos de gasolina, loja oficial, ingressos
fora do Sócio-Torcedor, etc.
- Abrir a cada mês, ou a cada 15 dias,
as portas do Clube para a torcida acompanhar treinos-abertos num fim de semana,
criando um ingresso-simbólico para esses treinos colaborando na bilheteria com
qualquer quantia de dinheiro, com no mínimo 4 reais (a quantia obtida em
dinheiro deve ser usada no Clube e sujeita a regras estabelecidas pelos
dirigentes).
- Aumentar a presença de público (entre
15 e 20 mil nos jogos no Rio de Janeiro) excepto os clássicos que devem levar
mais torcedores ao estádio.
- Fazer da torcida a grande mantenedora
do Clube.
CONCLUSÕES
Foram apresentadas algumas ideias de
como a torcida pode e deve ajudar o Clube, desde que o Clube decida abrir as
portas ao verdadeiro torcedor.
A situação do Clube não é fácil (ninguém
aguenta mais ouvir esse discurso…), mas mostrou-se claramente que através do
torcedor há capacidade de a médio prazo dar a volta por cima, desde que os
dirigentes não tenham medo nem vergonha de recorrer à torcida para apoiar
fortemente o Clube.
O Botafogo já está saturado de tanto
conformismo de quem há décadas está sucateando o Clube de forma incompetente,
arbitrária e prejudicial.
É tempo de acabar com a gestão do tipo
‘sociedade secreta’ em um Clube da grandeza e importância que o Botafogo teve,
tem e há de continuar a ter para o futebol brasileiro.
Queremos que o Botafogo, definitivamente,
possa entrar de cabeça erguida e pés firmes no chão do PROFISSIONALISMO.
Que através desse manifesto para a
torcida se tenha consciência que é ELA que pode acabar com esse ’panelismo’ residente
em General Severiano e que ela é capaz de se fazer presente definitivamente no
ERGUIMENTO do nosso Clube.
Havendo discordância ou não com o Manifesto ora apresentado,
faço votos para que o Botafogo se renove na política e dê fim a essa ’bancarrota’
de líderes, de capacidade técnica e de gestão financeira.
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