Francisca
Teixeira de Oliveira, Dona Chiquitota; foto do Acervo do seu tetraneto, feita
entre 1894 e 1909
Todos os Botafoguenses sabem que a designação de Botafogo
de Futebol e Regatas nasceu da fusão do Club de Regatas Botafogo com o Botafogo
Football Club, em 1942.
Luiz Caldas, remador que abandonou o Club Guanabarense em
luta contra as apostas no remo, criou, em 1891, o Grupo de Regatas Botafogo que
daria origem, em 1894, ao Club de Regatas Botafogo, fundado com muita polêmica
política pelos seus amigos remadores em sua homenagem, já que o monárquico Luiz
Caldas se encontrava preso por ordem do governo de Floriano Peixoto após a
Revolta da Armada, em razão de ser filho de um dos Almirantes que comandou a
rebelião e acabaria por falecer na prisão.
Dez anos depois, em 1904, um grupo de rapazes de 14 e 15
anos, liderados por Flávio Ramos, decidiu fundar um clube de futebol e,
aproveitando-se bilhetes de um designado Electro Club para cobrança de cotas,
esse foi o nome escolhido. Na altura, a avó materna de Flávio Ramos, Francisca
Teixeira de Oliveira, a ‘Dona Chiquitota’, cedeu um chalé no Largo dos Leões para
a primeira reunião do clube.
“Sob
as sombras das Palmeiras centenárias, surgiu o centenário Botafogo”, placa do
Largo dos Leões em homenagem a Dona Chiquitota (Universo Botafogo)
O Largo dos Leões, que se situa no bairro do Humaitá, na
Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, foi feito pelo fazendeiro português
Joaquim Marques Batista de Leão e inaugurado em 1826. Havia duas estátuas de
leões à entrada da chácara do fundador do Largo, cujo apelido era Leão.
Já depois da fundação do clube houve uma nova reunião em
casa de Dona Chiquitota que perguntou como se chamaria a nova entidade e, não
tendo gostado da designação de Electro Club, foi perentória: “Ora, morando onde
vocês moram o clube só pode se chamar BOTAFOGO”.
Nesse mesmo instante, Francisca Teixeira de Oliveira,
nascida em 1850 e falecida em 1916, tornou-se imortal ao rebatizar o Electro
Club de Flávio Ramos como BOTAFOGO FOOTBALL CLUB, dando à história mais uma
figura emblemática: DONA CHIQUITOTA!
Daí em diante, o casarão-sede do clube tornou-se um salão
de festa de cada vez que o Botafogo ganhava uma partida. Mário Filho descreve,
em ‘O Negro no Futebol Brasileiro’, a influência importantíssima de Dona
Chiquitota no prelúdio do Botafogo Football Club: “A casa de dona Chiquitota
era a que mais se abria para as festinhas, saraus, como se dizia. Bastava o
Botafogo conseguir uma vitória. As Hime pagavam promessa, acendiam velas,
enfeitavam as imagens de santos, dona Chiquitota dava a festa.”
Pesquisa de Rui Moura (editor do blogue Mundo Botafogo).
6 comentários:
Essa relação do Botafogo com o "além" vem antes mesmo das superstições de Carlito Rocha... O Botafogo sempre pioneiro,num esporte rodeado de homens,as mulheres sempre tiveram voz,espaço e muita influência desde os primordios do clube.
E pensar que eu moro pertinho do Largo dos Leões e que passo todo dia por lá. Agora , depois dessa bela pesquisa do meu querido Ruy, fico imaginando Dona Chiquitota circulando pelo Largo e sendo cumprimentada pelos inúmeros botafoguenses que moram no Bairro.
Acho até que deveria haver uma ruela ou uma praça, ou algo semelhante com o nome da notável senhora para que fosse lembrada diariamente. Conheço uma pessoa que faz parte integrante da Associação de Moradores de Botafogo. Quem sabe ela, com seu prestígio entre alguns vereadores, pudesse levar essa gloriosa ideia que acabo de ter ?
Seria GIRO, não é RUY?
Beijos Chiquitoticos rsrs
Sim, é verdade no clube de futebol, no do remo já nem tanto. No futebol havia muitas mulheres e senhoritas influentes que apoiavam os homens e participavam em atividades sociais.
Abraços Gloriosos.
Leva, sim: Dona Chiquitota, nome de rua da mulher que batizou o Clube que mais titulares teve como campeões da Copa do Mundo de futebol e mais jogadores cedeu à Seleção Brasileira. E onde jogou o 'Anjo das Pernas Tortas', o 'Alegria do Povo'.
Beijos Gloriosos.
Legal dona chiquetota
Verdade! Mulher esperta! (rsrsrs)
Abraços Gloriosos.
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