por BERNARDO GENTILE e
VANDERLEI LIMA
Terceiro Tempo / UOL
O momento em que Mendonça chegou mais perto
desse título que nunca veio foi em 1981. Eram quartas de final do Campeonato
Brasileiro e o Botafogo encarava o Esquadrão Imortal do Flamengo, o mesmo time
campeão nacional em 1980, da Libertadores e do Mundial em 1981.
O Maracanã estava lotado e o Botafogo venceu por
3 a 1. O lance mais marcante daquele jogo foi justamente de Mendonça, que
recebeu um lançamento de Mirandinha e, marcado por Júnior, driblou o lateral e
chutou na saída do goleiro.
“Esse gol tinha que sair, ainda mais vindo do
Mirandinha. Quando a bola viajou, o Júnior veio da esquerda cobrindo os outros
zagueiros. Veio cansado. Eu pensei: ele vai imaginar que vou partir pra dentro,
mas eu não vou. Vou trazer pra fora. Sabia que ia ficar com menos ângulo, mas
deu tudo certo. O Raul ainda caiu pra trás. Eu tinha que finalizar”.
Foi tão bonito que o gol ganhou um nome: Baila
Comigo.
Na semifinal, o adversário era o São Paulo, de
Serginho Chulapa & Cia. O Botafogo venceu por 1 a 0 no Rio de Janeiro e, no
jogo no Morumbi, abriu 2 a 0. Mas os paulistas viraram o jogo, venceram por 3 a
2 e foram para decisão – perdida para o Grêmio (na foto acima, Serginho e o
goleiro do Grêmio, Leão).
Mendonça até hoje não aceita essa derrota.
Durante a entrevista, lembrou da intimidação no vestiário, disse que o árbitro
da partida trabalhou para o time da casa e reclamou de sair de campo no segundo
tempo.
“A coisa partiu para um lado que foi absurdo. A
Serginho chutou a cabeça do Paulo Sérgio [goleiro do Botafogo]. O cara estava
completamente pressionado. Pressionado, não. Com medo. Medo de não sair do
Morumbi. E você fica sem noção nenhuma do que se pode fazer, entendeu? É, tipo
assim, se entregar. Tipo um assalto. O cara está armado e você entrega tudo.
Não tem como recorrer a algum lugar”.
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