por
ARISTÉLIO ANDRADE
Revista
Placar, edição nº
1242, Set/2002, retomando reportagem de 1971 (excertos).
Ele marcou época, com toda sua irreverência.
No Botafogo. Jogou lá de 1967 a 1971. No ano de sua estréia, fez os três gols
da virada na final da Taça Guanabara contra o América, fechando o placar em
3x2. De quebra, foi indicado por Pelé como um dos seus prováveis sucessores.
O
substituto de Pelé na Seleção Brasileira pode ser um cara de 22 anos, ratado
por roupas e sapatos – não sabe quantas calças, camisas e sapatos tem –, que
gosta da companhia de moças pra frente e toda semana vai a boates e anda
livremente – por enquanto – dentro do Maracanã.
[…]
-
De manhã coloco uma beca. À tarde troco-a. De noite ponho outra. Gosto de
roupas e sou vidrado num sapato. Não se quantos tenho. Nunca contei.
[…]
Nas
arquibancadas do Morumbi, vaias e mais vaias. O torcedor não aceita a barração
de Rivelino, menos ainda por Paulo César, um menino que se sente esmagado pelas
vaiais, que deseja apenas mostrar seu bom futebol.
[…]
-
Foi quando o Negão [Pelé] começou a me
ajudar, bacana mesmo. Ele levava aquele plá comigo, fui recuperando meu moral.
[…]
Longe
do Brasil, já nos campos do México, Paulo César Pôde mostrar seu futebol.
Entrou contra a Inglaterra – o jogo mais duro do Brasil – e deu conta do
recado, como se fosse um veterano. […]
Na
volta ao Brasil é que Paulo César ia mostrar quanto foi injusta a vaia daquela
tarde de domingo. O Botafogo entrou no Robertão cheio de problemas; mas nada
perturbou o excepcional futebol de Paulo César. Na ponta, no meio (sua primeira
posição), ou como apoiador, Paulo César mostrou que é craque. Jogou tanto a
ponto de Pelé indicá-lo agora como o homem que vai disputar com Tostão a camisa
10. […]
Terminada
a Copa do Mundo, o técnico Heleno Herrera não fez por menos: “Eu queria ter um
time com dez Paulo César. Para mim, ele é o melhor jogador do Brasil”.
Fonte de texto e imagem: Excertos da revista Placar,
edição nº 1242, setembro de 2002, retomando reportagem de 1971.
Agradecimentos a Mauro Axlace, editor do blogue Aqipossa [https://aqipossa.blogspot.com] que gentilmente cedeu a informação.
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