quarta-feira, 12 de setembro de 2018

Perfis botafoguenses (I): Paulo César Caju, em 1971

por ARISTÉLIO ANDRADE
Revista Placar, edição nº 1242, Set/2002, retomando reportagem de 1971 (excertos).

Ele marcou época, com toda sua irreverência. No Botafogo. Jogou lá de 1967 a 1971. No ano de sua estréia, fez os três gols da virada na final da Taça Guanabara contra o América, fechando o placar em 3x2. De quebra, foi indicado por Pelé como um dos seus prováveis sucessores.

O substituto de Pelé na Seleção Brasileira pode ser um cara de 22 anos, ratado por roupas e sapatos – não sabe quantas calças, camisas e sapatos tem –, que gosta da companhia de moças pra frente e toda semana vai a boates e anda livremente – por enquanto – dentro do Maracanã. […]

- De manhã coloco uma beca. À tarde troco-a. De noite ponho outra. Gosto de roupas e sou vidrado num sapato. Não se quantos tenho. Nunca contei. […]

Nas arquibancadas do Morumbi, vaias e mais vaias. O torcedor não aceita a barração de Rivelino, menos ainda por Paulo César, um menino que se sente esmagado pelas vaiais, que deseja apenas mostrar seu bom futebol. […]

- Foi quando o Negão [Pelé] começou a me ajudar, bacana mesmo. Ele levava aquele plá comigo, fui recuperando meu moral. […]

Longe do Brasil, já nos campos do México, Paulo César Pôde mostrar seu futebol. Entrou contra a Inglaterra – o jogo mais duro do Brasil – e deu conta do recado, como se fosse um veterano. […]

Na volta ao Brasil é que Paulo César ia mostrar quanto foi injusta a vaia daquela tarde de domingo. O Botafogo entrou no Robertão cheio de problemas; mas nada perturbou o excepcional futebol de Paulo César. Na ponta, no meio (sua primeira posição), ou como apoiador, Paulo César mostrou que é craque. Jogou tanto a ponto de Pelé indicá-lo agora como o homem que vai disputar com Tostão a camisa 10. […]

Terminada a Copa do Mundo, o técnico Heleno Herrera não fez por menos: “Eu queria ter um time com dez Paulo César. Para mim, ele é o melhor jogador do Brasil”.

Fonte de texto e imagem: Excertos da revista Placar, edição nº 1242, setembro de 2002, retomando reportagem de 1971.

Agradecimentos a Mauro Axlace, editor do blogue Aqipossa [https://aqipossa.blogspot.com] que gentilmente cedeu a informação.

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