por
TEIXEIRA HEIZER
Revista
Placar, edição nº
1242, Set/2002, retomando reportagem de 1972 (excertos).
Ele nunca ganhou um título, mas nem por isso
deixou de gravar o seu nome na galeria de craques do time. Criticado por seu
temperamento explosivo e pela vida desregrada que levava, Marinho virou
unanimidade no quesito mais importante; ser o melhor lateral-esquerdo do clube
pós-Nilton Santos.
“–
Olá, Bobby Moore. – “Bobby Moore é a mãezinha.”
O
diálogo […] não passa de
uma brincadeira.
– Eu sou eu. Ninguém tem o direito de me
chamar Bobby Moore, mesmo que eu tenha a cara dele.
[…]
De
ilustre desconhecido, transformou-se em herói ao fim do jogo Botafogo e Santos.
[…]
–
Eu tinha combinado com Jair: falta perto da risca da área, ele batia; mais
distante era pra mim. Chutei forte, a bola passou nomeio da barreira e o
goleiro nem viu por onde ela entrou.
Os
botafoguense aplaudiram o gol, Marinho foi abraçado pelos companheiros, era a
consagração […]
Nos
seus 20 anos, quase garoto, usando roupas ultra-coloridas, ele já ganhou a
simpatia de todos em General Severiano.
–
Estou na minha. É isso mesmo, minhas roupas são todas assim, bem coloridas. Uso
botas e gosto de andar despenteado. Acho que estou certo. Os outros, com suas
roupas tristes, é que estão errados. […]
O
dinheiro não é tudo. Com ou sem futebol, ele teria vida mansa. Seu pai é dono
de uma granja, com plantação de coqueiros e criação de galinhas.
–
Mas, olha, bom mesmo é jogar bol. Ser aplaudido, ter muitas namoradas.
[…]
Nos
primeiros dias de Botafogo, Marinho se revelou inibido:
–
Também não era para menos. Tinha jogador que eu só conhecia por figurinha ou
foto de jornal. Sabe lá o que é jogar junto com Jairzinho?”
[…]
Agora
Marinho já não pode falar com tranquilidade. Muitos garotos o cercam, pedem autógrafos,
cumprimentos. É o seu fã-clube de Geral Severiano. Marinho já se sente um
ídolo.
–
Por isso é que pretendo ficar. Pretendo, não. Acho que ninguém me tira mais
daqui.
Agradecimentos a Mauro Axlace, editor do blogue Aqipossa [https://aqipossa.blogspot.com] que gentilmente cedeu a informação.
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