por LUIZ AUGUSTO CHABASSUS
Revista
Placar, edição nº
1242, Set/2002, retomando reportagem de 1975.
Nem
mesmo os quilos a mais – que sempre insistiram em persegui-lo – foram
suficientes para estragar a passagem de Claudiomiro pelo Botafogo. Em sua
chegada ao alvinegro, foi recebido com desconfiança pela torcida, mas logo
provou que poderia render bem e marcar gols importantes para o time.
“Recuperado, ele é sem dúvida um
dos melhores centroavantes do Brasil.” Vezes sem conta se ouviu esta frase […] mas todos, cada um por sua vez, chegaram à mesma conclusão: gordo
desse jeito, oito quilos acima do peso normal, não pode jamais ter vez no time.
No Inter, talvez não. No Botafogo
a história pode ser outra. […] Foi ídolo da torcida colorada e estava na Seleção
Brasileira que disputou a Taça Roca de 1971.
– Eu estava tinindo, bicho. Em
dois anos, 70 e 71, marquei 70 gols. Em 72 fiz só 23, mas ainda dava pro gasto.
Começou a não dar em 73, quando
marcou apenas 14 gols. […]
Veio para o Botafogo emprestado
até dezembro. Na chegada, encontrou quase todo mundo desconfiado. Rapidamente –
menos de 20 dias – virou esperança da torcida. Com sorte e dois gols. […] Embora tenha de perder pelo menos mais três quilos. […]
Claudiomiro estrais Ferreira 1,70
de altura, diz que é mais ou menos como Coutinho. Devia pesar – estourando – 76
quilos mas garante que se sente bem comuns dois ou três a mais.
– Nossa única diferença é que ele
dava os passes para o Pelé marcar e eu, Claudiomiro, marco meus próprios gols.
Marca mesmo – quando não está
muito gordo e/ou contundido no joelho. Uma ziquizira que vem desde 1972 e que
provocou até a saída do Inter do médico Paulo de Tarso favorável a uma operação
cirúrgica que nunca se realizou. É dessa sombra que Claudiomiro precisa escapar
para ficar no Botafogo.
Agradecimentos a Mauro Axlace, editor
do blogue Aqipossa [https://aqipossa.blogspot.com] que gentilmente cedeu a informação.
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