domingo, 11 de novembro de 2018

Perfis Botafoguenses (XIX): Jairzinho, 1992

Quinto maior artilheiro da história do Botafogo, Jairzinho teve uma carreira meteórica. Passou rapidamente dos juvenis para os profissionais graças às fulminantes arrancadas. Ele ajudou o alvinegro a conquistar vários títulos, como os cariocas de 1967/68 e a Taça do Brasil de 1968.

por PATRÍCIA HARGREAVES; foto de FERNANDO PIMENTEL
Revista Placar, edição nº 1242, Set/2002, retomando reportagem de 1992.

México, 1970. O Brasil está vencendo a Tchecoslováquia por 2x1. […] Gérson, da intermediária, percebe Jairzinho infiltrando-se pelo meio da zaga adversária. O lançamento sai alto, em curva. […] Viktor abandona sua meta em desespero. Jair arranca. É como se fosse um carro de fórmula-1. […] Os zagueiros vão ficando para trás, um a um, e logo desistem de acompanhá-lo.

Viktor, que tinha que percorrer apenas cerca de 15m, já está quase alcançando a bola. Mas o atacante brasileiro é mais rápido e lhe aplica um lençol perfeito. Aí, com o gol vazio, mata no peito, passa a bola para a coxa e toca tranqüilamente para as redes.

Vinte minutos depois […] livra-se do zagueiro Hagara, passa por Horvath, volta a driblar Hagara, num ziguezague estonteante, e chuta forte, cruzado, de fora da área, no canto direito de Viktor. Brasil 4x1. Começava a nascer […] mais uma futura lenda do futebol brasileiro. […]

Jairzinho, na verdade não era ponta direita. Ele só aceitava vestir a camisa 7 na Seleção. No Botafogo […] seguiu sempre fiel a sua vocação: ponta-de-lança.  Com a 8 [*nota do editor em rodapé], acreditava, podia explorar melhor a eficiência mortal que tinha para concluir as jogadas. […]

A facilidade que possuía para chegar às redes adversárias é lembrada [por] Didi, seu ex-companheiro no Botafogo. “Quando ele ainda estava nos juvenis, o Quarentinha se machucou. Jair entrou então em seu lugar num coletivo e, nas três bolas que pegou, marcou três gols. O Quarentinha, que não era bobo, logo tratou de ficar bom”, recorda Didi, deliciado. […]

O fato de o atacante ter sido o único jogador a marcar em todas as partidas de uma Copa dá a medida ainda mais exata de […] ser um goleador temível. […] “Em 1962, cheguei a fazer 100m em 10s01, durante um treino. […] O recorde olímpico na época […] era de 10s02”. […]

“Ele gostava tanto dos treinamentos individuais quento dos coletivos, garante o médico Lídio Toledo. [...] “Isso não é uma coisa normal. Geralmente, os jogadores só gostam de treinar com bola”. […]

Com as suas arrancadas avassaladoras rumo ao gol adversário, fez jus ao apelido de Furacão. “Ele decidiu aquela Copa”, diz Nilton Santos, o lendário lateral-esquerdo do Botafogo e da Seleção bicampeã mundial em 1958 e 1962.

* Nota do editor: admite-se que a autora do texto se tenha enganado na medida em que Jairzinho envergava a camisa nº 10 do Botafogo.

Agradecimentos a Mauro Axlace, editor do blogue Aqipossa [https://aqipossa.blogspot.com] que gentilmente cedeu a informação.

2 comentários:

Jatahy disse...

Amigo Rui, não lembro do Jairzinho jogando no Botafogo com a 8 e sim com a 10. o 8 era o Gerson. Estou certo? Abraços

Ruy Moura disse...

estás certíssimo,meu amigo, mas o texto, certamente por engano, menciona a oitoe não posso mudar. O que posso fazer é uma chamada de atenção sugerindo que o autor se enganou no número. Vou fazer isso.

Abraços Gloirosos.

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