quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Perfis Botafoguenses (XX): Roberto, 1993

Mais de 20 anos depois da campanha do tricampeonato mundial, no México, Roberto Miranda (um dos grandes ídolos da galera do Fogão) faz um balanço de sua carreira e não demonstra o menor sinal de arrependimento. Nem dos gols nem das confusões e brigas que provocou. A receita para pará-lo era bater. Mas nem isso o segurava. Além disso, revidava para valer.

SEM AUTOR EXPRESSO; foto de NILTON CLAUDINO
Revista Placar, edição nº 1242, Set/2002, retomando reportagem de 1993.

Ele não respeitava zagueiro algum. […] Sua presença na área era sempre decisiva, levando o pé ao encontro da bola mesmo sabendo que receberia um pontapé desleal. Em campo, não existia um homem capaz de intimidá-lo. E, ao menor descuido das defesas, lá estava a bola mansa no fundo das redes. Sua obstinação […] criou a certeza em cada adversário de que para conter o centroavante Roberto só existia uma receita: violência. […]

Desde que assumiu o lugar de Amarildo – vendido ao Milan –, em 1963, o centroavante sentiu os efeitos da deslealdade na pele. E nos ossos. […] Roberto sofreu nove fraturas: no queixo, no braço esquerdo, nas duas clavículas, no tornozelo direito, em uma costela, nos dois joelhos e no tendão de Aquiles. Isso sem contar os cortes profundos na cabeça e supercílios abertos. […]

Os zagueiros avisavam que iriam bater. Ele não tinha o menor escrúpulo de, quando preciso, devolver a violência. Só não abria mão de estar na grande área para alegrar os botafoguense com muitos gols. “Sempre gostei do meu estilo”, diz. “E acho até que os zagueiros tinham motivos para usar a violência. Senão tomariam gol.”

Só não perdoava o falecido Fontana, capaz de trocar socos para não vê-lo chegar às redes. […]

Nem a última contusão no joelho, que o afastou do futebol, em 1976, o faz perder uma certeza: “Se pudesse, começaria tudo de novo”.

Agradecimentos a Mauro Axlace, editor do blogue Aqipossa [https://aqipossa.blogspot.com] que gentilmente cedeu a informação.

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