terça-feira, 30 de junho de 2020

1997: Taças Legião da Boa Vontade

Final da Taça Guanabara

por PEDRO VARANDA
Colaborador do Mundo Botafogo

O Botafogo conquistou a Taça LBV – Legião da Boa Vontade, no dia 30 de março de 1997, vencendo o Vasco da Gama por 1x0 na decisão da Taça Guanabara, que o Botafogo conquistou com 12 vitórias em 12 jogos. Eis a ficha técnica do jogo:

BOTAFOGO 1x0 VASCO DA GAMA
» Gol: Gonçalves (de cabeça), aos 77’
» Competição: Campeonato Carioca (decisão da Taça Guanabara)
» Data: 30.03.1997
» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
» Público: 88.404 (81.893 pagantes)
» Renda: R$ 912.915,00
» Árbitro: Carlos Elias Pimentel
» Botafogo: Wagner, Wilson Goiano, Jorge Luiz, Gonçalves e Jefferson; Marcelinho Paulista, Pingo, Djair e Aílton; Bentinho e Sorato (Dimba). Técnico: Joel Santana.
» Vasco da Gama: Carlos Germano, Pimentel, Tinho, João Luís e Felipe; Luisinho (Pedrinho), Fabrício, Juninho Pernambucano e Ramon; Almir (Mauricinho) e Edmundo. Técnico: Antônio Lopes.

Final do Campeonato Estadual

Na decisão do campeonato estadual o Botafogo conquistou uma nova Taça LBV – Legião da Boa Vontade, no dia 8 de julho de 1997, vencendo o Vasco da Gama por 1x0. Eis a ficha técnica do jogo:

BOTAFOGO 1x0 VASCO DA GAMA
» Gol: Dimba 78'
» Competição: Campeonato Carioca / Estadual (2° jogo da decisão)
» Data: 08.07.1997
» Local: Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ)
» Renda: R$ 248.370,00
» Público: 16.854 pagantes
» Árbitro: Sidrack Marinho dos Santos
» Botafogo: Wagner, Wilson Goiano, Jorge Luiz, Gonçalves e Jefferson; Marcelinho Paulista, Pingo, Djair e Aílton (Marcelo Alves); Bentinho e Dimba (Róbson). Técnico: Joel Santana.
» Vasco da Gama: Caetano, Pimentel, Moisés, Alex e Felipe; Luisinho, Fabrício, Juninho Pernambucano (Luiz Cláudio) e Ramon (Brener); Pedrinho e Edmundo. Técnico: Antônio Lopes.

Fontes: Jornal do Brasil, Jornal dos Sports, O Dia, O Globo, Rádio Globo e Revista Placar.

Confira a campanha completa da Taça Guanabara em 1997: Botafogo, campeão estadual de futebol

As perdas esportivas irreparáveis

por DEMÉTRIO VECCHIOLI
Coluna ‘Olhar Olímpico’ / UOL
25.06.2020

A [opção de] reabrir parte da economia […] vem acompanhada de muitas outras consequências. No esporte, elas serão irreparáveis. […]

Não há dinheiro no esporte "amador" para a realização de testes. Sem testes não há Superliga, não há NBB, não há campeonato de judô ou de vôlei de praia. […] As equipes menores não sabem se vão sobreviver. A debandada já começou e cresce à medida que crescem os casos de coronavírus no país.

A Superliga Masculina, especialmente, já avistava a tempestade, com redução no número de clubes. […] A debandada já começou e cresce à medida que crescem os casos de coronavírus no país. […]

O êxodo não ficará restrito. […] Esse êxodo costuma ter efeitos irremediáveis. Vide o handebol. Hoje o Brasil é um dos maiores exportadores de jogadoras para a Europa, mas a liga nacional praticamente não existe no país campeão mundial de 2013. […]

Até porque a debandada de patrocinadores já começou. A Caixa não renovou contratos com a LBF e com o NBB. […] O Sesi-SP sofreu corte expressivo de arrecadação. […] Para equilibrar as finanças, preservando os salários do futebol, o Corinthians cortou bolsa auxílio para os jogadores da base do futsal. O Vasco dispensou todos os atletas paraolímpicos. […]

Daqui a dois meses começa o ciclo olímpico para Paris, e os brasileiros estão impedidos de treinar. […] O COB tem há anos uma política de investir especialmente na ponta da pirâmide e vai fazer isso de novo levando só a elite para treinar em Portugal, fugindo da pandemia no Brasil. Quem já está no topo terá oportunidade de treinar tranquilamente. Quem não está, mas quer chegar, fica no Brasil chupando o dedo. Sem piscina, sem pista de atletismo, e sem treinadores, porque os melhores também vão para a Europa. […]

Ao escolher reabrir a economia e não controlar a pandemia, o Brasil assumiu o risco de ser isolado mundialmente. Assumiu o risco de não voltar a ter treinos tão cedo, de não ter competições tão cedo, de não competir internacionalmente.

Artefatos (275)

Série: antigas profissões (91)

Trabalhadora rural

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Retrospectiva Botafogo x Cabofriense – todos os jogos

por PEDRO VARANDA
Colaborador do Mundo Botafogo

A ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA CABOFRIENSE (ADC) foi fundada a 1 de janeiro de 1997 (a ADC já se designou Cabo Frio F. C. em 2000), sucedendo à Associação Atlética Cabofriense (AAC) fundada a 15 de novembro de 1955, que mais tarde extinguiu a sua equipe de futebol, mantendo apenas o futsal.

BOTAFOGO F. R. x A. D. CABOFRIENSE

Total de jogos: 18
Vitórias do Botafogo: 10
Vitórias da Cabofriense: 3
Empates: 5
Gols do Botafogo: 39
Gols da Cabofriense: 21

Os Jogos

22.04.2000 – Botafogo 3x0 (Campeonato Carioca), Estádio Alair Corrêa, o ‘Correão’ (Cabo Frio).
Gols: Augusto, Dimba e Jorge Luiz.

12.05.2001 – Empate 2x2 (Campeonato Carioca), Estádio da Rua Bariri (Rio de Janeiro).
Gols do Botafogo: Léo e Augusto.

26.02.2003 – Botafogo 2x1 (Campeonato Carioca), Estádio Alair Corrêa, o ‘Correão’ (Cabo Frio).
Gols: Gilmar e Fábio.

11.03.2004 – Cabofriense 2x0 (Campeonato Carioca), Estádio Alair Corrêa, o ‘Correão’ (Cabo Frio).

23.03.2005 – Empate 3x3 (Campeonato Carioca), Estádio Mário Filho, o ‘Maracanã’ (Rio de Janeiro).
Gols: Alex Alves e Guilherme (2).

01.03.2006 – Empate 1x1 (Campeonato Carioca), Estádio Mário Filho, o ‘Maracanã’ (Rio de Janeiro).
Gols: Dodô.

31.01.2007 – Botafogo 1x0 (Campeonato Carioca), Estádio Alair Corrêa, o ‘Correão’ (Cabo Frio).
Gols: Dodô.

15.04.2007 – Empate 2x2 (Campeonato Carioca), Estádio Mário Filho, o ‘Maracanã’ (Rio de Janeiro).
Gols: Dodô (de bicicleta) e Lúcio Flávio.

22.04.2007 – Botafogo 3x1 (Campeonato Carioca – decisão da Taça Rio), Estádio Mário Filho, o ‘Maracanã’ (Rio de Janeiro).
Gols: Túlio, Dodô e Zé Roberto.

07.02.2008 – Empate 1x1 (Campeonato Carioca), Estádio Nilton Santos, o ‘Engenhão’ (Rio de Janeiro).
Gols: Lúcio Flávio.

15.03.2009 – Botafogo 4x0 (Campeonato Carioca), Estádio Alair Corrêa, o ‘Correão’ (Cabo Frio).
Gols: Victor Simões (2), Maicosuel e Renato.

23.01.2011 – Botafogo 5x0 (Campeonato Carioca), Estádio Cláudio Moacyr de Azevedo, o ‘Moacyrzão’ (Macaé).
Gols: Goeber (2), ambos contra, Renato Cajá, Caio e Antônio Carlos (de cabeça).

26.01.2014 – Cabofriense 2x1 (Campeonato Carioca), Estádio Cláudio Moacyr de Azevedo, o ‘Moacyrzão’ (Macaé).
Gol: André Bahia (de cabeça).

22.03.2015 – Botafogo 1x0 (Campeonato Carioca), Estádio Cláudio Moacyr de Azevedo, o ‘Moacyrzão’ (Macaé).
Gol: Sassá.

21.02.2016 – Botafogo 2x1 (Campeonato Carioca), Estádio São Januário.
Gols: Luís Henrique e Neílton (de pênalti).

25.02.2018 – Botafogo 1x0 (Campeonato Carioca), Estádio Nilton Santos, o ‘Engenhão’ (Rio de Janeiro).

20.01.2019 – Cabofriense 3x1 (Campeonato Carioca), Estádio Cláudio Moacyr de Azevedo, o ‘Moacyrzão’ (Macaé).
Gols: Luiz Fernando.

28.06.2020 – Botafogo 6x2 (Campeonato Carioca), Estádio Nilton Santos, o ‘Engenhão’ (Rio de Janeiro).
» Gols: Pedro Raul (2), Cícero, Bruno Nazário, Luís Henrique e Caio Alexandre.

»»»»»

Anteriormente havia sido fundada a Associação Atlética Cabofriense no dia 15 de novembro de 1955. Em 1992 a sua equipe de futebol foi rebaixada para a 2ª divisão estadual e licenciou-se em 1993, mantendo apenas a sua equipe de futsal. Alguns dos seus dirigentes fundaram, em 1997, a atual Associação Desportiva Cabofriense.

O Botafogo FR e Associação Atlética Cabofriense jogaram entre si 8 partidas, com 4 vitórias do Botafogo, 2 vitórias da Cabofriense e 2 empates. O saldo de gols é favorável ao Botafogo por 13-7.

O 1º jogo entre ambos realizou-se em Alair Corrêa, no dia 21.04.1987, pelo Campeonato Carioca, com empate por 1x1 e gol de De Lima. O último jogo ocorreu no Estádio Caio Martins, no dia 28.03.1990, pelo Campeonato Carioca, com vitória do Botafogo por 5x3 e gols de Paulinho Criciúma (3), Donizete e Gonçalves.

BOTAFOGO F.R. x A. A. CABOFRIENSE

Total de jogos: 8
Vitórias do Botafogo: 4
Vitórias da Cabofriense: 2
Empates: 2
Gols do Botafogo: 13
Gols da Cabofriense: 7

Os Jogos

21.04.1987 – Empate 1x1 (Campeonato Carioca), Estádio Alair Corrêa, o ‘Correão’ (Cabo Frio).
Gols: De Lima.

31.05.1987 – Cabofriense 2x0 (Campeonato Carioca), Estádio Caio Martins (Niterói).

24.02.1988 – Cabofriense 1x0 (Campeonato Carioca), Estádio Alair Corrêa, o ‘Correão’ (Cabo Frio).

20.04.1988 – Botafogo 3x0 (Campeonato Carioca), Estádio Caio Martins (Niterói).
Gols: Paulinho Criciúma (3)

26.03.1989 – Botafogo 2x0 (Campeonato Carioca), Estádio Municipal Hermenegildo Barcelos, o ‘Barcelão’ (Arraial do Cabo).
Gols: Paulinho Criciúma (2)

27.05.1989 – Botafogo 2x0 (Campeonato Carioca), Estádio São Januário (Rio de Janeiro).
Gols: Maurício e Paulinho Criciúma.

07.02.1990 – Empate 0x0 (Campeonato Carioca), Estádio Alair Corrêa, o ‘Correão’ (Cabo Frio).

28.03.1990 – Botafogo 5x3 (Campeonato Carioca), Estádio Caio Martins (Niterói).
Gols: Paulinho Criciúma (3), Donizete e Gonçalves.

O larápio do campeonápio

Imagem: Reprodução de http://albumdosesportes.blogspot.com

Domingo, 22 de maio de 1955, amistoso Atlético Mineiro x Bangu. O alvirrubro carioca tinha uma equipe fabuloso, na qual pontificava Zizinho, o melhor jogador da Copa do Mundo de 1950.

Na medida em que se tratava de um amistoso, a torcida não admitiu que Zizinho tivesse sido expulso. Então, os jogadores das duas equipes decidiram expulsar o árbitro Eunápio de Queiroz, o que só foi evitado porque o dirigente do Bangu Carlos Nascimento entrou em campo, alegou que o árbitro não pode ser expulso da partida por jogadores e ordenou ao Zizinho que saísse.

Sábado, 15 de dezembro de 1956, Eunápio e Zizinho estão no mesmo retângulo de jogo 19 meses após o quiproquó do ano anterior. Tratava-se de um Bangu x Vasco da Gama na penúltima rodada do campeonato carioca, podendo o Vasco sagrar-se campeão antecipado se vencesse o Bangu.

O Vasco era franco favorito com um time fabuloso, entre os quais se contavam Bellini, Coronel e Vavá, sendo que do onze inicial apenas dois jogadores nunca forma convocadas para a Seleção Brasileira.

O jogo foi difícil no primeiro tempo, com gol de Wilson Macaco para o Bangu e de Vavá para o Vasco convertendo uma penalidade máxima.

No regresso do intervalo, o árbitro Eunápio de Queirós interpelou Zizinho: - “Venha cá.” Ao que Zizinho respondeu: - “Venha você! A distância é a mesma…” Então, Eunápio disparou: - Você falou para o Lino (um dos assistentes de Eunápio) que eu sou larápio?... Então, está expulso!”

Zizinho respondeu a Eunápio que ele estava oferecendo o título ao Vasco, porque sem ele em campo o Vasco acabaria por ganhar de virada. E realmente o Vasco virou o resultado e ganhou por 2x1, com dois gols de Vavá, sagrando-se campeão carioca.

A torcida banguense abandonou o campo decretando que o Vasco da Gama acabara de ganhar o “CAMPEONÁPIO”!

Torcedora Gloriosa

Série: defesas de goleiros (10)

domingo, 28 de junho de 2020

Botafogo 6x2 Cabofriense

por RUY MOURA
Editor do Mundo Botafogo

A equipe entrou em campo exibindo uma faixa com os dizeres “Protocolo bom é o que respeita vidas”, em seguida associou-se ao minuto de silêncio em respeito às vítimas da pandemia covid-19 e, finalmente, os atletas ajoelharam-se em campo manifestando-se a favor do antirracismo. Glorioso Clube!

Após o desastroso exercício público de inética, de incompetência e de parcialidade da Federação de Futebol do Rio de Janeiro pelas opções do clube da carniça, o Botafogo entrou em campo sob protesto e goleou o adversário numa boa exibição inicial, embora o árbitro ainda tenha feito esforços a favor da Cabofriense oferecendo-lhe gratuitamente um pênalti como se estivesse arbitrando uma competição de natação onde quem mergulha melhor é favorecido. Talvez desolado por a Cabofriense não ter obtido pelo menos um pontinho, o árbitro encerrou o jogo sem nenhum minuto de compensação, não fosse o Botafogo ainda fazer o seu 7º gol.

Foi uma exibição autoritária, que superou todas as expectativas e alçou o Botafogo a vice-líder do Grupo A, com gols de grande categoria e lançamentos fantásticos para gol.

A equipe mostrou entrosamento coletivo, muitas triangulações, lançamentos dignos de jogadores diferenciados e gols espetaculares resultantes de boas jogadas coletivas.

O Botafogo dominou toda a partida, embora no início da segunda parte a Cabofriense tenha entrado melhor e aproveitado a morosidade da defesa alvinegra, diminuindo o placar para 1x2. Porém, o Botafogo continuou a bom ritmo e marcou o 3º gol. O árbitro apoiou a redução para 2x3 com um pênalti fantasma, mas a partir daí o Botafogo dominou a partida de ponta a ponta com exibições individuais muito boas que geraram bons lances e boas finalizações.

Luiz Henrique, Luiz Fernando, Bruno Nazário e Pedro Raul evidenciaram bons desempenhos após mais de cem dias de inatividade e Pedro Raul terá sido o melhor em campo, marcando gols, participando noutras jogadas de gol e até mesmo colaborando na marcação.

Um domingo perfeito de ética botafoguense e bom futebol que faz os torcedores terem esperança em boas performances da equipe, embora uma partida não seja suficiente para análises aprofundadas e esperanças demasiadas.

FICHA TÉCNICA
Botafogo 6x2 Cabofriense
» Gols: Pedro Raul, aos 3’ e 53’, Cícero, aos 38’, Bruno Nazário, aos 74’, Luís Henrique, aos 80’, e Caio Alexandre, aos 89’ (Botafogo); Emerson Carioca, aos 49’, e Diego Sales, aos 15’ (pen.) (Cabofriense)
» Competição: Campeonato Estadual
» Data: 28.06.2020
» Local: Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
» Árbitro: Rodrigo Carvalhães de Miranda (RJ); Assistentes: Luiz Cláudio Regazone (RJ) e Michel Correia (RJ)
» Disciplina: cartão amarelo – Cícero (Botafogo)
» Botafogo: Diego Cavalieri; Marcelo Benevenuto, Ruan Renato, Cícero (Luiz Otávio) e Danilo Barcelos; Alex Santana (Caio Alexandre), Honda e Bruno Nazário (Lecaros); Luiz Fernando (Fernando), Luís Henrique e Pedro Raul. Técnico: Renê Weber.
» Cabofriense: George; Watson, Lucas Cunha, Fábio Amaral e Luan (Uellinton); Victor Feitosa, Gama (João Pereira), Kaká Mendes e Diego Sales (Fabiano); Emerson Carioca e Pedrinho Menezes (Natan). Técnico: Luciano Quadros.

Liverpool FC e Jürgen Klopp (III): Klopp na curiosa bandeira do Liverpool

[O editor do Mundo Botafogo é fã incondicional das qualidades de Jürgen Klopp (Stuttgart, 1967) desde os tempos do Borussia Dortmund, considerando-o o mais dinâmico e artístico treinador de futebol do mundo – o melhor entre os melhores. Klopp foi homenageado na bandeira da torcida do Liverpool.]

por LUCAS FARALDO
UOL, em São Paulo
11 de agosto de 2019

Atual campeão europeu, o Liverpool começou a temporada 2019/20 com o pé direito. Ou seria melhor falar em "pé esquerdo" no caso do clube liderado pelo técnico social-democrata Jürgen Klopp?

Antes de a bola rolar para a primeira partida (e goleada) do Liverpool na nova edição da Premier League, uma já tradicional bandeira com os rostos daqueles considerados os maiores técnicos da história do clube foi erguida por torcedores dos Reds no setor conhecido como The Kop do Estádio Anfield. Nessa sexta-feira, porém, havia uma novidade estampada no clássico pano: o rosto de Klopp.

Pouco mais de dois meses após quebrar jejum de 14 anos do clube e conquistar o título da Liga dos Campeões, o técnico alemão viu sua imagem se juntar à de outros cinco ídolos da torcida numa homenagem […].

E isso tem tudo a ver com Liverpool e Jürgen Klopp.

Antes de Klopp, já constavam na bandeira da torcida os seguintes ex-treinadores do clube: Bill Shankly (à frente do Liverpool de 1959 a 1974), Bob Paisley (de 1974 a 1983), Joe Fagan (de 1983 a 1985), Kenny Dalglish (de 1985 a 1991 e 2011 a 2012) e Rafael Benítez (de 2004 a 2010)

"É uma bandeira bem legal porque tem treinadores que ou foram campeões europeus e/ou mudaram o clube de patamar, se identificaram com a cidade, deixaram algum legado maior do que títulos. Como por exemplo o Bill Shankly, que é o maior treinador da nossa história", conta Luiz Felipe Gomes Santos, dono da fanpage de torcedores brasileiros do Liverpool Make Us Dream Brasil.

E não à toa Shankly é considerado o maior técnico da história do Liverpool. Em 15 anos ininterruptos como treinador da equipe, levou o clube da segunda divisão nacional ao tricampeonato da elite, além de também conquistar o primeiro título continental dos Reds. Seus auxiliares Bob Paisley e Joe Fagan ainda dariam sequência ao trabalho (e aos títulos) nos 11 anos seguintes.

Mas talvez mais importante que os resultados de Shankly dentro de campo tenha sido seus posicionamentos fora das quatro linhas numa época em que o mundo vivia em Guerra Fria e à beira de uma Terceira Guerra Mundial. Ainda antes de Liverpool (seja clube ou cidade) entrar em conflito com a conservadora primeira-ministra Margaret Thatcher nos anos 80, o então treinador da equipe adotava discurso social-democrata que bateria de frente com a política a ser implantada pela Dama de Ferro.

"A social-democracia em que eu acredito não é realmente política, é uma maneira de viver. É humanismo. Acho que a única maneira de viver e ter realmente sucesso é pelo esforço coletivo, com todo mundo trabalhando junto, se ajudando e compartilhando a recompensa no final. Assim eu vejo o futebol e assim eu vejo a vida", disse Shankly em uma de suas mais célebres falas.

Shankly faleceu em 1981 e portanto não viu muito do governo Thatcher, que perdurou na Inglaterra de 1979 a 1990, nem da troca de farpas que se estendeu por mais de uma década entre a Dama de Ferro e moradores e políticos de Liverpool, reduto trabalhista e sindicalista desde os primórdios da revolução industrial, originada justamente na Inglaterra. Tais valores eram abraçados pelo clube da cidade, mas não combinavam em nada com as prioridades da primeira-ministra do país, sabidamente voltadas à capital Londres.

Por outro lado, os princípios chamados "esquerdistas" em muito combinam com as crenças de Jürgen Klopp – que Shankly também, e aí infelizmente, não teria oportunidade de ver ascender nos Reds.

"É uma combinação que realmente é favorável. Os valores que Jürgen Klopp carrega em sua vida influenciam nas formas como o clube o enxerga e também a comunidade de Liverpool o enxerga", diz Maurício Simões, responsável pelo podcast Melwood Pub, especializado no Liverpool. "Nada melhor para um clube importante ter um comandante que entende a comunidade e o que ela significa para cada um", completa.

"O Klopp se identificou muito com a cidade desde que chegou. Até por isso tinham discussões entre os torcedores, antes mesmo do título da Liga dos Campeões, de ele ser adicionado à bandeira mesmo no caso de não conquistar títulos", acrescenta Luiz Felipe, da Make Us Dream Brasil.

Não é exagero enaltecer a relação de quase quatro anos entre Klopp e Liverpool. Em sua biografia escrita pelo jornalista alemão Raphael Honigstein, o técnico diz: "nunca pagarei um plano privado de saúde. Nunca votarei em um partido porque promete baixar os impostos. Se há algo que jamais farei em toda minha vida é votar na direita". Ele se intitula admirador da social-democracia, com ideias de centro-esquerda tidas como alternativas a governos excessivamente autoritários e/ou nacionalistas.

Hoje Liverpool tem como prefeito o social-democrata Joe Anderson, do Partido Trabalhista.

Numa entrevista ao jornal The Guardian, Klopp destrinchou seu posicionamento sobre o processo de saída da União Europeia que se arrasta há três anos no Reino Unido. "A União Europeia não é, não foi e nem será perfeita. Mas é a melhor ideia que tivemos até hoje. Devemos repensar o Brexit, levá-lo à votação novamente, mas desta vez com as pessoas devidamente informadas", opinou o técnico.

Chama atenção em meio a tudo isso o fato de ser cada vez mais incomum hoje um clube ou um técnico de futebol se posicionar em questões além das quatro linhas. Liverpool e Klopp são exceções: dão seta à esquerda nesse congestionamento de tanta gente quase parada e até na contramão.

"O que fica cada vez mais claro, a cada dia que passa, é que Klopp é o cara perfeito para comandar o Liverpool", opina Maurício Simões. "Mesmo quando erra, é um personagem que entende onde está e faz tudo o que está ao alcance para devolver aos scousers a expectativa que nele depositaram."

Uma homenagem como essa inaugurada sexta no estádio do Liverpool, assim, mostra-se um golaço de torcedores que, como o atual técnico de sua equipe, valorizam a história do clube de coração. Melhor para os seis figurões que, de tão queridos entre os Reds, agora assistem a tudo no Anfield "de cadeiras cativas". Ali na bandeira. De Shankly a Klopp, da esquerda para a direita. Ou melhor, juntos.

Fonte: https://www.uol.com.br/esporte/futebol/ultimas-noticias/2019/08/11/o-que-klopp-tem-a-ver-com-bandeira-do-liverpool-inspirada-no-comunismo.htm

Paulo Autuori: uma voz silenciada que não se cala no charco do futebol carioca

«Sem surpresas, e por isso tranquilo. Fui punido por ter expressado aquilo que tenho como convicção. Talvez muita gente gostasse de expressar as mesmas ideias. Estou tranquilo em relação a isso. Prefiro me sacrificar do que prejudicar a instituição à qual estou vinculado, esse histórico do Botafogo que precisa ser respeitado de toda maneira assim como todos os clubes. Não existe futebol, federações, confederações, se não existirem os clubes. Está na hora de os clubes terem autonomia para tomarem atitudes consentâneas com sua história, e a história do Botafogo é grandiosa.» Paulo Autuori, técnico do Botafogo FR.

Paulo Autuori foi punido com 15 dias de suspensão por expressar a verdade. Entretanto, face à liminar do Botafogo, o STJD liberou o técnico para comandar o Glorioso contra a Cabofriense. E que fez Paulo Autuori?...

Decidiu manter a suspensão como forma de protesto contra os desmandos irresponsáveis da federação e dos clubes que votaram pelo regresso do futebol sem que a pandemia esteja controlada.

Paulo Autuori, que pode vir a ser um grande dirigente, tem a CARA DO BOTAFOGO DE OUTRORA!!!

Série: antigas profissões (90)

Trabalhador infantil de mineração de carvão

sábado, 27 de junho de 2020

1996: Taça Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro e Taça Cidade Maravilhosa


Gonçalves e Gottardo erguendo os troféus

por PEDRO VARANDA
Colaborador do Mundo Botafogo

O Botafogo conquistou a ‘Taça Cidade Maravilhosa’ (Torneio Municipal), bem como a Taça Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, no dia 29 de fevereiro de 1996, vencendo o Madureira por 3x0. Eis a ficha técnica do jogo:

BOTAFOGO 3x0 MADUREIRA
» Gols: Josecler (contra) e Dauri, no 1º tempo; Jamir, no 2º tempo
» Competição: Taça Cidade Maravilhosa (Torneio Municipal)
» Data: 29.02.1996
» Local: Estádio do Maracanã, Rio de Janeiro
» Renda: R$ 210.820,00
» Público: 22.962 pagantes
» Árbitro: Ubiraci Damásio de Oliveira
» Disciplina: Jefferson (aos 47’) e Dedé (aos ?) foram expulsos
» Botafogo: Wagner (Carlão), Perivaldo (Silas), Wilson Gottardo, Gonçalves e Jefferson; Jamir, Uidemar, Moisés e Dauri; Bentinho (Paulo Roberto Prestes) e Túlio. Técnico: Marinho Peres
» Madureira: Acácio (Artur), Germano, Marçal, Dedé e Josecler (Clei); Pedro Paulo, Bonamigo, Eduardo e Robinho (Wellington); Gílson e Magno. Técnico: Nelsinho

Fontes: O Dia, O Globo e Revista Botafogo.

Liverpool FC e Jürgen Klopp (II): sucesso inspirado na social-democracia?!?!

[O editor do Mundo Botafogo é fã incondicional das qualidades de Jürgen Klopp (Stuttgart, 1967) desde os tempos do Borússia Dortmund, considerando-o o mais dinâmico e artístico treinador de futebol do mundo – o melhor entre os melhores.]

Peter Moore (Liverpool, 1955), diretor executivo do campeão europeu de futebol, reflete sobre as particularidades do clube e os desafios que a indústria do futebol enfrenta.

Peter Moore é uma lenda do marketing. Responsável pelo desenvolvimento dos consoles da Sega, Microsoft e Electronic Arts que transformaram a indústria dos games em um gigante mais lucrativo do que o cinema e a música juntos, sua vida chegou a um ponto em que os desafios estritamente profissionais pararam de estimulá-lo. Poderia se retirar para sua mansão na Califórnia a desfrutar de sua imensa fortuna. Mas escolheu voltar para Liverpool, a cidade onde se criou, com nada melhor a fazer, diz ele, do que ir ao estádio Anfield para ver o Liverpool. Fazia quatro décadas que ele vivia fora da Inglaterra quando foi nomeado, em 2017, diretor executivo do clube que conquistou a Champions League em maio. Dias atrás, visitou o World Football Summit de Madri, e lá onde refletiu sobre a natureza da empresa que representa, cuja expressão máxima é o time que lidera a Premier League depois de somar 24 pontos de 24 possíveis.

Pergunta. O que distingue o Liverpool na indústria do futebol?

Resposta. Como especialista em marketing, eu queria desvendar o que ele realmente significava. Dizer que o Liverpool é único não significa muito. Real Madrid e Barcelona, Borussia Dortmund e Bayern, também são especiais. Então, como resolvemos isso? Tivemos essa incrível figura histórica no Liverpool: Bill Shankly, um treinador social-democrata da Escócia que estabeleceu as bases. Ainda hoje, quando falamos de negócios, perguntamos: “O que faria Shankly? O que diria Bill nesta situação?”. Era um verdadeiro social-democrata que acreditava que o futebol consistia em trabalhar em conjunto. Nós nos reunimos no departamento de marketing e dissemos: “Vamos colocar isso em palavras”. A conclusão foi que a ideia essencial do Liverpool é que isso é o que significa mais. Mais do que ganhar ou perder. Mais do que ir ao futebol, encontrar os amigos no bar e voltar para casa.

P. Você diz que para alcançar uma dimensão mítica os clubes precisam de uma cultura do sucesso. Em que consistia exatamente a cultura incutida por Shankly?

R. Ele a definia como social-democracia. Mas não num sentido político, e sim de solidariedade. Há uma faixa na The Kop [famoso setor de arquibancada do Anfield] que diz: “A união faz a força”. Liverpool é uma cidade socialista, de tradição operária, muito unida ao porto. Já foi o porto mais movimentado do planeta. Isso mudou, mas permanece, até certo ponto, o sentido da unidade e da insularidade. As pessoas muitas vezes se consideram liverpuldianas, não necessariamente inglesas. É estranho. É, como dizem os norte-americanos, um “círculo de carroças”. Essa cultura se fortalece com um sentimento que Shankly expressou na ideia de trabalhar juntos no campo sob o lema de “passar a bola e se mover”. É muito simples: “Passe a bola e se mova para se oferecer como opção ao seu companheiro”. Há uma canção dos torcedores de 60 anos atrás que descrevia esse estilo como “poesia em movimento” Não é exatamente o tiki-taka. Mas ocorre quando o jogo flui livremente, com contra-ataques muito rápidos. É nossa marca.

P. Parece natural que tenham escolhido Jürgen Klopp, um social-democrata alemão, para treinar o time.

R. Ele já é um clássico do Liverpool. Ele se inclina mais para a esquerda do que para a direita. Certa vez, Shankly disse: “Eu fui feito para o Liverpool e o Liverpool foi feito para mim”. Klopp pode dizer exatamente a mesma coisa. Entende perfeitamente os elementos social-democratas que permeiam o clube e a cidade, os desafios que empolgam o que significa o clube para muita gente que não teve a oportunidade de ter nada melhor na vida do que seu amor pelo clube. Houve uma época em que o símbolo da cidade eram os Beatles. Agora é o futebol.

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...