segunda-feira, 22 de junho de 2020

Voz de Fred Figueroa ou terceiro-mundismo em pleno séc. XXI

Charge by Carlos Amorim

«Das primeiras horas da terça aos últimos minutos da quinta-feira, o futebol brasileiro viveu uma sequência surreal de acontecimentos. Todos calculadamente interligados. Peças soltas de um quebra-cabeças que, quando montado, se revelou uma imagem triste. Assustadora. Durante 70 horas, o futebol nacional reviveu seus piores momentos. Um retrocesso de décadas em menos de três dias. Voltamos ao tempo das viradas de mesa na madrugada, das negociatas com políticos, dos jogos sem transmissão de TV, das cartas marcadas, das decisões impostas sem debate, da falta de conexão com a sociedade, do circo. As consequências virão. E são, ainda, completamente imprevisíveis.

Tudo pode acontecer nos conselhos arbitrais do futebol do Rio de Janeiro. Tudo. Das fórmulas mais absurdas de campeonato às viradas de mesa mais escandalosas. Mas, desta vez, a Ferj e os clubes foram além. Na madrugada da terça-feira – depois de oito horas de reunião – veio a inacreditável notícia que, dois dias depois, Flamengo e Bangu entrariam em campo para retomar o Estadual. Naquele dia, o Rio de Janeiro ultrapassou a marca de oito mil mortes causadas pela Covid-19. Eram mais de 85 mil casos confirmados. Naquele dia, dois clubes – Fluminense e Botafogo – sequer haviam retornado aos treinos. Mas, naquele dia, nada disso importava. Milhares de pessoas contaminadas, famílias destruídas pela morte de pais, mães, irmãos e irmãs, atletas profissionais longe da condição física ideal, protocolos de segurança ainda sendo estabelecidos. Nada importava. Naquele dia a única coisa que importava para a maioria dos que estavam na reunião virtual era o retorno do futebol

– Coluna de Fred Figueroa / Diário de Pernambuco.

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