por RUI MOURA
Editor do Mundo Botafogo
No dia 2 de agosto de
1994, após derrotar o Barra da Tijuca, o Botafogo venceu o União da Ilha da
Madeira (Portugal) e conquistou o Torneio Internacional Triangular Eduardo Paes.
Eduardo Paes já era,
à época, apesar dos seus 24 anos de idade, Subprefeito da Barra da Tijuca e,
segundo Lucas Cunha, da Universidade Federal de Minas Gerais, "há um
paralelismo entre futebol e política no Brasil. É usual se construir uma
carreira política patrocinando pequenos clubes de futebol ou organizando
campeonatos regionais. Obviamente que os candidatos e aspirantes a uma carreira
política tendem a se vincular à paixão nacional do futebol como forma de se
promover. O caminho de uma pessoa do esporte entrar na política é tão comum
como uma pessoa da política querer entrar no mundo do esporte, como forma de
ganhar visibilidade e reconhecimento".
O nome do Torneio
fora organizado para prestigiar Eduardo Paes, cujo clube de coração, o Vasco da
Gama, não poderia participar porque tinha que disputar a semifinal da Copa do
Brasil contra o Grêmio. Então, além do natural convidado Barra da Tijuca (clube
atualmente extinto) também foi convidado o Botafogo e, para tornar o evento
internacional, foi endereçado convite ao União da Madeira, que aceitou.
O Botafogo venceu os
seus dois adversários por 1x0 e conquistou o torneio, mas a maior
particularidade, além da motivação política, foi a presença em campo de Clei
Alves Pinto, promissor lateral esquerdo botafoguense, de apenas 19 anos,
assassinado por traficantes três anos mais tarde, em Nilópolis, no subúrbio do
Rio de Janeiro, apenas por estar no lugar errado à hora errada e com a
companhia errada.
O drama foi descrito
pelo Mundo Botafogo em duas publicações: http://mundobotafogo.blogspot.com/2019/06/dramas-botafoguenses-77-tragedias-e.html e http://mundobotafogo.blogspot.com/2013/10/campeao-assassinado-tragedia-de-clei.html
A particularidade deste
jogo de futebol e respetiva ascensão política de Paes, é que foi Clei quem assinalou
o gol da vitória contra o Barra da Tijuca e esse foi o único gol que marcou
durante a sua carreira no Botafogo.
O Botafogo conquistou
o torneio com: Wágner; Germano (Robinho), Wilson Gottardo, Márcio Theodoro e
Clei; Moisés, Nélson (Pardal), Beto e Sérgio Manoel; Róbson e Marcos Paulo
(Batata). Técnico: Renato Trindade.
Clei era primo de Joel
Santana e a sua maior conquista foi a Copa Conmebol pelo Botafogo em 1993,
tendo participado nos dois jogos da decisão.
Sem comentários:
Enviar um comentário