domingo, 20 de fevereiro de 2022

Paulo Antônio Azeredo: reverenciado em verso

por RUY MOURA

Editor do Mundo Botafogo

Soneto com a colaboração de ANGELO ANTONIO SERAPHINI

Paulo Antônio Azeredo foi presidente do Botafogo em 1923, 1926 a 1936 e 1954 a 1963. Dos doze campeonatos cariocas conquistados pelo Botafogo entre 1907 e 1962, oito (dois terços) foram sob a presidência de Paulo Antônio Azeredo (1930, 1932-1933-1934-1935, 1957, 1961-1962), bem como foi o responsável pela construção da sede social na década de 1920 e do Mourisco Mar na década de 1960.

Foi também sob a sua última presidência que se desenvolveram os «desportos olímpicos», cujo ponto exponencial consagrou-se em 1962 quando o Botafogo conquistou 80 títulos de campeão e 40 títulos de vice-campeão, logrando ser «Campeão de Terra, Ar e Mar».

As administrações de Ney Cidade Palmeiro (1964-1967) e Althemar Dutra de Castilho (1968-1972) desequilibraram profundamente as finanças do Botafogo e a diretoria de Rivadávia Tavares Corrêa Meyer (1973-1975) preparou a venda de General Severiano para liquidar as dívidas e Charles Borer (1976-1981) concretizou a venda que levou o Botafogo ao declínio que todos conhecemos durante o nefasto período ocorrido entre 1968 e 1989.

O Boletim Oficial do Botafogo de Futebol e Regatas publicou, em 1945, um soneto dedicado a Paulo Antônio Azeredo, o maior presidente de todos os tempos do Glorioso, assinado com o pseudônimo de THEUNTEPÉC. O pseudônimo do poeta deriva, provavelmente, da cidade mexicana de Tehuantepec, estado de Oaxaca, que, por sua vez, tem origem na expressão “tecuani-tepec”, em língua nauatle, que significa ‘colina do jaguar’.

Eis, então, o soneto decassilábico:

Paulo Antônio Azeredo

por THEUANTEPEC

Boletim do Botafogo, 1945

(A ortografia foi atualizada)

/

Na sede assoma e assume um ar semita

De coração de pedra e olhar de aço.

Não fala. Não se alegra nem se irrita…

Inicia a “revista” passo a passo…

/

Como manda do asseio a boa “escrita”

Com o dedo risca na parede um traço…

De sofá a sofá, confere o espaço,

Depois de olhar o chão o teto fita…

/

Com a vistoria quase terminada,

Notou mancha suspeita numa escada,

O que para o seu zelo foi demais:

/

Para o Cunha investiu como uma fera,

Que cansado e vencido lhe pondera:

- Como é que eu posso controlar pardais?...

/

Fonte do soneto: Boletim Oficial do Botafogo de Futebol e Regatas, 1945.

2 comentários:

Anónimo disse...

O nome correto do Presidente do Botafogo, no período 1973/1975, é Rivadávia Tavares Corrêa Meyer.

Ruy Moura disse...

Caro Anônimo, utilizei como fonte a Lista de Presidentes do Botafogo da Wikipédia. Que está efetivamente com nome errado, tal como pude agora constatar através de outras fontes. Muito agradeço a sua nota corretiva!
Abraços Gloriosos.

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