por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo
O portal Terra (https://www.terra.com.br), no sítio ‘esportes’, publicou um artigo sobre as trocas de técnicos de futebol dos 12 maiores clubes brasileiros. Apresenta-se um quadro com os dados recolhidos, acrescentando-se à informação a média em meses de troca de técnico por clube:
Clubes |
Nº
de trocas |
Nº
de técnicos |
Média
por troca (meses) |
01. Vasco da Gama |
50 |
33 |
5,2 |
02. Flamengo |
48 |
32 |
5,4 |
03. Fluminense |
44 |
30 |
5,9 |
04. Botafogo |
40 |
36 |
6,5 |
05. Atlético Mineiro |
40 |
28 |
6,5 |
06. Internacional |
39 |
30 |
6,7 |
07. Cruzeiro |
35 |
26 |
7,5 |
08. Santos |
34 |
27 |
7,7 |
09. Palmeiras |
31 |
26 |
8,4 |
10.Corinthians |
31 |
22 |
8,4 |
11. Grêmio |
29 |
23 |
9,0 |
12. São Paulo |
28 |
22 |
9,3 |
O futebol carioca lidera totalmente as trocas (45,5 média), ocupando os 4 primeiros lugares, enquanto os paulistas são os clubes que menos trocas efetuam (31 em média). O Vasco da Gama lidera a lista de nº de trocas, mas é o Botafogo que, embora seja o 4º classificado em nº de trocas, lidera com o maior número de técnicos (36 contra 33 do Vasco da Gama), o que significa que repete menos os técnicos contratados (apenas 4 casos de repetições) e procura, talvez, buscar soluções diferentes.
Em 20 anos, o Vasco da Gama trocou técnicos de 5 em 5 meses (menor intervalo por contratação), enquanto o São Paulo trocou de 9 em 9 meses (maior intervalo por contratação).
A conclusão mais significativa é que no Brasil os técnicos não dispõem de tempo para montarem equipes com desempenhos regulares, consistentes e de médio/longo prazo, ao contrário do que se passa na Europa, atualmente com os maiores clubes do mundo, que em geral mantém treinadores no comando das equipes por vários anos e assegura equipes consistentes no médio/longo prazo.
No campeonato brasileiro as equipes não são regulares e consistentes, como se pode verificar pelo exemplo do Cruzeiro, bicampeão brasileiro em 2013 e 2014 e apenas 5 anos depois desce de divisão e aí se mantém por 3 temporadas até à atualidade. Os casos de Vasco da Gama e Botafogo, com diversas descidas de divisão, são também dois exemplos de enorme irregularidade no futebol brasileiro dos grandes clubes.
Donde se pode concluir que se os clubes brasileiros querem alcançar performances competitivas é necessário que os dirigentes nacionais do futebol e os dirigentes dos clubes alterem profundamente a sua mentalidade de gestão do futebol e que contribuam para montar uma nova escola de técnicos com outra mentalidade e outras capacidades a desenvolver mediante conhecimentos atualizados.
A outra vertente a mudar urgentemente é a mentalidade e a
gestão das arbitragens, que em virtude de serem parciais e favorecerem
claramente certos clubes, prejudicam a competitividade e um novo fôlego do
futebol brasileiro para alcançar inovadores voos clubistas na América do Sul e
no Mundo, exigindo-se por isso uma nova escola de árbitros.
2 comentários:
Essa pesquisa mostra bem a razão cada enorme decadência do futebol brasileiro atual. ABS e SB!
Clarissimamente! Da Glória do futebol brasileiro à decadência total de todos os envolvidos, à exceção dos atletas, que continuam a ter muita qualidade e 'voam' para a Europa. Os dirigentes nacionais do futebol, os dirigentes dos clubes eamídia em geral não percebem - ou não querem perceber - que a escassez de técnicos de qualidade, a escassez de árbitros de qualidade, a escassez de magistrados de qualidade no Tribunal de Justiça Desportiva e a escassez de comentaristas e jornalistas de qualidade (para não falar dos absurdos fossos das cotas televisivas pagas aos clubes) afundaram e continuarão a manter afundada a qualidade dos clubes. Ou mudam ou não se pode esperar nada melhor. Que saudades da qualidade que envolvia o futebol brasileiro quando me tornei torcedor na década de 1960...
Abraços Gloriosos.
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