terça-feira, 22 de novembro de 2022

BOTAFOGUENSES ANÔNIMOS (33): Bob

por JOSÉ RICARDO CALDAS E ALMEIDA | Colaborador do Mundo Botafogo

Filho de um escocês, casado com uma brasileira e radicado no Rio de Janeiro, Robert James Neil, o ‘Bob’, nasceu no dia 19 de outubro de 1928, na Ilha do Governador, onde começou a jogar futebol, primeiramente no Engenhoca e depois no Cocotá.

Sempre atuando como médio (hoje, equivalente a posição de volante), Bob era um jogador raçudo, daqueles que “molhavam a camisa com sangue”, como gostava de dizer o botafoguense Roberto Porto, e possuidor de um forte poder de marcação.

Como juvenil foi jogador de basquetebol do América, do Rio de Janeiro, por quatro temporadas, chegando a ser campeão carioca nos anos de 1944 e 1945 nessa categoria. Quando foi convocado para a seleção estadual que disputaria o Campeonato Brasileiro Juvenil de Basquetebol, não emplacou, pois teve problemas com a saúde, exatamente na oportunidade, e não se apresentou para os treinamentos. Aborrecido com a pouca sorte, decidiu abandonar o basquetebol.

Passou, então, para o Botafogo. Já como jogador do alvinegro, Bob foi convocado, em julho de 1947, para integrar a seleção carioca que disputaria o Campeonato Brasileiro de Futebol Juvenil.

Se profissionalizaria em 1949 e ganharia mais espaço a partir de 1951. No Botafogo, teve bons momentos, mas o clube vivia um desagradável jejum de títulos.

Fez sua estreia no Botafogo em 8 de abril de 1951, com derrota de 4x1 para o Canto do Rio, jogo válido pelo Torneio Municipal, competição que acabaria sendo conquistada pelo alvinegro. Formou o Botafogo com Arízio, Jorge Carlos e Floriano; Britto, Bob e Adão; Mangaratiba, Quissamã, César (Careca), Baduca (Abel) e Walter Silva. Técnico: Carvalho Leite.

Até 1957 foram mais de 200 jogos com a camisa do Botafogo:

 

ANO

J

V

E

D

GM

1951

11

7

3

1

0

1952

7

4

1

2

0

1953

41

22

10

9

0

1954

58

31

10

17

0

1955

46

25

11

10

1

1956

56

34

11

11

0

1957

10

4

2

4

0

TOTAL

229

127

48

54

1

No final de 1956 acabou ficando marcado por uma suspeita de suborno em uma derrota de seu clube para o Vasco da Gama, nunca confirmada.

Sua última partida pelo Botafogo, por coincidência, teve o mesmo placar negativo, contra o Palmeiras, em 27 de fevereiro de 1957. Naquela ocasião o Botafogo atuou com Pereyra Natero, Beto e Abigail; Bob, Bauer e Pampolini; Neyvaldo (Ary Costa), João Carlos, Paulinho Valentim, Mário e Cañete.

Sem clima, transferiu-se para o Grêmio, de Porto Alegre (RS), no começo de 1957. Sua estreia no Grêmio foi em 19 de maio de 1957, na vitória de 2x1 sobre o Cruzeiro-RS, em jogo válido pelo Campeonato Citadino de Porto Alegre.

No final daquele ano, em entrevista à Manchete Esportiva, revelou que recebia, no Grêmio, os mesmos valores do Rio de Janeiro, somados os seus salários no Botafogo e em seu segundo emprego nas Óticas Lux.

No Grêmio, fez parte do grupo que conquistou cinco campeonatos gaúchos, de 1957 a 1960.

Faleceu em 1º de dezembro de 2004, vítima de um infarto.

Fontes e fotos: Esporte Ilustrado; Grêmiopédia; Jornal dos Sports; Tardes de Pacaembu.

3 comentários:

jornal da grande natal disse...

Me surpreendeu o número total de jogos pelo Botafogo para um "anonimo". (Rsrs)

Ruy Moura disse...

Há alguns anônimos desse período provavelmente porque entre início de 1949 e início de 1957 o Botafogo amargou 9 anos sem campeonato carioca ou outras competições realmente importantes.

Abraços Gloriosos.

José Ricardo Caldas e Almeida disse...

Independentemente do número de jogos, alguns casos de “anônimos” serão colocados no blog por também não mais fazerem parte da lembrança de muitos torcedores, que esquecem, rapidinho, de parte da história do Botafogo.

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