domingo, 13 de novembro de 2022

Botafogo 0x3 Athletico - que venha 2023 rumo à Glória!

por RUY MOURA| Editor do Mundo Botafogo

Triste por todos os botafoguenses que ardorosamente desejaram a presença na Copa Libertadores 2023. Porém, quem acompanha regularmente o Mundo Botafogo sabe que, fora algumas recaídas passionais da minha parte, sou muito racional ao analisar o desempenho e os caminhos do nosso Clube, e não embandeiro em arco com facilidade.

Se fossemos à Libertadores, tudo bem, mas não indo, quase acertei nas minhas previsões, que, como sabem, várias vezes expressei como sendo objetivos ideais para 2022 a colocação no 10º lugar e dois alvos possíveis para disputar títulos maiores em 2023: a Copa do Brasil e a Copa Sul-americana.

Se fossemos à Libertadores, tudo bem, mas para um Clube que veio da Série B, com dono privado, com novo técnico focado no médio prazo e com novos jogadores que obrigaram a montar três equipes ao longo do ano, sem falarmos sequer das inúmeras lesões e suspensões, creio que seria um risco muito grande para o elenco sucumbir na Libertadores de 2023 e quebrar psicologicamente a sua dinâmica futura.

Se fossemos à Libertadores, tudo bem, mas o amadurecimento desta equipe ainda não se encontra pronto para voos tão altos, e quem sabe se não foi psicologicamente por isso que a equipe bloqueou no último jogo do campeonato…

Se fossemos à Libertadores, tudo bem, mas para um Clube que não conquista um título nacional desde há 27 anos e não renovou o título internacional conquistado há 29 anos, bem podemos esperar mais uma ano para termos uma equipe realmente consistente, resiliente e, consequentemente, muito competitiva na Copa Libertadores de 2024, já com pelo menos um grande título nacional e ou internacional no seu palmarés em 2023.

Se fossemos à Libertadores, tudo bem, mas por mim estou satisfeito com os resultados de 2022 em razão dos argumentos que apresentei. Claro que sonho com a conquista de uma Libertadores nos próximos anos, mas costumo jogar pelo seguro no que respeita a expectativas muito acima das nossas reais possibilidades, porque prefiro ir à Libertadores em 2024 com bastante mais condições de um coletivo mecanizado e altamente competitivo, não para fazer mera presença, mas para ser um osso duro de roer como fomos em 2017 sob o comando de Jair Ventura.

O Botafogo pretende ser um Clube consistente que, no futuro, dispute os títulos das competições em que participa, e não um coadjuvante.

O Botafogo pretende ser um Clube com uma gestão lógica e harmoniosa desde as bases mais jovens até aos profissionais.

O Botafogo pretende ser um Clube organizado em todas as suas dimensões, e isso não se faz em pouco tempo. Na verdade, nem as direções, nem os treinadores, nem os jogadores do Liverpool atual conseguiram conquistar títulos logo nos primeiros anos, nem o Manchester City, apesar dos brutais investimentos realizados, conseguiu ganhar a tão ambicionada Champions League como pretendia, nem sequer o Manchester United conseguiu nos primeiros anos chegar a tantos títulos que posteriormente conquistou com Alex Ferguson.

Ao contrário do que li por aí, este não era o "jogo da vida" do Botafogo, nem o "o ano em 90 minutos"; este foi apenas o último jogo de um ano em que a Fénix renasceu, a esperança regressou e o futuro risonho se apresentou.

Irmãos Botafoguenses, não baixem a cabeça, levantem-na bem alto no resgate do nosso Glorioso futebol, acreditem, apoiem e compreendam que Roma não se fez num dia: criou paulatinamente as bases para se impor segundo estratégias, planos e operacionalidades de muita ambição no médio e longo prazo até conseguir dominar, por centenas de anos, um vastíssimo império.

O nosso caminho começou apenas a ser traçado, e quem traça bem o caminho acaba abraçado à Glória por longo tempo!

FICHA TÉCNICA

Botafogo 0x3 Athletico

» Gols: Adryelson (contra), aos 51’, Vítor Roque, aos 61’, e Erick, aos 90+1’

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 13.11.2022

» Local: Estádio Arena da Baixada, em Curitiba (PR)

» Árbitro: Anderson Daronco (RS); Assistentes: Rafael da Silva Alves (RS) e Tiago Augusto Kappes Diel (RS); VAR: Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro (RN)

» Disciplina: cartão amarelo – Júnior Santos (Botafogo) e Erick (Athletico)

» Botafogo: Lucas Perri; Daniel Borges (Luís Henrique), Adryelson, Cuesta e Marçal; Patrick de Paula (Matheus Nascimento), Tchê Tchê e Lucas Fernandes; Júnior Santos (Victor Sá), Tiquinho Soares e Jeffinho. Técnico: Luís Castro.

» Athletico: Bento; Khellven, Matheus Felipe, Thiago Heleno e Abner Vinícius (Pedrinho); Erick, Fernandinho (Bryan García) e Alex Santana; Terans (Rômulo), Vitor Roque (Pablo) e Vitinho (Canobbio). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

9 comentários:

Anónimo disse...

O Botafogo encerra o Brasileirão 2022 com a média de público de 19.065, sua melhor desde 1995. Num momento em que a torcida é anestesiada por 'influencers' que são alçados à ídolos (!), o que deve ser celebrado não é o 11º lugar aos trancos e barrancos obtido por algumas vitórias 'espíritas', mas sim a resiliência e "O Maior Amor do Mundo" do botafoguense pelo Botafogo que, com o investimento de Textor, voltou a sonhar. Que em 2023 aqueles que gerem o clube, e destes excluo apenas o próprio Textor, tenham a HUMILDADE e reverenciem a torcida botafoguense, pois o que se nota desde a alta gerência até a área técnica é uma soberba desmedida, injustificada e surreal.

No próximo ano celebra-se também 25 anos da última conquista extra-estadual do clube. Que isto sirva de alerta vermelho e que as cobranças internas sejam condizentes tanto com a grandeza do clube quanto do investimento feito e, sobretudo, da paixão e resiliência daquele que é o maior e mais incalculável patrimônio do Botafogo: Sua torcida 'raíz', não a que venera palhaços do YouTube e que quer ditar regras àqueles que vivem de seus salários e não da venda de 'clic-baits' e de fake news descompromissadas.

Saudações Alvinegras
E um CAMPEÃO 2023

Ruy Moura disse...

O seu comentário é indiscutivelmente o de um grande apaixonado pelo Glorioso e que coloca em pauta alguns aspectos interessantes da atualidade botafoguense. Efetivamente há redes que proliferam emitindo opiniões sem que passem por um filtro de ética, elegância e pensamento assertivamente racional, bem como coloca a questão da cobrança dos torcedores e o reconhecimento de que o maior patrimônio do Botafogo é a sua torcida. Eu considero-me patrimônio vivo do Botafogo, considero que tantos e tantos amigos botafoguenses que tenho são patrimônio do Botafogo, considero que todos aqueles que têm colaborado ativamente com o blogue são patrimônio do Botafogo, que todos aqueles que têm comentado no blogue em modo assertivo são patrimônio do Botafogo, que milhares de leitores que se mantêm aqui ao longo dos anos são patrimônio do Botafogo, que muitos mais espalhados pelo mundo são a força-raiz do Botafogo.

Isso é indiscutível e todos os responsáveis do Botafogo têm tido esse discurso ‘patrimonial’ sobre a torcida: é discurso público e estão gravados em diversas fontes os elogios à torcida e ao elenco.

Lembro-me bem da torcida da década de 1960 e os seus ‘influencers’ mais destacados. Chamavam-se Tarzan, Tolito, Russão e outros mais, que debatiam o Botafogo nas ruas, nos quiosques, em General Severiano, com muita cobrança mas muito respeito, com alegrias e frustrações, mas muita união. Porém, interrogo-me que tipo de cobrança é a atual, por parte de uma minoria, é certo, de botafoguenses, quando leio (e passo a citações que tenho digitalizado ao longo do campeonato) que o Textor “está nos fazendo de palhaço, é um merda” ou “fora a SAF, queremos nosso time de volta”; que “Luís Castro vai-se tornando o pior técnico da história” ou “seu trabalho é deplorável, pavoroso”; que “esse time é sem vergonha” ou que “estou revoltado com esse timinho de bosta”.

E aqui bate um ponto importante. Não considero que se note qualquer soberba desmedida (!), injustificada (!) e surreal (!) desde a alta gerência até à área técnica. Pelo contrário: temos um proprietário digno, dirigentes dignos, comissão técnica digna, todos respeitosos e respeitados, assertivos e comprometidos, e cada vez mais um elenco que começa a caminhar empenhado e unido, isto é, um conjunto de gente empenhada e em COMUNHÃO como nunca tivemos neste século! (continua)

Ruy Moura disse...

Num momento em que o mundo tende a um maniqueísmo extremo e insano, isto é, “se não és por mim és contra mim”, transformando o Outro em ‘inimigo’, soterrando todos aqueles que pensam pela sua própria cabeça, que são racionais e têm bom senso e não se situam nos extremos, então creio que as expressões que devemos utilizar no que respeita à relação entre responsáveis pelo Botafogo e a sua torcida são ‘respeito’, assertividade’, ‘empenho’, ‘união’, ‘comunhão’, porque temos uma tarefa ciclópica pela frente: elevar o Botafogo às mais altas glórias que pode vir a desfrutar!

E ninguém comemora o 11º lugar. O que se reconhece é que Textor e a Comissão Técnica do Botafogo devolveram aos torcedores todas as suas promessas cumpridas: reforçar a equipe, manter-se na Série A, classificar-se entre o 9º e o 12º lugar e consequentemente disputar a Copa Sul-americana. Quando temos dirigentes que cumpriram, milímetro por milímetro, os objetivos consagrados publicamente, também lhes devemos estar gratos pela sua ética, transparência, capacidade e empenho.

Temos grandes dirigentes e uma fantástica torcida simultaneamente emotiva e racional, componentes que bem doseadas são fórmula de sucesso!

Temos gente que está realmente a reconstruir o Botafogo, uma torcida maioritariamente serena e crente nesta nova fase que deixa no passado todos os desastres a que assistimos neste século, e isso comprova-se pela própria média de espectadores que apresentou no seu comentário, significando que não há, entre eles e nós torcedores, qualquer mal-entendido. Pelo contrário: a torcida Gloriosa esteve bem presente e em comunhão, excepto os botafoguenses lerdos que chamam Textor de ‘merda’, Castro de ‘pavoroso’ e o time de ‘bosta’. O que pensa o amigo sobre como devemos chamar estes ‘botafoguenses’?...

Abraços Gloriosos.

Sergio disse...

Meu caro Ruy, como sempre um comentário lúcido, um oásis nesse deserto de críticas infundadas que proliferam em alguns blogs botafoguenses. O mais curioso é que quando o time ganha, mesmo com orientação do treinador corrigindo defeitos o mérito é dos jogadores, quando perde a culpa é do Luis Castro, mesmo que esse não perca gols, erre passes e outros problemas que acontecem para quem está dentro de campo, mas o culpado é o treinador. O mais curioso é que com o Cuca era diferente. Não obstante de vários equívocos dele, uma grande parte da torcida culpava sempre algum jogador e não o treinador, o que é bem interessante, apesar de erros crassos, como o de mudar o sistema de jogo contra o Figueirense no primeiro jogo da semifinal da copa do brasil em 2007. O time só não perdeu de mais pela atuação do goleiro, time do Botafogo completamente perdido em campo.
Sobre o jogo de ontem, no fundo no fundo eu não acreditava muito na vitória. Fiquei frustrado? Não, triste pela derrota, mas há de se considerar que o time do Atlético joga junto há pelo menos 2 anos e com boa participação em todas as competições, ao contrário do Botafogo cujo time joga junto há menos de 6 meses, sendo que o que jogou ontem foi o terceiro time montado na temporada. Como dizia o Saldanha "para se fazer um grande time leva-se anos, para destruir basta noite. O clube vem num processo de destruição há pelo menos 5 décadas , a herança é muito ruim: em janeiro não tínhamos time, um clube falido a beira de fechar as portas, sem estrutura condizente com o tamanho do clube, talvez de todas as equipes da série A e muitas da série B o Botafogo é o único clube que não tem um centro de treinamento. E para agravar a situação, ao longo da temporada uma série de graves contusões e um elenco montado ao longo da competição, e mais importante, equipe sem pré temporada e jogadores com desnível físico e técnico exatamente por jogarem em países diferentes.
Ainda devemos ressaltar que em nenhum momento os atuais responsáveis pelo clube prometeram mundos e fundos, pelo contrário, seria um ano para a manutenção do time da seria A e se possível uma classificação para a Sul Americana, uma classificação entre o nono e o décimo segundo lugar.
Eu de minha parte confesso que fiquei surpreso com parte da campanha do Botafogo, não esperava que fosse se livrar tão cedo do fantasma do rebaixamento e se classificar para uma competição internacional devido a uma série de dificuldades ao longo da temporada. Ainda bem que errei nas minhas previsões.
Mas o que temos agora ao contrário dos anos anteriores quando não sabiamos se teríamos time e se permaneceriamos na primeira divisão é que podemos ter esperança em 2023 de termos um elenco e equipe que possam passar a ser protagonistas.
O trabalho é longo e está sendo feito. Imediatismo nunca produziu nada duradouro
Precisamos de uma base sólida para termos um futuro brilhante, que com certeza virá.Abs e SB!

Sergio disse...

Ainda sobre construção de um grande time, outro dia vendo um vídeo sobre o Dirceu Lopes, um dos grandes craques do futebol brasileiro, falando sobre o grande time do Cruzeiro de 1966, ele ressalta que a maioria dos jogadores jogavam juntos desde os 16 anos e que já sabiam o quais as jogadas que fariam ao longo do jogo. Me lembro também de uma entrevista do Amarildo dizendo que na concentração os jogadores jogando cartas combinavam jogadas, o que mostra a importância dos jogadores se conhecerem e protagonizaram lances independente daquilo que o técnico pede. Não que o treinador não seja importante, mas os jogadores precisam entender que também participam do processo de construção tática. Ontem o Felipão ressaltou isso, o conhecimento do elenco pelo treinador e dos jogadores entre si, afirmando inclusive que o time do Botafogo em breve vai ser um time chato de se jogar contra.
Até entendo a ansiedade da torcida que vem tendo decepção ano após ano e que o Botafogo ainda existe em grande parte porque tem uma torcida maravilhosa e apaixonada, a paciência tem limite, mas o clube está trilhando um novo caminho. Essa é a nossa esperança. ABS e SB!

Ruy Moura disse...

Brilhante comentário, Sergio. Concordo em absoluto com tudo,inclusive com a apreciação ao Cuca. Além desse jogo há muitos utros em que o Cuca se equivocava. Um dos mais flagrantes foi contra o River Plate em 2007. Ganhamos cá por 1x0 e lá chegamos a 2x1. Com 3x1 no agregado o Cuca manda a equipe recuar,toma 3 gols e é eliminado. De quem foi a culpa?... - Dos jogadores que jogaram com sapatos de salto alto... Quando se antipatiza com alguém atribuem-se-lhe todas as culpas, quando se simpatiza com alguém as culpas são sempre dos outros. Os métodos, as tecnologias, os sistemas, etecetera, avançam, mas a mentalidade humana é bem resiliente ao seu prórpio avanço...

Abraços Gloriosos.

Ruy Moura disse...

Eu mencionei exatamente isso num dos últimos comentários que fiz a um dos jgos do Botafogo. Em 2023 já estarão - espero! - kogando commais mecanismos por começam a saber onde os utros jogadores estão, o que vão fazer e consequentemente nem precisam de olhar para colocar a bola nopé do outro.Mas para isso os jogadores e o treinador têm que ser mantidos, e não despedir o treinador por dá cá aquela palha... Como é que um treinador brasileiro pode brilhar alguma vez duramente no memso clube se quando a coisa entra em crise a solução é a demissão do jogador. E que curiosamente o mesmo clube torna a buscá-lo 2 ou 3 anos depois. A média de treinador brasileiro é de 6 meses no posto. Absurdo! Não há futebol que resista a isso, sendo uma das fortes razões pela qual a qualidade das competições nacionais é tão má. O que vai valendo aos clubes brasileiros internacionalmente é que toda a América do Sul vai na mesma linha e ainda possui jogadores melhores que os outros sul-americanos.

Fez muito bem o Textor em segurar o Castro. Se tivesse sido demitido onde estaríamos agora?... O projeto é de médio prazo, quer para as infraestruturas, quer para as metodologias de treino e ligação entre as várias categorias das bases e do profissional, quer para a mecanização e consolidação da equipe.

Também compreendo a torcida, não aquela pequena parte muito desqualificada como há em todos os clubes e que não acrescenta nada, antes pelo contrário. Mas para quem sofre há 27 anos sem títulos nacionais, talvez devamos perceber que é necessário PENSAR bem, COGITAR melhor e DISCERNIR ainda mais sobre a trajetória em curso que, por enquanto, me parece certa.

Neste momento receio apenas uma coisa: que os tão almejados 6 reforços a que o Sergio - e todos nós - aspira, sejam encontrados entre atletas encostados, livres de contrato e a custo zero... Li que o investimento previsto em jogadores será transferido para as infraestruturas...

Abraços Gloriosos.

Biriba disse...

"O nosso caminho começou apenas a ser traçado, e quem traça bem o caminho acaba abraçado à Glória por longo tempo!" Perfeito, meu amigo!

A SAF conseguiu realizar as intenções apresentadas pelo Textor. Considero um sinal de competência, e fico tranquilo por isso.

Acredito que eu não seja melhor do que os envolvidos para planejar, contratar, contabilizar, treinar, jogar... Então decidi torcer com competência, porque considero um projeto realizável hahaha.

Saudações botafoguenses!

Ruy Moura disse...

Meu querido Luiz, os nossos raciocínios coincidem quase sempre. Pensamos o mesmo sobre o desenrolar do projeto e das ambições inerentes: é possível, é desejável, é realizável!

Abraços Gloriosos.

Botafogo campeão estadual de futebol sub-17 (com fichas técnicas)

Fonte: X – Botafogo F. R. por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo O Botafogo conquistou brilhantemente o Campeonato Estadual de Futebol...