terça-feira, 8 de novembro de 2022

Botafogo 2x0 Atlético Mineiro: alegria novamente em campos alheios

Reprodução/Gazeta Esportiva.

por RUY MOURA | Editor do Mundo Botafogo

O Atlético iniciou a partida impetuosamente como querendo resolver o assunto precocemente, mas o Botafogo estava estrategicamente preparado para isso e para bloquear as ações ofensivas do adversário. Porém, apesar da pressão se manter por bastante tempo, o nulo persistiu, com alguma sorte, diga-se, porque o Atlético teve um gol anulado por impedimento aos 12’ pela diferença de uma ‘unha’. Mas isso é o futebol e toda a primeira etapa se passou semelhantemente.

Por um lado, o Atlético atacando, com mais meio-campo que o Botafogo, sempre com dois pontas abertos para lançamentos em ligação direta ao ataque, mas com muitos erros de passe; por outro lado, o Botafogo se defendendo, bem fechado na defesa e desfeiteando a sanha atacante dos donos da casa, apesar dos erros cometidos sobretudo nos passes e na marcação, sem esquecer de efetuar contra ataques, mas também sem saber o que fazer quando tinha a posse de bola, sem conseguir sair jogando a partir da defesa, manifestando dificuldades de contra-ataque e sem acertar no alvo.

Apesar do intenso domínio do Atlético no que respeita à posse de bola, nenhum remate foi enquadrado com a baliza do Glorioso, assim como nós também não conseguimos no que respeita à baliza adversária.

Em suma, pendor forte do ataque atleticano, mas muitas falhas de passe de parte a parte, numa partida movimentada e jogada um pouco à moda de peladeiros com muitos erros de passe de parte a parte.

No início da segunda parte as coisas mudaram em campo. Embora o Atlético mantivesse a pressão, nos quatro minutos iniciais, o Botafogo chegou ao ataque e poderia ter criado bastante perigo, mas os seus jogadores continuam, em geral, a tomar más decisões no último passe ou no remate final. Rapidamente o Atlético retomou a vontade de posse de bola, porém, todos os cruzamentos iam parar às mãos de Lucas Perri, que saiu sempre muito bem, ou eram bloqueados pela defesa ou passavam ao lado das traves ou por cima do travessão.

Porém, Castro antecipou-se a Cuca nas substituições cirúrgicas que efetuou ao intervalo e aos 61’, e Luiz Henrique, Victor Sá e Lucas Fernandes foram fundamentais para aumentar o poder ofensivo da equipe e para dar conteúdo à teia atacante nas jogadas que viriam a consumar os gols do Botafogo.

Mantendo a estratégia correta definida para a partida, ajustando a tática após o intervalo e apostando no contra ataque com mais rapidez e organização face à esperada posse de bola do adversário, o Botafogo foi levando perigo à medida que o Atlético caía de produção, cansado do esforço contínuo nas mesmas jogadas desgastantes de ataque. Aos 75’, após recuperação de bola a meio campo, Luiz Henrique lançou Tiquinho Soares pela ala esquerda, que dentro da grande área cruzou atrás para o miolo da área e Victor Sá, na corrida, encheu o pé e inaugurou o marcador: Botafogo 1x0.

De notar que o gol foi concretizado com quatro botafoguenses dentro da área atleticana, revelando que havia um plano estratégico e jogadas pré-definidas para vencer a partida em contra-ataque. 

Finalmente o Botafogo soube explorar a desorientação adversária após o gol, permaneceu ao ataque, Lucas Fernandes até à linha de fundo, novamente pela ala esquerda, ganhou do adversário em cima da linha, cruzou para a pequena área e Tiquinho Soares, numa deslocação fulgurante, testou de cabeça e matou o jogo: Botafogo 2x0.

O Atlético ainda tentou, mas ao mesmo ritmo de ineficácia e o Botafogo geriu tranquilamente o resto da partida até aos 90+8’ consolidando-se na tabela em 10º lugar.

Em suma, quando o Botafogo aposta na posse de bola, normalmente no seu estádio, contra equipes ‘pequenas’, perde a partida; quando joga no contra ataque, normalmente fora de casa, contra equipes ‘grandes’, ganha a partida.

Efetivamente, os atletas do Botafogo sabem jogar em contra ataque – apesar de muitas decisões erradas que tomam – e são letais, mas não sabem jogar em posse de bola, o que significa que a comissão técnica tem que encontrar outras modos mais versáteis de superar as dificuldades que encontramos contra equipes na retranca, que nos oferecem excessivamente a bola e nos atrapalham com ela…

Duas notas finais: (a) Gatito lesionou-se – esperando-se que não seja grave – e Lucas Perri substituiu muito bem o nosso titular; (b) finalmente Castro 'lembrou-se' que olhando para cima deve-se sempre visar o patamar seguinte, e o patamar seguinte à manutenção garantida matematicamente seria garantir a classificação para a Copa Sul-americana, e só então deveria falar em Libertadores – porque foi exatamente isso que afirmou quando foi contratado, isto é, que o ano seria difícil, que o objetivo era a manutenção e que se devia manter os pés bem assentes na terra, o que significa que se 'deslumbrou' com a Libertadores e 'queimou' a etapa da Sul-americana, quando devia ter declarado os objetivos maiores somente após a garantia de alcançar os objetivos anteriores e então agora sim colocar uma possível fasquia ao nível da Libertadores de modo a não  ter criado ansiedade desnecessária na equipe.  

FICHA TÉCNICA

Botafogo 2x0 Atlético Mineiro

» Gols: Victor Sá, aos 75’, e Tiquinho Soares, aos 84’

» Competição: Campeonato Brasileiro

» Data: 07.11.2022

» Local: Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte (MG)

» Público: 31.160 espectadores

» Renda: R$ 884.670,49

» Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS); Assistentes: Michel Stanislau (RS) e Leirson Peng Martins (RS); VAR: Daiane Caroline Muniz dos Santos (SP)

» Disciplina: cartão amarelo – Marçal e Patrick de Paula (Botafogo) e Réver e Allan (Atlético)

» Botafogo: Gatito Fernández (Lucas Perri); Daniel Borges, Adryelson, Victor Cuesta e Marçal; Tchê Tchê, Gabriel Pires e Patrick de Paula (Lucas Fernandes); Júnior Santos (Victor Sá), Tiquinho Soares (Matheus Nascimento) e Jeffinho (Luís Henrique). Técnico: Luís Castro.

» Atlético Mineiro: Everson; Mariano, Jemerson, Réver e Dodô (Rubens); Allan, Jair (Calebe) e Zaracho (Yan Felipe); Nacho Fernández (Ademir), Keno (Pavón) e Vargas. Técnico: Cuca.

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