por JOSÉ VANILSON
JULIÃO | Colaborador do Mundo Botafogo
Ao esquecer de
procurar e incluir a ficha técnica do jogo inaugural do Estádio José América de
Almeida (João Pessoa) na reportagem anterior, acordada entre os editores dos
blogues “Mundo Botafogo” e “Jornal da Grande Natal”, o redator acaba
encontrando na pesquisa realizada para colher a súmula mais detalhes curiosos
ou inusitados sobre a permanência do Botafogo de Futebol e Regatas na Paraíba
no último ano do primeiro quinquênio da década de 1970 do século passado.
Primeiro os dados técnicos da partida Botafogo/RJ 2x0 Botafogo/PB (09/03/1975) são conflitantes quanto ao tempo do gol inaugural da abertura do ‘Almeidão’. Ficou dito que o ponta-direita Onofre Luís Batista (Rio de Janeiro, 07/01/1956 – Maracanaú/CE, 15/06/2009), o ‘Tiquinho’, marcou aos 15 minutos do primeiro tempo, enquanto outra fonte indica que aconteceu aos 30 segundos, mas confirma ter ocorrido na etapa inicial do amistoso festivo.
Curiosidade: o
nome da cidade dormitório, na região metropolitana de Fortaleza, a capital,
idêntica ao nome do bairro carioca do Maracanã, onde fica o famoso Estádio
Mário Filho. Com a mesma origem etimológica. O termo que dá nome ao município
nordestino, de origem indígena (língua Tupi-Guarani) refere-se a ‘rio das maracanãs’
(uma espécie de pequena arara).
O interessante: o comentário de um leitor sobre postagem do jornalista Cássio Zipolli (‘Diário de Pernambuco’), provavelmente com dados do ‘Datafogo’, poupa o tempo do levantamento e faz esclarecimentos necessários. No final da ficha diz que uma bomba disparada sob a arquibancada causou pânico e ferimentos em 15 torcedores; ainda: o segundo gol foi de Nilson Dias (40 minutos do primeiro tempo) e não do meia-atacante argentino Fischer. Aponta as fontes: ‘Jornal do Brasil’ e ‘Jornal dos Sports’ (dias 10 e 11 de dezembro).
Com rendas e
públicos estimados (180 mil cruzeiros e 25 mil espectadores). Não confirma a
arbitragem. Declina escalações: Botafogo (local) - Salvino, Molinas (Calvert), João Carlos, Celso,
Evandro, Luís Odeon, Geo (Pedrinho), Benício, Baltazar e Serginho (Erasmo);
Botafogo (visitante) - Wendell (Ubirajara Alcântara), Miranda, Mauro Cruz,
Osmar (Chiquinho Pastor), Ademir Vicente, Carbone (Dodô), Marcos Aurélio,
Cremilson, Fischer (Ferretti), Nílson Dias (Puruca) e Tiquinho (Mario Jorge
Lobo Zagallo no banco).
Outro detalhe que passou
desapercebido pelo redator. O estádio ‘Almeidão’ fica no bairro Cristo
Redentor, na Zona Oeste da capital paraibana, sendo o segundo mais populoso da
cidade, e sedes, também, do ginásio de esportes ‘Ronaldão’ (homenageia o
ex-governador Ronaldo Cunha Lima) e do ‘Belo,’ como é apelidado o tricolor
pessoense (aí é outra história...). Enquanto na capital carioca, sede do
alvinegro da ‘Estrela Solitária’, na Zona Sul, fica a estátua do ‘Cristo
Redentor’.
O mais inusitado nisso tudo:
o anteriormente citado Estádio Governador Ernani Ayres Sátiro e Souza (Patos,
11/09/1911 – Brasília, 08/05/1986), de Campina Grande, interior paraibano,
havia sido inaugurado no dia anterior com o jogo Campinense 0x0 Botafogo carioca
(08/03/1975). O apelido ‘Amigão’ se deve a mania do homenageado chamar os mais
chegados de ‘amigo velho’. O primeiro gol no clássico local, Campinense 1x1
Treze, foi de Cangula, do Treze. Os refletores foram inaugurados em Treze 1x3
Flamengo (15 de agosto).
Ficha de Botafogo x
Campinense: público (22.214), renda (Cr$ 129.786,00), árbitro (Jarbas
Ferreira). Escalação do rubro-negro paraibano: Olinto, Edvaldo, Paulinho, Nanã
Reis (Deca), Agra, Vavá, Dão, Porto (Jorge Flávio), Erasmo (Carlinhos),
Pedrinho e Valnir. Treinador: José Lima. O alvinegro carioca: Wendel, Miranda,
Mauro Cruz (Chiquinho Pastor), Osmar, Dodô (Tiquinho), Carbone, Marcos Aurélio
(Rogério Pereira), Ademir Vicente, Cremilson, Puruca (Fischer) e Nilson Dias
(Ferretti). Treinador: Zagallo.
NOTA DA REDAÇÃO: a
arbitragem na inauguração do ‘Almeidão’, não relacionada antes, ficou a cargo
do juiz central Antônio Toscano. Sobre o treinador do Botafogo local há indício
de que foi dirigido pelo treinador Pedro Rodrigues, natural de Caruaru,
interior pernambucano, campeão paraibano naquele ano.
Fontes: Baú do
Belo, Datafogo, Diário de Pernambuco, Extra, Gazeta Press, Memorial do Futebol,
O Povo, Só Esporte, Terceiro Tempo e Vou de Kombi.
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